Coluna 3617 - 08.09.2017
edita@rnasser.com.br
|
Há 60 anos Volkswagen começava no Brasil
Visto o espelho retrovisor da história, passados
seis décadas, a então pequena fábrica VW iniciou produzir seu primeiro veículo,
a Kombi, em São Bernardo do Campo, SP, então município dedicado a atividade
agro pastoril e atividades de cerâmica. Foi produto único até novembro de 1958,
quando iniciou montar o VW 1200 sedan.
Era o segundo passo da marca no país, agora
de mãos dadas com o poderoso grupo econômico Monteiro Aranha, cujas
providências e lobby convenceram a marca a se instalar aqui. A
data assinala o fim da operação CDK – desmontada, em peças -, em instalação
alugada à rua do Manifesto, bairro do Ipiranga, S Paulo, seu tíquete de
ingresso para o projeto de motorização no país. O índice de nacionalização era
baixo, contadas a mão de obra de montagem e algumas partes fornecidas pela
nascente indústria de autopeças.
Fazer a Kombi foi o projeto mais longevo do país.
Sem concorrentes – na origem alemã disputava clientes como a assemelhada
Schnellaster Auto Union, não contratada pela Vemag, a credenciada local, para
ser montada no Brasil. Sem provocação nunca sofreu atualização relativamente ao
modelo alemão. Aqui produziram-se os tipos 1 e 2, e ao final de sua carreira
trocou o motor VW 1600 cm3 de cilindros contrapostos, por um moderno 1400 L4.
Como referencia, além da longevidade, da
passividade do mercado em não exigir atualização, sua história, princípio e fim
estão marcados pela política. Para iniciar, financiamento do antigo BNDE e
braços abertos pelo governo JK foram os definidores. Para encerrar, agradando a
base política no ABC paulista, o governo petista dilatou o prazo de exigência
de bolsas de ar e freios ABS, e por isto sua Última Série de 600 unidades foi
levada a quase 1.500.
Governos tratam a indústria como evento de marketing, e a
consequência pagaram a VW, revendedores e compradores. Ao não definir
peremptoriamente o final na unidade 600, deixando rolar como conquista de
pressão de funcionários, deprimiu o valor para vendas – um comprador processou
a fábrica e ganhou, pois sua unidade, com preço superior pelo rótulo da
exclusividade em quantitativo fechado, desvalorizou-se. Passados 4 anos do
encerrar, ainda há exemplares O Km no mercado.
Uma Kombi especial, com 470 cavalos
Do milhão e meio de Kombis produzidas por 61
anos, em múltiplas aplicações – seis portas; oficina, gabinetes médico e
dentário, escritório de advogado na implantação de Brasília, picape, carro de
preso, micro ônibus, entrega de jornais, ... - a mim há unidade bem
característica de suas características e habilidades.
É de penúltima série e
pertence ao tri campeão de Fórmula 1 Nelson Piquet. Para normal, não serve –
nenhum dos dois ... Piquet, car guy assumido, envolvendo-se
direta e diuturnamente com sua enorme frota, mandou mudar o interior, bancos,
isolamento acústico, e desenvolveu e montou a mecânica: poderosos freios a
disco nas 4 rodas; suspensão revista; amortecedores a gás; rodas de Porsche;
pneus radiais; motor Audi 20 válvulas, turbo, 420 cv; transmissão ZF de
cinco velocidades. Segundo diz, na hora de deixar os boys para trás,
remapeia o sistema de injeção e o turbo salta de 1,0 para 1,3 atmosferas de
pressão. A potência a 470 cv, e chega a 200 km/h bem rapidinho.
(RN)
Os 50 anos do Patinho Feio
O apelido é honesto: o protótipo nascido há 50 anos em Brasília sobre um
VW 1200 capotado, em carroceria de chapa fina, moldada à mão, estruturada por
eletro dutos é, digamos, descompromissado em linhas, estilo ou design,
e mesmo re paginado manteve a essência.
Chegou em segundo na corrida de estreia, os 500 Km de Brasília edição
1967, muitas voltas atrás do Alfa Romeo primeiro colocado. Mas a distância se
perdeu ante o impacto da surpresa, e o improvisado veículo e seu feito ganharam
a mídia, iniciando simpática carreira.
