Alta Roda nº 1014/364 – 11/10/2018
Fernando Calmon |
Reservar forças
O apelo este ano
foi menor, mas o Salão do Automóvel de Paris manteve-se atraente ao público,
mesmo com a ausência recorde de 16 marcas. A indústria mundial enfrenta pesados
investimentos em quatro níveis de alta tecnologia – eletrificação,
conectividade, direção autônoma e compartilhamento – e sem descuidar dos atuais
veículos. Por isso tem havido seletividade nos dispêndios. É uma forma de
reservar forças para as novidades compatíveis às datas das grandes feiras
mundiais. A exposição francesa completou 120 anos em 2018 (assim como a
Renault) e se encerra no próximo dia 14.
Marcas alemãs dominaram em termos de lançamentos. Uma das grandes atrações foi
a sétima geração do sedã BMW Série 3, que cresceu em dimensões (até na clássica
grade de duas entradas) e teve o novo interior muito elogiado. Outra atração
foi a quarta geração do X5 a ser produzida nos Estados Unidos e na China. Os
dois novos produtos e o renovado roadster Z4 chegam ao Brasil ao longo de
2019.
A arquirrival Mercedes-Benz contra-atacou com o GLE, um SUV de tamanho intermediário e rodas de nada menos que 22 polegadas de diâmetro. Classe A, na versão sedã, tem boa chance de ser produzido em Iracemápolis (SP). A Mercedes-Benz também apresentou o novo monovolume Classe B. Estes dois últimos estreiam uma caixa automatizada de duas embreagens e oito marchas (antes eram sete).
A Audi, além da segunda geração do hatch A1, apresentou seu primeiro SUV elétrico, o e-Tron, concorrente direto do também estreante EQC400, da Mercedes-Benz, ambos com dois motores – um em cada eixo – para tração 4x4.
A Renault manteve sua ofensiva elétrica com o subcompacto K-ZE, ainda numa versão conceitual baseada no Kwid, a ser produzido na China para se tornar mais acessível. Também apresentou o EZ-Ultimo, um carro-conceito futurista autônomo, elétrico e otimizado para compartilhamento. A Peugeot deu o troco com o conceitual e-Legend, inspirado no estilo do icônico cupê 504, de 1969, mas com motor elétrico de 462 cv. Citroën C5 Aircross estreou e pode ser importado já no próximo ano. Tem o mesmo porte do Peugeot 3008.
Entre os carros esporte, Ferrari voltou a roubar a cena graças aos espetaculares Monza SP1 e SP2. Ambos são roadsters, mas o primeiro deles tem o lugar do acompanhante coberto. O motor é um V-12, de 6,5 litros e 810 cv, o mais potente que já produziu para um automóvel de rua. Porsche também chamou a atenção pelo conversível conceitual 911 Speedster, mas com linhas definitivas. Estará à venda no próximo ano. Serão apenas 1.948 unidades, em referência ao ano de fundação da marca.
Em meio à ênfase relacionada aos veículos elétricos, voltaram as dúvidas sobre quantos estão mesmo interessados em comprá-los. Na Europa, representam cerca de 2% das vendas e sem sinais de que a demanda vá crescer de forma significativa. Poucos acreditam que em 2030 países como a França vão mesmo limitar a comercialização de carros novos apenas a elétricos puros. Híbridos, sim, terão mercado crescente.
Curiosamente, a petrolífera inglesa BP anunciou no salão que pesquisa carregadores ultrarrápidos: em cinco minutos, 80% da carga. Mas não comentou sobre menor vida útil da bateria submetida a ciclos repetitivos desse tipo.
A arquirrival Mercedes-Benz contra-atacou com o GLE, um SUV de tamanho intermediário e rodas de nada menos que 22 polegadas de diâmetro. Classe A, na versão sedã, tem boa chance de ser produzido em Iracemápolis (SP). A Mercedes-Benz também apresentou o novo monovolume Classe B. Estes dois últimos estreiam uma caixa automatizada de duas embreagens e oito marchas (antes eram sete).
A Audi, além da segunda geração do hatch A1, apresentou seu primeiro SUV elétrico, o e-Tron, concorrente direto do também estreante EQC400, da Mercedes-Benz, ambos com dois motores – um em cada eixo – para tração 4x4.
A Renault manteve sua ofensiva elétrica com o subcompacto K-ZE, ainda numa versão conceitual baseada no Kwid, a ser produzido na China para se tornar mais acessível. Também apresentou o EZ-Ultimo, um carro-conceito futurista autônomo, elétrico e otimizado para compartilhamento. A Peugeot deu o troco com o conceitual e-Legend, inspirado no estilo do icônico cupê 504, de 1969, mas com motor elétrico de 462 cv. Citroën C5 Aircross estreou e pode ser importado já no próximo ano. Tem o mesmo porte do Peugeot 3008.
