Wagner Gonzalez |
FIA
mostrou inconsistência
Outros pilotos escaparam
Em 2018 F-3 nos EUA
Ainda é cedo para deixar de lado a punição imposta ao
holandês Max Verstappen por uma ultrapassagem antológica sobre Kimi Räikkönen
na última volta do GP dos EUA, prova disputada domingo no Circuito das
Américas, em Austin, Texas. Nem mesmo a foto de Lewis Hamilton celebrando sua
vitória no pódio junto com Usain Bolt, ambos fazendo o gesto que imortalizou o
corredor jamaicano, supera em impacto a decisão da Federação Internacional do
Automóvel.
Não demorou muito e a sigla da entidade (FIA), voltou a
apareceu nas redes sociais com a interpretação “Ferrari International
Assistance” (Assistência Internacional Ferrari), clara alusão à atitude que
sugere uma forma de proteger a equipe italiana. A penalização de cinco
segundos “por ter deixado a pista e ganhar vantagem” que relegou Verstappen do
terceiro lugar no pódio para o quarto lugar na classificação geral da corrida
foi, no mínimo, contraditória.
Analisando o fato em si fica fácil notar que o holandês
certamente tirou vantagem ao enveredar por um terreno que não faz parte do
palco do evento. Da mesma forma, inúmeras outras manobras similares foram
notadas e nenhuma notificação oficial sobre o assunto consta dos boletins
emitidos pelos comissários esportivos durante o fim de semana. Se na maioria
das vezes os pilotos não ganharam posições com essa manobra sem dúvida economizaram
no tempo gasto por volta, o que configura vantagem. Fica, portanto, clara a
inconsistência do poder constituído sobre a aplicação da regra.
Sob a ótica esportiva fica ainda mais nítido que a
decisão puniu uma manobra que é cada vez mais rara no automobilismo,
especialmente na F-1. Não restam dúvidas que Max Verstappen consolida sua
imagem sobre um estilo de pilotagem dos mais arrojados e marcado por uma ou
outra manobra mais temerária. Não foi este o caso da ultrapassagem que
surpreendeu ao seu rival da Ferrari: o próprio Räikkönen reconheceu que foi
surpreendido pela atitude do holandês. Tirar-lhe o terceiro lugar soa como
desestímulo para que manobras espetaculares voltem a acontecer.
Num cenário onde o arrojo é algo que valoriza o atleta e
o esporte, a decisão da FIA vai contra o trabalho desenvolvido pela Liberty
Media para recuperar a imagem da F-1. Várias ações promocionais praticadas no
fim de semana, entre elas a entrada dos pilotos num estilo já usado em outros
esportes e a inédita atitude de apoiar uma causa universal (a campanha do
outubro rosa), mostram o esforço dos novos promotores. Certamente a FIA deveria
colaborar um pouco mais com esse trabalho.
Falando em promoção,
parece que os dias de Daniil Kvyat na F-1 parecem ter acabado, pelo menos no
que diz respeito à sua permanência na Scuderia Toro Rosso. Como esta coluna
previu na semana passada, o neozelandês Brendon Hartley continuará na equipe no
GP do México, marcado para domingo, na capital mexicana, e Pierre Gasly volta à
ativa depois de se ausentar para disputar a final do Campeonato Japonês de
Super Fórmula. Gasly e Hartley deverão ser confirmados em breve como pilotos do
time B da Red Bull para a temporada de 2018.
Falando em promoção, parece que os dias de Daniil Kvyat
na F-1 parecem ter acabado, pelo menos no que diz respeito à sua permanência na
Scuderia Toro Rosso. Como esta coluna previu na semana passada, o neozelandês
Brendon Hartley continuará na equipe no GP do México, marcado para domingo, na
capital mexicana, e Pierre Gasly volta à ativa depois de se ausentar para
disputar a final do Campeonato Japonês de Super Fórmula. Gasly e Hartley
deverão ser confirmados em breve como pilotos do time B da Red Bull para a
temporada de 2018.
Super Fórmula –Ironicamente
a ausência de Gasly no GP dos EUA aconteceu porque ele tinha condição de se
sagrar campeão da categoria japonesa: a corrida acabou cancelada por causa das
chuvas e Hiroaki Ishiura foi declarado campeão com apenas meio ponto de
vantagem sobre o francês. Ainda no quesito pilotos no estábulo do touro
vermelho foi anunciada a renovação de contrato de Jos Verstappen até a
temporada de 2020, notícia que surpreendeu Daniel Ricciardo. Já se pode esperar
que o australiano olhará com mais carinho ofertas para mudar de equipe ao final
de 2018.
Quarto título – A
vitória de Lewis Hamilton e o segundo lugar de Sebastian Vettel – que chegou a
liderar as primeiras voltas da competição -, deixaram o inglês com uma mão e
dois dedos na taça de campeão da temporada. Resultado que o deixará empatado
com o alemão em número de títulos mundiais. Para selar a conquista Hamilton
precisa marcar nove pontos nas últimas três provas da temporada (México, Brasil
e Abu Dhabi), desempenho que supera a condição de “mais do que provável” e é
bastante próximo do “já ganhou”.
Mercado americano – O sucesso do programa Mazda Road
to Indy, considerado o mais completo na formação de novos pilotos de monopostos
em todo o mundo, fez a FIA se mexer. No fim de semana de Austin foi anunciado o
primeiro campeonato regional de F-3 de acordo com as novas determinações da
entidade e que será promovido pelo Sports Car Club of America, o SCCA. O
torneio será disputado com monopostos Ligier, fabricados pela Onroak, e
equipados com motor Honda de 270 hp, 2 litros e turbo compressor. O calendário
de provas ainda não foi anunciado e é provável que ele coincida com as datas do
campeonato estadunidense de F-4, também promovido pelo SCCA.
Nas estradas paulistas – Competição de subida de
montanha disputada sábado em percurso de 4,2 km na estrada que liga Monte
Alegre do Sul a Serra Negra conseguiu boa aprovação entre os cerca de 30
pilotos que disputaram a prova. Com algumas melhoras, particularmente na
promoção e divulgação, o evento pode conquistar um lugar interessante no
calendário paulista. O melhor tempo do percurso foi obtido por Ricardo Wormke,
que registrou a marca de de 2’31″67 com seu Mitsubishi Lancer Evo.
Wagner Gonzalez
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