Coluna 3718 - 14.09.2018 edita@rnasser.com.br |
Araxá, a grande festa do automóvel antigo
O Brazil Classics Renault Show, realizado em Araxá, MG, no
recente feriado de 7 de setembro manteve o adequado rótulo de mais elegante dos
encontros de veículos antigos no País. Foi grande o esforço para viabilizá-lo e
exigiu capacidade de improvisar, resolver, reinventar-se. Superou dificuldades,
obstáculos, e foi evento marcante, referencial.
Questão é, neste país sem projeto, uma greve de caminhoneiros, de origem
e comando desconhecidos, sem pai, mãe ou responsáveis, parou o Brasil, pôs a
administração em letargia e trouxe prejuízos sem indenização. Um deles, fez
abortar a realização do Encontro, antes marcado, com estrutura instalada,
bancas de comércio montadas, veículos em trânsito. Em meio aos problemas
gerados pelo adiar, muitas composições com fornecedores, com o hotel sede, o
êxito do evento ficou ameaçado, mas a administração tocada pelo Instituto
Veteran Car, de Belo Horizonte, superou as dificuldades e apresentar soluções.
Como foi
Patrocinadora, a Renault foi compreensiva – manteve
e aumentou o aporte para compensar o incremento de custos com a desmontagem da
estrutura sem uso e a montagem de outra, três meses após. Colecionadores com a
cabeça no lugar entenderam a razão institucional, mantendo inscrições e
presença.
Na prática, quase 300 veículos dispostos, nele
avultando núcleo de destacada qualidade e raridade, e o deslumbramento da
reunião de 38 Ferraris, incluindo dois modelos de séries especiais, os F 40 e F
50. Núcleo de colecionadores se amplia. Neste ano o Museu de Carmo do Paranaíba,
MG, do colecionador mineiro Rúbio Fernal, a coleção privada do empresário
paulista José Luiz Gandini, e o novo foco da coleção de Leo Steinbruch, antes
dedicada exclusivamente a nacionais. Fernal exibiu raro e aqui desconhecido
Fiat com projeto de estiistas da Zagato, insolitamente construído pela Riva,
famosa fábrica de lanchas durante estreito período ao início dos anos ’50.
Gandini, dedicado aos Cadillacs dos anos ’50, amplia o leque a veículos mais
erados, como o imponente Packard 1931 em carroceria Roadster, conversível.
Levou o transitório Prêmio Roberto Lee como Best of the Show. Steinbruch
expôs Ford T de 1909 – apresentado erroneamente como 1908 -, e Mercedes-Benz
300 SL, o Asa de Gaivota.
Item e abertura de caminho importante, o Alfa Br, grupo internético de
aficionados de Alfa Romeo, montou barraca, instou presença da marca, criou
premiação específica. Um caminho para outros clubes de marca, criar sub eventos
sob o guarda chuva da festa principal.
Outro ponto de relevo foi manter a tradição de promover
leilão. Neste ano demandas superaram o teto de 70 ofertas estabelecido pela
empresa de leilões, ampliadas a 83. Vendas foram 29, arrecadando R$ 3,5M.
Estrela do evento, Alfa spyder 2.000, do ex-ator Otelo Zeloni.
Homenagem, o evento criou troféu transitório, o Og Pozolli, para
distinguir o melhor automóvel dentre os não restaurados. No caso, indicado foi
Cadillac 1927, modelo 314, Coupé, de Aparecido Guadain.
Oportuno pelo relêvo do evento, mas não é
pioneirismo. O Carro do Brasil, encontro criado em Brasília para
festejar os produtos nacionais, criou tal láurea em 2001. Chamou-o Pátina
do Tempo, e o distribui aos eventos que buscam auxílio e orientação ao
Museu Nacional do Automóvel, O insólito e sua divulgação instigaram o Pebble
Beach Concours d’Élegance, em Monterey, California, tido como o mais
refinado da especialidade, a copiar a láurea e, a partir daí, a Federação
Internacional de Carros de Coleção, a FIVA, a instituir o prêmio. Registro
histórico se faz presente para manter não apenas a verdade, o pioneirismo
brasileiro e a importância do conceito expresso pelo Museu Nacional do
Automóvel, seu criador: historicamente mais vale a pátina do tempo sobre a
construção original que os brilhos e reflexos pós-restauração, décadas distante
dos métodos e partes empregados à época. O Museu o distribui nos eventos que
buscam seu auxílio e orientação.
