quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Renault põe novos R$ 500 milhões do PR



Mário Curcio, AB 
www.automotivebusiness.com.br

O presidente mundial da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, anunciou nesta quarta-feira, 5, o investimento de R$ 500 milhões para ampliação das instalações da fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. A informação foi dada em entrevista coletiva concedida na sede provisória do governo do Estado do Paraná.O dinheiro será aplicado na unidade de produção de carros de passeio, que passará de 224 mil para 324 mil veículos por ano. Atualmente, são feitos ali Logan, Sandero e o novato Duster. A produção da planta ocorre em três turnos desde maio deste ano e estaria restrita a 40 carros por hora. Passará a 60 unidades/hora com a ampliação, compra de equipamentos e a consequente contratação de 2 mil funcionários (mil até o fim do ano e outros mil até 2015).

Com isso, Ghosn reafirmou a intenção de elevar a participação da Renault dos atuais 5,2% para 8% até 2016. O executivo estava ao lado do atual governador do Paraná, Beto Richa, e disse que estudava com pelo menos outros quatro Estados esse novo aporte financeiro. “Decidimos pelo Paraná pela estrutura oferecida como o porto de Paranaguá, as rodovias e a proximidade com mercados como a Argentina, o Paraguai e o Uruguai”, afirma.

Para ganhar participação não bastará volume: “Teremos 13 novos produtos até 2016”, disse, sem revelar detalhes sobre os modelos que chegarão. Assim como na manhã anterior, durante o lançamento do utilitário esportivo Duster, o presidente mundial da companhia voltou a frisar que não acredita em crescimento sólido no Brasil se os produtos feitos aqui não tiverem grande conteúdo local.

Ele citou Índia e China, cujos índices de nacionalização estão em torno de 90%. O executivo disse querer resolver problemas no Brasil que comprometem o aumento desse conteúdo e cita o aço como exemplo: “Exportamos minério de ferro e importamos o aço da Coreia do Sul porque o nosso é um dos mais caros do mundo. Alguma coisa está errada”, disse.

Tanto o governador Beto Richa como Carlos Ghosn culparam o governo anterior (representado por Roberto Requião) de não ter firmado entendimentos anteriores. “Estive várias vezes no Brasil nos últimos oito anos no Brasil e nunca me reuni com o ex-governador”, disse Ghosn.

Beto Richa comemora o investimento da Renault: “Há dados que mostram que cada emprego direto implica a geração de seis indiretos.”

De Curitiba, Ghosn irá ao Rio de Janeiro, onde, na quinta-feira, revelará detalhes da nova fábrica que a Nissan terá no polo fluminense. O convênio com o governo do Estado do Rio de Janeiro será assinado no Palácio das Laranjeiras às 9h30.

Automotive Business também acompanhará esta nova viagem de Ghosn. Na reportagem sobre o lançamento do Renault Duster de nosso portal você confere também os depoimentos de Ghosn sobre IPI e sua opinião sobre a necessidade das indústrias de investir aqui.

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