edita@rnasser.com.br - 61.3225.5511 Coluna 5112 19.11.2012
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Alfa com plataforma Mercedes e motor
Ferrari. É a globalização
Alficionados - os fãs de Alfa Romeo -
aguardam uma definição da controladora Fiat. Navegando entre quedas de vendas,
de participação, prejuízos no mercado italiano, e sobrevivência de ser
estrangeiro entre herdeiros titulares da companhia, Sergio Marchionne,
canadense, executivo no. 1, deu novos sinais. A Alfa terá, além dos carros
menores e do produto desenvolvido sobre a antiga – e boa e resistente -
plataforma do Marea – antecipado mundialmente pela Coluna -, produto comum com a Chrysler,
automóvel maior, com a tradicional tração traseira.
Curiosidade no universo de
apreciadores de marca, ainda apegados aos valores antigos, como a tradição, a
composição do automóvel pode chocar: plataforma do novo Chrysler 300, base do
sedã Mercedes-Benz Classe E. O motor, Ferrari pequeno, V6, 3.000 cm3, 410 cv de
potência. Transmissão mecânica, automatizada por dupla embreagem, possivelmente
Fiat, tração traseira.
Outro mercado
Marchionne tenteia achar caminhos de
comunizar produtos. Nos menores em tamanho, motorização e preços, para faixas
inferiores de mercado, os novos Alfa dividirão plataforma e mecânica com Fiats;
médios com a Chrysler; para clientela superior, o grande Alfa será
interpretação do Maserati Quattroporte, sedã esportivo focando competir com
Porsche Panamera e BMW Serie 7. Utilizará a plataforma Mercedes, motor maior,
produzido na Ferrari, V8, 3.800 cm3, e 510 cv de potência.
O Quattroporte é primeiro resultado
do investimento de 1,2B Euro na Maserati, lançado na semana passada com a
aparentemente entusiasmada missão de vender 13.000 unidades em 2013, e atingir
50.000 vendas no próximo exercício. 2012 deve fechar com distantes 6 mil e
poucas unidades. É uma incógnita. Custa 150 mil euro, contra 141 mil pedidos
pelo Panamera, e terá foco nos dois maiores mercados do mundo: EUA, para
clientes acima da crise, e China.
Maserati 2013, Alfa 2014
Pergunta instigante, porque a mistura
de tantas marcas num carro só ?
Simples entender. A tomada de
controle da Fiat sobre todas as marcas italianas – exceto Lamborghini, assumida
pela Audi – padronizou produção de plataformas e motores. Assim, o motor V8
feito na fundição da Ferrari, em Maranello, é vendido em gradação: com
cabeçotes e regulagens e produto Alfa custa x;
se Maserati com o trato personalístico, mais x;
e muitos x quando num carro com emblema Ferrari.
Não é questão de técnica, disputa, mas coisa simplória, de marketing. Um
Maserati tem posição mais refinada e superior que um Alfa, e um Ferrari gravita
acima de todos os italianos.
E a plataforma ? indagará àrdego ( apressado,
incontido ) leitor. Fácil. A compra da Chrysler pela Mercedes fez migrar
tecnologia e padronização de produtos. Negócio acabou, a Chrysler passeou pela
rua da amargura e acabou recebida e controlada pela Fiat, que encontrou coisas
boas: produtos com base e tecnologia Mercedes - o Cherokee sobre plataforma dos
Mercedes ML, e o novo 300 tem com base da Classe E -; e rede com 2300
concessionários.
Nesta postura industrial, quem olha
Maserati vê a trilha a ser seguida pela Alfa: utilitário esportivo já batizado
Levante, e sedã pequeno, o Ghibli – nome de esportivo da marca nos anos ’70.
Neste, caminho inverso - tração dianteira -, gerador versão de Dodge, de Alfa
e, como anunciado, Maserati mais barato.
De Alfas
A fórmula de personalizar produtos
com estrutura e motorização básica comum, diz a Fiat, gerará 9 modelos Alfa até
2016, a partir de três plataformas – Punto, ex-Marea, Mercedes E – com
variáveis em tamanho, formas e potências.
Para o Brasil, especula-se a
adequação dos Alfa MiTo para comercialização através dos revendedores Chrysler.
Entretanto, considerada a escala diminuta não parece negócio atrativo a ser
aceito pela rede Chrysler, que se desdobrará para distribuir e assistir a
marca.
A produção do veículo baseado na
plataforma do Marea e com motorização Fiat 1.4 Turbo, gerando produto Chrysler
aqui a ser chamado de Dodge Dart, e outro, Alfa, com variações de estética e de
acertos mecânicos para ter espírito diferenciado, está indefinida. Era prevista
imaginária fumacinha branca saindo da sala do Comitatto – o comitê gestor da Fiat Automóveis –
anunciando um Habemus Alfa,
mas o ano acabou para as decisões da marca ou fumaça indicando início do
projeto na cidade industrial que a Fiat monta em Goiana, Pe.
Aliás, no espírito da Coluna, para acicatar novas
histórias, duas notícias: fornecedor da Fiat chegou a 250 cv de potência no
pequeno motor 1.4T. A cavalagem é mais que a necessária para diferenciar a
versão Fiat da versão Dodge. Outra, a Fiat analisa desenvolvimento e testa
Punto tracionado por motor EtorQ 1.8 com turbo. Mudanças em comandos de
válvulas, programa da injeção, soprando suaves 0,6 bar acusa 240 cv e arranha
30 quilos de torque desde as baixas rotações.
Roda-a-Roda
Que coisa – Ninguém sabe ou projeta a penetração da internet na vida
da gente. Exemplo recente a JAC Motors colocou filminho no Youtube, com o novo
modelo J2 no tema “Parado é
pop, andando é rock” ,
enfatizando o rendimento pelo baixo peso e o motor 1.4 VVT com 108 cv.
