Grand Siena, o melhor
da turma do Logan
Tem ares
de “já vi em algum lugar”. É verdade. A novidade do Grand
Siena é ser produto de cruza entre o físico e o etéreo, a realidade e o
conceitual. Explico que na prática o Grand Siena é a visão da Fiat sobre
Renault Logan, Nissan Versa, Chevrolet Cobalt, a junção do conceito com elementos
frontais de sua linha. Um carro espaçoso para receber clientes com capacidade
aquisitiva – ou de se endividar – em ascensão. Saem do carro pequeno ou do
usado para ter um novo com mais espaço.
A Fiat aproveitou o bom nome e a boa imagem do Siena, produzido em
813 mil unidades em quatro gerações, entre 1997 e 2011, criou o novo produto
sobre a plataforma utilizada no Weekend e picape Strada, ampliou a distância
entre eixos – na verdade a medida de conforto no interior dos automóveis – em
13,7 cm. Mais 6 cm em largura, 5,3 na altura. Dá para perceber o ganho.
Na formulação deu atenção especial no compatibilizar os órgãos
mecânicos e no desenvolver conceitual da dinâmica do automóvel. É macio,
estável, de rodar confortável, amenizando a reatividade intrínseca aos
italianos. Influi nestas sensações o trabalho realizado na suspensão
traseira, evoluída relativamente ao Punto e, resultado em engenharia, aumento
da bitola.
Em termos de condução, o bom torque do motor e a agilidade para a
mudança das marchas pelas borboletas, e a surpreendente estabilidade fazem a
alegria nos trechos de subidas em curvas – para quem gosta.
Internamente bem recebe os usuários e o motorista se sente
prestigiado com a boa instrumentação do painel, facilmente visualizável, sem os
exercícios de musculatura dos olhos exigidos pela inexplicável disposição do
Honda Civic, e ainda, ao ligar a chave de ignição, os ponteiros varrem o
quadrante. Lembram importados de maior preço.
Desta renca de produtos sorrindo para os novos consumidores, o Grand
Siena tem vantagens nos extremos: da motorização 1.4 8V EVO à 1.6 16V EtorQ,
motor FPT desenvolvido sobre base BMW, com opcional de automatização Dualogic
para a transmissão, leque de R$ 38, 7 mil a R$ 54 mil. Automóvel ideal para a
necessidade de bom espaço, bem desenvolvido e bem compatibilizado entre os
órgãos mecânicos – o time liderado pelo eng Cláudio Demaria não é santo, mas
faz milagres – e a preço contido.
Diz a Fiat, o estilo foi desenvolvido em conjunto com os centros
de Turim, na Itália, e Betim, MG e, em sendo, será forma de remunerar
serviços à matriz que necessita, desesperadamente, de recursos externos.
Soluções atualizadas, como os faróis de duplo refletor, esticados
para os para lamas, de neblina embutidos nos para choques, e lanterna traseira
com elegantes traços luminosos.
No interior, para diferenciar-se da leva dos modelos espaçosos e
de preço contido da concorrência, detalhes cromados no painel, elevando a
percepção de cuidado elegante.
Mecânica com motorização flex 1.4 EVO 8V, 85/88 cv e 1,6 E.torQ
16V 115/117 cv (gasálcool/etanol), câmbio manual 5 velocidades e automatização
opcional nos 1.6. Freios dianteiros a disco, traseiros tambor.
Segurança com ABS e almofadas de ar frontais – adequação à
letárgica obrigação legal – sendo opção as laterais. Terceiro apoio de cabeça
atrás, e a economia besta de utilizar apenas cinto sub abdominal.
Característica igualmente inexplicável é a garantia ser de apenas um ano,
quando o corrente se inicia com três. Não combina com a liderança de mercado.
Para registrar. Especificamente na unidade testada o câmbio tinha
problemas. Fazia barulho em rolagem – rolamentos de rodas, do apoio de pinhão
ou peça rotante – e o automatizador Dualogic estalava ao reduzir as marchas
para parar. Era defeito da unidade, pois outro veículo com Dualogic foi testado
comparativamente e nele apareceram os ajustes feitos pela Fiat e sua controlada
Magneti Marelli, exibindo melhor racionalidade de uso e suavidade entre as
trocas de marcha. O sistema permite mudança automática ou manual com elegante
alavanca, ou pelas borboletas atrás do volante de direção, e possui um botão
“S” comando de reprogramação das trocas, dando condução mais ágil. É o melhor
da atual turma.
