terça-feira, 24 de setembro de 2013

CONVERSA DE PISTA com Wagner Gonzalez

Custos da F1 intrigam até Bernie Ecclestone

Chefão da categoria manda recado e fala de sua preocupação sobre as finanças das equipes. Permanência de Massa na F1 pode envolver direitos de transmissão para o Brasil F1.São raros os jornalistas de F1 que tem acesso a Bernie Ecclestone tanto quanto o suíço Roger Benoit, que a pesar do nome é do cantão alemão do país e é conhecido por sempre usar sapatos sem meias e portar sempre um charuto nos lábios ou nãos mãos. 

Correspondente do jornal Blick – um tablóide com DNA sensacionalista, mas com credibilidade acima da média para o setor -, Benoit ouviu de Ecclestone uma confissão no mínimo preocupante: duas equipes da categoria estão em sérias dificuldades econômicas e uma terceira estaria bem perto de ser incluída nesse grupo. O promotor inglês não confirmou nem desmentiu quando perguntado pelo escriba se a Sauber estaria entre esses times:

“Nos conhecemos há tempo suficiente para você saber que eu não tenho nada a declarar sobre isso!”, foi a resposta de Ecclestone, que ainda esclareceu uma certa mudança nas regras do jogo que o levou a construir a categoria mais ativa do esporte mundial. Não há como contestar que nenhum outro campeonato se apresenta quase que quinzenalmente em tantos países do mundo com a audiência e frequência da F1. Segundo Bernie, os dias de emprestar ou adiantar dinheiro para equipes em dificuldade estão longe e é algo que a atual estrutura da FOM (da sigla em inglês para Gestão da Fórmula Um), mão mais permite fazer.

As declarações de Ecclestone preocupam não pela possibilidade da categoria perder duas, ou três, equipes na temporada de 2014, mas pelo fato de terem se tornado públicas através de um canal que no circo da F1 é conhecido por ter acesso ao promotor e ser bem informado e também pelo oportunismo. No cenário internacional essas declarações criam um factoide que remente às próximas eleições da FIA, onde David Ward faz oposição ao atual presidente Jean Todt. Ward é discípulo de Max Mosley – por sua vez mais próximo a Ecclestone do que Todt -,  e que faz campanha a seu favor declarando ao mundo que a F1 está em dificuldades financeiras por culpa do francês.

Sobre Felipe Massa a equação também se resolve por uma incógnita financeira. Para ele a permanência de Felipe na F1 passa pelo apoio financeiro de empresas brasileiras e o institucional da mídia verde-amarela, algo que pode ser interpretado pelo espaço aberto pela TV Globo e os grandes jornais. Até os anos 1990 ambos davam bom espaço à F1 e às categorias de base, atualmente apenas dois seguem o Mundial e as categorias de base simplesmente sucumbiram à escala de custos e, especificamente no território brasileiro, à incapacidade dos dirigentes em desenvolver opções viáveis e interessantes. Ironicamente pode ser esta situação de penúria que possa resolver boa parte desses problemas.

Historicamente a FOM e suas antecessoras dividiram o mercado latinoamericano em dois segmentos: o de idioma espanhol e o de idioma português. O interesse cada vez maior da Fox, que transmite a F1 a cabo em toda a América Latina, em incluir o Brasil nesse pacote pode forçar a Globo a aumentar seu espaço à categoria ou levar a rival a propor um pacote mais apetitoso aos interesses do campeonato. Em ambas as situações Felipe Massa e os futuros pilotos brasileiros sairiam ganhando se este cenário de concretizasse.

Como a sequência do campeonato  envolve os GPs da Coréia (6/10), Japão (13/10), Índia (17/10) e Abu Dhabi (3/11), o diz-que-diz dos boxes nesse período ficará restrito a canais como o jornal suíço. Isto garante negociações mais sérias e menos espalhafatosas, como tem sido encarado o recente interesse da McLaren em contratar Fernando Alonso. Este cenário também dá certa tranquilidade a Felipe Massa em desatar os nós que embrulham seu pacote pra 2014.Neste processo duas novas opções ganharam importância nos últimos dias: o fato da Renault ter garantido o fornecimento de motores à equipe Caterham para o período 2014/16 e a declaração de Toto Wolff em acolher o brasileiro como piloto da Mercedes Benz no DTM (Campeonato Alemão de Turismo) do ano que vem.


GP Argentino Histórico faz tributo a Froilán González

Evento tradicional do calendário argentino, o Gran Premio Argentino Histórico vive a partir de sexta-feira sua décima-primeira edição, este ano com um percurso de 3.546 quilômetros através das províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Entre Rios, Santiago del Estero, Tucumán, Salta, Catamarca, La Rioja, San Juan e San Luis, onde o evento termina dia 4 de outubro. Nada menos de 241 automóveis estão inscritos na competição que presta tributo a José Froilán González, um dos maiores pilotos argentinos de todos os tempos e que faleceu há poucos meses.  


Entre os carros que partem de Buenos Aires esta semana há modelos que vão do pequeno NSU Prinz a réplicas das carreteras que disputaram a versão original da prova entre os anos de 1935 e 1947. No ano passado este colunista e o piloto Luiz Evandro Águia participaram do evento como convidados do Automóvil Club Argentino.




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