Custos da F1
intrigam até Bernie Ecclestone
Chefão da categoria
manda recado e fala de sua preocupação sobre as finanças das equipes.
Permanência de Massa na F1 pode envolver direitos de transmissão para o Brasil F1.São raros os
jornalistas de F1 que tem acesso a Bernie Ecclestone tanto quanto o suíço Roger
Benoit, que a pesar do nome é do cantão alemão do país e é conhecido por sempre
usar sapatos sem meias e portar sempre um charuto nos lábios ou nãos mãos.
Correspondente do jornal Blick – um tablóide com DNA sensacionalista, mas com
credibilidade acima da média para o setor -, Benoit ouviu de Ecclestone uma
confissão no mínimo preocupante: duas equipes da categoria estão em sérias
dificuldades econômicas e uma terceira estaria bem perto de ser incluída nesse
grupo. O promotor inglês não confirmou nem desmentiu quando perguntado pelo
escriba se a Sauber estaria entre esses times:
“Nos conhecemos há
tempo suficiente para você saber que eu não tenho nada a declarar sobre isso!”,
foi a resposta de Ecclestone, que ainda esclareceu uma certa mudança nas regras
do jogo que o levou a construir a categoria mais ativa do esporte mundial. Não
há como contestar que nenhum outro campeonato se apresenta quase que
quinzenalmente em tantos países do mundo com a audiência e frequência da F1.
Segundo Bernie, os dias de emprestar ou adiantar dinheiro para equipes em
dificuldade estão longe e é algo que a atual estrutura da FOM (da sigla em
inglês para Gestão da Fórmula Um), mão mais permite fazer.
As declarações de
Ecclestone preocupam não pela possibilidade da categoria perder duas, ou três,
equipes na temporada de 2014, mas pelo fato de terem se tornado públicas
através de um canal que no circo da F1 é conhecido por ter acesso ao promotor e
ser bem informado e também pelo oportunismo. No cenário internacional essas
declarações criam um factoide que remente às próximas eleições da FIA, onde
David Ward faz oposição ao atual presidente Jean Todt. Ward é discípulo de Max
Mosley – por sua vez mais próximo a Ecclestone do que Todt -, e que faz
campanha a seu favor declarando ao mundo que a F1 está em dificuldades
financeiras por culpa do francês.
Sobre Felipe Massa
a equação também se resolve por uma incógnita financeira. Para ele a
permanência de Felipe na F1 passa pelo apoio financeiro de empresas brasileiras
e o institucional da mídia verde-amarela, algo que pode ser interpretado pelo
espaço aberto pela TV Globo e os grandes jornais. Até os anos 1990 ambos davam
bom espaço à F1 e às categorias de base, atualmente apenas dois seguem o
Mundial e as categorias de base simplesmente sucumbiram à escala de custos e,
especificamente no território brasileiro, à incapacidade dos dirigentes em
desenvolver opções viáveis e interessantes. Ironicamente pode ser esta situação
de penúria que possa resolver boa parte desses problemas.
Historicamente a
FOM e suas antecessoras dividiram o mercado latinoamericano em dois segmentos:
o de idioma espanhol e o de idioma português. O interesse cada vez maior da
Fox, que transmite a F1 a cabo em toda a América Latina, em incluir o Brasil
nesse pacote pode forçar a Globo a aumentar seu espaço à categoria ou levar a
rival a propor um pacote mais apetitoso aos interesses do campeonato. Em ambas
as situações Felipe Massa e os futuros pilotos brasileiros sairiam ganhando se
este cenário de concretizasse.
Como a sequência do campeonato envolve os
GPs da Coréia (6/10), Japão (13/10), Índia (17/10) e Abu Dhabi (3/11), o
diz-que-diz dos boxes nesse período ficará restrito a canais como o jornal
suíço. Isto garante negociações mais sérias e menos espalhafatosas, como tem
sido encarado o recente interesse da McLaren em contratar Fernando Alonso. Este
cenário também dá certa tranquilidade a Felipe Massa em desatar os nós que
embrulham seu pacote pra 2014.Neste processo duas novas opções ganharam
importância nos últimos dias: o fato da Renault ter garantido o fornecimento de
motores à equipe Caterham para o período 2014/16 e a declaração de Toto Wolff
em acolher o brasileiro como piloto da Mercedes Benz no DTM (Campeonato Alemão
de Turismo) do ano que vem.
GP Argentino Histórico faz tributo a Froilán González
Evento tradicional
do calendário argentino, o Gran Premio Argentino Histórico vive a partir de
sexta-feira sua décima-primeira edição, este ano com um percurso de 3.546
quilômetros através das províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Entre Rios,
Santiago del Estero, Tucumán, Salta, Catamarca, La Rioja, San Juan e San Luis,
onde o evento termina dia 4 de outubro. Nada menos de 241 automóveis estão
inscritos na competição que presta tributo a José Froilán González, um dos
maiores pilotos argentinos de todos os tempos e que faleceu há poucos
meses.
Entre os carros que partem de Buenos Aires esta semana há modelos
que vão do pequeno NSU Prinz a réplicas das carreteras que disputaram a versão
original da prova entre os anos de 1935 e 1947. No ano passado este colunista e
o piloto Luiz Evandro Águia participaram do evento como convidados do Automóvil
Club Argentino.
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