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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Honda comemora 10 anos da tecnologia Flex em motocicletas


A Honda completa 10 anos de aplicação da tecnologia flex em motocicletas, inciativa inédita no setor, mundialmente. O projeto, desenvolvido no Japão com participação de engenheiros brasileiros, teve como objetivo a criação de um motor com o menor impacto possível ao meio ambiente. O etanol é um combustível de fonte natural, renovável e disponível em grande escala no Brasil, além disso, durante seu crescimento, a cana de açúcar absorve da atmosfera o dióxido de carbono necessário para o processo de fotossíntese.

O motor flex para motocicletas foi desenvolvido especialmente para o mercado nacional. A tecnologia está presente em oito motocicletas (Biz 125, CB 250F Twister, CG 160 Titan, CG 160 Fan, CG 160 Cargo, NXR 160 Bros, XRE 190 e XRE 300), que representam um grande volume de motocicletas produzidas anualmente.

Desde 2009, quando a tecnologia foi implantada, mais de 6 milhões de unidades FlexOne já saíram da linha de produção da fábrica de Manaus (AM).

Quando o consumidor opta pelo uso do etanol ao invés do combustível fóssil, ajuda a reduzir em até 90% a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, além disso o motor flex desenvolvido pela Honda libera 10% menos monóxido de carbono.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

TARCÍSIO DIAS em Mecânica Online


Os carros mais roubados entre os mais vendidos nos principais segmentos
Sempre que publicamos uma listagem com os veículos mais vendidos observamos o aumento na audiência. Para muitas pessoas um determinado veículo figurar na liderança das vendas é sinal de bom, seguro e que muitas pessoas analisaram com calma antes de fazer suas escolhas, mas nem sempre é assim.

De acordo com a Fenabrave, federação dos concessionários, as vendas de veículos novos cresceram 12% no 1º semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado, e o brasileiro, infelizmente, ainda é motivado pelo fator preço em detrimento de outros itens como segurança, tecnologia e eficiência energética. Imagine quando seu carro preferido figura entre os mais roubados?
O preço determina sua escolha. E a sua vida? Seus familiares? Sua segurança e compromisso energético para um mundo melhor? Difícil né? Mas já é tempo de considerar ao menos mais fatores ao escolher seu próximo veículo.

Uma relação interessante é o comparativo entre os mais vendidos e os mais roubados em seus segmentos.

Fui buscar os dados do IVR – Índice de Veículos Roubados, divulgado pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, analisando os veículos mais sinistrados em roubos e furtos em todo o território nacional, ou seja, o comparativo entre os veículos mais roubados/furtados considera o índice de roubos/furtos entre os veículos segurados e os números de sinistros.

Vamos para os veículos de entrada sendo os mais vendidos Renault Kwid, Volkswagen Gol, Fiat Mobi, Fiat Uno e Toyota Etios HB. Já a ordem de veículos mais roubados/furtados considerando os cinco mais vendidos tem o Fiat Uno, Volkswagen Gol, Renault Kwid, Fiat Mobi e Toyota Etios HB.

A lista dos mais visados retrata a história de sucesso de Uno e Gol. Relativamente os estreantes Kwid e Mobi já começam a crescer no alvo da violência com o aumento das suas vendas.

O segmento de maior sucesso em nosso mercado em volume de vendas tem o Onix na liderança entre os hatches pequenos mais vendidos, seguido por HB20, Ka, Argo e Polo. Na lista dos mais roubados, apesar do volume bem superior em vendas do Onix, é o HB20 quem lidera, seguido pelo Onix, Ka, Argo e Polo.

E como se comportam os sedãs pequenos? O Prisma foi o mais vendido no primeiro semestre, sendo acompanhado pelo Ka sedã, HB20S, Voyage e Logan. Na lista divulgada pela SUSEP não há diferenciação entre o Ka e o Ka sedã, como também entre HB20 e HB20S, assim eles não participam. O Voyage foi o mais roubado/furtado em seu segmento, com maior número de sinistros, seguido pelo Logan e Prisma.

O Virtus foi o sedã compacto mais vendido no primeiro semestre, seguido pelo Yaris Sedã, City, Cobalt e Arrizo 5. Na lista dos mais visados o Cobalt lidera acompanhado do City e Virtus. Yaris Sedã e Arrizo 5 não constam na tabela da SUSEP.

O segmento dos queridinhos do brasileiro, os SUVS, que teve a Jeep na liderança com Renegade e Compass, acompanhando de Kicks, Creta e HR-V, mostra que quem tem história/volume, corre mais risco. Os maiores sinistros acontecem com o HR-V, depois vem o Kicks, Renegade, Creta e Compass.

Outro segmento muito visado é o das picapes grandes. A Toro teve a liderança nas vendas no primeiro semestre, acompanhada de Hilux, S-10, Ranger e Amarok. Maiores vítimas de roubos / furtos, Ranger lidera tendo a Hilux em segundo e S-10, Toro e Amarok sem registros de sinistros nos últimos 12 meses.

Para completar nossa coluna de hoje, vamos com a relação dos 15 carros com maior número de sinistros de roubo/furto nos últimos 12 meses no Brasil, sendo quatro da Volkswagen, três da Chevrolet, dois da Fiat e Ford, e um da Renault, Hyundai, Honda e Toyota.
  1. Hyundai HB20
  2. GM Chevrolet Onix
  3. VW Volkswagen Gol 1.0
  4. Fiat Palio 1.0
  5. GM Chevrolet Celta 1.0
  6. VW Volkswagen Voyage
  7. Renault Sandero
  8. Toyota Corolla
  9. VW Volkswagen Fox acima de 1.0
  10. Fiat Uno 1.0
  11. GM Chevrolet Prisma
  12. Ford Ka 1.0
  13. Ford Fiesta acima de 1.0
  14. Honda Civic
  15. VW Volkswagen Gol acima de 1.0.
Mecânica Online
Picapes mais econômicas vendidas no Brasil – A Fiat Toro é a única picape com motor flex e câmbio manual a conquistar a nota "A" na Classificação PBE do Inmetro. Já a picape mais econômica média com motor a diesel é a Mitsubishi L200 Triton Sport GLX 2.4 Manual.