Por concluir, é um bicho novo, bem conformado, acertado, e deve
ser produto de sucesso pois, apesar do preço contido, tem-se a impressão de
receber mais.
Testes Latin NCAP: carros do Mercosul
defasados 20 anos
Há exceções. Ford Fiesta hatch e Honda City conseguiram
quatro estrelas nas avaliações destacando-se em proteção infantil. Outros,
embora a proteção infantil seja menor, tiveram 4 estrelas: Toyota Corolla XEI,
VW Polo hatch, Renault
Fluence, Toyota Etios. Surpreendentemente o Renault Sandero, o mais vendido da
marca e o JAC J3 conseguiram apenas uma estrela, mostrando deficiência
estrutural.
Os testes são realizados independentemente das marcas ou governos
e mostraram, segundo o Latin NCAP evolução nos veículos, como portar duas
almofadas de ar como equipamento de série. Mas as conclusões são claras: os
produtos para a América do Sul são defasados e, em alguns casos, como no
Sandero e no JAC J3, não adianta aplicar air
bags se a estrutura do
veículo não resiste ao impacto. Outras marcas, como Nissan March, Peugeot 207,
Fiat Palio e Novo Uno, Gol Trend, Ford Ka, Chevrolets Celta e Corsa/Classic,
ficaram com mínima estrela, embora marcassem duas ou três, como o Ka, em
proteção infantil.
As conclusões do instituto deixam claro, além dos problemas por
defasagem ou por economia construtiva, um dos responsáveis pelas deficiências
que causam mortes, ferimentos, danos materiais e previdenciários, é a falta de
legislação. Seja pela ONU, regulamentando os padrões de segurança, seja pelos
governos da América Latina. O exemplo do Sandero merece ser a alavanca para
mover governo e políticos. Desenvolvido no Mercosul, a versão aqui produzida,
no teste de impacto frontal deformou, até, a coluna traseira! O Sandero vendido
na Europa marcou três estrelas no mesmo teste, indicando haver no modelo do
Mercosul economia na estrutura. Ver mais ? www.latinncap.com
RODA-A-RODA
Investimento – Quer ser
sócio da Aston-Martin, com décadas de conquistas técnicas e a cara de
esportividade com sofisticação?
É hora. A Dar Investment, do Kwait, passa 64% das ações da
tradicional marca sediada na Inglaterra, pelos mesmos US$ 800M que pagou. Há
interessados e, curiosamente, a Toyota é um deles.
Alto – A JAC vende a S, versão espevitada do J3,
motor 1.5, 127 cv a álcool, decoração e afins. Mas esqueceram – ou
acautelaram-se – reduzir a altura. Baixá-lo 2,5 cm enfatizaria o perfil
esportivo e aumentaria a segurança.
Solo – A chinesa Lifan assumiu
sua marca antes representada pela Effa Motors, e se instala em Salto, SP. O
negócio incluiu a sociedade que o representante mantinha no Uruguai para a
montagem dos veículos.
Investimento – Em razão de legislação ampliará capacidade uruguaia, aplicando
US$ 150M no negócio, incluindo fazer fábrica de motores. Manterá operações com
o sedã LF 620 e com o LF 320, hatch assemelhado ao Mini.
Caminho – Ampliado o acordo entre
a marca de tintas AkzoNobel e a McLaren, pintando os carros de Fórmula 1:
fornecerá para a pintura dos esportivos de rua, MP4-12C e Spyder, e o novo P1.
Do Ano – O Hyundai HB20 é o “Carro
do Ano” pela revista
Autoesporte. Merecido. Bom produto. A Ford passou o rodo, tendo escolhidos
Fusion “Carro Premium”’, EcoSport “Utilitário Esportivo” e Ranger “Picape do Ano”. Jaime Ardilla, presidente da GM
América do Sul,“Executivo do Ano”. Adequado. Ardilla não deixou a onda
apequenadora da GM no restante do mundo inibir a filial brasileira, que
solidamente socorreu a matriz. Pessoalmente enfrenta com coragem doença
insidiosa, que se espera seja desafio passageiro.
Slap – Deve ter sido esta palavra, “tapa” em francês, o nome do projeto para dar
sobrevida ao erado Renault Clio no Mercosul. Mudança na frente adotando logo
aproximado à nova identidade visual da marca, aprimoramento no motor para
conviver com um automóvel planejado para maior cilindrada.
