Tecnologia como aliada na eficiência energética
É possível gastar menos energia e ter melhor performance?
É possível fazer mais com menos? Como os aspectos técnicos e de tecnologia
podem resultar na melhor maneira de conduzir o veículo? Hoje a coluna Mecânica
Online® vai abordar a eficiência energética do automóvel na busca de gastar
menos combustível e ter mais autonomia.
Participamos de um dia exclusivo para conhecer o papel da
tecnologia para a eficiência energética, evento promovido pela FCA – Fiat
Chrysler Automobiles, tendo na linha de frente profissionais como Ricardo
Dilser, assessor técnico da FCA e Sandro Soares, especialista em aerodinâmica,
performance e consumo de combustível.
Para chegarmos na melhor eficiência energética devemos
atentar para os elementos de tecnologia com seus recursos como materiais mais
leves, alta resistência, aerodinâmica com design, redução de atrito,
comportamento da condução do motorista e manutenção.
Devemos atentar também para as demandas de energia
que o veículo solicita:
Eficiência de aspiração;
Eficiência do Motor;
Carga do Compressor do ar condicionado;
Carga da Bomba D’água;
Temperatura da água e viscosidade do óleo;
Resistência da Transmissão;
Eficiência da Transmissão e a viscosidade do óleo;
Residual de Freio;
Resistência ao rolamento do pneu;
Rolamento de roda;
Arrasto Aerodinâmico;
Contra pressão do escapamento;
Carga do alternador e controle;
Peso do Veículo.
Da mesma forma, um carro apresentando má manutenção
também é um vilão do consumo e igualmente pode ampliá-lo em torno de 50%.
Os percentuais foram demonstrados na pista, com aparelhos
profissionais e super precisos de medição de consumo e a participação de
jornalistas especializados, convidados a tirar a prova guiando unidades do Fiat
Argo.
Quanto ao impacto do estilo de condução, os participantes
compararam o consumo no mesmo carro com uma direção mais agressiva e depois
guiando de forma mais suave.
Também rodaram com uma unidade do Argo em perfeitas
condições e outra com pneus descalibrados, rodas desalinhadas, velas de ignição
velhas e filtros de ar e óleo saturados para tirar a prova. E deu para
constatar na prática os percentuais informados.
A indústria tem desenvolvido alternativas na busca da
melhor eficiência. A grande maioria dos carros atuais contam com kit
aerodinâmica que permite a melhor passagem do fluxo de ar por todo o automóvel,
principalmente na parte inferior. Como ganhos podemos citar a aceleração do
escoamento devido revestimento/carenagem aerodinâmica; Esteira aerodinâmica com
formato mais favorável (formato de gota) devido aos componentes no pavimento do
carro.
Em velocidades de até 60 km/h, o item que mais influencia
a resistência à rodagem é o pneu, muito mais que aerodinâmica. Quanto mais
energia o veículo precisa gastar para se movimentar, maior o consumo. Pneus com
pressão mais baixa que a recomendada elevam a área de contato com o solo, ampliando
o atrito e elevando o consumo.
A principal fonte de perda de energia em um pneu fica por
conta da histerese do material, que varia entre 85% e 95%. Verifique as
pressões em PSI recomendadas para o veículo vazio e cheio semanalmente, sempre
com os pneus ainda frios - o ar aquecido se expande e a pressão medida nessas
condições é inferior à real.
Em cada rotação, a zona do pneu que trabalha e entra em
contato com o solo (banda de rolamento, flanco, talões, etc.),deforma-se e
aquece, consumindo energia em forma de calor. Este fenômeno chama-se histerese
e é a origem de 90% da "resistência ao rolamento" dos pneus.
A tecnologia vai fazendo o seu papel e você? Vamos com
uma rápida revisão dos mitos e verdades sobre eficiência energética e a forma
de condução do veículo.
