Coluna
3715-12.09.2015 edita@rnasser.com.br
As novidades de
Frankfurt e o mercado nacional
Salão de
Frankfurt, 17 a 23 próximos, é grande referência e oportunidade para a
apresentação de automóveis novos, evoluções no ciclo, sondagem de conceitos
para se tornar – ou não -, realidade futura. Coisa grande. Para o mercado
brasileiro em descenso - neste ano exibirá números iguais aos de uma década
passada -, novidades serão menores porquanto indiretamente proporcionais pela
redução das exportações, e restritas aos produtos programados para construção
no Brasil.
Quais ?
Dois lançamentos
tem maior relevo pelo fato de entrar em produção no Brasil. São BMW: o
SAV, Sports Activity Vehicle, X1, com redefinição de massas e
volumes, nova construção para melhor precisão nos comandos, tração total, e o
sedã Serie 3 iniciando nova série com mudanças internas e externas, opção de
tração total, e a nova versão 330, híbrida. O X1 e o Serie 3 durante o próximo
ano substituirão os modelos atualmente em superficial montagem em Araquari,
SC.
Topo da marca, o
sedã Serie 7, com a responsabilidade de concorrer com os Mercedes S e seu amplo
pacote tecnológico, começa listar novidades com a carroceria em fibra de
carbono, motorização híbrida Plug-in, e itens à altura do
cliente, como bancos massageadores, teto Sky iluminado. Novidade pontual,
o M6 preparado para a GT3. M é a série de modelos desenvolvidos pela BMW com
rendimento esportivo, 6 a série mais performática da marca, com motor V8 e dois
turbos. GT3 é categoria nas corridas europeias. A não competidores, versão
amansada, o M6 Competition Edition, com decoração e confortos, motor V8
4,4, 600 hp e 700 Nm de torque.
Outra novidade
para o mercado nacional é o tapa estético dado pela Ford no
EcoSport, agora projeto mundial. Mostrado no Salão de Genebra como ideia,
materializou-se como opção: marca-se pela remoção do estepe externo, pendurado
na tampa traseira, enviado ao piso do compartimento de bagagens. Da marca e do
tipo, novidade institucional é o novo Edge com tecnológico novo sistema de
tração nas quatro rodas com percepção eletrônica do piso – molhado, com gelo,
lama, e outros inconvenientes a separar os pneus e o solo.
A Ford Europa terá
cinco produtos da categoria nos próximos três anos, aproveitando o mercado.
Suas vendas cresceram quase 40% entre 2013 e o ano passado, de 17 para 23%. O
Edge será importado para o Brasil e pela característica insólita e pouco
justificável de ser preferido por Dilma Roussef em lugar de sedãs, pretende
manter o rótulo mundialmente curioso de Carro da Presidente.
Outro importado
a fazer presença nas ruas nacionais é o novo Tiguan, agora re-classificado.
Deixou de ser SUV, Sport Utility Vehicle,- os com alguma habilidade
a enfrentar estradas difíceis -, e SAV, Sport Activity Vehicle, sugerindo
tais habilidades, mas aos quais falta a importante tração nas 4 rodas. O Tiguan
agora é rotulado CAV – Crossover Utility Vehicle. A parte Crossover indica
uma aproximação aos automóveis.
Na prática
industrial se utiliza da plataforma mundial MQB, já em produção na fábrica da
Volkswagen em São José dos Pinhais, Pr, para o Golf e o Audi A3, e base de
quase toda a família média VW. Cresceu mais de 20 cm, em especial no
compartimento de carga sem aumento substancial de peso por adotar novos métodos
de construção, aplicando aços com espessura e resistência variadas.
Crê-se as novas dimensões permitam opção para 7 lugares. A opção pelo
conceito Crossover indica menor altura, linhas mais esportivas.
Compare-o ao Porsche Macan, rentável sucesso mundial.
Opções de
motores, desde diesel ao 4 cilindros 2.0 turbo injetado, 300 cv, caixas com
seis e sete marchas, automática ou com duas embreagens, muita conectividade.Será um dos
argumentos para a Volkswagen voltar a sorrir no mercado norte-americano, uma de
suas fraquezas no projeto de tornar-se a maior fabricante mundial. A VW quer
faze-lo nos EUA.
Na Mercedes,
novidade a ser importada para clientes bem individualizados, o C 63, Coupé, com
preparação AMG.
