O Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck chega neste domingo (3) à quarta de suas 10 etapas. O GP Petrobras dará sequência à disputa pelo título nacional da 17ª temporada da história da categoria no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia. A cidade que recebe o evento é representada não só pelos pilotos José Maria Reis e Leandro Reis, mas também em sua ligação mais direta com o público de todo o Brasil – a televisão.A etapa goiana, com largada às 13h05, será transmitida ao vivo para todo o Brasil pela Rede Bandeirantes, em HD. A narração da prova é do goiano Téo José, que há 10 anos empresta sua voz às transmissões das corridas pela categoria. Atuando no automobilismo desde 1986, seu currículo até a chegada à F-Truck incorporava transmissão de F-Ford, F-Mundial, F-Indy e F-3, onde fez sua estreia como narrador em 1990, na pista argentina de Rio Cuarto.Enaltecendo o sucesso da Fórmula Truck como evento esportivo, com sua média de público superior a 40.000 pessoas, Téo vê no equilíbrio técnico entre as seis marcas de caminhões que compõem o grid uma das razões da categoria ter posição de destaque inclusive no cenário internacional. Esse é um dos pontos em que o narrador enaltece os méritos do criador da competição, o ex-caminhoneiro Aurélio Félix, que morreu em março de 2008, aos 49 anos.
“O Aurélio entendia muito de mecânica de caminhões, e isso facilitou a criação de um regulamento técnico que permitisse isso. Nós temos caminhões diferentes, de pesos diferentes, potências diferentes, e todos no mesmo ritmo, competitivos. Isso é mérito do Aurélio, porque ele sempre deu voz às equipes e às marcas para opinar no regulamento, mas a palavra final era dele. Por isso a coisa funcionou e dá certo até hoje. E vai dar sempre”, pondera.Lembrando o que define como “pulso firme do Aurélio”, Téo revela um ponto de vista adicional para o que entende ser uma das chaves do sucesso de eventos esportivos. “Todo evento, para dar certo, para ser sucesso, precisa ter um dono. Não uma associação, uma entidade, mas um dono. Foi assim com a Truck, como foi com o Mundial de Motos, com a Indy, a Fórmula 1, sempre com uma organização no comando, mas a figura de um dono é fundamental”, diz.
O narrador chama atenção para um ponto diferencial que vê na Truck. “É a categoria que mais se preocupa com o público. Na Truck a corrida faz parte de um show, de uma grande programação. Há uma preocupação com os autódromos, a própria categoria contribui com manutenção e reformas, sempre que possível há arquibancadas cobertas, os shows pirotécnicos. Há quem diga que a Stock Car é a Nascar brasileira. Eu discordo disso, acho que a Truck se assemelha muito mais à proposta de eventos da Nascar”, opina.O Grande Prêmio Petrobras, neste domingo, será a 95ª corrida de Téo José na narração da Truck. Sua estreia na categoria deu-se na segunda etapa do campeonato de 2002, em Guaporé. “Eu fui à primeira corrida, em Caruaru, para conhecer a categoria. Na segunda, minha estreia, cheguei ao autódromo a pé e me assustei, pensei ‘caramba, como é que eles colocam tanta gente num autódromo com uma categoria brasileira?’. Me surpreendi”, relembra.Téo identifica destaques no grid. “O Roberval Andrade nunca correu de nada antes de vir para a Truck e se tornou um excelente piloto. Outro que me surpreendeu foi o Felipe Giaffone. Ele ‘vestiu’ o caminhão rapidamente, o que não aconteceu com vários pilotos que vieram lá de fora. O Brasil não tem uma cultura de formar ídolos nas categorias nacionais do automobilismo, é algo que talvez merecesse uma atenção maior de pilotos e equipes”, pondera.O Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck teve dois vencedores em 2012. O pernambucano Beto Monteiro levou o caminhão da Scuderia Iveco ao primeiro lugar no Velopark (RS) e em Jacarepaguá (RS). Em Caruaru (PE), o paranaense Wellington Cirino garantiu a vitória para a ABF/Mercedes-Benz. Eles são primeiro e terceiro na tabela de pontos – entre os dois está o paulista André Marques, da RM-Volks, com dois terceiros e um segundo lugar.
Na etapa goiana, que deve reunir público de mais de 40.000 pessoas, a torcida local será direcionada a Leandro Reis e a José Maria Reis, os pilotos da cidade. “Seria uma grande festa o Leandro ou o Zé Maria ganharem em casa, isso é algo que pode acontecer. Seria mais um grande momento na Truck, que tem explorado todos os caminhões possíveis para crescer”, pontua, encerrando com um bordão famoso seu: “A Fórmula Truck não perde mais”.
CAMPEONATO BRASILEIRO DE FÓRMULA TRUCK
(Classificação após três das dez etapas)
1º) Beto Monteiro (PE/Iveco), Scuderia Iveco, 79
2º) André Marques (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, 58
3º) Wellington Cirino (PR/Mercedes-Benz), ABF/Mercedes-Benz, 38
4º) Felipe Giaffone (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, 35
5º) Roberval Andrade (SP/Scania), Ticket Car Corinthians Motorsport, 34
6º) Paulo Salustiano (SP/Volvo), ABF/Volvo, 27
7º) Adalberto Jardim (SP/MAN-Volkswagen), AJ5 Competições, 21
8º) Renato Martins (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, 19
9º) Leandro Reis (GO/Scania), Original Reis Competições, 18
9º) Leandro Totti (PR/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, 18
11º) Geraldo Piquet (DF/Mercedes-Benz), ABF/Mercedes-Benz, 15
12º) Débora Rodrigues (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, 14
13º) João Marcos Maistro (PR/Volvo), Clay Truck Racing, 13
14º) Fred Marinelli (SP/Iveco), Marinelli Competições, 11
15º) Diumar Bueno (PR/Volvo), DB Motorsport, 10
16º) Luiz Pucci (ARG/Volvo), ABF/Volvo, 9
17º) Christian Fittipaldi (SP/Mercedes-Benz), ABF/Mercedes-Benz, 7
18º) Valmir Benavides (SP/Iveco), Scuderia Iveco, 5
18º) Pedro Gomes (SP/Ford), Ford Racing Trucks-DF Motorsport, 5
20º) Danilo Dirani (SP/Ford), Ford Racing Trucks-DF Motorsport, 4
20º) Pedro Muffato (PR/Scania), Muffatão, 4
20º) Luiz Lopes (SP/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, 4
23º) Régis Boessio (RS/Mercedes-Benz), ABF Desenvolvimento Team
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