TECNOLOGIA E CONFORTO DESTACAM-SE
NO TERRITORY
Desde que foi apresentado, no
Salão do Automóvel de 2018, como “teste” de mercado, a Ford já tinha decido
trazer da China o SUV médio-grande Territory. O modelo que chega agora ao
Brasil recebeu nova grade e para-choque dianteiro, embora o estilo se
identifique menos com a marca americana e mais com sua parceira oriental JMC.
Os para-lamas dianteiros bojudos explicam a largura de 194 cm, 10 cm superior
ao Equinox, um dos 10 rivais que compõem o segmento amplamente dominado pelo
Jeep Compass.
Embora o Territory tenha
distância entre-eixos de 276 cm, só perdendo por 1 cm para o Equinox, o espaço
para as pernas, joelhos e ombros no banco traseiro, de fato, surpreende. Exigência
típica do consumidor chinês, mas que levou a sacrificar a capacidade do
porta-malas: 348 litros contra 410 litros do Compass.
Uma vantagem indiscutível é o
acabamento interno com bons materiais e o conforto também nos bancos dianteiros.
A ergonomia dos comandos dos vidros elétricos, outro destaque. Tecnologia de
bordo inclui central multimídia de 10,1 pol. que contém um modem e um chip de tráfego
de dados para o aplicativo de celular FordPass (primeiro ano grátis). É
possível checar remotamente nível de combustível e várias outras funções.
É o único no segmento com quatro
câmeras de alta definição de 360°. Tem quatro portas USB, sendo uma no alto do
para-brisa para acoplar câmera de gravação de vídeo, apreciada em países como
China e Rússia. Controle de velocidade de cruzeiro adaptativo inclui a função
para-e-anda. Há freada automática de emergência, a partir de 30 km/h e também
função de estacionamento automático. Ao contrário de outros chineses a volante de
direção dispõe de regulagem de distância e altura. Freio de estacionamento
eletromecânico tem função autohold.
Motor a gasolina turbo,
injeção direta de 1,5 L, 150 cv e 22,9 kgfm, acoplado a um câmbio CVT de oito
marchas, formam um conjunto suave e silencioso (a 120 km/h, motor gira a apenas
1.900 rpm). Consumo de combustível homologado entre 9,2 km/l (urbano) e 10 km/l
(estrada), mas a Ford corrigiu a informação para 10,2 km/l. No uso diário os
números efetivos são um pouco melhores em estrada (cerca de 11 km/l) e urbano
em torno de 9 km/l. O peso em ordem de marcha, 1.632 kg, limita o desempenho: 0
a 100 km/h, 11,8 s (dado de fábrica). Suspensão independente nas quatro rodas,
além de eficiente, bem silenciosa em qualquer tipo de piso.
Preços: R$ 165.900 (SEL) a R$
187.900 (Titanium). Tudo incluído, sem opcionais.
ANFAVEA PEDE MAIS PRAZO PARA EMISSÕES E SEGURANÇA
As normas técnicas para
veículos leves no Brasil costumam ser muito discutidas e lentas. As de
segurança, conduzidas pelo Contran/Denatran, e as que envolvem emissões pelo
Conama. Especificamente sobre emissões o País tem avançado mais que os seus
vizinhos porque nossas regras são mais severas. O Proconve (Programa de
Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) existe há quase 40 anos e
desde o início se inspirou nas normas dos EUA que eram até mais duras que as
europeias.
Os níveis de emissões de
poluentes, em seis fases do Proconve, reduziram em 95% monóxido de carbono (CO),
98% hidrocarbonetos (HC) e 96% óxidos de nitrogênio (NOx). No Estado de São
Paulo, nas principais cidades monitoradas pela Cetesb entre 2006 e 2018 a queda
foi de cerca de 50%, em média, apesar da frota ter aumentado 66% no mesmo
período.
A Anfavea pediu adiamento por
dois anos da próxima fase, que começa em 2022, para veículos leves. Os
desenvolvimentos foram interrompidos pela crise pandêmica e a brutal queda de
faturamento. Representantes do Ministério Público Federal (MPF) são contra e
indicam os casos de Índia e México que mantiveram seus cronogramas. Mas há uma
diferença: nos dois países podem conviver carros novos com a fase anterior e a mais
restrita (estes mais caros, claro). No Brasil, todos os modelos novos que não
atendem a legislação devem ser retirados de linha. Não há uma transição para
diluir os altos investimentos.
Estivesse o MPF realmente
interessado em melhorar o ar que respiramos, cobraria a Inspeção Técnica Veicular
que existe há décadas nos EUA e na Europa. Está no Código de Trânsito
Brasileiro faz 23 anos e simplesmente não aparece coragem política para tal
exigência mesmo de forma bastante gradual. Agora, menos ainda, com a grave
crise de saúde e econômica.
AUDI PROMOVE AVANT-PREMIÈRE
Numa ação audaciosa, a Audi
importou temporariamente alguns modelos (que pretende vender entre este ano e o
próximo) e os colocou à disposição de clientes selecionados no Autódromo
Capuava, em Indaiatuba (SP). Jornalistas também puderam ter as primeiras
impressões em cada um dos veículos da linha de maior desempenho da marca: RS Q8, RS Q3
Sportback, RS 6 Avant, RS 7 Sportback e R8 (versão especial). Os
cinco carros, entre perua, SUV e cupê, somavam 1.810 cv de potência com cinco,
oito e dez cilindros.
Fiquei particularmente
impressionado com o R8 e seu motor V-10 de aspiração natural, 610 cv, que
divide com os Lamborghini, marca administrada pela Audi.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em
assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua
coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma
rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no
Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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