Mas tem característica ímpar. Colocou no cenário nacional o nome da
Camber, pequena oficina brasiliense criada por quatro jovens amigos – Alex
Ribeiro, Heládio Monteiro, Jean-Louis Fonseca e José Álvaro Vassalo. Dentre
seus feitos é imbatida a relação entre produção de pilotos de Fórmula 1 x m2.
Do pequeno espaço saíram Alex Ribeiro; Roberto Pupo Moreno, o Mirim;
e Nelson Piquet, único a vencer com ele, e depois tri campeão.
Ainda existente, o Patinho estará em destaque na festa
de cinquentenário para saudar seu aparecimento, na noite do dia 12, no Brasília
Palace Hotel, na Capital Federal. Convites a 500 pessoas do universo
automobilístico da época. Uma festa no tempo, com direito a recordações e livro
para marcar o inusitado momento.
O Honda Fit 3 e 1/2
Honda finaliza preparação das mudanças de meio de ciclo da terceira
geração do Fit. Alterações contidas: para choques, faróis, agora em LEDs. Foco
principal, aumentar o nível de equipamento da versão de topo. Em segurança,
muita eletrônica e aplicação de sistemas existentes em veículos de faixa
superior: estabilizador eletrônico, implemento ao sistema de freios, auxílio
para partida em rampas, direção por motor elétrico sem escovas. Parte mecânica
intocada, motor L4, 1,5 litro, 16V, 115/116 cv, flex, transmissão por
polias variáveis, CVT.
Apresentação quase inovadora, por circuito virtual a 800 (!) jornalistas
especializados, de surpreendente existência. Quanto ao contato físico com o
produto, apresentações regionais.
Como referência, apresentação virtual com tecnologia de época, dos anos
’80, a Fiat apresentou seu curioso produto Panorama por circuito interno da
Embratel.
Roda-a-Roda
Jogo duro – Para participar do segmento de ônibus escolar
com tração 4x4 para transportar alunos em estradas ínvias nas compras do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação, Agrale criou versão sobre seu jipe
militar Marruá.
Maquiagem – Apto a disposição vencer caminhos
difíceis por construção, com ângulos de entrada e saída para off
road. Oferece Dispositivo de Poltrona Móvel – uma das poltronas se
desloca até o nível do piso, atendendo aluno com dificuldade especial.
Mais – Na mesma trilha faz versão para 10 adultos,
criada para Bombeiros, mineradores, policiais ambientais.
Dividindo – Mais vendido dentre os picapes no
Mercosul, Toyota prepara nova linha para apresentar em outubro – como a Coluna antecipou.
Poucas mudanças, muitas versões. Empresa trilhará o caminho ora adotado pela
Ford, criando variáveis sobre cada produto para reduzir preços e aumentar
vendas.
Fórmula - Não há mágica, mas a providência
prática de olhar a prateleira de acessórios e equipamentos, escolhendo para
embonecar versões mais simples, as de tração 4x2. Opção da transmissão
automática também se ampliará.
Idem – Ford Ranger 2018 lidera na receita:
opção de motor diesel menor, 2,2 litros, e tração 4x2 mais equipada – com a
referencial caixa automática de marchas. Também agregou como versão de linha a
série especial Sportrac – 2,2; automática; 4x4. Linha
dispõe de três motores: 2,2 e 3.2 diesel; e 2,5 Flex.
Assunto – Por décadas há movimento cíclico no
Brasil para a adoção do óleo diesel como combustível em automóveis. Haverá
mercado ? Os motores do ciclo Diesel oferecem melhor rendimento
térmico e, isto permite menor consumo.
Questão - Entretanto custam muito mais
relativamente aos de ciclo Otto, a gasolina ou Flex. O uso mais
econômico permitiria pagar a diferença de custos?
Exemplo – Mercado vizinho, muito assemelhado ao
nosso, responde: vendas de veículos leves a diesel caíram 80% em uma década.
Porquê - Questões várias: qualidade do diesel ante
os novos motores; fator Brasil, onde seu uso é proibido veículos leves. Sendo
maior cliente dos carros argentinos, os projetos locais deixaram de desenvolver
tal opção.
