sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Túnel de Vento - Coluna de Wagner Gonzalez - F1: McLaren azeda o balsâmico da Ferrari





F1: McLaren azeda o balsâmico da Ferrari

Equipe inglesa tumultua a Scuderia com declarações que sugerem volta de Alonso. Futuro de Massa na Lotus ameaçado com a perda de mais um engenheiro


O passado recente da F1 mostra que cada time tem suas características, algo nem sempre lógico e fiel à realidade, mas sempre útil para o entender a estratégia desse mundo. Enquanto caía a noite, ontem, na Europa um movimento com potencial de Tsunami era notado em uma cidade-estado bem longe dali, mais exatamente em Cingapura, onde o Cirquinho do Tio Bernie se apresenta neste fim de semana. O rumor-mais-que-rumor-mas-por -enquanto-apenas-rumor que detonou o último a instabilidade do sistema é uma declaração de Martin Whitmarsh à reportagem da BBC quando perguntado se ele contrataria Fernando Alonso :“Sim, qualquer equipe o contrataria, ele é o melhor piloto. Não conheço sua situação contratual, mas assumo que ele está sob contrato.”

É o tipo de declaração que se pode classificar como jogar lenha na fogueira tanto quanto chover no molhado: afinal, ninguém duvida que Alonso seja um dos três melhores pilotos da atualidade e o melhor para uma importante parcela de amantes da F1. Certo ou errado, tem muita cara de pergunta plantada por um assessor de imprensa competente. Ponto por ponto, alguns detalhes emergem desta história e corroboram a idéia que Whitmarsh está busca mesmo desestabilizar a concorrente italiana. O departamento de marketing da McLaren é dos mais ativos e eficientes e sempre surpreende, Caso clássico é ter tirado da Williams o apoio que Sir Frank obteve da TAG, empresa saudita liderada por Mansour Ojjeh e que hoje detém 15% do grupo McLaren. É sabido que a Vodaphone, principal patrocinador atual, não renovará seu acordo para o ano que vem. Daí o interesse de aliciar Alonso e seu fiel apoiador Banco Santander.

A latinidade da Ferrari ainda faz a Scuderia sucumbir aos ataques de adversários claramente interessados em dispersar a energia que deveria ser concentrada em desenvolver seu equipamento. O time de Maranello é o que tem a maior porcentagem de rendimentos oriundos dos direitos que a Formula One Management (FOM, siga em inglês para Gestão da Fórmula Um), empresa que explora os direitos comerciais da categoria. Ao perder competitividade seus proventos tendem a ser reduzidos.Falando em redução de faturamento, lembremos de Sergio Perez, o mexicano também conhecido como Checho (pronuncia-se Keko, como o apelido do ex-piloto e construtor Mário Patti Júnior). Ele é apoiado pelo empresário Carlos Slim, cujo império inclui a empresa telefônica Claro e paga uma boa quantia anual para ver seu rebento florescer e gerar mais lucros. Como é pouco provável que nas atuais circunstâncias Perez daria lugar a Fernando Alonso e Jenson Button foi publicamente confirmado para mais uma temporada na McLaren, reforça-se com isto que Alonso descontente na Ferrari a McLaren tem algo a menos para se preocupar.

Reforça este tese a aversão de Kimi Räikkönen, que substituirá Felipe Massa em 2014, não é lá o mais chegado em treinos e obrigações colaterais. Em ano que os carros mudam completamente não é nada interessante ter Fernando Alonso – que faz o tipo fominha e não cansa se cansa de testar e desenvolver -, desmotivado ou trabalho a meio pau, como ficam as bandeiras em datas fúnebres.
Enfim, um trabalho estratégico que pode dar lucros a médio e longo prazo: mais uma temporada problemática na Ferrari e a pista de Fiorano, onde a Scuderia testa seus carros, será transformada numa arena multiuso. O primeiro espetáculo pode acontecer ainda no decorrer de 2014 e será uma tourada. Não se sabe se Alonso sairá  vencedor no papel de matador ou se o cavalinho rampante vai vingar a saga dos touros...


Ida de Massa para a Lotus esfria

Depois de James Alisson e Kirk de Beer, que aceitaram convite da Ferrari, agora a Lotus confirma a perda de Jarrod Murphy, guru de dinâmica de fluídos (algo que meus tempos de estudante de engenharia deixaram traumas) computacional. A esperança de ter na equipe de Enstone um rancho para chamar de ser seu e uma roça com solo de primeira vai aos poucos se resumindo a uma opção onde Nicolas Todt possa desenvolver suas habilidades de empresário bem sucedido. Consta que o apoio da fábrica de relógios de luxo Richard Mille foi obra do filho de Jean, o presidente da FIA (Federação Internacional do Automóvel) e fã de Massa. Mais alguns dias e provavelmente outras mudanças de empregador poderão ocorrer envolvendo atuais colaboradores da Lotus.

BRINCANDO COM O VENTO
Quer desenvolver seus conhecimentos de aerodinâmica sem causar muita ventania? Seus problemas acabaram, ou melhor, foram soprados para bem longe... O mercado norte-americano oferece uma série de brinquedinhos interessantes para pesquisar formas e soluções que sejam fortes estruturalmente e bem fraquinhas no que se refere à resistência ao vento. Uma rápida pesquisa na Amazon, por exemplo, revelou nada menos que cinco opções, de U$ 59,35 a U$ 1351,92, este último com dimensões e recursos bem maiores e melhores. Quem deu esta dica foi ninguém menos que Ricardo Divila, criador do Copersucar Fittipaldi FD-01 e um dos engenheiros mais boa gente que o automobilismo já conheceu. O modelo mais caro é fabricado pela Pitsco, mede pouco menos de 1,5 metros de comprimento e funciona alimentado por energia elétrica. Mais informações sobre este produto podem ser obtidas aqui.



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