quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Apostas da Fiat na Chrysler e na operação brasileira




Redação AB, com informações da Bloomberg e Automotive News 
www.automotivebusiness.com.br



Sergio Marchionne planeja alavancar as vendas de carros da Fiat e Chrysler até o patamar de 6 milhões de unidades por ano, que considera essencial para garantir a sobrevivência do grupo. Para chegar a essa meta ele faz apostas altas na operação brasileira, que receberá investimento de R$ 10 bilhões até 2014 e ganhará uma fábrica em Pernambuco, e conta com a recuperação da Chrysler no mercado norte-americano, onde obteve bons resultados em 2011. Segundo uma dezena de analistas consultados pela Bloomberg News, o volume combinado da Fiat e Chrysler poderá chegar a 4,9 milhões em 2014, um milhão abaixo do objetivo, à medida que a economia europeia continue enfrentando dificuldades. 


O CEO da Fiat Chrysler repete que a massa crítica na operação é requerida para a viabilidade dos negócios e projeta receita de 104 bilhões de euros em 2014. Os analistas consultados pela Bloomberg calculam que a estimativa ficará cerca de 16 bilhões de euros abaixo do pretendido. 

Marchionne prepara a apresentação do novo plano de negócios do grupo Fiat Chrysler, juntamente com um balanço de resultados de 2011. O executivo conta com um lucro operacional de US$ 3 bilhões da Chrysler em 2012. Em dezembro, durante a apresentação do novo Panda na Itália, ele reiterou que as vendas da Fiat devem somar 2,2 milhões de unidades em 2012, enquanto a Chrysler poderá comercializar 2,4 milhões. 

A companhia italiana, que detém 53,5% da Chrysler, almeja ser uma das cinco ou seis maiores fabricantes de carros. Em 2010, comercializou 3,6 milhões de unidades, ficando à frente da Peugeot, Honda e SAIC Motor. A Toyota, GM, VW e aliança Renault Nissan superaram os 6 milhões de unidades, enquanto a Hyundai e Ford ficaram ao nível de 5,5 milhões. 

A Fiat foi uma das marcas que mais perderam participação nas vendas europeias em 2011, com o volume em novembro caindo 12%, para 886.178 unidades. A empresa, que detém a Alfa Romeo e Ferrari, estaria registrando prejuízo da ordem de 800 milhões de euros por ano na região. 

A Fiat tenta avançar nos Estados Unidos com a comercialização do Cinqüecento, mas em outubro comercializou apenas 21.380 unidades, metade do previsto. 

No Brasil

A Fiat Automóveis comercializou 754.276 automóveis e comerciais leves em 2011, mantendo a liderança do mercado brasileiro pelo décimo ano, com participação de 22% no segmento, com uma vantagem de 55,8 mil unidades sobre a Volkswagen, segunda colocada no ranking. 

A empresa atribui o desempenho às boas vendas do Uno, com 272.859 unidades emplacadas, e da picape Strada, com 118.620 unidades comercializadas. Entre os comerciais leves, o modelo Ducato confirmou a liderança no mercado de furgões grandes, com 13.486 unidades. 

No ano passado, quando completou 35 anos de atividades no Brasil, a Fiat ampliou a linha de produtos no País. O primeiro lançamento foi o novo Fiat 500, primeiro modelo da marca no Brasil a receber o novo motor 1.4 16V com tecnologia MultiAir. A seguir, foi lançado o mexicano Freemont, destinado a ocupar o topo de linha da marca Fiat. Outro lançamento estratégico foi o novo Palio. 

Investimentos 

A Fiat iniciou em 2011 seu maior ciclo de investimentos no Brasil, anunciando R$ 10 bilhões a serem aplicados até 2014 no desenvolvimento de novos produtos, novos processos e tecnologias e ampliação da capacidade de produção. A fábrica de Betim, em Minas Gerais, terá a capacidade de produção ampliada de 800 mil para 950 mil unidades por ano. 

A Fiat instalará uma nova fábrica em Goiana, Pernambuco, com capacidade para 250 mil automóveis por ano, a partir de 2014. O complexo contará com centro de pesquisa, desenvolvimento e projeto de novos produtos e plataformas, centro de treinamento e capacitação, pista de teste, campo de provas e parque de fornecedores integrado. 

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