Salão de
Genebra. Pequeno, mas o futuro passa por ele 85 anos sediando
referencial mostra do mundo dos automóveis novos, o Salão do Automóvel em
Genebra enfrenta a crise mundial do combate do dia a dia pelo mercado, e as
projeções de como sobreviver em caminho próprio. Antes, há menos de uma década,
requeria apenas o rótulo de Verde, como sede para exibição de novas
tecnologias da mobilidade não agressivas ao meio ambiente. O partido de
marketing colou, e Genebra soube expandi-lo, mantendo-se líder
no caminho, expondo os resultados, como a construção veicular mais limpa, menos
agressiva, com menores gastos de energia, água, geração de resíduos,
reciclabilidade e, em paralelo, mostrar as conquistas crescentes e aceleradas
da digitalização – a aplicação da informática nos veículos. Tem suas
curiosidades. Genebra, a par da qualidade em tudo, é dos lugares mais caros do
mundo – ande 2 km de taxi e pagará uns R$ 60, hotel 4 estrelas a mais de R$
1500 a diária ..., um quilo de filé perto de R$ 400, ônibus a R$ 12 -, além do
frio vento de fim de inverno soprando pelo lago que a pontua. Talvez o frio
elegante e a formação da cidade definam a arrumação das moças ilustrando os
carros novos. Sem os atrevimentos tropicais, arrumação contida, elegante. Na
Porsche, as modelos em conjunto preto com echarpe Hermés entre o marron e o
bege, dispensavam os cortes e recortes para compor o cenário e chamar atenções.
Em ritmo anterior, as da Audi, em vestido vermelho, languidamente se recostavam
nos capôs dos carros brancos, e eram atração à parte quando cruzavam as pernas.
E muito cruzavam ...
Veículos.
Hoje a
fabricante mais sólida, em expansão, crescimento, vendas, lucros, buscando ser
líder de vendas em 2018 – pode ocorrer antes pois hoje está a pequena
distância percentual da líder Toyota – a Volkswagen deu o recado e
plotou o futuro. Martin Winterkorn, CEO, o no. 1, na grande festa que promove à
véspera da abertura dos grandes salões mundiais, deu informação de humilhar
terceiro mundistas: o grupo Volkswagen alocou, no exercício passado, mais de 10
bilhões de Euros – uns R$ 35B -, maior parte em pesquisas para desenvolver
processos, fábricas, veículos mais amigáveis ao meio ambiente. E justificou o
elevado valor pela mudança do mercado, cada dia mais competitivo, em ciclos
sempre menores para renovação dos produtos, condicionamento exigente em
processos de construção com redução de gastos de insumos ecológicos – a marca,
como exemplo, quer diminui-los em 25% até 2018 -; superou, para 2014, os
parâmetros impostos na Europa para a emissão de poluentes – máximos 128 gramas
de CO2/km para 2015; e tem a maior disponibilidade de veículos com menores
emissões. Quer provar suas afirmações: duas de suas marcas, a Audi e a Porsche,
irão às 24 Horas de Le Mans, em junho, maior corrida mundial de
resistência, com veículos de tecnologias diferentes, híbridos de motor elétrico
combinado com a gasolina ou a diesel.
Da marca VW
novidade é o novo Scirocco, linhas esportivas num duas portas, a família Polo
renovada – que não virá para o Brasil -, e o T-Roc, protótipo de como será o
substituto do SUV Tiguan sobre a plataforma MQB. Hoje, sobre ela, apenas o
interessante Porsche Macan, recém lançado e com produção anual de 50 mil
unidades pré vendida.
De Audi,
terceira geração do TT e o S1, versão tração nas quatro rodas do A1. Chegada ao
Brasil no quarto trimestre – pós Salão do Automóvel em SP -, e primeiro de
2015. Promessa da Skoda – outra das marcas VW -, o conceito VisionC, um sedã
acupezado, não causou o impacto prometido, contida mescla de traços entre
Hyundais e BMWs.
