![]() |
Wagner Gonzalez |
A longa luta da Endurance
Modalidade que vive de altos e baixos, as provas de longa
duração mostram uma resistência surpreendente para transformar em universo
consolidado o forte apelo que carros protótipos e de grã-turismo têm junto ao
público entusiasta em todo o mundo. Quando tudo indicava que os carros
protótipos e GTs iriam dominar o Campeonato Mundial de Resistência em um futuro
próximo, explode mais um ataque inesperado para minar o crescimento do WEC,
como o evento é mundialmente conhecido.
Desta vez o obstáculo é a decisão da Ferrari, Ford e
Porsche (a McLaren enviou apenas um representante da holding e não da área
específica) em se ausentar do último encontro do grupo de estudos da categoria,
o comitê que discute os regulamentos futuros em encontros regulares na sede da
FIA (Federação Internacional do Automóvel), em Paris. Consta que dos 15
fabricantes pequenos, médios e grandes menos da metade atendeu ao chamado,
entre eles a Toyota e a Aston Martin.

Declarações do
responsável pelo programa de competições da Ford, Mark Rushbrook, ao site
Sportscar 365 avalizam esse entendimento:
“Nós ainda acompanhamos o amadurecimento do próximo
regulamento para os supercars à distância e decidimos que os nossos
princípios é que vão determinar se disputaremos este ou aquele campeonato”.
Quando em visita a São Paulo para o lançamento da etapa
brasileira do WEC (prevista para o final de 2019 ou início de 2020), Gérard
Neveu, o executivo maior do campeonato, informou que o caminho da categoria
seria diferente daquele adotado pelos norte-americanos e mais palatável aos
executivos da cada vez mais global indústria automobilística. Nem a Ford nem a
os dirigentes da IMSA sentem-se atraídos por um regulamento específico e a
decisão apoiada pela Ferrari e da Porsche é bastante fácil de ser entendida sob
essa ótica.
Os campeonatos para carros GT são cada vez mais numerosos
e até entre nós o Brasileiro de Endurance exibe um grid com a participação
crescente dessas máquinas. Considerando que a demanda mundial por esses
modelos viabiliza um programa de competição rentável e tem bom valor
institucional, não se justifica gastar centenas de milhões de dólares ou euros
para construir quatro ou cinco carros.
Desde os anos 1960 a categoria de protótipos viveu ciclos
de pujança e pobreza, este último cenário muitas vezes minado nos bastidores
pelos interesses das corridas de fórmula. Desta vez parece ser a intransigência
dos seus próprios promotores a maior armadilha para consolidar de vez uma
modalidade com capacidade de ter vida própria. Por tudo isso, essa mesma F-1
agradece e manda lembranças.
Com pulmão transplantado Lauda respira sem aparelhos
O tri-campeão mundial de F-1 Niki Lauda recebeu um
transplane de pulmões na semana passada e recupera-se bem, informou o hospital
AHK, de Viena. O austríaco é diretor não executivo da equipe Mercedes de F-1 e
esteve ausente das últimas duas etapas do campeonato, algo explicado
inicialmente como consequência de uma gripe. A cirurgia aconteceu 42 anos e um
dia após seu acidente na disputa do GP da Alemanha disputado dia 1ode agosto de
1976, quando ficou temporariamente preso em sua Ferrari após um acidente na
segunda volta da competição disputada em Nürburgring.
Segundo informações do hospital, o motivo do transplante
não tem ligação com esse fato; após o episódio Lauda jamais se preocupou em
amenizar as marcas que o acidente deixou no seu rosto e, anos mais tarde,
recebeu um transplante de rim. A previsão para que o campeão mundial de
1975/1977/1984 retorne à sua vida normal é de algumas semanas.
Faltam pilotos para a vaga de Ricciardo
Mantenedora de um dos maiores programas de
desenvolvimento de pilotos, a Red Bull parece enfrentar problemas para
solucionar a equação criada com a decisão de Daniel Ricciardo deixar a equipe
ao final desta temporada. A decisão do australiano assinar contrato de dois
anos com a equipe Renault alçou Max Verstappen à condição de primeiro piloto do
time de licença austríaca e os problemas não tardaram a aparecer. Notícias que
circulam na imprensa especializada européia dão conta que o holandês teria
vetado a reincorporação do espanhol Carlos Sainz, seu companheiro de equipe na
época que ambos defendia a Scuderia Toro Rosso. O francês Pierre Gasly é um dos
possíveis nomes para essa vaga.
Na semana passada Jake Dennis, piloto de desenvolvimento
e encarregado de conduzir o carro no simulador da fábrica, foi chamado às
pressas para participar dos treinos livres em Hungaroring. O inglês completou
125 voltas na quarta-feira e na mais rápida delas, no tempo de 1’17”012, o
deixou como o terceiro mais veloz do dia. Na terça-feira Ricciardo
completou 131 voltas e obteve 1’19”854 em sua melhor passagem. Esses tempos,
todavia, devem ser analisados em perspectiva: o australiano focou em vários experimentos
aerodinâmicos e pneus de desenvolvimento para 2019; o inglês, todavia,
completou algumas voltas com os pneus mais macios disponíveis nos dois dias de
treino.
Falando à imprensa, Dennis confirmou que sua convocação
para o teste, o segundo que ele fez pela equipe e o primeiro com direito a usar
pneus hiper macios, foi totalmente inesperada e aconteceu apenas no fim de
semana da corrida. Isto permite supor que os dirigentes da Red Bull tentaram
até o último instante obter liberação para Dan Ticktum treinar em Hungaroring.
Como o piloto inglês de 19 anos ainda disputa a F-3 europeia e não tem pontos
suficientes para conduzir um carro de F-1, a solução foi dar nova chance a Jake
Dennis, que já competiu na série DTM, na GP3 e atualmente defende a equipe Aston
Martin em provas da categoria GT3.
Apesar de amplo e consolidado, o programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull tem
fama de ser uma oportunidade cruel e implacável com os jovens que dele
participam. O russo Daniil Kvyat e o espanhol Jayme Alguersuari são exemplos
que de pilotos que chegaram à F-1 e foram deletados do projeto sem maiores
preocupações por não apresentar o desempenho esperado. O brasileiro Sergio
Sette Camera, atualmente disputando a F-2, já participou do programa e optou
por não continuar no projeto. Entre as possíveis causas para isso está o
temperamento de Helmut Marko, ex-piloto austríaco, que coordena a iniciativa.
Foi por insistência de Marko que Jos Verstappen estreou na F-1 antes mesmo de
ter completado 18 anos de idade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário