Wagner Gonzalez |
Quando o trote assusta o calouro
Marko
obrigado a engolir orgulho
Red Bull faz segunda chamada
Chile mostra circuito da F-E
O austríaco Helmut Marko tem fama de ser tão sutil quanto
um búfalo andando em uma loja de cristais. Não são poucos os sonhos que foram
quebrados pela maneira pouco sutil com que ele trata dos interesses do programa
de desenvolvimento de pilotos da Red Bull, one ocupa o posto de diretor, cargo
de confiança que lhe foi dado pelo conterrâneo Dietrich Mateschitz, o
bilionário proprietário da fábrica de energéticos. O brasileiro Sérgio Sette
Câmara, que este ano disputa a F-2, é um dos que fez parte dessa academia mas
que preferiu abdicar da “oportunidade”. Acredita-se que os nomes que vingam e
chegam ao estrelato são obrigados, por contrato, a pagar uma porcentagem de
seus salários quando alçam vôo e assinam com equipes concorrentes.
Apesar do grande número de jovens que estão incluídos na
academia do touro que distribui asas, Marko foi obrigado engolir seu orgulho e
autoritarismo para resolver um problema que ele não enxergou. Uma semana após
colocar na geladeira o russo Daniil Kvyat para dar lugar a Pierre Gasly , Marko
foi obrigado a chamar o russo de volta ao time de F-1.
Tudo porque após muitos
sinais de ter perdido a motivação em defender a Toro Rosso, o espanhol Carlos
Sainz finalmente despediu-se da equipe no recente GP do Japão. Domingo que vem
ele estréia pela equipe Renault no GP dos EUA, em Austin, Texas. Ele toma o
lugar do inglês Jolyon Palmer que jamais mostrou competitividade semelhante à
do alemão Nico Hulkenberg, primeiro piloto do time francês.
Marko havia dispensado Kvyat para dar lugar ao francês
Pierre Gasly, nome já praticamente confirmado na equipe para 2018, quando o
time usará motores Honda. Ocorre que o dirigente austríaco não contava com a
exigência da fábrica japonesa em ver o francês alinhar na prova final da
temporada japonesa de Super Fórmula, onde ele é o único representante da marca
com chances de chegar ao título da categoria semelhante em performance à F-2 européia.
Tal situação revelou que dentre os vários meninos da academia do touro vermelho
não há ninguém em condição de disputar uma prova de F-1.
E foi assim que Brendon Hartley reapareceu no universo
dos energéticos. Por enquanto, Hartley foi escalado para disputar apenas o GP
dos EUA, mas o passo de Marko não deixa dúvidas que o o “kiwi” (como os
neozelandeses são conhecidos no Reino Unido) poderá ser o novo carrasco de
Kvyat, que no ano assado perdeu o posto de titular da Red Bull para o holandês
max Verstappen.
Currículo não falta ao piloto nascido em Palmerston North,
principal cidade da ilha de Manawatu famosa por suas universidades: depois de
dois testes para a Toro Rosso em 2009, ele enveredou por várias categorias e no
ano passado venceu o Campeonato Mundial de Protótipos (WEC) e este ano triunfou
em Le Mans. Se tudo conspira a seu favor, Daniil Kvyat parece cada vez mais
perto de ser dispensado em definitivo: ainda que não haja não haja pilotos
japoneses em condição de pedir a super-licença necessária para competir na F-1,
uma boa atuação de Hartley em Austin poderá valer novas oportunidades neste ano
e, se tudo der certo, render-lhe um contrato para disputar a temporada de F-1
de 2018.
Terra de nomes como Bruce McLaren, Chris Amon e Dennis
Hulme, Hartley será o primeiro neo-zelandês a disputar um GP desde a passagem
conturbada de Mike Thackwell pela categoria em 1980. Então com pouco mais de 19
anos ele chegou a alinhar par ao GP do Canadá de 1980 e escapou de um mútiplo
acidente na largada que eliminou os dois titulares da equipe Tyrrell,
Jean-Pierre Jarier e Derek Daly. Como Jarier era o primeiro piloto da equipe,
Ken Tyrrell ordenou que Thackwell cedesse seu carro para o francês. Uma
nova tentativa fracassada de se classificar para o GP dos EUA, uma semana mais
tarde, marcou o final de sua carreira na F-1.
A corrida de Austin pode definir o título da temporada: a
combinação de vitória de Lewis Hamilton e Sebastian Vettel terminando em sexto
lugar ou pior garante o quarto título do piloto inglês com três provas (Mexico,
Brasil e Abu Dhabi) de antecipação.
Enquanto os chilenos já tem definido o lay-out do
circuito que será usado na estréia do país no calendário da F_E, a categoria de
carros elétricos, os organizadores da etapa de São Paulo pouco divulgaram sobre
a corrida que marca a entrada do Brasil no universo dos carros elétricos de
competição. O máximo que se sabe até agora é que a corrida acontecerá no
circuito do Parque Anhembi, e adotará um circuito que utilizará boa parte
semelhante ao que foi utilizado pela F-Indy.
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