Wagner Gonzalez |
Bottas vence com uma mãozinha da Mercedes
Não faltou quem questionasse a decisão da equipe Mercedes
em chamar Lewis Hamilton nas voltas finais do GP do Japão para uma troca de
pneus que sempre parecerá ter sido desnecessária. Com um resultado que garantia
o sexto título consecutivo de Construtores, Toto Wolff, chefe do time alemão,
preferiu trabalhar em prol de Valtteri Bottas (foto de abertura/Mercedes) por
razões óbvias: prolongou o show para expor sua marca por mais tempo.
A
vitória do finlandês aumentou sua vantagem sobre o monegasco Charles Leclerc –
seu principal concorrente na disputa pelo vice-campeonato -, e estendeu a
escalada de Lewis Hamilton rumo ao seu sexto título. Quanto mais tempo Hamilton
demorar para consolidar essa conquista, maior o retorno publicitário.
Verdade que em números frios e calculistas somente
Valtteri Bottas (que tem 274 pontos) ainda pode superar Lewis Hamilton,
cujo saldo após Suzuka é de 338 pontos. Ocorre que Charles Leclerc (221), Max
Verstappen e Sebastian Vettel (ambos com 212), ainda têm chances de chegar ao
vice-campeonato de 2019, já que com quatro corridas por disputar um deles
poderia marcar 104 pontos e, portanto, superar o finlandês. A matemática para
tal resultado leva em conta a combinação de vitória (25 pontos) e volta mais
rápida (um ponto) em cada um dos quatro GPs restantes desta temporada: México,
Estados Unidos, Brasil e Emirados Árabes Unidos. A pontuação por corrida é
25/18/15/12/10/8/6/4/2 e um ponto do primeiro ao décimo, mais um ponto pela volta
mais rápida se ela for marcada por algum dos dez primeiros classificados
Os resultados deste ano indicam que o sexto título de
Hamilton será consolidado, no máximo, no GP do Brasil caso ele e o finlandês
mantenham a pontuação média registrada nas 17 corridas disputadas até agora.
O
inglês pontuou em todas elas, equivalente a 19,4 pontos por GP enquanto o
finlandês, por sua vez, só ficou fora dos top 10 na Alemanha, o que quer dizer
16,1 pontos por corrida. Como não há colocação que garanta esses pontos por
prova é valido fazer um cálculo a partir da base que a Mercedes já venceu 12
das 17 corridas, oito delas com dobradinhas
Um pódio mexicano com Hamilton em primeiro e Bottas em
segundo aumentaria a diferença entre ambos dos atuais 64 pontos para 77 pontos,
um ponto a mais ou a menos.
Se o inglês fizer a volta mais rápida, o título
estará consolidado graças ao ponto extra, mesmo que o finlandês vença e faça a
melhor volta nas três etapas derradeiras. Neste caso ambos terminarão empatados
em pontos, mas Hamilton levará vantagem por ter acumulado nove vitórias contra
seis do adversário.
O histórico da Mercedes na pista mexicana, porém, não
reflete os seis títulos de construtores que o time conquistou nas últimas seis
temporadas: nas quatro edições do GP do México que aconteceram nesse período
Hamilton tem uma vitória (2016) e um segundo lugar (2015), enquanto Bottas tem
um segundo lugar (2017) e um terceiro (2015, com Williams).
Juan Manuel Fangio,
o penta-campeão argentino da década de 1950 consagrou a expressão “Carreras son
carreras, nada mas que carreras...” (Corridas são corridas, nada mais que
corridas...), uma forma de lembrar que o resultado só é conhecido quando elas
terminam. Dentro de duas semanas os números acima, tão frios quanto
calculistas, serão provados corretos ou simplesmente inúteis...
O resultado completo do Grande Prêmio do Japão você
encontra aqui.
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