Fonte: Agência Estado
Via: Abrac Online
Já o peso mexicano é a mais barata entre os países emergentes, segundo levantamento do banco
O peso mexicano é a moeda mais barata entre os países emergentes atualmente, enquanto o real, apesar da desvalorização de 11% frente ao dólar em 2011, está entre as mais caras, juntamente com a lira turca e o peso argentino. O cálculo foi feito pelos estrategistas de câmbio do banco ING e tomou como base a paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês) para uma cesta de 25 produtos e serviços que correspondem a um valor de 100 euros.
O PPP é um índice que ficou mais conhecido desde 1986 quando a revista inglesa The Economist passou a fazer comparações entre as moedas mundiais tomando como base o preço em dólar americano de um sanduíche Big Mac. A diferença do estudo do banco ING é que a moeda de referência é o euro e, em vez de sanduíche, utiliza uma cesta de produtos e serviços. "Ao tomar o euro como a moeda-base da cesta de produtos, quase todas as moedas atreladas à órbita do dólar, como o real, podem parecer mais caras, uma vez que com a crise na Europa, o euro sofreu uma desvalorização ao longo do ano passado", disse à Agência Estado Chris Turner, o estrategista-chefe de câmbio do banco ING em Londres e autor do estudo.
O conceito de paridade do poder de compra foi elaborado pelo economista sueco Karl Gustav Cassel em 1918 e calcula a quantia que pessoas em diferentes países gastam para comprar uma mesma cesta de produtos e serviços, refletindo, portanto, uma taxa de câmbio que leva em conta fatores como, por exemplo, o nível de renda e a inflação. "Ao calcular quantas cestas de produtos e serviços uma quantia de 100 euros poderia comprar, chegamos a uma medida de quais moedas mundiais estão caras ou baratas, especialmente num horizonte de longo prazo", afirmou Turner. Segundo ele, o cálculo foi feito no final de 2011.
Com 100 euros, qualquer pessoa poderia comprar 1,3 cesta dos 25 produtos e serviços no México, enquanto os brasileiros e os turcos comprariam o equivalente a um pouco mais de 0,7 cesta. Além do peso mexicano, as moedas dos países do Leste Europeu foram as que ficaram mais baratas em 2011. Os poloneses, por exemplo, compravam um pouco menos de 1,1 cesta em março de 2011. No final do ano, seria possível comprar 1,2 cestas com os mesmos 100 euros. A depreciação cambial no México e nos países do Leste Europeu foi o principal motivo para deixar as cestas de produtos mais baratas. Por outro lado, as moedas da Índia, de Hong Kong e da Ucrânia foram as que ficaram mais caras no ano passado. "Uma elevada inflação explica por que as moedas da Índia, Hong Kong e Ucrânia ficaram mais caras", disse Turner.
Em relação ao real, Turner acredita que há um grande potencial para maior desvalorização frente ao dólar devido à perspectiva de cortes adicionais da taxa básica de juros. No final de 2011, os estrategistas do ING projetavam que seriam necessários até R$ 2 para comprar US$ 1 no primeiro semestre deste ano, em razão do agravamento da crise da zona do euro e também dos cortes adicionais da taxa Selic. "Hoje, essa estimativa parece menos provável do que no final do ano passado", comentou Turner. O dólar comercial fechou essa terça-feira, 24, cotado em R$ 1,77.
No dia 18 de janeiro, o Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual para 10,5%. Os analistas do ING projetam um total de cortes em todo o ano de 2012 de 2 pontos porcentuais, ou seja, haveria, nas estimativas deles, uma redução adicional de 1,5 ponto porcentual para acontecer, com a Selic caindo para 9%
Nenhum comentário:
Postar um comentário