Salão na caixa
forte do mundo tem suas provocações. Novo Lamborghini, o Huracán – furacão -
motor aspirado, V10, 5.2, 610 cv, e capacidade insólita, como acelerar de 0 a
200 km/h em 9s, mais rápido que seu carro consegue ir à metade desta
velocidade.
Ou o Bugatti homenageando Rembrant, o irmão do criador Etore, marcheteiro e o escultor do impossível elefante empinando, símbolo do exclusivíssimo modelo Royale. Dele farão 3 unidades a 2 milhões de euros cada – já vendidos. Curiosidade com Bentley. A marca inglesa extrapolou na esportividade de sua versão cupê dita Sport. 6 litros de deslocamento, dois turbos, aproximados 630 cv. O conversível é o mais rápido do mundo, quase 320 km/h. Para adequar-se à coragem de fazer um automóvel com imagem de uso careta performático, pintou-o em tom nunca antes visto naquele país: cobre metálico.
Negócio de carros
exclusivos, com direito a exposição de Pagani – que mandou unidade ao Brasil e
não conseguiu vender; MacLaren; Koenigsegg, não centram apenas no poder de
acelerar seus 1.340 cv, nem sempre adequado a seus clientes com idade
proporcional à folga bancária, mas às composições de decoração, materiais e,
até, informatização. No caso acertou-se com a Apple recebendo a mais atualizada
tecnologia mesclando informação com entretenimento, dito infotainment,
em seu sistema CarPlay sobre iPhone, permitindo, sem usar as
mãos, mas por comando oral fazer chamadas, acessar mensagens, usar o Apple
Voice, ouvir música. Sistema não exclusivo do esportivo sueco, e em Genebra era
visto em Mercedes, Volvo, Ferrari.
Carros caros
lucram muito, vendem e mudam pouco, exceto Ferrari com novidades anuais. No
caso, evoluiu para o California para o T, reduzindo o V8 de 4.3
para 3.9 e aplicando dois turbos. Resultado dinâmico, uns 580 cv a 7.500 rpm,
mais de 290 km/h em velocidade final, ir de 0 a 100 km/h em 3,6s – e consumir
menos 15% e reduzir emissões em 20%. Diz a Ferrari, tem um berro personalista.Esta disputa por
potência, rapidez e velocidade é perigosa. Quem tem $$ para comprar um
automóvel destes ou nunca desfruturá de suas habilidade mecânicas, ou se o
fizer será candidato a virar estatística de morte em acidente.
Carrinhos
simpáticos, Renault Twingo sobre base Smart, motor traseiro, e perfil
incrivelmente assemelhado ao Fiat 500. Também, Citroën C1, Peugeot 108 e Toyota
Aygo, todos sobre plataforma comum – que não existirá no Brasil, disse-me
Carlos Gomes, presidente da PSA-Peugeot-Citröen para o Mercosul. De Citroën, o
novo C4 Cactus, envolvido por proteções em forma de almofadas e interessante
exercício de utilitário esportivo. Aliás, tudo nestas marcas sofreará o
entusiasmo, à espera de projeto pelo novo presidente, o luso Carlos Tavares, e
novos sócios, chinesa Dongfen e o estado da França.
Aqui
No leque de
veículos expostos, o único a falar nosso idioma será o Jeep em seu modelo
Renegade, a ser produzido em Goiana, Pe, nova fábrica Fiat. A Coluna mostrou-o
há duas semanas: cara de Jeep, grade com sete barras, sobre base do Fiat 500L,
acertos de suspensão feitos no Brasil.
A Fiat, curiosamente, negaceou a
informação, mesmo constando do boletim de informação à imprensa. Grupo moto
propulsor do Freemont, 4 cilindros, gasolina, 2.4, e diesel 2.0. Transmissões
de dupla embreagem e 9 (!) marchas, + tração no diferencial traseiro, e
mecânica de seis velocidades. A mais curta Reduzida entre os carros de tração
nas 4 rodas: 20:1, coisa para desafiar subir barranco. Entre motores e
câmbios,16 possibilidades. Primeiro trimestre do próximo ano.
