Com faturamento de R$ 4,2 bilhões em 2011, valor que supera em 35% o registrado em 2010, a indústria nacional comemora os bons resultados. A Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) divulgou, nesta quinta-feira (26), os números consolidados do setor no ano passado e algumas projeções para 2012.
Em 2011 foram produzidos 5.616 vagões, contra 3.261 unidades em 2010. Este é o segundo melhor resultado da história, perdendo apenas para o ano de 2005, quando foi registrada uma produção de 7.597 unidades. Para 2012, o setor estima fabricar entre 3,5 e 4 mil vagões. “A projeção apresenta uma queda, mas é algo natural. O mercado funciona assim, é cíclico, com altos e baixos. Ainda assim, mantemos a previsão de produzir 40 mil vagões na década”, avalia o presidente da Abifer, Vicente Abate, em entrevista àAgência CNT de Notícias.
De acordo com a Abifer, a frota brasileira de vagões conta atualmente com cerca de 100 mil unidades sendo que, desses, entre 15 e 20% estão em idade avançada, acima de 40 anos, o que impulsiona as concessionárias a buscarem uma renovação de frota, o que reflete num estímulo à indústria. “Elas estão trocando os vagões antigos, não muito produtivos e que são muito pesados, por vagões que melhoram a produtividade devido à utilização de tecnologia. Os novos têm tara reduzida, peso menor e descarga automática”, explica.
Locomotivas
A quantidade de locomotivas produzidas também registrou grande salto. Passaram de 68 em 2010 para 113 no ano passado. Para o atual ano, a previsão é de que saiam das fábricas 110 unidades. “As locomotivas de menor capacidade têm sido substituídas por outras altamente modernas e também mais produtivas. As fábricas estão passando por uma fase de expansão no país, as duas maiores fabricantes do mundo já estão se instalando no Brasil, o que aponta uma tendência de crescimento para os próximos anos”, afirma Abate.
Carros de passageiros
Durante o ano, 336 carros de passageiros foram produzidos, uma queda impulsionada pela baixa das exportações motivada pela crise internacional. Em 2010, foram 430 unidades. Para 2012, a previsão é de 340 carros. “É uma queda considerada normal para épocas de troca de governo, seja estadual ou federal. A crise financeira mundial também nos afetou. Nos três anos anteriores, as exportações corresponderam a 30% do faturamento dessas indústrias, enviando carros para Nova Iorque, Santiago e Buenos Aires, por exemplo. Em 2011, esse valor não chegou a 10%”, pondera o dirigente da Abifer.
Segundo a Pesquisa CNT de Ferrovias 2011, o modal ferroviário é responsável por 20% do escoamento da produção nacional, participação que vem sendo ampliada ao longo dos anos. De 2006 para 2010, o crescimento foi de 16,3% - de 404,2 milhões de toneladas úteis (TUs) para 470,1 milhões de TUs.
Aerton Guimarães
Agência CNT de Notícias
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