Redefinindo o significado de “carro” - A Jaguar está acionando o Oxford English Dictionary e o Oxford Dictionaries para atualizarem online suas definições da palavra “carro”. A definição online atual define carro como sendo uma máquina apenas alimentada por um 'motor de combustão interna'. O Jaguar I-PACE, modelo totalmente elétrico, não é considerado como um 'carro', segundo as atuais definições.

Etanol - A utilização do etanol como combustível estratégico, visando a maior eficiência energética e redução de carbono, está sendo retomada pela indústria automobilística em função do Projeto Rota 2030 do Governo Federal.

Etanol 2 - De acordo com as diretrizes do projeto, a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de veículos híbridos, por exemplo, será reduzida dos atuais 25% para uma faixa entre 7% e 20%, sendo atribuída uma redução extra de 2 pontos para os modelos que aceitarem o etanol como um dos combustíveis.

Schaeffler registra mais de 2 mil patentes ao ano no mundo - A empresa detém, hoje, 26.643 patentes ativas no mundo, que abrangem inovações tecnológicas para o setor automotivo e diferentes segmentos industriais. Com 2.400 patentes registradas em 2018, é a segunda empresa mais inovadora da Alemanha. A Schaeffler América do Sul está entre os quatro centros de P&D mais criativos do Grupo no mundo. Em 2018, foram 158 notificações.

Ciclovia não é lugar de carro - De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), Art. 181, é proibido estacionar o veículo na ciclovia ou ciclo faixa. Isso é infração grave, que acarreta multa de R$ 127,69, cinco pontos na CNH e até remoção do veículo.

Catalisador diminui a potência do motor ou pode prejudicar o funcionamento do carro? - O catalisador faz parte de um conjunto de peças projetadas para o perfeito funcionamento do motor, não interferindo em sua potência ou desempenho. Se o dispositivo for removido, sim, pode desregular todo o sistema e provocar o desgaste prematuro das peças. Além disso, a remoção é considerada uma infração grave, passível de multa.

Adesivos - Boa parte dos reparos em automóveis são realizados por meio de opções mais modernas que se fundamentam em um elemento principal: o adesivo. A opção de colagem permite o efeito de preenchimento em batidas e abre as portas para designs mais leves.

Adesivos 2 – Os adesivos ainda reduzem barulho e vibração de uma forma mais efetiva que outros procedimentos e oferecem soluções melhores de conserto de automóveis. Adesivos em geral têm aplicações duráveis comprovadas, não valendo o argumento de que estes tipos de ligações são mais fugazes que as tradicionais. O adesivo é também resistente a contaminantes e corrosões e torna os reparos automotivos mais práticos.

Coluna Mecânica Online® - Aborda aspectos de manutenção, tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. 

Menção honrosa na categoria internet do 7º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Distribuída gratuitamente todos os dias 10, 20 e 30 do mês. 

segunda-feira, 8 de julho de 2019

FIAT COMEMORA 40 ANOS DO PRIMEIRO CARRO A ETANOL PRODUZIDO EM SÉRIE NO MUNDO


Em 5 de julho de 1979, chegava às ruas brasileiras o primeiro Fiat 147 a etanol. Esta data entrou para a história. A marca Fiat foi pioneira no mundo na produção em série do motor a etanol. Apelidado de “Cachacinha” por causa do odor característico exalado pelo escapamento, o Fiat 147 a etanol simbolizou um marco importante para a engenharia automotiva brasileira, que a partir daquele dia 5 de julho de 1979 engatou uma marcha na direção do desenvolvimento de tecnologias em prol de veículos mais eficientes e menos poluentes.

     
Para celebrar o aniversário de quatro décadas, nada melhor que o registro da primeira unidade do 147 a etanol acelerando na pista de testes da fábrica de Betim (MG), exatamente como há 40 anos e como se tivesse acabado de sair da linha de produção. O exemplar raro - que na época foi vendido para o Ministério da Fazenda, de Brasília - faz parte nos dias de hoje do acervo de clássicos da Fiat e está praticamente original, sem restauração. “É emocionante ver esse carro de perto não só pela importância de ser realmente o primeiro Fiat 147 a etanol, mas também por estar funcionando perfeitamente com todos os elementos de época originais, como partida a frio e afogador, além de preservar a tampa vermelha do motor e a pintura original, com direito alguns toques de batida de porta”, afirma Robson Cotta, gerente de Engenharia Experimental da Fiat Chrysler Automóveis (FCA).
     
Na Fiat desde o início da década de 1980, Cotta tem muitos motivos para se lembrar do “Cachacinha”. “O primeiro veículo zero-km que eu comprei foi um Fiat 147 a etanol, portanto, ver em 2019 esse exemplar do primeiro carro a álcool traz uma lembrança muito boa tanto do lado pessoal como do profissional, pelos desafios enfrentados para desenvolver e fazer os automóveis a álcool darem certo no país. Não só deu certo como se provou ser uma tecnologia vencedora.”
     
O desenvolvimento do carro a etanol

A história do Fiat 147 a etanol remonta a 1976, quando as pesquisas e desenvolvimento do motor movido ao derivado da cana-de-açúcar começaram – mesmo ano em que o 147 a gasolina foi lançado no Brasil, tornando-se o primeiro carro Fiat fabricado no país. “Vivíamos a era do Pró-Álcool, um programa nacional para combater a crise do petróleo”, lembra Robson Cotta.

     
Ainda em 1976, em sua primeira participação no Salão do Automóvel de São Paulo, a Fiat expôs um protótipo do 147 a etanol com dezenas de milhares de quilômetros rodados. O ano seguinte foi dedicado ao aperfeiçoamento técnico do produto, além da produção de novas unidades que foram sendo submetidas a diversos testes.
     
