terça-feira, 8 de maio de 2012

Produção despenca e Anfavea mantém projeção






Giovanna Riato, AB

www.automotivebusiness.com.br
Cledorvino Belini, presidente da Anfavea
produção de veículos sofreu queda de 10,1% no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2012, para 998,9 mil unidades. O resultado de abril, divulgado pela Anfavea na segunda-feira, 7, reforça a tendência de retração. Foram fabricados 260,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus durante o mês. O volume é 15,5% menor do que o de março e 7,5% inferior ao anotado há um ano.Se considerada a média diária, a baixa da produção de veículos no mês passado foi de 7% na comparação mensal. Enquanto março teve 22 dias úteis, abril teve 20. A redução foi puxada por veículos comerciais. O segmento sofreu o impacto do início do Euro 5, ou Proconve P7. Para se adaptar à nova legislação de emissões, as montadoras incluíram sistemas de pós-tratamento de gases nos caminhões e ônibus que tornaram os modelos mais caros.Enquanto a produção de veículos leves caiu 8,5% no quadrimestre, para 947,1 mil unidades, a de caminhões ficou 30,3% menor do que a do ano passado, com 42,9 mil unidades. A queda na fabricação de ônibus foi ainda mais expressiva, de 35%, para 8,9 mil chassis. 

Outro agravante é o nível de estoques, que está alto desde o fim de 2011 e chegou a 43 dias no mês passado, contra 35 dias em março. Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, explica que, apesar de a diferença parecer grande, ela não é tão expressiva quando considerado o número de unidades. “É um aumento de cerca de 17 mil veículos”, afirma. 

Segundo ele, a quantidade de carros nos pátios vai diminuir nos próximos meses à medida que as vendas avançarem. “O cenário de queda dos juros e expectativa de aquecimento da economia nos faz acreditar que teremos crescimento mesmo depois dos resultados do primeiro quadrimestre”, defende. Entre janeiro e abril deste ano o licenciamento de veículos novos caiu 3,4%, para 1,07 milhão de veículos (leia aqui). 

PREVISÕES MANTIDAS 

Mesmo diante do cenário de baixa, a entidade manteve a previsão de crescimento para este ano. “Vamos esperar o fim do primeiro semestre para ter uma ideia mais clara da evolução do setor”, explica Belini. A associação aposta que a produção de veículos vai crescer 2% e chegar a 3,45 milhões de unidades. A previsão para o mercado interno é de avanço entre 4% a 5%, para até 3,81 milhões de emplacamentos. 

Para alcançar estes níveis, no entanto, as montadoras precisarão dar um salto significativo na produção para mais de 310 mil unidades por mês até o fim do ano. Este nível só foi superado em março de 2010, quando a indústria automotiva fabricou o volume recorde de 318 mil veículos. Na época, o número foi impulsionado pela proximidade do fim do desconto de IPI concedido pelo governo para aquecer as vendas, que provocou uma corrida dos consumidores às concessionárias.

A Anfavea prefere aguardar a evolução das vendas nos próximos meses antes de anunciar uma projeção mais realista. Para Belini, a combinação arriscada de vendas em baixa e estoques em alta não deve causar demissões nas fábricas por enquanto, já que a expectativa é de um aumento dos emplacamentos nos próximos meses. 


-Clique aqui para fazer download dos dados da Anfavea

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