quarta-feira, 2 de maio de 2012

CHINA ACORDA DO SONHO DE PRODUÇÃO EM MASSA DO CARRO ELÉTRICO



Os líderes chineses estão descobrindo que é muito mais difícil criar um mundo com carros elétricos do que eles imaginavam. Em 2009, o governo daquele país anunciou ousados planos para a produção de veículos não poluentes para tornar a China uma potência mundial no segmento. O anúncio revelou, também, investimentos de bilhões de dólares para pesquisa e estimativas de vendas de 500 mil carros elétricos em 2015.Durante o último Salão do Automóvel de Pequim, as autoridades chinesas reconheceram as dificuldades tecnológicas e, pior, a falta de interesse do mercado e, assim, estão reduzindo suas ambições. A produção de carros elétricos tem que conseguir muitos avanços e precisará de sorte para vender 2.000 unidades ainda neste ano.
Segundo Joe McDonald, da revista Business Week, que abordou o assunto, por enquanto, o governo chinês aposta, de forma mais realista, na ampliação das metas oficiais da indústria automotiva para desenvolver motores a gasolina mais limpa e motores Diesel de alta qualidade, econômicos e duráveis. 


Para Joe Hinrichs, presidente da Ford Ásia-Pacífico e África, “o governo mudou metas porque a tecnologia não esta avançando tão rápido como os dirigentes esperavam”. Em sua visita ao Salão de Pequim, o executivo da Ford ponderou que no setor automotivo é preciso dar um passo de cada vez e os fabricantes, em qualquer lugar do mundo, precisam, primeiro, melhorar a qualidade e confiabilidade do produto, em vez de apressar modelos para o mercado.
O trabalho de desenvolvimento continuará, pois os líderes chineses acham que abastecer o mercado com carros elétricos será uma forma de limitar o consumo de petróleo importado, segundo eles, um perigo estratégico. Mas, como aconteceu com o início da comercialização de automóveis, no começo do século passado, é preciso primeiro criar a infra-estrutura de abastecimento, no caso do elétrico, de estações de carregamento das baterias.A revista chinesa de negócios Caixin, informa que, aproximadamente, 13 mil veículos totalmente elétricos e outros abastecidos com energia alternativa estão sendo testados em 25 cidades e que a BYD Co. já tem um sedan elétrico com autonomia para rodar 300 quilômetros com uma carga, semelhante aos modelos ocidentais.


Depois de vários concorrentes lançarem seus veículos totalmente elétricos, a Ford desenvolveu e pôs a venda o Focus Elétrico. Todavia, a empresa ficou numa encruzilhada porque o problema de economia de combustível esta sendo resolvido com a geração dos motores EcoBoost, de forma muito satisfatória.A estratégia para convencer o mercado demanda um certo cuidado e abordagem discreta com o Focus Elétrico ou qualquer outro híbrido, pois o incentivo para mudanças nas vendas só se dará quando a gasolina americana chegar a um patamar mais elevado. Além disso, havia o mistério sobre o preço de uma bateria de íon-lítio.O CEO e presidente da Ford, Alan Mulally, revelou, recentemente, o verdadeiro custo da bateria: entre 12 e 15 mil dólares. Outro fator inibidor nas vendas é o preço do Focus Elétrico, nos Estados Unidos, cerca de 39.200 dólares, enquanto o modelo a gasolina começa por 18.300 dólares.

Esses fatores parecem não ajudar a causa do carro elétrico, embora uma pesquisa, da própria Ford, tenha revelado que 61% dos americanos estão interessados em comprar um veículo híbrido ou um EV. Esse é o dilema. A Ford já anunciou o plano de concentrar esforços de engenharia no EcoBoost para oferecer essa motorização em 90% de seus veículos globais, com adição de turbo e injeção direta.
Com essa tecnologia, a empresa foi capaz de aumentar significativamente a economia de combustível em seus carros convencionais, além de caminhões leves, sem sacrificar o desempenho, a um custo menor em relação à utilização dos motores híbridos e EV.


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