terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Historia de um Gordini Hot - Por NELSON CINTRA


Um dos Renault adquiridos em lote.
Tudo se iniciou há uns 15 atrás, quando, lendo um classificado de jornal vi um anúncio de venda de quatro carros Renault. Quem seria o maluco que teria tantos Renault? E qual foi a minha surpresa, vinha como brinde um monobloco, que o proprietário dizia que estava em bom estado.Assim, depois de uma grande negociação sobre o  valor comprei os quatro, e veio o Brinde. Lá, não fui, comprei pelas fotos e, quando aqui chegaram, não eram de todo ruins. Como já tinha o meu monobloco de corrida me tornei o feliz proprietário de 6 (seis), ex-Renault. 

Este é um  Gordini diversas vezes premiado em exposições
As reformas começaram pelo Dauphine 1962, que seria branco com estofamento preto, depois veio o Gordini creme 1964 com estofamento vermelho, depois o Gordini cinza 1965 com estofamento vermelho e finalmente o Gordini 1968 azul petróleo com estofamento havana.Os carros são totalmente originais, e foram premiados em vários eventos, quando eram meus ou já em  poder dos seus novos proprietários. Neste meio tempo resolvi fazer uma réplica de meu carro de corrida, pois o monobloco original, encontrado há uns 20 anos atrás estava em  péssimo estado. 

Funcionando hoje como na década de 60!

Assim, foi iniciada a construção em cima do Brinde, que já estava com suspensão para poder movimentar  pela oficina. Foi quando  os meus amigos que freqüentavam a oficina começaram a dizer: Você está fazendo uma réplica do seu carro de corrida, que pena que não é o original, pois não sobraram quase nada destes carros de corrida. Então resolvi mudar tudo, eles tinham razão, o original estava em um outro deposito, junto com várias tranqueiras de carros antigos.


O que seria uma réplica acabou sendo um restauro

Resolvi sacrificar o Brinde, tirando dele tudo o que fosse necessário em lataria, começando pelo assoalho completo, pois o original era uma renda portuguesa. Foi-se a travessa dianteira, uma parte da traze ira, a aonde vai à caixa, e outras coisas. E o pobre coitado ficou em um canto ocupando espaço. Por varias vezes pensei em desmontar, só que sou contra isso.






Nada de entre-eixos menor e sim a criação de uma porta maior
Um dia fiquei com pena dele e lembrei de uma loucura da juventude, fazer um Gordini de 2 portas, pois nunca tinha visto um com a carroceria como se fosse de fabrica. Saí à procura, nos livros, de como seriam estas  portas, qual seu tamanho, como ficariam em relação ao entre - eixo, como ficaria a lateral trazeira, um monte de perguntas que teriam de ser respondidas. Assim depois de uma longa pesquisa, finalmente encontrei a relação entre – eixo e a porta de um carro cupê.

Acabamento primoroso
Ali estava o segredo da harmonia das linhas laterais: elas tinham que ficar maiores em 17 cm, a coluna tinha que recuar, e a lateral traze ira também. Assim, hoje, quando as pessoas olham, juram que o carro é menor, mas está com o entre - eixo de fabrica. Quem sou eu, para modificar uma coisa que sempre foi ótima nestes carros, a sua tendência de fazer curva.




O volante, presente de Luigi Ciai, é um Ferrero especial para  os Fiat Abarth dos anos 60
Então veio a idéia de aproveitar o que estava sobrando dentro da oficina: vários chassis de fusca retirados dos Interlagos, no passar dos anos.Assim veio ao mundo o Gordini Hot, outro salvo da fornalha das fundições.
Este é o resultado final da obra de Nelson Cintra
          
Este motor vindo de um Passat TS 1980 será brevemente substituído por um que fale alto!










A assinatura do artista - Nelson Cintra




OBS: a parte mecânica e uma outra historia.


ESTE GORDINI, ENTRE OUTROS ANTIGOS RESTAURADOS POR NELSON CINTRA, ESTARÃO NO ENCONTRO DO FORTE COPACABANA- RIO - ENTRE 2 E 4 DE SETEMBRO PRÓXIMOS.

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