Patrocínio da Renault,
comemorando 120 anos do início de sua história e 20 anos de atividade
industrial no Brasil, incluiu exposição de unidades, protótipos, réplica da
Voiturette, a primeira unidade construída pela família. Também, palestra por
Alain Tissier, ex vice presidente da empresa e oráculo para as coisas do e no
Brasil.
Og ad aeternum
São raras as coleções de veículos antigos a
permanecer unas, unificadas, concentradas, após a partida de seu criador.
Atividade solitária, exige dedicação, interesse e também, como diz o Curador do
Museu Nacional do Automóvel, 3 Ts – Tempo, Tesão e Talão. Sem tal envolvimento
e meios, coleções não subsistem, são vendidas aos blocos ou em unidades, se
desfazem. Desde novembro do ano passado, quando passou Og Pozolli, um dos
implantadores do antigomobilismo no Brasil, a espada da dúvida voltou a ser
lembrada, e o receio da disseminação, sempre manifestada por êle, escaldado
pelas vazias promessas municipais e estaduais de aquisição. Quem do ramo foi
ao Brazil Classics encontrou aléia de honra com cinco
estelares unidades da coleção Og, capitaneada por exemplar de Moon, um touring dos
anos ’20, acreditado como do então Presidente Washington Luiz e único no mundo.
Conversinhas, teses, teoria dizia da aquisição pelo poderoso Bradesco, num
projeto de expor que, além da atividade selvagemente argentária – milionária,
rica, capitaneada pelos ganhos de dinheiro - faria efeito demonstração de
dedicação cultural.
Verdade surgiu na noite de sábado, durante a premiação: a coleção fora
adquirida pela Fundação Lia Maria Aguiar, mantida por filha do criador do
banco, mas sem ligações operacionais com o estabelecimento. Projeto útil,
dedica-se à formação artística de jovens, e a ampliará com a construção de um
museu e a formação de cursos para ensinar dados e segredos dos reparos e
manutenção de automóveis antigos, um exercício de talento a cada dia mais
empobrecido com o desaparecimento dos profissionais antigos. O Museu será
construído em Campos do Jordão, SP, com a promessa de operação em dois anos.
A coleção do Og estará unida e preservada.
Roda-a-Roda
Honda – Marca apresentou seu modelo Fit modelia 2019, marcando-o simploriamente
com nova cor, a Vermelho Vênus metálico, e maior conectividade.
$? – DX Mt – simples e transmissão manual, R$ 60.500; Lx Convert a R$
60.500; Personal, com câmbio CVT, inscreveu-se para atingir público com 68.700;
e versão luxuosa R$ 72.800.
Pesquisa - FCA nos EUA aplicou US$ 30M no campo de
provas recebido à Chrysler em Chelsea, perto de Detroit, USA. Quer adaptá-lo a
testes de direção autônoma; sistemas avançados de assistência ao motorista.
Aqui empresa continuará usando ruas e estradas como pista de testes.
Mais – Japonesa Sumitomo impulsiona sua marca Dunlop no Brasil. Aplica R$
640M para aumentar capacidade industrial de pneus de passeio e carga. Fábrica
não está em Campinas, endereço da Dunlop original, mas beiradas de Curitiba,
Pr.
Quem é – Petronas, empresa malaia, mais conhecida como co patrocinadora da equipe
Mercedes-Benz na Fórmula 1, está no Brasil. Mais precisamente em Contagem,
município industrial lindeiro a Belo Horizonte. Ocupa as instalações da antiga
Tutela, a fábrica de óleos e lubrificantes da Fiat e da estatal Agip.
Melhor – Investiu R$ 20M no atualizar laboratórios em Centro de Excelência em
Pesquisa e Tecnologia na América Latina. Deve manter o pioneirismo: primeira a
fazer óleos lubrificantes semi sintéticos no país – e responsável pela quebra
da nunca entendida barreira limitando os lubrificantes nacionais à
classificação SD.