Em 1978, a Fiat desenvolveu o motor 1.3 de 62 cv de potência e 11,5 kgfm de torque que, durante os testes, acabou se mostrando mais adequado para o uso do etanol que o propulsor a gasolina de 1.050 cm3, até então utilizado no 147. No início daquele ano, três Fiat 147 a etanol foram entregues ao DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) para serem experimentados no policiamento da Ponte Rio-Niterói. Em setembro de 1978, um Fiat 147 100% a etanol realizou o que viria a ser o teste definitivo para criação do primeiro motor brasileiro a etanol: uma viagem de 12 dias e 6.800 quilômetros de extensão pelo país, percorrendo uma média superior a 500 km diários, três mil quilômetros por vias de terra e variações climáticas de mais de 30 graus.
     
No universo do automobilismo, um dos grandes feitos do Fiat 147 a etanol foi conquistado por mulheres. Considerado o primeiro grande rali internacional realizado no país, o Rallye Internacional do Brasil, disputado em 1979, viu o Fiat 147 Rallye #73 da dupla feminina Anna Cambiaghi (italiana) e Dulce Nilda Doege (brasileira) terminar em quarto lugar na classificação geral e ser o carro brasileiro de melhor classificação na prova que teve nada menos do que 2.200 km de percurso. Elas faziam parte do Team Aseptogyl/Panthères Roses/Concessionárias Fiat.
     
Entre os diferenciais, a taxa de compressão do motor 1.3 foi bastante elevada, de 7,5:1 da versão a gasolina para 11,2:1, e a carburação passou a trabalhar com mistura ar-combustível bem mais rica (com maior percentual de combustível). Essa era a razão de seu maior consumo – 30% mais alto. “O propulsor ficou com potência pouco maior que a do similar a gasolina, devido à necessidade de conter o consumo: 62 cv brutos contra 61. Por outro lado, a
taxa de compressão mais alta favorecia o torque e, portanto, as retomadas e acelerações em baixa ou média rotação. Mas o número que realmente importava era o custo por quilômetro rodado, menos da metade da versão a gasolina, com os preços dos combustíveis na época”, destaca Cotta. O interesse do consumidor pelo Fiat 147 movido a etanol é confirmado pelos números de vendas. De 1979 a 1987, período em que foi comercializado no Brasil, foram comercializadas 120.516 unidades.
     
Desafios de uma nova tecnologia

Supervisor de Engenharia de Produto da FCA, Ronaldo Ávila, que na década de 1980 trabalhava no laboratório químico da montadora, acompanhou de perto os constantes aperfeiçoamentos do 147 a etanol. “Minha equipe analisava as peças dos motores. Era um desafio muito grande: no início havia oxidação. Para que viesse a funcionar com o etanol, o sistema de alimentação como um todo [tanque de combustível, bomba, tubulações, carburador, etc.] precisou ser mais robusto para suportar um combustível extremamente corrosivo”, conta.

     
Após muitos testes, a engenharia da Fiat encontrou uma solução para proteger as peças do motor: o uso de níquel químico. “Esse metal cria uma camada de proteção nos componentes, inibindo as ações do etanol”, explica Ávila. Outra providência foi a instalação de conjunto de escapamento aluminizado.
     
Por ser o pioneiro entre os carros a etanol, o Fiat 147 foi também o primeiro a encarar algumas características do combustível, como o baixo poder calorífico em relação à gasolina. Na prática, isso significava a lendária maior dificuldade para dar a partida no motor em dias frios. “Para resolver esse problema, a engenharia instalou o reservatório de partida a frio. Um botão no painel do carro aciona uma bombinha igual a do lavador do para-brisa e ela injeta no coletor de admissão uma quantidade de gasolina suficiente para dar a partida principalmente em baixas temperaturas”, detalha Cotta.
     
O legado do Fiat 147 a etanol


“Na época do 147, o sistema de injeção de combustível era o carburador, que de início não tinha um tratamento tão eficaz para conter a corrosão do etanol. Passamos, claro, a adotar materiais que protegessem o componente, mas ao mesmo tempo trabalhamos para atingir um outro nível tecnológico, que passaria pelo carburador duplo até chegar à injeção eletrônica”, lembra o supervisor da área de engenharia da Fiat, Ronaldo Ávila. Foi justamente a tecnologia do carburador duplo que, no início dos anos 1990 trouxe mais um feito histórico para a marca: o carro 1.0 mais rápido e veloz do mundo, o Uno Mille Brio.

     
A evolução do sistema de injeção melhorou a mistura de ar e combustível nos motores. Com isso, houve ganhos significativos de desempenho e, ao mesmo tempo, redução de consumo. Para Ronaldo Ávila, os carros atuais do grupo FCA são a fonte certa para quem deseja observar os avanços de tecnologia alcançados em 40 anos desde a estreia do Fiat 147 a etanol. “Eles são sinônimo de eficiência energética e contam com recursos extremamente modernos. O Fiat Toro e o Jeep Renegade, por exemplo, dispensam o tanquinho de partida a frio graças ao sistema de pré-aquecimento dos bicos injetores”.
     
Diretor de Assuntos Regulatórios e Compliance da FCA, João Irineu confirma a elevada importância do etanol para os futuros lançamentos da FCA. “O etanol foi, é e sempre será importante para nós. É estratégico para a companhia e tem papel muito importante na redução do efeito estufa. Começamos há 40 anos com um sistema de carburador e hoje trabalhamos no desenvolvimento de sistema turbo, injeção direta e uma série de outras alternativas que serão incorporadas ao motor a etanol para melhorar o desempenho em relação ao motor a gasolina”.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Coluna do FERNANDO CALMON

Alta Roda nº 1010/360 – 13/09/2018


Fernando Calmon

Alternativas mais viáveis

Mobilidade é o acesso às oportunidades e inclui três grandes parâmetros: tempo, distância e dinheiro. A definição precisa foi um dos destaques da apresentação que a FCA preparou para o dia de abertura do 27º Congresso SAE Brasil, que ocorreu entre os dias 3 e 5 de setembro em São Paulo (SP). Para a entidade de engenheiros especialistas no tema, soou como música. 


