quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Roberto Nasser - De carro por aí

edita@rnasser.com.br - 61.3225.5511 Coluna 4712 21.11.2012


Renault Fluence GT
O Renault Fluence, turbo, valente, 180 cv e chamado GT.

Nova opção e topo de linha na Renault, o Fluence GT quer utilizar duas parcelas em conta que lhe seja favorável: rendimento com conteúdo, e preço. Chega a R$ 79.000, mais curiosos 370,00. Mesmo preço de Toyota versão Altis, pouco acima de Honda Civic, abaixo de GM Cruze e VW Jetta. Supera-os nesta conta.
GT não significa um esportivo de dois ou dois + dois lugares. Para a Renault é apenas um letreiro para caracterizar a chegada ao Brasil da Renault Sport, seu braço esportivo. O automóvel tem um motor que não é o Nissan que equipa o Fluence, mas o Renault da antiga geração Megane, de origem preparado para resistir às maiores pressões internas geradas pelo turbo, soprando a mistura de gasálcool até 1 bar de pressão – uma atmosfera.
1.998 cm3 de cilindrada, bloco de ferro, cabeçote em alumínio, com maiores câmaras d’água, para aumentar a refrigeração. Turbo, coletor de admissão variável, faz resultados sensíveis: produz torque máximo de 30,6 kgmf de torque a 2.800 rpm. Torque é o que move automóveis e logo acima da marcha lenta entrega  20 kgfm a 1500 rpm. Transmissão com seis velocidades à frente, relações de marcha alteradas para melhor aproveitar a disposição do motor e sua missão com o automóvel. Freios, elementos da suspensão, molas e amortecedores adequados para as novas prestações. Acelera de O a 100 km/h em 8 segundos, e corta a velocidade final aos 220 km/h.
Equipamentos de segurança como almofadas de ar, ABS com gestor eletrônico, controle de estabilidade e de aderência das rodas, de liga leve e aro 17”.
A idéia não foi criar carro urbano para corridas, porém melhorar a performance do bom Fluence, opção ao cliente do bem formulado sedã, com automóvel com suave decoração externa, à base de spoiller frontal e pequeno adereço como asa traseira. Por isto não rebaixou a suspensão, deixando-o com cara de sedã normal. A conformação de sedã performático e sem porcariada que alguns gênios da indústria decorativa entendem ser de bom gosto esportivo, sugerem que 5% da produção argentina dos Fluence será na versão GT – projetada em 70 unidades mês – estimativa aparentemente contida, pois com rede de 240 revendedores, significa vendas de 0.3 unidade/concessionário/mês. Com certeza o número deve ser melhor – aliás, se cada um não conseguir vender uma unidade mensal, parece na hora de procurar outra atividade.
Automóvel completo, tem opcionais apenas as cores, branco, preto ou vermelho discreto e metálico.

Trailblazer
GM Trailblazer, a volta do camburão.

Veículo tão ligado à história da General Motors no Brasil quanto identificado como carro de polícia, o Trailblazer apresentado semana passada mantém o espírito, aplicação – e a imagem.
O formato, a morfologia, mostram-na como um Blazer grande, mas escapa ao rótulo usual e atual SUV, de Sport Utility Vehicle. Será no máximo um UV, pois suas dimensões, peso e a grande distância entre eixos nada permitem iniciativas de esportividade. Na prática e no seu aplicativo é o que a camionete 3100, montada na década de´50, a Amazonas, nos albores dos anos´60, e logo após Veraneio e Grand Blazer até a geração anterior: veículo espaçoso para famílias, serviços e, como muito utilizado pelo segmento público, ambulância e camburão.
Mecanicamente não destoa do picape S 10, porém com adição de freios a disco nas quatro rodas, tendo em vista o enorme peso, acima de duas toneladas em uso. Suspensão traseira ancorada em cinco pontos tenta superar as dificuldades do centenário eixo rígido. Motorização diesel 2.800 cm3, 184 cv e gasolina V6, 3.700 cm3 e 239 cv, transmissões mecânica e automática com seis velocidades, tração nas 4 rodas e reduzida, acionados por trêfego botãozinho. A R$ 145 mil. 
Desenho local a partir do lápis do mexicano Carlos Barba, chefe de design aqui.


