A estação reprodutiva é o período mais intenso de  trabalho para os profissionais do Projeto Arara Azul, patrocinado pela Toyota  desde 1990, e mais recentemente pela Fundação Toyota do Brasil. No entanto, este  ano foi contabilizado apenas dois ovos no mês de julho, número inferior em  relação a 2010, quando foram observados 12 ovos. A postura se intensificou  somente no mês de agosto, com 32 ovos. 
Segundo Neiva Guedes, bióloga,  professora do Curso de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da  Universidade Anhanguera-Uniderp e idealizadora do projeto, o atraso se deve às  mudanças climáticas, pois as araras-azuis costumam entrar na estação reprodutiva  após uma grande chuva, que este ano só ocorreu na metade de agosto e em menor  intensidade do que esperada. “Em 2011, a estação de cheia do Pantanal foi  intensa e muito rápida, mas com a mesma velocidade que o nível das águas subiu,  o Pantanal secou. A chuva esperada para julho ocorreu somente em agosto e  acredito que este fato tenha atrasado os processos biológicos”, afirma. 
Apesar do atraso no início da postura, os esforços não param para  garantir o sucesso da reprodução, com monitoramento dos ninhos, inserção de  ninhos artificiais, manejo dos ninhos com problemas, entre outras atividades.  Atualmente, o projeto conta com três profissionais fixos no campo, dois biólogos  e um assistente de pesquisa, mas logo receberá reforço de mais dois  profissionais, um biólogo e um estagiário, para intensificar os trabalhos nesta  fase essencial para o aumento do número de indivíduos da espécie. 
Para  Neiva, um dos principais desafios do projeto é treinar a equipe para monitorar  tantos ninhos e desbravar os caminhos tortuosos do Pantanal, que só é possível  graças a capacidade off-road da Hilux, que combina agilidade e  resistência tanto em terrenos acidentados como nas áreas alagadas da região . “O  responsável pelo monitoramento também precisa trabalhar pendurado nas árvores,  aguentando sol quente e insetos como mosquitos e carrapatos, além de enfrentar  situações de risco como cavidades repletas de abelhas. Parece simples, mas não  é”, comenta. 
Com os esforços da equipe do projeto no campo e o auxílio  da educação ambiental informal, realizada pelos próprios profissionais  envolvidos com a ação, junto aos proprietários de fazendas, funcionários e a  população em geral, o conhecimento sobre as araras-azuis tem aumentado, gerando  o engajamento em prol da causa e também a redução do tráfico de animais  silvestres na região. 
Desta forma, o projeto patrocinado pela Fundação  Toyota do Brasil vem apresentando um saldo bastante positivo nestas últimas duas  décadas, como o aumento de araras-azuis de 1.500 para 5.000 indivíduos da  espécie somente no Pantanal, a ampliação da área monitorada de 47 mil hectares  para 400 mil hectares, abrangendo as regiões da Nhecolândia, Miranda, Abobral e  Bonito; e avanço no número de ninhos cadastrados, que eram de 48 e hoje  contabilizam 619. Estes indicadores representam uma vitória para a espécie que  há 20 anos estava na iminência da total extinção. 
O Projeto Arara Azul foi a primeira ação patrocinada pela  Fundação Toyota do Brasil no Pantanal Sul Mato-Grossense. A ação recebe o apoio  da instituição desde 2009, embora já conte com a ajuda da Toyota desde a sua  criação, em 1990.
No total, são monitoradas aproximadamente 3 mil aves,  que vivem em 364 ninhos espalhados por 47 fazendas pantaneiras. O apoio  logístico para o monitoramento dos ninhos do projeto é feito com picapes Hilux,  com tração 4X4, que permitem a locomoção da equipe de biólogos entre as regiões  de preservação, onde as estradas são, em sua maioria, não pavimentadas. 

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