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| Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO |
Com pátios lotados, montadoras do ABC paulista estão adotando a semana de quatro dias de trabalho, casos da Volkswagen e da Ford. A Mercedes-Benz, fabricante de caminhões e ônibus deu licença remunerada de um mês, a partir desta semana, para 480 funcionários.A General Motors suspendeu trabalhos programados aos sábados na fábrica de São Caetano do Sul, assim como a Fiat, de Betim (MG), que também pode dar férias coletivas a 2 mil trabalhadores na próxima semana, segundo os sindicatos de metalúrgicos.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, aproveita a reunião de hoje, em Brasília, do Conselho de Competitividade do Setor Automotivo para levar ao governo pedido de medidas emergenciais para evitar que o quadro piore e ocorram demissões.Ele defende a intervenção do governo para o fim das restrições ao crédito ao consumidor, mais redução de juros e ampliação dos prazos de financiamento. "Os bancos privados continuam sabotando a economia, ao dificultar a concessão de crédito e o governo precisa agir de forma mais dura com eles ou colocar os bancos públicos para concorrer mais fortemente", diz.Segundo Nobre, a Volkswagen já dispensou boa parte dos trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo na última sexta-feira e volta a adotar a medida nesta sexta. "As dispensas estão sendo anunciadas semanalmente". Segundo ele, a Volkswagen havia programado jornadas extras aos sábados, suspensas por causa dos altos estoques.
A semana de quatro dias também está sendo adotada pela Ford nas linhas de carros e caminhões. Além disso, a unidade de caminhões parou ontem e só retomará atividades na próxima semana. Nenhuma das duas montadoras se pronunciou.
A Mercedes-Benz informa que a licença para 480 de um total de 6 mil funcionários é para evitar acúmulo de veículos no pátio. Em abril, a empresa já havia dado férias coletivas de dez dias para todos os trabalhadores. A Scania já deu quatro folgas e negocia novas paradas.
Para o segmento de caminhões, Nobre defenderá política específica com redução de preços dos veículos, do combustível (diesel S-50) e do aditivo, e ampliação da rede de abastecimento. O setor enfrenta dificuldades após a obrigatoriedade, a partir deste ano, da introdução da nova tecnologia, chamada de Euro 5, que reduz a emissão de poluentes, mas encarece os preços dos veículos em cerca de 15%."A queda nas vendas neste início de ano era prevista, mas está mais forte do que esperávamos", diz Nobre. Segundo ele, além do preço, os consumidores estão receosos em adquirir os novos veículos por temerem desabastecimento em razão da falta do S-50.
Segunda-feira, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que o setor encerrou abril com 366,5 mil veículos em estoque, o equivalente a 43 dias de vendas. É o maior nível desde novembro de 2008, no auge da crise financeira global, quando o encalhe atingiu 56 dias.
As vendas no primeiro quadrimestre caíram 3,4% em relação ao mesmo período de 2011, para 1,076 milhão de veículos. Já a produção teve recuo de 10,1%, para 998,9 mil unidades. Só a produção de caminhões caiu 30% e a de ônibus, 35%.

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