O que – Dura 60s, criado pela agência
Ogilvy & Mather, trilha sonora Highway
Star da banda inglesa Deep
Purple. Em 42 horas de exibição 1 milhão de acessos. Quer ver? https://www.youtube.com/watch?v=HgWI7KwN7Lw
Caminho – Tração integral, com o refinamento do
torque variável, até agora equipamento para veículos de maior preço, tem novo
foco pela Mercedes-Benz: carros menores, com motor transversal, os Classe A e
B. Na prática sinaliza, a empresa espera grande crescimento neste segmento, o
que inclui, como a Coluna antecipou mundialmente, o sedã Classe
A produzido em Rezende, RJ.
Negócio – Forma jurídica de mandar mais,
repassar tecnologia para ampliar vendas, mercados e garantir sobrevivência, a
aliança Renault-Nissan e a Russian Technologies fizeram joint venture. O
mercado russo é o terceiro para a Aliança e projeta-se será, a médio prazo, o
maior da Europa.
Grana – Da mesma Renault, decisão de vender
sua participação na Volvo Caminhões, recebendo e aplicando os US$ 1.92B na
operação automóveis.
De fora – Jaguar Land Rover, empresa
controlada pelo indiano grupo Tata, assinou memorando para instalar fábrica
para 50 mil Land Rover/ano, na Arábia Saudita, utilizando alumínio e aço
locais. Decisão sobre fábrica no Brasil, nada.
Prêmio – O pequeno Fiat 500 começa carreira ascendente no Brasil.
O prêmio “Os Eleitos” da revista 4 Rodas apurou 103,3 pontos, total nunca
alcançado nas 11 edições anteriores. O número, acima de 100, indica para os
2.544 proprietários consultados, o carro supera as expectativas.
Casamento – A Randon S.A. com sede em Caxias do
Sul, RS, aplicará R$ 500M em fábrica em Araraquara, SP: vagões ferroviários. A
cidade é cruzamento de estradas de ferro e está em área de produção sucro
alcooleira. Já acertou com a Vale o fornecimento de 403 vagões.
Hermanos – Consequência da prensa que Dona Cristina Kirshner aplicou nos
frequentadores do mercado argentino, exigindo nacionalização, a Agrale lá
ampliará investimentos na fábrica de chassis para ônibus e aplicará US$ 12,5M
no fazer tratores.
Concentração –
A organização mundial da Fiat concentrará empresas: Iveco, de motores, câmbios,
caminhões e ônibus, e outras marcas, como Magirus, e a área de tratores e
colheitadeiras hoje sob a sigla CNH, em empresa única sub dividida em
continentes.
Efeito – A América
Latina será comandada por Marco Mazzu. A designação parece um trilho para
levá-lo à posição regional de Capo di tutti Capi, hoje
exercida por Cledorvino Belini.
Menos uma – Outra
empresa brasileira assumida por capital estrangeiro. A pioneira Branco Motores
agora é da norte americana Briggs & Stratton. R$ 57M.
Si, señor – O
Centro de Experimentação e Segurança Viária, CESVI, da Argentina, concedeu dos
prêmios aos Ford. New Fiesta e Transit considerando-os Carro e
o Furgão curto mais seguros.
Regra – A partir de
fevereiro os motoboys, agora pomposamente ditos motofretistas, serão
fiscalizados para conferir se fizeram curso de formação. As motos deverão ter
placa de Aluguel e equipamentos aptos à função.
Acidentes – Fez-se o óbvio: o
Ministério da Justiça juntou o de Transportes, Cidades e Saúde em torno da
operação Rodovida 2012/2013,
para reduzir acidentes nas estradas. Justificou José Eduardo Cardozo, da
Justiça, a queda de 16,8% nas mortes com o Rodovida
2011. Fiscalização, bafômetros para mudar a tradição mortífera no fim do
ano. Idéia boa, mas resta saber se haverá a parte educativa ou apenas o
faturamento pelas multas por pardais ou conversinhas de Polícia
Rodoviária a respeito da sede ou do custo de vida.
Antigos – Mais
divertido dos eventos antigomobilísticos, o “Pé
na Tábua – Corrida de Calhambeques” de
25 a 27 de janeiro, em Franca, SP, inscrições abertas. Tem os dois extremos:
velocidade e marcha lenta. Primeira modalidade, esqueça: o tri campeão de
Fórmula 1 vai para ganhar. Na prova de marcha lenta ganha o Fordeco que mais
demorar para andar entre duas marcas e, o piloto caminha ao lado do carro,
acertando os bigodes, as varetas que comandam acelerador e ignição sob o
volante. Mais? www.penatabua.com
Namoro – Finalmente Eduardo Pessoa de Melo,
presidente do Auto Union DKW Club do Brasil, conseguiu se aproximar da Audi –
marca sobrevivente à Auto Union. Para comemorar 33 anos do clube faz passeio de
S Paulo a Jundiaí, 60 km, visita ao Centro de Peças e Competência Tecnológica e
ouvem palestra sobre as novidades tecnológicas dos novos Audi.
História – É desconcertante a maneira pela
qual quase todas as fábricas e importadoras de veículos no Brasil desprezam sua
história. Algumas mantém grandiosos museus no país de origem, mas aqui agem
como colonizadores em fugaz passagem, sem compromisso com o passado ou o
futuro.
Marcos – No caso Audi, para lembrar, a Auto
Union teve representação oficial no país; enorme presença através da Vemag
autora de quase 120 mil unidades; foi recordista mundial em vitórias em
corridas; conseguiu a maior potência sobre os motores 1.0; bateu o recorde
brasileiro de velocidade. Os intelectuais de marketing da Audi não capitalizam
isto.
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