Entre os carros esporte, Ferrari voltou a roubar a cena graças aos espetaculares Monza SP1 e SP2. Ambos são roadsters, mas o primeiro deles tem o lugar do acompanhante coberto. O motor é um V-12, de 6,5 litros e 810 cv, o mais potente que já produziu para um automóvel de rua. Porsche também chamou a atenção pelo conversível conceitual 911 Speedster, mas com linhas definitivas. Estará à venda no próximo ano. Serão apenas 1.948 unidades, em referência ao ano de fundação da marca.
Em meio à ênfase relacionada aos veículos elétricos, voltaram as dúvidas sobre quantos estão mesmo interessados em comprá-los. Na Europa, representam cerca de 2% das vendas e sem sinais de que a demanda vá crescer de forma significativa. Poucos acreditam que em 2030 países como a França vão mesmo limitar a comercialização de carros novos apenas a elétricos puros. Híbridos, sim, terão mercado crescente.
Curiosamente, a petrolífera inglesa BP anunciou no salão que pesquisa carregadores ultrarrápidos: em cinco minutos, 80% da carga. Mas não comentou sobre menor vida útil da bateria submetida a ciclos repetitivos desse tipo.
ALTA RODA
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ANFAVEA reviu crescimento do mercado interno este ano para 13,7% (previsão
da Coluna no começo do ano, 14,1%). Número de financiamento aumentou, pois a
taxa de inadimplência atingiu 3,5%, porcentual mais baixo da série histórica.
Estoques subiram para 40 dias, pouco acima do normal. Apenas a exportação
enfrenta dificuldades: deve cair 9% este ano.
EXPECTATIVAS para o Salão do Automóvel de São Paulo (8 a 18 de novembro) continuam muito boas. O Volkswagen T-Cross, primeiro SUV da marca com produção local, terá apresentação prévia pelo Facebook no próximo dia 25. Suas linhas serão reveladas na Alemanha, Brasil e China. Interior poderá se manter “escondido”, mesmo no salão. No mercado, só no segundo trimestre de 2019.
MERCEDES-BENZ Classe C 2019, produzido em Iracemápolis (SP), recebeu retoques no para-choque dianteiro e lanternas traseiras. Há novas rodas e faróis em LED. Motor 1,5 turbo recebeu um alternoarranque que gera 14 cv extras (sistema de 48 V) e permite até 10% de economia de combustível quando combinado com desligar e religar o motor em declives suaves.
GUIAR o híbrido Lexus CT200h deixa transparecer solidez e silêncio. Acabamento interno é muito bom, embora pudesse arrojar mais no painel e quadro de instrumentos. Como o hatch manteve altura de rodagem original, raspa com certa facilidade nos famigerados quebra-molas e valetas. Espaço interno e visibilidade são pontos altos. Porta-malas tem razoáveis 375 litros.
ZF COMPLETA 60 anos de sua fábrica no Brasil, primeira fora da Alemanha. Hoje tem sete unidades no País e uma na Argentina. Empresa adquiriu a TRW há três anos e pretende produzir aqui equipamentos de ponta como câmeras e radares de bordo. Fabrica freio de estacionamento elétrico para o eixo dianteiro, ainda não aplicado em modelos nacionais.
EXPECTATIVAS para o Salão do Automóvel de São Paulo (8 a 18 de novembro) continuam muito boas. O Volkswagen T-Cross, primeiro SUV da marca com produção local, terá apresentação prévia pelo Facebook no próximo dia 25. Suas linhas serão reveladas na Alemanha, Brasil e China. Interior poderá se manter “escondido”, mesmo no salão. No mercado, só no segundo trimestre de 2019.
MERCEDES-BENZ Classe C 2019, produzido em Iracemápolis (SP), recebeu retoques no para-choque dianteiro e lanternas traseiras. Há novas rodas e faróis em LED. Motor 1,5 turbo recebeu um alternoarranque que gera 14 cv extras (sistema de 48 V) e permite até 10% de economia de combustível quando combinado com desligar e religar o motor em declives suaves.
GUIAR o híbrido Lexus CT200h deixa transparecer solidez e silêncio. Acabamento interno é muito bom, embora pudesse arrojar mais no painel e quadro de instrumentos. Como o hatch manteve altura de rodagem original, raspa com certa facilidade nos famigerados quebra-molas e valetas. Espaço interno e visibilidade são pontos altos. Porta-malas tem razoáveis 375 litros.
ZF COMPLETA 60 anos de sua fábrica no Brasil, primeira fora da Alemanha. Hoje tem sete unidades no País e uma na Argentina. Empresa adquiriu a TRW há três anos e pretende produzir aqui equipamentos de ponta como câmeras e radares de bordo. Fabrica freio de estacionamento elétrico para o eixo dianteiro, ainda não aplicado em modelos nacionais.
PERFIL
Fernando
Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista
especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos
técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna
automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede
nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do
site just-auto (Inglaterra).
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também através do twitter: www.twitter.com/fernandocalmo fernando@calmon.jor.br
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