Roda-a-Roda

Começo – Assumir o importador; montar estrutura própria, fomentar a parte industrial de seu montador/fornecedor no Uruguai, são os planos da Lifan Motors. Aplicará US$ 150 milhões para aumentar capacidade e fazer fábrica de motores no vizinho país, e depois terá operação industrial no Brasil.

Versão – Programada para março, a Fiat antecipou aos que forem aos eventos da Associação de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador, a série especial do picape Strada. Clientela pontual para homenagear tão distinto equídeo em cabine estendida e dupla, versões Trekking e Adventure.

Como é – Mais ou menos o que fez a Mitsubishi com seu picape L200 há alguns anos: adesivos, rodas com pintura exclusiva, bordado com a logo Mangalarga Marchador nos bancos.

Aniversário – Festa pela festa, e série especial programada pela Nissan para comemorar 10 anos do início da produção do picape Frontier. A marca é mal resolvida com produtos. O picape citado, é segunda geração sobre o modelo descontinuado, veículo que se impunha pelo bom desenho, mas teve vida fugaz e, saindo, assustou o mercado.

EspecialLimited, série do Peugeot 408 motor 2.0, câmbio automático sequencial de 6 velocidades, marca-se por adotar pacote de eletrônica para integrar à navegação e reprodução de mídias e comunicação em tela de 7” sensível ao toque. Maior conforto, câmera de ré. R$ 65.000.

Começou bem – Criado para melhorar vendas nos mercados extra EUA, o novo picape Ranger tem recebido reconhecimento mundial: Picape do Ano na Europa, no Brasil, Motor do Ano para o diesel Duratorq 5 ciindros, que o faz o mais potente da turma.

Bom conjunto – Todo novo, componentes bem integrados, chassi, motor, câmbio com seis velocidades mecânico ou automático, itens de segurança e conforto. Deve ter performance de vendas à altura dos primeiros lugares.

Anúncio – A agência Neogama/BBH contratou o ator norte americano Paul Walker e criou filme para apresentar o Fluente GT ao mercado brasileiro, mesclando imagens da nova versão, em hipotética fusão com Fórmula 1. Idéia é transmitir que a tecnologia é a mesma.
Bom – É interessante: automóvel coreano, feito na Argentina, motor francês, ator norte-americano, carro de corridas francês, marca francesa, para ser vendido no Brasil. Apesar de parecer mini ONU, a proposta passa a idéia da transmissão de saber.

Atração– Estará no Rio dia 26 ? Gosta de automóvel, economia, tecnologia expostos por um camarada que saiu de Rondônia, salvou duas multis e hoje lidera a união de Renault com Nissan, terceiro maior grupo de automóveis ?

Chance – O camarada, Carlos Ghosn, falará na PUC-Rio dia 26 às 17h no tema “A importância da indústria automobilística, a contribuição das novas tecnologias para eficiência em consumo e sustentabilidade e a importância dos engenheiros brasileiros na dinâmica da indústria automotiva”. É grátis. Para inscrever gabinetectc@puc-rio.br.

Relevo – Ghosn virá para reuniões com as marcas, cobrar conquistas de mercado, e fará agrado reunindo-se com a rede de concessionários. Presidente mundial em reunião com revendedores pode ser curioso. Tanto quanto o Brasil ser o segundo mercado mundial da Renault. Também ver o final da temporada de Fórmula 1 e fazer comemoração local com a vitória dos motores Renault

Duas rodas – A Honda ampliou sua linha de produtos dentro do projeto de mesclar nacionais com importados e estar presente em todos os segmentos do mercado. Abriu os portões da alfândega, com chinês, CRF 110, mini moto para crianças; e tailandesa CRF 250 on e off Road.

Daqui – Simplificou a Pop 100 para as Classes D e C; inicia fazer em Manaus a NXR 125R; mostra scooter PCX 150; tornou flex os modelos CB 300R e XRE.

