O clima de
emoção que marcou a despedida entre Helio
Castroneves e todos os membros da equipe WA Mattheis, neste domingo em
Interlagos, deu bem uma mostra de como foi significativa a participação do piloto do Team Penske na Corrida do Milhão
da Stock Car pela Shell Racing.
Convidado especial da Raízen e Shell Racing para a prova de encerramento da
Stock Car brasileira, desde o primeiro momento o que se viu foi um entrosamento
dos mais harmoniosos e participativos, tanto no trato pessoal quanto nas
discussões técnicas.
Para cumprir a
agenda da prova, Castroneves teve de correr. A chuva da segunda-feira, 3,
postergou para o dia seguinte o teste no oval de Fontana e, de lá, voou direto
para o Brasil, onde chegou na manhã de quarta-feira. Ao sair do Aeroporto Internacional
de São Paulo, o piloto já iniciou uma intensa programação que incluiu fazer o
banco nos boxes de Interlagos, ocasião em que conheceu os comandados de Andreas
Mattheis e William Lube.
Assim que chegou
ao boxe 15 no Autódromo Municipal José
Carlos Pace, deparou-se com uma recepção de boas-vindas, caracterizada pela
miniatura do Homem Aranha e de uma aranha no teto do Stock Car #3. A rotina de
recolocar o boneco e inseto, toda vez que o carro voltava aos boxes, repetiu-se
durante todos os quatro dias de atividades de pista.
As três horas
dos treinos não cronometrados para pilotos convidados, realizados na quinta e
divididos em três baterias de uma hora cada, representaram o primeiro contado
de Castroneves com o carro, que foi classificado pelo tricampeão da Indy 500 como muito técnico e complexo. Reconheceu
estar em um processo de aprendizado e aproveitou cada minuto disponível para
estar na pista com o carro, sempre em linha direta com os engenheiros, o
brasileiro Rodolpho Mattheis e o francês Emmanuel Hugon.
Habituado a
estudar e aplicar alternativas complexas de tecnologia e estratégia em suas
corridas na IndyCar, Castroneves se sentiu em cada na WA Mattheis e foi essa
comunicação de alto nível que propiciou uma ousada estratégia de corrida. Ela
consistiu em largar dos boxes – abrindo mão da 21ª colocação conquistada no
qualifying – e evitar uma parada nos boxes para reabastecimento.
A decisão só não
foi mais vencedora porque uma falha no push to pass provocou falhas no motor e
impediu a chance de usar o dispositivo eletrônico de ultrapassagem. Mesmo
assim, Castroneves completou a corrida inteira com o mesmo tanque de
combustível e recebeu a bandeirada de chegada em 14º, depois de ter entrado na
pista em 30º. Esse caminho foi adotado porque o piloto, desde o primeiro teste,
demonstrou uma capacidade incomum de economizar combustível em razão de sua
tocada.
“Foi uma experiência fantástica e aprendi
muito nesses dias aqui com a galera da Shell Racing, WA Mattheis e da
Vicar. Gostei bastante do carro e, realmente, não é fácil trabalhar com ele.
Tem muitos macetes que a gente vai descobrindo aos poucos. A equipe está de
parabéns pelo nível de profissionalismo”, disse Castroneves, que
completou: “Foi uma pena o problema
técnico que tive, pois acho mesmo que poderia chegar ali na frente, talvez
entre os cinco primeiros”.
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