Essa é uma forma muito objetiva de tratar um assunto que domina cabeças pensantes em todo o mundo, incluindo governos, universidades, indústria automobilística e gigantescos conglomerados de Tecnologia da Informação (TI). No total, ao longo de três dias, foram apresentados 116 trabalhos técnicos de profissionais do setor e acadêmicos.

Um dos maiores problemas das cidades brasileiras é que elas crescem de forma espraiada e sem planejamento. Ao contrário do senso comum, é mais fácil administrar os deslocamentos em cidades de alta densidade populacional. Londres tem 12.300 habitantes/km², Paris nada menos de 21.000 e São Paulo, 7.300, apesar de seus 11 milhões de habitantes apenas no município (20 milhões na área metropolitana). Aquela concentração permite diluir os altíssimos custos de construção de metrô, para citar apenas o mais eficiente dos meios de transporte urbano. 

O painel dos engenheiros-chefes, destaque do segundo dia, mostrou ao observador mais atento que as alternativas elétricas a bateria podem alcançar alguma viabilidade em países de alto poder aquisitivo, com governos bancando subsídios (não eternos) e prazos otimistas. Há também o caso particular da China, onde o nível de poluição nas grandes cidades é assustador, além de a frota circulante crescer sem parar. Lá, ordens têm de ser cumpridas de cima para baixo sem muita discussão. Algo como é isso ou isso mesmo. 

No caso do Brasil, o consenso entre os palestrantes apontou a utilização do etanol como solução mais adequada do ponto de vista de custos do que as opções ainda muito caras de eletrificação pura. As dimensões continentais do País são outro obstáculo para se construir a infraestrutura de recarga. Híbridos com motores flex são uma opção mais barata, entregarão substancial economia de combustíveis e baixíssimos níveis de CO2. Outros países não têm clima, extensão territorial e área agricultável para produzir etanol de cana. 

Na exposição simultânea ao Congresso SAE, as novidades cobriam leque amplo de interesse. A Bosch apresentou um sistema de jato de água integrado ao braço do limpador de para-brisa que permite limpeza uniforme, sem dispersão mesmo em velocidades altas. Já usado no passado, agora ficou mais eficiente. Permite aquecimento da água em climas frios, embora exija projeto específico por não ser adaptável a veículo existente. 

Também estava lá o protótipo de uma roda flexível desenvolvida em conjunto entre a brasileira Maxion e a francesa Michelin para enfrentar buracos e absorver impactos, garantindo maior conforto de rodagem. Ainda não há prazo de estreia nem estimativa de preço. Outra empresa nacional, a Sabó, demonstrou o sistema de impressão digital para prototipagem alinhado às melhores práticas mundiais.

ALTA RODA

MERCADO de veículos novos (248.623 unidades) surpreendeu em agosto a ponto de a Anfavea admitir revisão para cima, no próximo mês, de sua previsão do início do ano de crescimento de 11,9% sobre 2017. Estoques totais em agosto subiram para 34 dias, contra 30 em julho. Além de se manter dentro de limites normais, este mês para compensar terá menos dias úteis de produção. 


NEM TUDO são flores. Forte queda de exportações para a Argentina afetará o nível de produção em 2018. Outros destinos no exterior dificilmente poderão compensar a crise no país vizinho, apesar de forte aumento de participação dos veículos brasileiros no Chile, mercado totalmente aberto ao mundo. Esse cenário poderá arrefecer o alto ritmo das linhas de montagem em 2019. 

VALORIZAÇÃO do dólar – de R$ 1,67 em 2011 a R$ 4,15, quase 150% – tem sido forte obstáculo para os carros importados. Abeifa, associação do setor, estimava vendas de cerca de 40.000 unidades em 2018. Mas o balanço até agosto indica que será difícil alcançar tal volume. Ainda assim, crescimento de 32% sobre igual período de 2017 está acima dos 15% da média do mercado. 

BRAZIL CLASSICS SHOW, mais importante exposição de antigomobilismo do País, em Araxá (MG), este ano teve o apoio da Renault, que comemora 120 anos de fundação e 20 anos da fábrica brasileira. O sempre aguardado “Melhor do Show”, nesta 23ª edição, coube ao Packard Roadster 1931 (oito cilindros em linha, 6.309 cm³ e 120 hp) de José Luiz Gandini, importador oficial Kia Motors. 

MICHELIN importou para demonstrações em algumas faculdades do País um simulador de capotagem. O público-alvo principal são motoristas mais jovens, para que possam avaliar a sensação de um acidente dos mais graves. Faz parte de seu programa Best Driver e é um esforço da companhia em prol da segurança viária na Semana Nacional do Trânsito (18 a 25 deste mês). 

PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:  www.twitter.com/fernandocalmo fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
                                                                                                                       

sexta-feira, 30 de junho de 2017

ETANOL E FROTA FLEX SÃO FATORES ESTRATÉGICOS DO BRASIL, AFIRMA DIRETOR DA FIAT CHRYSLER

Pela primeira vez em 40 anos, as cadeias de produção de veículos e de agroenergia convergem seus esforços para o desenvolvimento tecnológico  de soluções conjuntas, políticas e normas de longo prazo para aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de CO2 vinculadas à mobilidade. “Este é um fato novo e importante, que pode ser decisivo para o Brasil alcançar as metas de redução de emissões de CO2  assumidas internacionalmente pelo país”, afirmou o engenheiro João Irineu Medeiros, diretor de Assuntos Regulatórios e Compliance da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina, durante sua participação no Ethanol Summit, em São Paulo.

Organizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e realizado a cada dois anos, o Ethanol Summit é um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis, particularmente o etanol e os produtos derivados da cana-de-açúcar. O encontro reúne empresários, autoridades, pesquisadores, investidores, fornecedores e acadêmicos do Brasil e do exterior.

João Irineu recordou que o Brasil assumiu o compromisso na Conferência do Clima de Paris, a Cop 21, de reduzir suas emissões de CO2 em 43% até 2030 em relação aos níveis de 2005. “Os biocombustíveis e a frota brasileira de veículos flexfuel têm um papel decisivo nesta estratégia de redução do CO2”, disse. No entanto, o Brasil ainda não definiu o percurso da contribuição da indústria automobilística e de seus combustíveis para esta redução.

O horizonte brasileiro, estabelecido pelo programa Inovar Auto, fixou padrões para até 2020.  A nova legislação e limites de emissões para os próximos anos serão pactados no âmbito do programa Rota 2030, que o governo federal está debatendo com a indústria automotiva e toda a cadeia da mobilidade, que inclui a indústria de autopeças, produtores de combustíveis e outros.

Para João Irineu, uma opção para alcançar os objetivos que serão estabelecidos no programa Rota 2030 é o uso mais intensivo dos biocombustíveis na matriz energética da mobilidade, com ênfase para o etanol. “O Brasil tem quatro décadas de acúmulo de tecnologia na produção do etanol combustível e de veículos que o utilizam. Intensificar a opção pelo etanol é uma decisão inteligente, que leva em conta a imensa plataforma produtiva, logística e de distribuição já implantada no país”, destacou.

Quando considerado do campo à roda, o uso do etanol é altamente eficiente do ponto de vista de emissões. Isto porque a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvimento vegetal absorve o CO2 liberado na queima do etanol combustível. Por este critério, uma estratégia para atingir as metas pactadas para 2030 seria elevar a participação do etanol na matriz energética da mobilidade dos atuais  30% para 50%, o que significaria ampliar a produção de etanol dos atuais 28 bilhões de litros por ano para a faixa de 50 bilhões de litros anuais.

Em sua apresentação durante o Ethanol Summit, João Irineu observou que a cadeia da agroenergia está focada em produzir combustíveis de modo mais eficiente e com oferta estável e previsível. Também está desenvolvendo novas alternativas energéticas, como o etanol de segunda geração e bioquerosene de aviação.  Ao mesmo tempo, a cadeia automotiva está trabalhando para desenvolver motores e veículos  com maior eficiência energética, sobretudo com a aplicação de biocombustíveis.

Ainda há muito trabalho conjunto a ser feito. É preciso melhorar a especificação do combustível, reduzindo o conteúdo de água no etanol de 7,5% para 2%. Com isto, será possível melhorar em cadeia o consumo dos veículos e consequentemente a emissão de CO2. Outros desafios são aprimorar a qualidade da partida a frio e a resistência à oxidação dos componentes.

No médio e longo prazos, os desafios são mais complexos. De um lado, a indústria da agroenergia investe no desenvolvimento de etanol de segunda geração, ganhando produtividade. Pelo lado da indústria automobilística, avançam pesquisas de tecnologias que possam aumentar a eficiência do motor movido a etanol. Tais estratégias podem conduzir à utilização do etanol em veículos híbridos e como base para células de combustível (fuel cell) a partir do hidrogênio extraído do biocombustível.

Segundo João Irineu, há um longo caminho pela frente, que passa pela definição de formas competitivas de financiamento da pesquisa e desenvolvimento, organização do mercado de combustíveis e estímulo ao uso destas tecnologias, através de novos marcos regulatórios.

“Há muitas oportunidades associadas a este esforço. Outros países estão diante do mesmo desafio de reduzir suas emissões no âmbito da Cop-21. É uma oportunidade para internacionalizar ainda mais o uso do etanol, estimulando sua adoção em países como Argentina, Chile, Colômbia”, afirmou João Irineu.


Ele destacou que o Brasil tem um grande ativo nas mãos, que é a tecnologia e o parque produtivo da bioenergia e da frota flex. “Temos que tirar disto as vantagens comparativas que representam na busca de uma mobilidade com menos carbono e de um balanço mais favorável de emissões. Temos que investir tempo, dinheiro e inteligência nisto. E só o Brasil pode fazer isto. Nenhum outro país tem um ativo desta importância e magnitude”, disse. “Para isto nós precisamos de uma agenda estratégica compartilhada entre governo, empresas, universidades e sociedade”, concluiu.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Fernando Calmon - Alta Roda - Combustíveis exigem decisões rápidas


Alta Roda nº 947/29730– 29 023– 0oda nº852/0611508– 2oda nº851/2017
Fernando Calmon
O Brasil tem matriz energética privilegiada em relação aos combustíveis líquidos. Enquanto os países do chamado mundo desenvolvido precisam apelar para soluções caras e difíceis de implantar com resultados que podem levar décadas para apresentar redução sensível de emissões de gás carbônico (CO2), principal responsável pelo efeito estufa, o País pode contar com biocombustíveis desde já.

Mudanças climáticas e aumento da temperatura do planeta previstos para este século provêm de várias origens. O setor de transporte responde por cerca de 25% do CO2 emitido mundialmente, mas as outras fontes são bem mais difíceis de controlar. Por esse motivo se fala tanto em carro elétrico. Entretanto, para recarregar baterias é necessária uma fonte de eletricidade que gere baixa emissão de CO2 e isso não parece tão simples. Energias solar e eólica são caras; energia atômica gera resíduos perigosos; hidroeletricidade (competitiva aqui) não contempla muitos países. 

Etanol de cana-de-açúcar, além de permitir cogeração de eletricidade, consegue capturar 90% das emissões de gás carbônico no ciclo de vida (do poço à roda). Mas, este setor foi marcado por uma trajetória errática ao longo de mais de quatro décadas desde o início de produção em larga escala. Estímulos e desestímulos se alternaram. 

