terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Wagner Gonzalez em Conversa de Pista


Wagner Gonzalez
Enquanto a F-1 apresentava seus novos carros para 2014 e Christian Fittipaldi vencia – junto com o português João Barbosa e o francês Sebastien Bourdais – a prova 24 Horas de Daytona, a Confederação Brasileira de Automobilismo se envolvia em uma atitude que abala ainda mais a imagem já desgastada da entidade e, novamente, envolve a família Piquet. Desta vez o piloto prejudicado é Pedro Piquet, a quem a CBA emitiu uma carteira de piloto internacional “no final de 2013” segundo informações da própria entidade. Com esse documento ela autorizou o jovem kartista a disputar a Toyota Racing Series, certame que acontece há dez anos na Nova Zelândia. 

Ocorre que na última última quinta-feira, dia 23 de janeiro, após Pedro Piquet ter iniciado o treino para sua terceira largada no certame, a carteira foi cassada pela entidade brasileira, que alegou seguir a orientação da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Através de sua assessoria de imprensa Cleyton Pinteiro, presidente da CBA, informou que “em uma reunião do Conselho Mundial da FIA realizada no final do ano passado, foi dada uma recomendação para que, se o piloto tiver 15 anos e for completar 16 no ano de disputa do campeonato as confederações nacionais darem a autorização para o piloto participar de torneios de monopostos”. 

O termo “final do ano passado” é vago e pode ser interpretada de acordo com a conveniência das partes envolvidas: o início do mês de dezembro poderia ser considerado final do ano ou apenas os últimos dias? Além disso contraria a data de atualização dos critérios de emissão de licença de pilotos, atualizados pela FIA em 13 de dezembro (meados do mês…) conforme publicado no site da entidade e acessível neste link. Neste documento está claro que a carteira internacional de graduação C só pode ser emitida a pilotos com 16 anos completos.

Em que pese o prejuízo que a decisão causou ao piloto, seus apoiadores e até mesmo à promoção do evento em que ele tomou parte, a postura da CBA é, no mínimo, confusa. Posto que a estreia de Pedro Piquet no automobilismo ocorreu no fim de semana de 12 de janeiro, cerca de um mês após a divulgação do adendo, pode-se concluir que a entidade brasileira não se preocupou em avisar ao piloto com a brevidade adequada ou desconsiderou a importância de manter um plantão no período em que a maioria dos funcionários de sua sede no Rio de Janeiro encontra-se em férias. 


Não custa lembrar que em outra ocasião o filho mais velho de Nelson Piquet, Geraldo, foi julgado em tempo considerado recorde, posto que os prazos normais analisar e definir processos são longos.Enquanto o acidente envolvendo o filho mais velho do tricampeão mundial na fase final da temporada de 2011 teve decisão extremamente rápida, casos envolvendo dopping foram conduzidos de maneira discreta e conduzidos de forma a atenuar a punição dos faltosos e decisões de campeonatos arrastam-se por meses ou anos a fio. 

Vale lembrar ainda que o russo Matevos Isakyaan só completará 16 anos no dia 17 de abril e segue disputando a série néozelandeza. Segundo Pinteiro declarou ao site Voando Baixo “até onde sei, ele é filiado a um clube não reconhecido pela FIA. Se a organização do campeonato autorizou a participação dele, não podemos fazer nada a respeito.” Se for este o caso a autoridade esportiva da Nova Zelândia, a MotorSport New Zealand, estaria infringindo a norma da FIA e, portanto, passível de ser punida pela entidade mundial já que é a entidade reconhecida e com jurisdição esportiva nesse país da Oceania.

Nelson Piquet e seu filho Pedro estão retornando da Nova Zelândia no avião particular do tricampeão mundial, cuja autonomia de voo reduzida em relação a aparelhos de linhas comerciais implica em uma rota mais longa e demorada, fatores que impediram um contato direto com ambos. Por motivos semelhantes, o fuso horário, consultas realizadas por email com organizadores do Toyota Racing Series e da MotorSport New Zeland, ainda não foram respondidas até o momento em que fechávamos a edição desta coluna.

Christian Fittipaldi vence em Daytona
Fittipaldi, Barbosa e Bourdais venceram em Daytona (foto Action express FanClub)

O brasileiro Christian Fittipaldi, formando trio com o português João Barbosa e o francês Sebastien Bourdais, venceu a edição 2014 das 24 Horas de Daytona, competição aberta a protótipos e GTs disputada no autódromo situado ao norte do estado da Flórida, nos EUA. O Corvette de Fittipaldi/Bordais/Barbosa liderou a tripleta de Corvettes que chegaram nos três primeiros lugares em uma prova que foi interrompida por causa de um acidente envolvendo os carros de Mimo Gidley e Matteo Malucelli. O vídeo do acidente, que aconteceu quando Gidley tentava ultrapassar a Ferrari dos brasileiros Chico Longo/Daniel Serra/Marcos Gomes/Xandinho Negrão, pode ser visto neste link

Gidley e Malucelli passaram a noite no hospital: o primeiro sendo submetido a cirurgias para reparar fraturas nas costas e no braço e perna esquerdos e o segundo apenas sob observação. Incialmente os organizadores penalizaram o italiano Alessandro Pier Guidi por antitude antiesportiva e deram a vitória na classe ao Audi R8 LMS então conduzido por Markus Winkelhock, mas voltaram atrás horas depois e mantiveram a vitória da Ferrari 458 Italia. Os resultados oficiais podem ser vistos nesta página enquanto a bandeirada aos vencedores e a definição da categoria GT nível 5 você assiste neste vídeo.

