Segundo a 15ª Pesquisa CNT de Rodovias 2011, divulgada nesta quarta-feira  (26) na sede da Confederação Nacional do Transporte, em Brasília (DF), 12,6% da  malha estão em ótimo estado; 30% são consideradas boas; 30,5%, regulares; 18,1%,  ruins; e 8,8% estão em péssimas condições. Nesta edição do  levantamento foram avaliados 92.747 km, o que representa 100% da malha federal  pavimentada, as principais rodovias estaduais pavimentadas e as concessionadas.  São 1.802 km a mais do que o analisado na pesquisa anterior.
O objetivo do estudo, realizado pela CNT e pelo Serviço Social do  Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), é  avaliar as condições das rodovias brasileiras pavimentadas segundo aspectos  perceptíveis aos usuários, identificando as condições das vias – em relação ao  pavimento, à sinalização e à geometria da via – que afetam o conforto e a  segurança.
Para fazer a análise, 17 equipes da CNT percorreram o Brasil  durante 39 dias, entre 27 de junho e 4 de agosto deste ano. Os resultados são  apresentados por tipo de gestão (pública ou concedida), por tipo de rodovia  (federais ou estaduais), por região e por unidade da  Federação.
Regiões
Como nos anos anteriores, a  pesquisa da Confederação Nacional do Transporte aponta que o Sudeste do país é a  região que apresenta as melhores condições de rodovias. Do total de 26.778 km  avaliados, 24,6% são classificados como em ótimo estado; 30,7% como bom; 28,2%,  regular; 13,2%, ruim e 3,3%, péssimo.
Em seguida aparece a Região Sul,  com 19,7% do total de 16.199 km analisados como em ótimo estado; 40,7% em bom  estado; 26,3% classificados como regulares; 10,7% como ruins e 2,6% como  péssimas.
O Nordeste, por sua vez, com 25.820 km estudados, possui 3,8%  das estradas ótimas; 33%, boas; 32,8%, regulares; 17,7%, ruins e 12,7%,  péssimas.
Dos 14.151 km de rodovias avaliados no Centro-Oeste, 6,4% estão  em ótimas condições; 22,7% em bom estado; 35%, regulares; 26,7%, ruins; e 9,1%  em péssimo estado.
O Norte, por sua vez, com 9.799 km analisados, conta  com apenas 0,8% das estradas avaliadas como ótimas; 12,7% como boas; 31,4% como  regulares; 31,8% como ruins e 23,2% como péssimas.
Pavimento
Em relação à qualidade de pavimentação, os resultados da Pesquisa CNT de  Rodovias 2011 mostram que 46,6% das estradas apresentam pavimento ótimo; 5,5%,  pavimento bom; 33,9%, regular; 11,2%, ruim; e 2,8%, péssimo. Nesse quesito são  observados itens como se o pavimento está perfeito, com buracos e se obriga  redução da velocidade.
De acordo com o estudo, o pavimento das rodovias, em geral, apresenta  defeitos que acabam prejudicando a atividade de transporte de cargas e de  passageiros no país.
Sinalização
Sobre os aspectos de sinalização, são conferidas as condições das faixas,  visibilidade e legibilidade de placas. Da malha analisada, 16,6% tiveram sua  sinalização classificada como de ótimo estado; 26,5% como bom; 28,7%, regular;  14,3%, ruim e 13,9%, péssimo.  
Geometria
A variável geometria da via identifica as soluções de engenharia implantadas  nas rodovias para atenuar o impacto das condições de topografia e relevo sobre o  deslocamento de veículos, aumentando a segurança dos usuários
Geometria da via inclui itens como pista simples de mão dupla, faixa  adicional de subida, pontes e viadutos, entre muitas outras variáveis. Da  extensão pesquisada, 88,3% é de pista simples de mão dupla e 42,1% não possui  acostamento.
O estudo da CNT identificou que 4,2% da extensão avaliada teve sua geometria  classificada como ótima (3.895 km). Outros 19% foram classificados como bom;  27,3% como regular; 17,5%, ruim; e 32%, péssimo. Por isso, ainda de acordo com o  documento, melhorias do tipo duplicação, implantação ou melhoria da faixa  adicional de subida, e melhoria da sinalização e proteção das curvas e pontes  precisam ser urgentemente empregadas.
Gestão pública e  privada
A pesquisa detalhou ainda as diferenças existentes entre as  rodovias que são administradas pelo governo e as sob gestão das concessionárias.  Das vias sob concessão (15.374 km), 48% foram classificadas como ótimas; 38,9%  como boas; 12% como regulares; 1,1% como ruins e nenhuma foi avaliada como  péssima.
Já entre as rodovias sob gestão pública (77.373 km), apenas 5,6%  foram avaliadas como ótimas; 28,2% como boas; 34,2% como regulares; 21,5% como  ruins e 10,5% como péssimas.
Em entrevista coletiva na manhã desta  quarta, o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, ressaltou que, em 2010,  apenas R$ 9,85 bilhões foram investidos em infraestrutura de rodovias, o que  corresponde a 0,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para se ter uma  ideia, o prejuízo causado a transportadoras devido a falhas nas vias somaram R$  14,1 bilhões, ou 0,4% do PIB. "No ano em que o governo federal fez mais  investimentos, as condições de rodovias não melhoraram. E esse custo tem sido  repassado para a população com acréscimos nos valores de produtos que nós todos  consumimos e também no número de mortos, que não para de crescer no Brasil. Só  em 2010 foram mais de oito mil nas nossas rodovias federais".
Bruno  Batista ressaltou ainda que 60% da carga transportada no Brasil passa pelas  rodovias. "Essa falta de infraestrutura adequada diminui a competitividade do  país. O Brasil precisa manter uma tradição de investimento, que é o que o  governo não tem conseguido fazer. Isso faz com que as melhores rodovias do  Brasil, com menores índices de acidentes, sejam as concedidas",  reforçou.
Ligações rodoviárias
O levantamento traz ainda um  ranking de 109 ligações rodoviárias de todo o Brasil. As ligações são trechos  regionais que interligam territórios de uma ou mais unidades da Federação. Essas  extensões têm importância socioeconômica e volume significativo de veículos de  cargas e/ou passageiros.
A primeira colocada na lista é a São Paulo SP -  Itaí SP – Espírito Santo do Turvo SP, composta pelas rodovias SP-255,  SP-280/BR-374. Por sua vez, em último lugar (109ª posição), está a Belém PA -  Guaraí TO, composta pelas rodovias BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287,  PA-447, PA-475, PA-483, TO-336.
A pesquisa
A pesquisa  é uma avaliação independente das rodovias a partir da perspectiva dos usuários,  contemplando a segurança e o desempenho. Com a realização do estudo, a CNT  pretende difundir informações sobre a infraestrutura rodoviária, para que  políticas setoriais de transporte, projetos privados, programas governamentais e  atividades de ensino e pesquisa resultem em ações que promovam o desenvolvimento  do transporte rodoviário de cargas e de passageiros.






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