Conversas
concretas com relação a Alfa Romeo, fontes diversas, dados assim:
Não há pressa
para novos modelos. A marca é mais forte que suas vendas e mesmo reduzida a
dois produtos de massa – MiTo e Giulietta -, e um de nicho, esportivo 4C, há
tempo para novo projeto – a ser apresentado na reunião de maio quando Sergio
Marchionne, o CEO, exporá o plano quinquenal com cara de dona da Chrysler;
Alfa deve
cancelar o projeto de construção comum de esportivo com a Mazda, ante sólidas
críticas da desindustrialização na Itália. Marchionne teria assumido o
compromisso de lá fazer Alfas. O 4C Cabriolet mostrado em
Genebra será produzido em 2015;
Prometidas
vendas do C4 devem se resumir a meia dúzia, no final do ano com aumento de
disponibilidade da plataforma construída artesanalmente fora da Maserati, e a
ser vendido no único revendedor desta marca no país.
Visão sobre o
Salão de Genebra, elegante e clean, permite projetar duas
consequências a marcar este período da história do automóvel:
1. a disputa
entre as marcas de performance em apresentar a cada vez maior potência, rapidez
e velocidade é perigosa, e pode fazer viúvas. Quem tem $$ para comprar um
automóvel destes, ou nunca desfruturá de suas habilidade mecânicas, ou se o
fizer será candidato a virar estatística de morte em acidente;
2. a corrida
para incorporar itens de segurança tende a acabar com o prazer de conduzir. Dentre
em pouco você entrará no automóvel, suas regulagens serão feitas
automaticamente; você comandará destino, programa a ser visto ou ouvido na
tela; autorizará a saída e será, mesmo sentado em frente ao volante ou ao joystick que
irá substituí-lo; e nada fará. A eletrônica cuidará de tudo. E você se
perguntará o que faz neste ônibus pequeno e caro. E isto é hoje factível.
Roda-a-Roda
Tempos – Sempre
o material de divulgação dos veículos expostos nos Salões foi de pontual
qualidade gráfica, ricos, para ser arquivados. Tantos e tão bons, exigiam mala
exclusiva ao transporte das peças recebidas nas mostras.
... – A
informática reduziu-os a pen drives, e no Salão suíço, síntese,
pífio cartãozinho com endereço da etérea nuvem. Não parece distante o dia de
haver solitário cartão com todos os endereços. E nem impossível acabar com os
Salões, marcando datas para envio aos jornalistas de e.mail com
todas as novidades de todas as marcas. Único impresso de qualidade era
Chrysler/Jeep/Fiat sobre o Renegade.
Interesse –
Todo Salão há uns camaradas fotografando detalhes dos lançamentos – como se
colocam parafusos, encontro de painéis, detalhes da costura dos bancos, disposição
dos fios sob o capô, coisas sem espaço na imprensa.
Outros -
Não são jornalistas, apesar de ser dias de imprensa, mas espiões das fábricas
concorrentes, em especial chinesas, querendo acessar evidências físicas sem
adquirir um exemplar para dissecar. O Renault Twingo era dos mais detalhados
pelos falsos jornalistas.
Elétrico –
Eflúvios do Salão, fonte qualificada aposta na VW inovar, aplicando turbos
elétricos – sem buracos em baixas rotações, de menor custo, sem penalizar o
motor. E câmbio de duas embreagens com 10 marchas. Nada pelo quadriculado da
bandeira das corridas, mas pelo verde exigindo reduzir consumo e emissões.
Soma – Inflação,
falta de confiança, prevenção contra dificuldades, fez o mercado de automóveis
na Argentina encolher. Acredita-se, fevereiro teve em queda de 40% na passagem
pelos revendedores.
Ocasião – Fiat
escolheu local para apresentar o novo 500 em versão Abarth: Araxá. MG, junho,
durante a Copa do Mundo, no Brasil Classics, mais elegante dos
encontros de automóveis antigos e sob seu tradicional patrocínio.
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