A décima edição do Ethanol Summit (Cúpula do Etanol, realizada bienalmente), em São Paulo esta semana, apresentou uma convergência positiva, finalmente. Foi assinado, no evento, um memorando de entendimento entre Anfavea e Unica (esta representa mais de 50% da produção brasileira do biocombustível) para uma agenda integrada em busca de maior eficiência energética e redução de emissões na matriz de transporte veicular. 

O Governo Federal teve papel indutor em 1978, quando liberou a venda dos primeiros carros a etanol, e depois em 2003 com o advento dos motores flex. Agora o acordo se dá apenas entre agentes privados e com abrangência de grande alcance. 

Esse novo cenário é importante porque acrescenta peso a outras duas iniciativas governamentais. Renovabio e Rota 2030 estão em gestação com metas de médio e longo prazo. Os efeitos não serão imediatos, mas pelo menos se acrescentam previsibilidade e visão estratégica, algo que no Brasil costuma rarear. Os dois programas são coordenados sob liderança do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, porém o de Minas e Energia tem exibido mais dinamismo em busca de soluções. 

Durante o seminário ficou claro que há uma situação que precisa ser resolvida em curto prazo. O Brasil é o terceiro maior consumidor de combustíveis do mundo (atrás dos EUA e da China), mas entre os refinadores ocupa apenas a oitava colocação. Essa situação incomoda porque o País, embora crescente exportador de petróleo, precisará importar seus derivados cada vez mais. Como a Petrobrás não tem planos para construir novas refinarias, o País precisaria aumentar a produção de etanol para, pelo menos, manter sob controle sua dependência de combustíveis do exterior. 

Como a utilização do etanol ajudaria nas metas de controle de gás carbônico, ajustadas no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, não há mais como adiar essas decisões. 

RODA VIVA

FORD tem fatiado o pré-lançamento do novo EcoSport. Na versão de topo Titanium com o conhecido motor 2-litros/176 cv (etanol), destaque para o câmbio automático convencional de seis marchas (substitui o de dupla embreagem). Apenas a parte frontal recebeu atualizações, mas o interior está muito bem cuidado, dos bancos ao sistema multimídia de última geração

ROUPAGEM de SUV deu ao novo Peugeot 3008 o status que não tinha antes. Estilo agora é um dos pontos altos, em especial na traseira. Teto solar panorâmico, 22 cm de vão livre, porta-malas de 520 litros, bancos dianteiros com massageador, tecido no painel e laterais, além do bom motor turbo, 1,6 L/165 cv formam conjunto acima da média. Há uma única versão, bem completa e a preço competitivo para um importado: R$ 135.990. 

APESAR dos 1.105 kg em ordem de marcha, Argo com o equilibrado motor 3-cilindros de 1 L/77 cv (etanol) mostra agilidade em uso urbano. Fiat encurtou o diferencial para que em estrada o novo compacto pudesse oferecer segurança em ultrapassagens, mesmo com carga total. Ganho em consumo de combustível é a principal vantagem, além do preço menor (R$ 46.800). 

PARA o Sindipeças, a frota atual de 42,9 milhões de automóveis e veículos comerciais envelhecerá nos próximos anos. Mas não há chance de redução da frota desde que as vendas anuais superem 1,72 milhão de unidades/ano. Esse risco, portanto, está afastado. Para compensar o avanço da idade só com crescimento robusto da economia e mais crédito ao consumidor. 

RESSALVA: sobre a referência aos motores V-4 na história dos automóveis, na coluna da semana passada, faltou citar a Lancia. A marca italiana, além de pioneira no uso dessa configuração, manteve-se fiel por mais tempo: de 1922 a 1976, segundo a Wikipedia. 


PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

Siga também através do twitter:  www.twitter.com/fernandocalmo fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Agrishow 2017 - Embraer apresenta Ipanema 203 preparado para Certificação Aeroagrícola Sustentável

A grande atração do estande da Embraer na Agrishow 2017 será o avião agrícola Ipa​nema 203, que estará em demonstração estática na versão completa, já compatível com a Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS). A Agrishow, principal evento do agronegócio brasileiro, começa na próxima segunda-feira (1/5), em Ribeirão Preto – SP. 

A CAS é um programa de boas práticas na aviação agrícola promovido por parceria público-privada que tem como objetivo aumentar a responsabilidade ambiental nas aplicações. “O Ipanema 203 foi desenvolvido e certificado segundo as recomendações da CAS”, explica Alexandre Solis, diretor da Unidade da Embraer em Botucatu, onde o Ipanema é produzido. “Hoje, a aeronave está certificada para operar com itens como GPS Diferencial (DGPS), altímetro a laser e fluxômetro, que garantem a aplicação mais precisa, segura e eficaz.”

A Embraer tem uma expectativa de negócios favorável para 2017, quando estima entregar de 15 a 20 aeronaves do modelo. Essa estimativa positiva se justifica em razão do feedback obtido dos clientes até agora: o desempenho da aeronave no campo tem surpreendido favoravelmente pilotos, operadores e produtores, com uma produtividade que supera em muito as estimativas iniciais. Os clientes do novo modelo têm registrado aumento de produtividade de até 50% quando comparado à versão anterior, o que demonstra o acerto das modificações implementadas.

Líder no mercado de aviação agrícola no Brasil, o Ipanema é utilizado principalmente na pulverização de fertilizantes e defensivos agrícolas, evitando perdas por amassamento na cultura e flexibilizando a operação. As principais culturas que têm demandado o avião são: algodão, arroz, cana-de-açúcar, citrus, eucalipto, milho, soja e café. Ele também pode ser utilizado para espalhar sementes, combater vetores e larvas, no combate primário a incêndios e povoamento de rios. Além disso, o Ipanema continua sendo a única aeronave do mundo produzida em série capaz de voar movida a etanol.