F-1 2014: beleza não é para o seu bico

A safra de modelos 2014 da F-1 efetivamente deixa a desejar nas soluções de estilo adotadas para os novos modelos, em particular no que se refere ao bicos dos carros. Por imposição do regulamento da categoria os projetistas viram-se constrangidos a descobrir soluções pouco palatáveis ao bom gosto em busca de atender às demandas técnicas e obter o melhor resultado aerodinâmico. 

Apesar de tudo ainda há esperança de que a situação seja, no mínimo, remediada: normalmente os carros são lançados com vários detalhes montados para encobrir as soluções aprovadas em testes virtuais e no túnel de vento. Outro detalhe é que praticamente nenhuma equipe mostrou a traseira dos seus carros, outro ponto bastante caro aos projetistas pois define o final do fluxo aerodinâmico que envolve o monoposto.

Entre hoje (terça, 28) e sexta (31), a maioria das equipes participa da primeira de três sessões de treinos livres no circuito andaluz de Jerez de la Frontera, palco de uma antológica vitória de Ayrton Senna sobre Nigel Mansell: naquele 13 de abril de 1986 o Lotus-Renault do brasileiro cruzou a linha de chegava escassos 14 milésimos de segundo à frente do Williams-Honda do inglês, os dois carros equipados com motores turbo, solução que volta a ser usada este ano. 

Segundo a Pirelli o treino desta sexta-feira será realizado com a pista molhada artificialmente para avaliar o desempenho dos pneus de chuva a serem usados este ano. As outras duas sessões de testes desta pré-temporada acontecem no circuito de Barhain (local da segunda prova do ano) entre os dias 19 e 22 de fevereiro e 27 de fevereiro a 2 de março. O campeonato inicia dia 16 de março na Austrália.

Entre as novidades que surgiram desde a semana passada a mais espetacular é a possível ida de Eric Brouiller – que já se desligou da Lotus - para o lugar de Martin Withmarsh, que perdeu prestígio e cargo com a volta de Ron Dennis ao cargo de diretor da operação F-1 da McLaren. Embora essa mudança ainda careça de confirmação é dada como certa. 

O destino de Withmarsh segue incerto e fala-se que ele poderia ocupar o cargo deixado por Brouiller, posição que também pode ser preenchida por Ross Brawn. Por enquanto a Lotus segue comandada por Gerard Lopez, um dos principais executivos do grupo Genii e que anunciou esta semana a chegada do grupo Yota, que opera telefonia celular 4G na Rússia, Belorrúsia, Nicarágua e Perú. Na Caterham foram confirmados como pilotos o japonês Kamui Kobayashi e o sueco Marcus Ericson

F Truck e GT assinam acordo para seis provas em conjunto

Após uma longa negociação, cujo desfecho chegou a ser anunciado por uma das partes antes mesmo da assinatura do contrato, os organizadores da F-Truck acertaram a inclusão da categoria GT Pro em seis das de etapas programadas para este ano (veja o calendário abaixo). Detalhes do regulamento, duração das provas e relação de inscritos ainda não foram divulgados pelos responsáveis pela mais recente tentativa de reerguer o certame dos super carros, os pilotos Alex Fabiano e Marçal Melo e Johnny Weisz. A primeira equipe a anunciar sua participação é a Ebrahim Motors, que no passado inscreveu um Audi R8 LMS que foi pilotado alternadamente pelos irmãos Wagner e Fábio Ebrahim e Felipe Tozzo.

16 de março – Autódromo Internacional Ayrton Senna/Caruaru (PE)

13 de abril – Autódromo Internacional de Curitiba/Pinhais (PR)
18 de maio – Autódromo José Carlos Pace/São Paulo (SP)
8 de junho – Autódromo Internacional Ayrton Senna/Goiânia (GO)
20 de julho – Autódromo Zilmar Beux/Cascavel (PR)
17 de agosto – Rio Grande do Sul*
14 de setembro – Argentina**
12 de outubro – Autódromo Internacional Dr. Nelson Barro/Guaporé (RS)
2 de novembro – Autódromo Internacional Ayrton Senna/Londrina (PR)
7 de dezembro – Autódromo Internacional Nelson Piquet/Brasília (DF)

* Autódromo internacional de Tarumã, em Viamão, ou Autódromo Internacional Oswaldinho de Oliveira, em Santa Cruz do Sul / ** Autódromo Internacional Juan y Oscar Gálvez, em Buenos Aires, ou Autódromo de Termas do Rio Hondo, em Santiago del Estero


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