Sinal dos tempos, haverá o
pavilhão do Carro Conectado, onde estarão as últimas conquistas e próximas
promessas de tecnologia embarcada.
Vito chega em
outubro
Mercedes
apresentará próximo mês o Vito, base de um utilitário de transporte de
passageiros e cargas. A grosso modo as versões para passageiros situam-se entre
a suprimida Kombi e o Sprinter, direcionado ao transporte individual, familiar
ou de hotéis.
É nova geração
construída na Argentina – onde as vendas começarão após as brasileiras.
Informações dizem de motorização diesel, com opções de potência entre 114
e 156 cv. Câmbios de seis ou sete marchas, mecânico ou automático.
Simboliza um
esforço da Mercedes para, junto com o Sprinter, liderar neste segmento. O Vito
operará solitário nos modelos nesta faixa.
Roda-a-Roda
Mudança –
Jaguar resolveu atacar de frente a má imagem de seus produtos quanto ao padrão
construtivo, à complicação da engenharia inglesa e, por consequência, a má
assistência técnica. Geram enorme queda de valor e de liquidez à hora da
revenda.
Coragem –
Produção organizada pela Ford, e novos veículos pós compra pelo grupo indiano
Tata, grande desafio é fazer veículos com qualidade de projeto, engenharia,
construção. Para evitar quebras e problemas, reduzindo ao máximo a frequência
aos mecânicos. É mudança fundamental na marca Jaguar.
Operacional –
Embora os projetos tenham melhorado muito sob gestão Tata, com um índice de
quebras reduzidos, colocando a Jaguar em terceira posição em confiabilidade em
recente pesquisa da agência JD Powers – à frente das alemãs Audi, BMW e
Mercedes -, não há percepção pelo público.
Na prática –
Relacionamento direto com o consumidor se inicia com garantia estendida a 5
anos e 60 mil milhas – 96.000 km –, e programa gracioso de manutenção, mantidos
a proprietários seguintes. É o primeiro passo do EliteCare, visando crescer a
10 anos de garantia.
Aqui –
Brasil é peculiar até para garantia de automóveis. Com o lançamento do XE,
primeiro desta nova série coberta pelo corajoso programa, as regras são outras.
Revisões nos três primeiros anos custarão R$ 900 incluindo os filtros.
Caminho –
Dona de bonita história de criatividade e qualidade, última das poucas marcas
onde o patrão cuidava de tudo, incluindo projetar motores e desenhar
carrocerias, a alemã Borgward ensaia voltar ao mercado. Criou instituto de pesquisas
para desenvolver motores convencionais e alternativos.
Nome –
Apresentação do Projeto Raptur, o picape grande da Renault, trouxe novidades.
Primeira, nome: é Alaskan. Outra, onde aplicá-lo. No material de divulgação
Renault diz atender a três universos de uso: profissional, ócio e vida
cotidiana. Tem chassi por longarinas, motor diesel 2,3, mecânica
resistente.
Mais – Traços e decoração, retrovisores pintados, luzes em LEDs, cuidados
internos, confortos em infodivertimento exibem aptidão a dois
usos, o pessoal e o profissional. Veículo mais vendido no mercado dos EUA é um
picape. E no mundo, um a cada três veículos é desta categoria. Daí a Renault –
e sua sócia Mercedes – entrarem na categoria.
Assim –
Leitor da Coluna sabe, Renault e Mercedes se uniram à Nissan
para desenvolver projeto comum em mecânica, para ser vendido sob as três
marcas. Para o Mercosul e América Latina, produção será dentro pela Nissan,
enclave nas instalações da Renault em Córdoba, Argentina. No mercado Renault e
Nissan em 2017 e Mercedes ano seguinte.
Mais outro –
Fabricante argentino de motocicletas, primeiro com produto próprio, depois
montando chineses, a Zanella anunciou instalar linha de montagem junto à de
motos no balneário de Mar Del Plata.
Xing Ling -
Investiu US$ 18M para finalizar picapes chineses aos quais chamou Z-Truck:
quatro rodas, motor 1.0 e 53 cv, 83 Nm de torque e capacidade de carga para 800
kg. Custará no mercado argentino 150 mil pesos – uns R$ 64.000 -prometendo
produção de 3.600 unidades/ano.
Sem crise –
Audi bateu dois recordes em agosto: emplacou 1.944 unidades – maior volume já
assinalado por produto Premium -, e cravou no acumulado do ano a venda de 3.095
modelos A3 sedan 1.4.