Questão – Crescimento de produção e vendas da indústria automobilística se
dissociam da noção de estagnação da economia. Números a ser fechados ao final
do ano devem indicar otimismo. Até agora mercado cresceu 15%. Seria melhor sem
a greve dos caminhoneiros, vitrine de nossa fragilidade e da inabilidade da
cúpula do poder em gerir o problema.
... II – Os números não deverão mentir. Somente em 2023 produção e vendas
repetirão os cravados em 2013. Na prática a atrapalhada gestão (sic) da
presidenta que se dizia formada em economia, atrasou o país por 10 anos.
E querem levá-la ao Senado…
Situação – Boletim automobilístico AutoData perguntou aos seis candidatos
melhor colocados na disputa para a Presidência da República, quais os planos de
cada um para a indústria automobilística. Ao ver do atento leitor/eleitor, qual
o percentual de respostas? O%, acredite. Ninguém se manifestou.
O que – Desinteresse, desconhecimento? Vicente Alessi, filho, editor,
tem visão pragmática: o fim das doações para campanhas, as regras de compliance, o
receio de multas ou prisão reduziram a capacidade de entendimento.
Programa – Gostas de veículos? Tecnologia? Programa a ser
considerado: dia 18, às 9h30, Audi transmitirá o evento The Charge,
cuja estrela maior será o modelo e-tron, seu primeiro totalmente
elétrico.
Onde – Meios diversos: Audi MediaTV: www.audiamedia.tv (Em
alemão e inglês, incluindo link para compartilhar a transmissão em outros
sites); Via Smart TV: usando o aplicativo Audi MediaTV; Via
satélite: (Chinês e inglês)
Via mídias sociais: na página do Facebook de Audi AG e no canal
do Youtube Audi MediaTV; Via website: www.e-tron.audi
Luxo - Veículo mais
luxuoso da Toyota não é sua família automobilística Lexus, mas os iates com
esta marca. Projetados em conjunto com a divisão marítima da casa, seu produto
de topo, o Lexus LY 650 é iate de luxo com 65 pés – uns 20 metros. Dois motores
Lexus de corrida, a gasolina, e 885 cv de potência final.
Negócio – Toyota
está em barcos há 20 anos utilizando o nome Ponan, por isto, o que parece uma
aventura merece crédito, neste período em que fabricantes de automóveis se
aventuram em outros modais.
Variedade – Aston
Martin e Bugatti tem colaborado com outros produtores de lanças e barcos; Honda
fabrica jato; Mercedes-Benz tem acordo com a Cigarette Racing promovendo os
modelos AMG.
Cada Qual – Toyota
não fará os novos LY 650, contratando o estaleiro Marquis-Larson Boat Group.
Primeira unidade daqui a um ano.
Al mare – Estaleiro catarinense Triton Yachts levará
ao São Paulo Boat Show – SP, 27,set/02.out -, duas novas embarcações. Uma, a
460 Fly, 46 pés, 14 m de comprimento, expõe as últimas tendências europeias;
três suítes, com a máster ocupando toda a parte central. Motorização sugerida,
dois motores diesel, entre 330 e 400 cv cada. Quanto? Circa R$
1,7M.
Mais – Há novidade tipo esportiva, a 350 HT, com espaço para 12 pessoas
durante o dia e 04 para pernoite. Menor, outra proposta, outro preço: R$ 510
mil. Motorização diesel, 2x 250 a 350 cv.
De volta – Gol retomará ligar Brasília a Buenos Aires por vôo
direto. Seis por semana, equipamento atualizado, Boeings 787 800
Next Generation. Fomenta Brasília como hub de distribuição ao
trazer argentinos para tomar voo da companhia com destino a Miami.
Porém – Pousará no aeroporto de Ezeiza, outro município,
distante, taxi caro, e outra situação – os motoristas de taxi em Buenos Aires
hostilizam os de aplicativos. E o voo de volta decola às 4h40. Na prática, um
longo jantar, quase uma hora até Ezeiza e as regulares 2 horas antes do voo.
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