F1: McLaren azeda o balsâmico da Ferrari
Equipe inglesa
tumultua a Scuderia com declarações que sugerem volta de Alonso. Futuro de
Massa na Lotus ameaçado com a perda de mais um engenheiro
O passado recente da F1 mostra que cada time tem suas
características, algo nem sempre lógico e fiel à realidade, mas sempre útil
para o entender a estratégia desse mundo. Enquanto caía a noite, ontem, na
Europa um movimento com potencial de Tsunami era notado em uma cidade-estado
bem longe dali, mais exatamente em Cingapura, onde o Cirquinho do Tio Bernie se
apresenta neste fim de semana. O rumor-mais-que-rumor-mas-por -enquanto-apenas-rumor
que detonou o último a instabilidade do sistema é uma declaração de Martin
Whitmarsh à reportagem da BBC quando perguntado se ele contrataria Fernando
Alonso :“Sim, qualquer equipe o contrataria, ele é o melhor
piloto. Não conheço sua situação contratual, mas assumo que ele está sob
contrato.”
É o tipo de declaração que se pode classificar como jogar
lenha na fogueira tanto quanto chover no molhado: afinal, ninguém duvida que
Alonso seja um dos três melhores pilotos da atualidade e o melhor para uma
importante parcela de amantes da F1. Certo ou errado, tem muita cara de
pergunta plantada por um assessor de imprensa competente. Ponto por ponto,
alguns detalhes emergem desta história e corroboram a idéia que Whitmarsh está
busca mesmo desestabilizar a concorrente italiana. O departamento de marketing
da McLaren é dos mais ativos e eficientes e sempre surpreende, Caso clássico é
ter tirado da Williams o apoio que Sir Frank obteve da TAG, empresa saudita
liderada por Mansour Ojjeh e que hoje detém 15% do grupo McLaren. É sabido que
a Vodaphone, principal patrocinador atual, não renovará seu acordo para o ano
que vem. Daí o interesse de aliciar Alonso e seu fiel apoiador Banco Santander.
A latinidade da Ferrari ainda faz a Scuderia sucumbir aos ataques de
adversários claramente interessados em dispersar a energia que deveria ser
concentrada em desenvolver seu equipamento. O time de Maranello é o que tem a
maior porcentagem de rendimentos oriundos dos direitos que a Formula One
Management (FOM, siga em inglês para Gestão da Fórmula Um), empresa que explora
os direitos comerciais da categoria. Ao perder competitividade seus proventos
tendem a ser reduzidos.Falando em redução de faturamento, lembremos de Sergio
Perez, o mexicano também conhecido como Checho (pronuncia-se Keko, como o
apelido do ex-piloto e construtor Mário Patti Júnior). Ele é apoiado pelo
empresário Carlos Slim, cujo império inclui a empresa telefônica Claro e paga
uma boa quantia anual para ver seu rebento florescer e gerar mais lucros. Como
é pouco provável que nas atuais circunstâncias Perez daria lugar a Fernando
Alonso e Jenson Button foi publicamente confirmado para mais uma temporada na
McLaren, reforça-se com isto que Alonso descontente na Ferrari a McLaren tem
algo a menos para se preocupar.
Reforça este tese a aversão de Kimi Räikkönen, que substituirá Felipe Massa em
2014, não é lá o mais chegado em treinos e obrigações colaterais. Em ano que os
carros mudam completamente não é nada interessante ter Fernando Alonso – que
faz o tipo fominha e não cansa se cansa de testar e desenvolver -, desmotivado
ou trabalho a meio pau, como ficam as bandeiras em datas fúnebres.
Enfim, um trabalho estratégico que pode dar lucros a
médio e longo prazo: mais uma temporada problemática na Ferrari e a pista de
Fiorano, onde a Scuderia testa seus carros, será transformada numa arena
multiuso. O primeiro espetáculo pode acontecer ainda no decorrer de 2014 e será
uma tourada. Não se sabe se Alonso sairá vencedor no papel de matador ou
se o cavalinho rampante vai vingar a saga dos touros...
Ida de Massa para a Lotus esfria
Depois de James Alisson e Kirk de Beer, que aceitaram convite da Ferrari, agora
a Lotus confirma a perda de Jarrod Murphy, guru de dinâmica de fluídos (algo
que meus tempos de estudante de engenharia deixaram traumas) computacional. A
esperança de ter na equipe de Enstone um rancho para chamar de ser seu e uma
roça com solo de primeira vai aos poucos se resumindo a uma opção onde Nicolas
Todt possa desenvolver suas habilidades de empresário bem sucedido. Consta que
o apoio da fábrica de relógios de luxo Richard Mille foi obra do filho de Jean,
o presidente da FIA (Federação Internacional do Automóvel) e fã de Massa. Mais
alguns dias e provavelmente outras mudanças de empregador poderão ocorrer
envolvendo atuais colaboradores da Lotus.
BRINCANDO COM O VENTO
Quer desenvolver seus
conhecimentos de aerodinâmica sem causar muita ventania? Seus problemas
acabaram, ou melhor, foram soprados para bem longe... O mercado norte-americano
oferece uma série de brinquedinhos interessantes para pesquisar formas e
soluções que sejam fortes estruturalmente e bem fraquinhas no que se refere à
resistência ao vento. Uma rápida pesquisa na Amazon, por exemplo, revelou nada
menos que cinco opções, de U$ 59,35 a U$ 1351,92, este último com dimensões e recursos
bem maiores e melhores. Quem deu esta dica foi ninguém menos que Ricardo
Divila, criador do Copersucar Fittipaldi FD-01 e um dos engenheiros mais boa
gente que o automobilismo já conheceu. O modelo mais caro é fabricado pela
Pitsco, mede pouco menos de 1,5 metros de comprimento e funciona alimentado por
energia elétrica. Mais informações sobre este produto podem ser obtidas
aqui.
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