Preparação -
Até o final de agosto vendeu 11.007 veículos, liderando o segmento. Segurou os
preços para fazer parque circulante da marca. No 1º de outubro inicia produzir
o sedã A3 1.4 e, em 2016, o SAV Q3.
Alegoria –
Mitsubishi diz ter feito viagem S Paulo/Brasília, em New Outlander 2,2 diesel
turbo, sem reabastecer. Gastou 58,48 litros em 1.161 km, média de 19,85
km/litro.
E ? - Não
informou quantos usuários, calibragem de pneus, tempo de viagem, nem o
objetivo. Nem colaborou com o mercado indicando se consumo em condições
especiais pode definir compra em produto com etiqueta de R$ 174 mil.
Super ultra – Satisfeito
com os novos sedãs Mercedes C ? Insatisfeito com a performance? Brabus,
preparadora alemã, concilia os dois conceitos: faz versão C 63S, com motor V8 e
4.000 cm3, com 600 cv e camionais 81,6 m.kfg de torque. 0 a 100 km/h em 3,9s e
300 km/h em velocidade final. Será mostrado no Salão de Frankfurt. Á venda no
Brasil na representante Strasse, em S Paulo. Preço não divulgado.
Plug in – Sorrisos
na Ford Europa. Pesquisa mostrando convergência da Geração Millennium –
de 17 a 34 anos -, adepta dos SmartPhones e tecnologia de mão,
a veículos com perfil de SUV e SAV – utilitários esportivos de verdade e os com
alguma habilidade ante pequenos óbices. Lançará cinco modelos novos nos
próximos três anos.
Giro – Assembleia
Legislativa paulista aprovou boa ideia, apta a ser seguida por outros estados:
entendimento entre órgãos executivos de trânsito e rodoviários para rápido
trocar de informações e providências enviando a leilão público veículos
apreendidos pelo Detran estadual.
Limpa – Quer resolver o assunto de falta de
área de estacionamento, com estoque se acumulando por lentidão de
procedimentos. Dá celeridade a nova definição por legislação federal: veículo
apreendido e não reclamado em 60 dias, será enviado a leilão.
Gente – Matthias
Gründler e Lars Stenqvist, alemão e sueco, novos diretores para a Volkswagen
Truck & Bus. OOOO CFO – o número 1 das finanças -, e diretor de
pesquisa e desenvolvimento. OOOO Roberto Cortes, brasileiro, mantém-se
como líder para a América Latina. OOOO
Audi volta a produzir no
Brasil
Quase dez anos
após encerrada a produção de um automóvel no país, Audi volta à atividade
industrial. Data oficial, o 1º de outubro, e o produto será o modelo mais
vendido de sua linha atualmente importada, o A3 sedan 1.4. Em 2006,
logo após haver assumido o controle da representante Senna Import, o fabricante
alemão resolveu cessar a fabricação do A3 hatch. O produto
havia envelhecido e o mercado não justificava investimentos para atualização.
Nos anos
seguintes a expansão observada para as vendas no mercado interno em crescente
ascensão, motivaram a empresa a rever sua estratégia, considerando a
importância do continente sul americano; a possibilidade de exportação aos
países com tratados comerciais; e sobretudo a decisão da Volkswagen em fabricar
no Brasil o atualizado motor 1,4 TSI - 4 cilindros, 16 válvulas, duplo comando,
válvulas com abertura variável, turbo e injeção direta.
Tais condições
permitiram fechar a conta para um renascer no Brasil. Em anúncio no setembro de
2013 informou investir R$ 500 milhões na fábrica do grupo VW em São José dos
Pinhais, criando nova ala para a fabricação de novos produtos. Ao A3
sedan inicial seguir-se-á o utilitário charmoso Q3, hoje o segundo
veículo mais vendido da marca. Apesar da expressiva queda de vendas de veículos
no mercado doméstico em 2014 e 2015, a empresa manteve os planos.
No distante 2006
da decisão de encerrar, a produção do solitário A3 hatch foi
inferior a 3 mil unidades, marcando o início de um mal período para a marca. O
anúncio da volta industrial foi agregado ao da mudança de direção da empresa no
Brasil. Sob gestão de Jörg Hofmann, e graças a um agressivo programa, a Audi
retomou seu brilho. Hoje lidera o setor dos veículos Premium
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