Ao contrário – Se o Brasil permitir uso de diesel
nos leves, a Argentina voltará a oferecer a opção. Hoje, lá, apenas Citroën e
Peugeots.
Tacada – Em época de retração no mercado dos
veículos comerciais, Volkswagen vendeu 417 caminhões para Ambev renovar frota
de entregadores de bebidas. Maior venda do ano, modelos Delivery 13.160 e
Worker 17.190 e 23.230. Compra é medida de confiança na retomada da economia.
Caminho – Aliança Renault-Nissan e Dongfeng Motor
Group criaram terceira empresa – eGT New Energy Automotive Co,
Ltd. Soma competências para fornecer veículos elétricos ao maior
mercado do mundo, o chinês. Aliança, com conhecimento veicular; Dongfeng com o
saber fazer carros a baixo custo.
Abertura - Primeiro modelo sobre plataforma de
utilitário esportivo Renault-Nissan focando interconectividade inteligente.
Junção das empresas em torno do mesmo objetivo é tratada como Triângulo de
Ouro. Mercado chinês para elétrico prevê 330 mil unidades em 2017.
Catarata – Brasil, leia-se os formuladores de
políticas públicas, mormente o Ministério do Desenvolvimento, não enxerga a
enorme mudança do mercado, onde o carro elétrico puxa a preferência mundial.
Não olha o futuro.
Reincidência – Já perdemos o bonde da história com o
álcool combustível. Desenvolvemos tecnologia para ganho de produtividade litros
x hectares plantados, mas não reduzimos o consumo dos motores a álcool.
Futuro – Gol anuncia aceleração na troca de
aeronaves: 13 Boeing 737Max para 186 passageiros e dois 737 800 Next
Generation. Diz, os Max, por aerodinâmica e novos motores, são 20% mais
econômicos ante os 737 NG.
Mercado – Iniciarão chegar segundo semestre de 2018,
mantido plano de fechar o ano com frota de 123 unidades. Do interesse aos
passageiros: com maior autonomia substituirão os 737 800, voando direto à
Flórida.
Performance – Quer melhorar o rendimento do seu
carro? Importadora FW sugere aplicar o Sprint Booster e filtros de ar
K&N. Primeiro reduz o tempo de resposta entre a demanda via acelerador e a
resposta do motor. Possui função acessória Valet, limite de rendimento para
evitar entusiasmo de manobristas.
Economia – Filtros K&N reduzem resistência á
admissão de ar ao motor, permitindo ganhos em rendimento e consumo.
Interpretação – Mercado de usados tem vocabulário próprio.
Nele, citar BMV pode não significar aportuguesamento da marca
bávara BMW, porém Brasília Muito Velha
… E a indicação ABS pode diferir do poderoso sistema de equilíbrio nas freadas
viris, apenas descrevendo o método frenante em carros velhos e
descuidados: Aperte: Bombeie; Segure
…
Compass
em edição especial
Fato auxiliar para manter a liderança no segmento, após vender 35 mil
unidades em oito meses de mercado, FCA definiu nova versão sobre a de entrada
do Jeep Compass. Combina o bom motor Tigershark 2,0 litro, 4 cilindros em
linha, com transmissão automática Jeep Active Drive, com nove velocidades e
tração nas 4 rodas. Torna-o detentor da inédita posição dentro da linha Jeep,
de oferecer tração total com motor flex.
Carro tem outros predicados complementares, além do bom comportamento
permitido pela combinação motor 2 litros, transmissão automática com 9 marchas
tomada emprestada à versão diesel, e tração total. Também oferece o sistema
Stop/Start, desligando o motor nas paradas, e bomba de combustível e alternador
funcionando sob demanda. Aspecto ir ao encontro do cliente para entender suas
exigências também foi contemplado pelo uso de tela plana e 17,5 cm, sensível a
toque, compatível com sistemas Android Auto e Apple Car Play. Outros itens,
equipamentos de série, como o ar condicionado digital de duas zonas, controle
de estabilidade ESP, controle anti capotamento, câmera de ré, freios a disco
nas 4 rodas, freio elétrico para estacionamento, auxiliar de partida em subida.
Seu valor de venda sugerido é R$ 117.900.
Nenhum comentário:
Postar um comentário