É no comando de seu
próprio caminhão, na grande maioria percorrendo as estradas dos Estados de São
Paulo e Minas Gerais para transportar pencas de bananas – desde 2010, mais de
7.500 toneladas do fruto -, que Luciano Felipe Patekoski Braga, caminhoneiro
desde 1994, atingiu a marca de 1,5 milhão de quilômetros com o motor Cummins
ISB6 sob o capô.
O profissional da estrada afirma que não há segredos para a
vida longa do seu equipamento, somente alguns cuidados como a realização da
manutenção preventiva recomendada e conduzir o veículo sempre com o giro
sugerido. “Na área verde do conta giros do painel que vai de 1.000 a 2.300
giros. Sempre estico e reduzo as marchas sem ultrapassar esta marca”, afirma
Braga.
Seu caminhão, um VW 24.250 2007/2008, foi adquirido em 2010
com a marca de 282 mil quilômetros. Desde então, Braga passou a atender uma
empresa localizada em Suzano (SP). Nos primeiros anos, realizava duas viagens
até Janaúba, no norte do Estado de Minas Gerais, totalizando 5.300 quilômetros
semanais – 2 mil entre Suzano (SP) e Janaúba (MG) – e mais 300 km até chegar em
sua residência, em Eldorado, ao sul de São Paulo.
Nos últimos anos, por conta da crise, o transporte de 30
toneladas de banana semanal caiu para 15 toneladas. A cada itinerário, Braga
parte com 1,5 tonelada (somente com as caixas do transporte das bananas) de
Suzano e retorna de Janaúba carregado, com 15 t de banana na caçamba do
‘amarelão’, apelido dado carinhosamente ao seu caminhão cor amarelo.
A coloração do fruto maduro se harmoniza com a pintura do
caminhão e foi assim que Braga rodou 90% da atual quilometragem. Além da
Rodovia Fernão Dias entre bandeirada final e inicial, o motor Cummins IBS6 de
250 hp a 2.500 rpm já mostrou sua força em outras estradas do Brasil. “Já fui
pro Nordeste, Mato Grosso, Rio Grande do Sul; já percorri boa parte deste
País”, afirma.
Filho de proprietário de caminhão e com familiares nesta
profissão, Braga conta que a marca de 1,5 milhão é um feito a ser comemorado.
“Há muitos anos, quando meu pai e meus tios atingiam a marca dos 500 mil km com
outros veículos, eles comemoravam, ficavam bem alegres. No meu caso, eu só vivi
até hoje com este veículo e nunca precisei realizar nenhuma intervenção
corretiva no motor”, comemora. Para ele, a troca de óleo é religiosamente atendida, a cada
25 mil quilômetros, por recomendação da própria Cummins e sempre em
concessionárias.
Semanalmente, ‘Xirú Doido’, apelido que Braga recebeu dos
amigos há mais de 20 anos, uma gíria para parceiro no Rio Grande do Sul, pode
ser encontrado na Rodovia Fernão Dias. Na boleia do amarelão, o caminhoneiro
ainda visualiza alguns anos de estrada com seu veículo e aposta: “vai superar
os 2 milhões de quilômetros com toda desenvoltura”.
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