Exógeno – O comunicado de imprensa parece ter sido vertido do inglês por programa ching ling’. Um só parágrafo contém: utility on-off; line-up; upgrade, design; performance. Não entenderam, a linguagem pátria é outra, e mais rica que a utilizada.

Fórmula – Embora o Campeonato de Pilotos na Fórmula 1 não tenha terminado, o 2º. Lugar de Sebastian Vettel no GP dos EUA deu à Renault o 3º. Campeonato Mundial de Construtores. A marca conseguiu 11 títulos mundiais em 35 anos na Fórmula 1.

Adaptação – O resultado intestinal da confusão armada por Fábio Briattore, envolvendo Piquet filho, e a resposta forte de Piquet pai, fez a Renault deixar de competir na Fórmula 1 com equipe própria, mudando o foco e passando a fornecer e assistir motores a outros times.

Mercado – A novela do vai-não-vai da redução do IPI tem atrapalhado a vida dos donos de carros usados. Profissionais da Matel, empresa promotora de feirões de usados em S Paulo e Belo Horizonte dizem, em feiras é possível conseguir preços até 30% acima do oferecido pelas revendas nas trocas.

Expansão – Nipônica Mitsubishi Electric adquiriu sua representante e entra no Brasil com equipamentos para automação de fábricas, mercado em expansão. 
FreiosSpray com base sintética e cerâmica produzido pela Bendix, se utilizado nos discos de freio pode aumentar a durabilidade do sistema, por mante-lo limpo, sem partículas de sal, água, partículas.

Retífica RN – Você sabe, a Coluna não erra. No máximo comete pequenas derrapagens. Caso da nota sobre a Easy Traction, empresa goiana criadora de sistema mecânico para substituir os frágeis botõezinhos que acionam tração nas 4 rodas e marcha reduzida. É www.easytraction.com.br 

Ecologia – Listagem da revista Newsweek indicou a Cummins, produtora de motores diesel, como a mais “verde” entre as empresas industriais. Na relação das 500 mais ecológicas do mundo ficou em 64º. Lugar.

GenteFrançois Dossa, franco brasileiro, diretor administrativo da Nissan, promoção. OOOO Novo presidente. OOOO Deve ser bom de serviço, pois deixou de ser diretor de banco, ficou meses na empresa e já chegou à janela. OOOO A Nissan passa por seu momento mais importante, implantando fábrica. OOOO Flávio Villaça, ex GM e Toyota, novo pouso. OOOO Diretor para Desenvolvimento da Rede e Qualidade ao Consumidor na Nissan. OOOO Lugar era de Tai Kawasaki, há tempos na marca e novo diretor de Pós Venda.

De trator Fiat, há mais de 100 anos

Automóveis, com função de ligar gentes e lugares, criando a mobilidade, e tratores, incrementando a produção de alimentos, são frutos da mesma árvore da tecnologia, adubada com as necessidades dos tempos.
A Fiat, desde os seus primórdios, concluiu que máquinas, processos e pessoas envolvidas para criar e produzir automóveis, também poderiam fazer tratores. Eram de tremenda demanda, em especial se lembrados os eventos de fome na Europa e no norte da África, fomentadores da migração de pessoas, famílias, enorme contingente para o novo mundo onde a subsistência seria menos difícil.
Em seus primeiros tratores motores com base automobilística, reforçados para resistir às forças de oposição no arar, gradear, sulcar a terra. Aplicava um vaporizador, arremedo mecânico otimizando o uso de querosene, combustível mais encontrado àquela época, vendido para iluminação em vendas e armazéns, mais disponível que a gasolina em latas ou em raríssimas bombas.
A Fiat vende tratores no Brasil há quase um século. Na década de ’40 preparou-se para iniciar produzir, mas só o fez na década de ’60. Inicialmente no início da Via Anchieta, em São Paulo e após em Contagem, colada em Belo Horizonte. Há poucos anos, quando produzir máquinas agrícolas tornou-se mau negócio, apostou no futuro adquirindo as norte-americanas New Holland de colheitadeiras e, após, a Case, colocando-as sob a marca CNH.
Como registro, foi a Fiat Tratores que fez toda a estrutura de relacionamento para a vinda da Fiat Automóveis para o Brasil.

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