O Ipanema 203 é uma evolução do produto que é líder em seu segmento, com mais de 60% do market share no Brasil e mais de 1.370 unidades vendidas ao longo da história. O atual modelo, lançado em 2015, possui dois metros a mais de envergadura de asa em relação ao anterior e hopper com capacidade 16% maior em volume. A nova envergadura da asa permite uma faixa de deposição 20% maior, o que aumenta ainda mais a sua produtividade.

No Ipanema 203 os winglets (pontas das asas) foram reprojetados, aumentando o controle e melhorando a eficiência da pulverização. O avião tem novo sistema de ar condicionado, cinto de segurança com air bag e cabine mais alta, com novo conceito ergonômico. As alavancas de comando e os pedais foram reprojetados, com ângulos mais suaves, que permitem controles ainda mais precisos. Tudo isso para facilitar o dia a dia do operador, permitindo que ele desempenhe seu trabalho com maior conforto e eficiência. 

É a primeira reformulação do produto desde 2005, quando o Ipanema 202 se tornou a primeira aeronave produzida em série no mundo a sair de fábrica certificada para voar com etanol (álcool hidratado), mesmo combustível utilizado em automóveis. A fonte alternativa de energia renovável, derivada da cana-de-açúcar, reduziu o impacto ambiental e os custos de operação e manutenção e ainda melhorou o desempenho geral da aeronave, tornando-a mais atrativa para o mercado. Hoje, cerca de 40% da frota em operação é movida a etanol e aproximadamente 80% dos novos aviões são vendidos com essa configuração.


domingo, 16 de outubro de 2016

SEM QUILÔMTROS - CARRO FLEX, O SIMPLES QUE MUITOS COMPLICAM




Roberto Costa: “Carro flex, o simples que muitos complicam”




http://tribunadoceara.uol.com.br/opiniao/roberto-costa/roberto-costa-carro-flex-o-simples-que-muitos-complicam/amp/

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Clariant e Scania comprovam a viabilidade dos primeiros caminhões a etanol da América Latina

A Clariant, uma das líderes mundiais em especialidades químicas, e a Scania, um dos principais fabricantes globais de veículos pesados, comemoram os resultados e as oportunidades geradas pela parceria estabelecida no ano passado, que consiste no investimento em tecnologias sustentáveis para o transporte de cargas. 

Em meados de 2015, a Clariant adquiriu três caminhões da Scania, modelo P 270 4x2, movidos a etanol – os primeiros comercializados pela Scania na América Latina. Os Ecotrucks, como são chamados, realizam o carregamento de isotanques, com capacidade para 25 mil litros de produtos químicos, levando-os até a frota rodoviária de caminhões que parte para as entregas nos clientes da empresa. 

Os três Scania P 270 trabalham 24 horas, divididos em quatro turnos nos sete dias da semana. O transporte de produtos químicos ocorre dentro da unidade da Clariant em Suzano, interior de São Paulo, o maior complexo industrial da empresa na América Latina. A venda foi realizada pela concessionária Scania Codema (SP). Após cerca de um ano desde sua implantação, os Ecotrucks confirmaram a redução de aproximadamente 90% nas emissões de CO2, em comparação com os motores a diesel utilizados anteriormente. 

O etanol combustível utilizado pelos caminhões da Scania possuem em sua composição o aditivo Master Batch ED 95, fabricado pela Clariant no Brasil. A produção local foi fundamental para a viabilidade do projeto, que gerou uma otimização de custos e de logística. O aditivo permite que motores desenhados para consumir diesel utilizem etanol hidratado, ajustando as características do combustível às necessidades do motor para obter um bom funcionamento do veículo.  

Como segunda etapa deste projeto, a Clariant passou a utilizar, como parte do combustível para movimentar os Ecotrucks, o etanol de segunda geração fabricado a partir de bagaço de cana com a inovadora tecnologia sunliquid®. “Adicionar valor com a sustentabilidade é um dos pilares estratégicos da Clariant. A iniciativa da empresa com o projeto Ecotruck apoia o cumprimento das metas ambientais e reforça nossa abordagem de sustentabilidade, inclusive comprovando os resultados positivos das soluções que oferecemos ao mercado de biocombustível, com destaque para a inovadora tecnologia sunliquid®”, afirma Paulo Itapura, Gerente de Sustentabilidade da Clariant para a América Latina.  

A tecnologia sunliquid representa um processo biotecnológico inovador para a fabricação de etanol celulósico a partir de resíduos agrícolas, como palha de trigo e milho ou bagaço e palha da cana. A Clariant traz para a indústria de combustível mundial uma solução integrada de tecnologia do pré-tratamento da biomassa até o produto final de etanol celulósico. 

Durante o processo, o pré-tratamento, sem química, é utilizado com muita eficiência; a Clariant desenvolveu enzimas altamente específicas à matéria-prima, que dividem a celulose e a hemicelulose em açúcares fermentáveis sob condições estáveis de processamento com alta produtividade. A produção de enzimas integrada ao processo proporciona flexibilidade e reduz bastante os custos de produção. Na etapa seguinte, um organismo de fermentação permite que os açúcares C5 e C6 sejam convertidos em etanol, aumentando, assim, a produção deste combustível em cerca de 50%. 

Desde julho de 2012, a Clariant tem operado uma planta pré-comercial em Straubing, na Alemanha, que produz até 1.000 toneladas de etanol celulósico a partir de cerca de 4.500 toneladas de matérias-primas. Nesta unidade, foram processados mais de 40 contêineres de resíduos de cana-de-açúcar do Brasil, gerando parte do combustível que está abastecendo os Ecotrucks na fábrica de Suzano. “Hoje, no Brasil, nós demonstramos a aplicação comercial do combustível etanol celulósico, utilizando um dos veículos de emissão mais baixo de CO2, os Ecotrucks da empresa Scania”, comentou Martin Mitchell, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Clariant para Américas. 