Na prática – A Renault melhorou o 1.0 16V, elevou a taxa de compressão a
12:1 e cuidou para te-lo longevo, com bielas do motor 1.2 turbo, bronzinas,
jato de óleo na parte interna dos pistões. Muito trabalho, pouco resultado:
potência do modelo 2012, 76/77 cv, passou a 77/80 cv. Torque era 10/10,2 foi a
10,1/10,5 kgfm, gasálcool e etanol.
Dúvida – Tanto
trabalho para ganhar 1% em torque com gasálcool?
Da Renault Gerson Almeida diz, o desenvolvimento focou em
economia com as medidas e o alongar do diferencial. O Clio é o 1.0 mais
econômico do país, com etiqueta verde e carimbo oficial.
Começou bem - O novo C3 vendeu em outubro 3.093 unidades a público e
supera 6,6 mil desde o seu lançamento no final de agosto. A Citroën fechou
outubro vendendo 6.970 unidades, delas mais de 40% do C3.
É - Pegou, apesar da
surpresa inicial do ter subido de preço em relação ao modelo anterior,
contrariando prática do mercado.
Efeito - Para atrair
interessados no sólido concorrente Renault Duster, a Ford criou duas versões na
linha de topo Titanium: no
2.0 opção de revestimento de tecido, e no 1.6 retirou estofamento em couro e,
acredite, almofadas de ar laterais e de cortina, baixando preços a R$ 66.490 e
R$ 63.990. Suprimir itens de segurança é anti educativo e anti institucional.
Melhoria – Bem acertado em
linhas, proporções e volumes, o Peugeot 208 a aparecer em março, caprichou nas
sensações para o motorista. Sentado, vê a instrumentação acima do volante – por
sinal, com 32 cm de diâmetro, menor que o menor dos Fórmula 1 dos Fittipaldi
- sabe do que falo ?
Expansão – A “Dacialização” da
Renault Brasil – processo pelo qual deixou de fazer carros Renault e assumiu os
criados pela romena Dacia, mais baratos, continua dando resultado. Em 2012 cresceu
33,6% contra 7,3% do mercado.
Justiça – O Tribunal Superior
do Trabalho, por unanimidade, condenou a Fiat a pagar horas extras a
funcionário que realizava mais que 8 horas diárias em dois turnos
ininterruptos, apesar de haver convenção com o Sindicato obreiro. O TST varreu
o assunto.
Então - A Fiat não quer
comentar o significado que o re arranjo trará em seu volume de produção e na
elevada produtividade.
Atualização – Novo motor para o Ford
Transit: diesel Duratorq 2.2, mais 10 cv, fazendo 125 e 40 Nm de torque, agora
350 Nm. Cumpre as exigências quanto a emissões e consome diesel S 50. É o mais
confortável da classe.
Chegou – Anunciada, a
centenária inglesa de motos Triumph começou a montar em Manaus: tradicional
Bonneville em design dos anos ’70 – R$ 29.900; Tiger 800XC
– R$ 39.900; Triple -R$ 42.900, e a naked speed T
– R$ 42.900.
Mais - Combinará com as
importadas Thunderbird Strom – R$ 49.900; Tiger Explorer – R$ 62.900 e Rocket
III Roadster – R$ 69.900. Quer vender 4.000 unidades ano, 70% nacionais,
restante importada.
Padrão – Como toda indústria pioneira a Ford tem caminho tecido com
competições. E agora, globalizando seus produtos, a partir da corajosa redução
de cilindrada e aplicação de turbo, que aproveitar resultados de corridas para
promover venda mundialmente. Daí, fez o óbvio, padronizou a pintura: branca com
largas faixas longitudinais preta e azul.
Necessidade – A Volkswagen inaugurou Centro Regional de Treinamento: Goiânia e
terceira unidade de programa de sete unidades. Em 1.500m2 reproduz uma
concessionária e pode treinar 1.000 funcionários de mecânica e venda das 62
revendas que compõem a região.
Solução – Enfrenta problema do setor, o crescimento da frota não tem
resposta proporcional no suprimento de mão de obra qualificada para vender e
assistir. A VW é a única montadora com este esquema. Em 2013 Rio, Belo
Horizonte, Porto Alegre e Recife.
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