Dirigir na banguela - Engana-se quem pensa que
colocar o câmbio em ponto-morto em descidas ajuda a poupar combustível. Pelo
contrário: até faz aumentar o consumo, além de elevar o risco de acidentes,
pois com isso o motorista deixa de usar o freio motor e está mais sujeito a
perder o controle do veículo.
"O consumo em marcha-lenta na banguela é maior que
se o carro estivesse engrenado porque a central de gerenciamento eletrônico
continua injetando combustível para manter o propulsor ligado. Com o câmbio
engatado, o motor segue funcionando na inércia e o combustível é
momentaneamente cortado, reduzindo o consumo", explica Soares.
Abastecer com um só combustível 'vicia' motor flex
- Tem gente que acredita que abastecer apenas com etanol ou gasolina em
unidades flex prejudica o consumo e o desempenho ao colocar um combustível
diferente. "Isso é impossível. A central de controle eletrônico do motor é
preparada para reconhecer, através do sensor de oxigênio (sonda lambda), o tipo
de combustível ou a proporção da mistura de combustíveis e assim auto ajustá-lo
imediatamente", destaca o especialista.
Acender os faróis não afeta consumo - Hoje em dia, a
legislação obriga os motoristas a rodarem com os faróis acesos durante o dia em
rodovias e túneis, salvo os veículos já equipados com luzes de condução diurna,
que ficam sempre acesas.
Pode parecer besteira, mas apenas o ato de ligar os
faróis (e, consequentemente, as lanternas traseiras) já faz o carro beber mais.
"O gasto é expressivo. Dependendo da potência das luzes acesas, pode
chegar a um aumento de 2%", diz Sandro Soares. Vale lembrar que toda a
energia elétrica consumida pelo veículo é gerada pelo motor a combustão via
alternador.
Manutenção em dia - Seguir os prazos de manutenção
recomendados no manual do veículo é essencial para seu bom funcionamento, o que
inclui o consumo. Realize a troca de óleo e do respectivo filtro nos prazos,
seguindo as especificações. O mesmo vale para filtro de ar e peças de desgaste
natural, como pneus e buchas de suspensões, bem como verificar regularmente o
alinhamento das rodas.
Alinhamento em dia - Da mesma forma que os pneus
devem estar bem calibrados, eles também precisam apresentar bom estado da banda
de rodagem, com desgaste regular e dentro do limite estabelecido pelo
fabricante. Além disso, manter as rodas alinhadas e realizar o rodízio
regularmente evita esse desgaste irregular, melhora a estabilidade e faz o
carro rodar mais solto, reduzindo o gasto de combustível.
Não acumule peso desnecessário - Quanto maior for o
peso do veículo, ou seja, quanto mais carregado ele estiver, maior será a
necessidade de energia para fazê-lo rodar e, com isso, o consumo aumenta
naturalmente. Não encha o porta-malas de tranqueiras ou itens dos quais você
não vai necessitar. Leve somente o necessário para manter o veículo o mais leve
possível.
Fuja de postos suspeitos - Prefira sempre abastecer
em postos de confiança, especialmente os de bandeira (o que também não é garantia)
para reduzir o risco de abastecer o veículo com combustível adulterado,
um grande vilão do consumo que também pode danificar seriamente o motor e
outros sistemas do carro - o que também acaba fazendo o veículo gastar mais.
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Dirija de forma suave - Evite acelerações e
frenagens bruscas, deixando o veículo ganhar velocidade de forma natural e
utilizando o freio-motor nas desacelerações. Busque trocar as marchas no tempo
certo, sem "esticá-las" quando não há necessidade. Trocar marchas em
rotações elevadas certamente vai reduzir a autonomia do automóvel.
PERFIL
Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica,
além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista,
desenvolve o site Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) que apresenta o único centro de
treinamento online sobre mecânica na internet (www.cursosmecanicaonline.com.br),
uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os
automóveis cada vez mais eficientes.
Coluna Mecânica Online® - Aborda aspectos de manutenção,
tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. Menção honrosa na
categoria internet do 7º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela
Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Distribuída gratuitamente todos os dias
10, 20 e 30 do mês.
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