Já reconhecida como provedora de soluções a etanol na Europa, a Scania anunciou em 2007 o início dos testes com ônibus movidos com o combustível no Brasil. Após um período de demonstrações em São Paulo, foram anunciadas as primeiras vendas de ônibus a etanol da história do País. A Viação Metropolitana, atual MobiBrasil, comprou 50 unidades, e a Tupi Transportes adquiriu 10 veículos, para operação pública urbana. Em outubro de 2011, durante a Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga), a Scania lançou o primeiro caminhão a etanol da América Latina. 

Mundialmente, a Scania fornece soluções sustentáveis e produtos movidos a combustíveis alternativos como biogás, gás natural, gás liquefeito, biodiesel, bioetanol, híbrido diesel e eletricidade, híbrido com ultracapacitor, híbrido etanol com bateria e híbrido Euro 6 diesel e biodiesel. No Brasil, além do etanol, a marca oferece chassi para trólebus e ônibus movido a biometano/GNV. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Fernando Calmon - Alta Roda - Sair da retranca

Alta Roda nº851/201– 27/08/2015

Fernando Calmon
O Governo Federal perdeu mais uma batalha de comunicação ao anunciar o novo programa de financiamento industrial para a cadeia de produção automobilística. Outra vez passou a impressão de que estava socorrendo um segmento considerado privilegiado, com juros subsidiados, em detrimento dos demais setores da economia, inclusive o de pequenas e médias empresas.


Erros já começaram quando a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil convocaram a imprensa, com intervalo de 24 horas, para no fundo comunicar os mesmos assuntos com quase nenhuma nuance que os distinguissem. A ideia desta vez é apoiar os produtores de autopeças, em especial os de menor porte, nessa fase em que se perderam, em menos de dois anos, mais de 50.000 empregos entre fabricantes, fornecedores e concessionárias. 

Pareceu bastante claro que os dois bancos públicos atuaram sem coordenação e pouca convicção sobre as propostas. Também ficou mal explicado que o “socorro” envolveria uma espécie de contrapartida de evitar demissões, o que no momento parece difícil e mais ainda de controlar. Afinal, é o comprador que precisa ser convencido a sair da retranca do consumo. 

Na véspera destes dois anúncios, durante o seminário Planejamento Automotivo 2016, organizado em São Paulo pela Automotive Business, o clima de pessimismo em uma pesquisa eletrônica instantânea contagiou o próximo ano e até mesmo o início de 2017. Para dois terços dos 360 presentes o número de empresas de autopeças vai diminuir, seja ao cerrar as portas simplesmente ou por aquisições e fusões. Em todos os casos vão-se os empregos. 

A cadeia de produção automobilística é longa: cinco milhões de pessoas vivem dela de forma direta e indireta com salários médios bem acima dos setores de construção civil e de serviços. Seu faturamento alcança 5% do PIB (em países centrais como EUA, Japão e Alemanha a proporção é semelhante) com a diferença desproporcional de que aqui responde por mais de 10% da arrecadação de impostos. Assim, um governo à caça de receitas para se sustentar acaba por dar suporte de alguma forma aos fabricantes de veículos. 

Para complicar, a média de idade do parque fabril brasileiro é estimada em 17 anos (na indústria automobilística, defasagem menor), contra sete nos EUA e cinco na Alemanha. Robotização poderia aumentar a produtividade, mas investimentos são altos e, num primeiro momento, elimina empregos. 

Para o consumidor um programa de renovação da frota bem planejado ajudaria a animar o mercado e a preservar empregos, como aconteceu na Europa. Mas se até o plano de substituição de caminhões muito velhos – 30 anos ou mais – não consegue sair do papel, o que dizer sobre automóveis. Poder aquisitivo baixo e em baixa por razão da inflação só adiciona desânimo em um momento de falta de confiança na economia, nos governos e nos políticos. 

Esta é a terceira grande crise que atinge a indústria automobilística, sem contar períodos de estagnação ou de baixo crescimento. As duas primeiras causadas pelo choque de preço do petróleo (anos 1980) e as dificuldades ao sair da hiperinflação (anos 1990). Uma durou 10 anos, a outra sete anos. Quem sabe essa termine em quatro anos. 

RODA VIVA

POUCO mais de quatro anos depois do último recorde, o consumo de etanol hidratado bateu uma nova marca histórica no mês passado. Em julho, alcançou 1,55 bilhão de litros, correspondentes a 24% do total em motores de ciclo Otto (flex, gasolina e etanol puro). Somado ao etanol anidro misturado à gasolina o combustível vegetal respondeu por quase 60% do consumo nacional. 

GARANTIA de peças no serviço de manutenção independente foi um dos temas acalorados do 21º Seminário da Reposição Automotiva, semana passada, em São Paulo. Embora incidência de defeitos seja baixa, custos envolvidos não o são. A peça sai da fábrica, vai para distribuidor, varejo, oficina e consumidor e, depois, faz o caminho inverso, em caso de problema. 

MERCEDES-BENZ Classe C 180 será o primeiro a sair da fábrica de Iracemápolis (São Paulo) em 2016. Na versão alemã atual o motor 1,6 turbo, 156 cv, a gasolina (flex, em breve) sente o peso do carro, compensado em parte ao se selecionar o modo Sport de condução. Espaço interno muito bom e acabamento primoroso. Sistema multimídia tem pareamento pouco intuitivo. 

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Veículos Elétricos estima em 5% a frota mundial com esse tipo de tração, um evidente equívoco. Em 2014 era apenas 0,06% entre elétricos puros e híbridos recarregáveis em tomada. Híbridos comuns não podem ser considerados elétricos, mas mesmo somados representarão em 2015 pouco mais de 1% das vendas mundiais de veículos. 

CESVI esclareceu alguns pontos dúbios sobre o seu Índice de Manutenção Veicular. Para os tempos-padrão de reparo, consultou concessionárias dos cinco principais fabricantes do País, que representam mais de 70% das vendas totais de veículos leves. Identificou, como média, 72 minutos de mão de obra em cada uma das revisões periódicas. 


PERFIL

   

Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:  www.twitter.com/fernandocalmon