“Se eu ganhar em Guaporé, prometo que viro gaúcho!”. A
declaração bem humorada de Paulo Salustiano, líder do Campeonato Brasileiro da
Fórmula Truck, se refere à oitava etapa desta temporada, marcada para dia 4 de
outubro em Guaporé, interior do Rio Grande do Sul. A brincadeira desse
paulistano tem razão de ser, pois na briga pelo seu primeiro título da mais
popular categoria do automobilismo da América do Sul, ele venceu as corridas
disputadas no Velopark (Nova Santa Rita) e de Santa Cruz do Sul, ambas em
território gaúcho. Caso vença em Guaporé, fecharia a trilogia de provas no
Estado brasileiro que tem mais fanáticos por automobilismo.
“Essa é uma brincadeira que eu fiz com o meu chefe de equipe, o Pipo (Miguel
Ferreira), pois vencemos no Velopark e em Santa Cruz do Sul. Se ganhar agora,
no ano que vem me filio à Federação Gaúcha de Automobilismo!”, se diverte
Salustiano.
Brincadeiras à parte, o líder do campeonato reconhece que terá muitas
dificuldades para terminar na frente esta terceira etapa em terras do Rio
Grande do Sul. O principal talvez seja o fato de utilizar o restritor que mais
tira potência dos caminhões, item do regulamento na 20ª temporada da Fórmula
Truck. Salustiano terá no motor do seu caminhão Mercedes-Benz o restritor de 74
milímetros, o que o fará perder aproximadamente 70 cavalos.
“Esta será a primeira vez que vamos usar este restritor, que deixa entrar menos
ar no motor e, consequentemente, reduz a força. O ponto positivo é que as
pistas com as maiores retas (Goiânia e Curitiba) já ficaram para trás. Guaporé
não tem grandes retas, que é onde a gente sente mais a falta de força, e em
Cascavel (a nona etapa de 2015) a reta é em descida”, avalia Salustiano que tem
278 pontos.
Outro ponto que ele considera difícil de superar é a qualidade dos seus
principais adversários na luta pelo título. Ele enfrenta nada mais, nada menos,
do que dois campeões, reconhecidamente, velozes e consistentes pilotos.
Felipe
Giaffone, dono de invejável carreira internacional, tem três títulos
brasileiros (2007, 2009 e 2011) e do bicampeão Leandro Totti (2012 e 2014),
ambos com caminhões Volkswagen Constellation. Eles também utilizarão um
restritor - o regulamento prevê que os três primeiros usem -, mas que tira
menos potência dos motores. O do vice-líder Giaffone (264 pontos) será de 76
milímetros, com algo em torno de 50 cavalos a menos, e o de Totti (263 pontos)
de 78mm, o que o leva a deixar de usar cerca de 30 HP. No final da temporada
todos serão obrigados a descartar o pior resultado.
“Ainda é muito cedo para fazer contas e ver que resultados todos precisaremos,
pois teremos 159 pontos em disputa nas três provas restantes e muita água vai
passar por baixo da ponte. Está tudo em aberto e estou feliz por disputar com
dois nomes importantíssimos do automobilismo mundial como o Felipe e o Totti,
excelentes pilotos. Estou contente por ter recebido muito apoio da minha equipe
de mecânicos e da Mercedes-Benz nessa briga pelo meu primeiro título”, disse
Paulo Salustiano.
Outro ponto positivo destacado pelo líder do Campeonato Brasileiro da Fórmula
Truck é o clima de festa com que a categoria é recebida em Guaporé. Ano passado
ele enfrentou muitos problemas, mas ainda assim chegou no pódio, como relembra.
“Tive uma corrida de fortes emoções em 2014, pois quatro motores quebraram,
larguei em oitavo lugar e durante a corrida me recuperei e terminei em
terceiro, algo que valeu como uma vitória e deu muito ânimo para todos da
equipe. Mas o mais legal é que Guaporé é uma cidade maravilhosa e nos recebe de
forma muito carinhosa”, finaliza.
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