Coluna 2516 - 17.06.2016 - edita@rnasser.com.br |
Leitor atento,
como os da coluna De Carro por Aí,
devem ter-se perguntado o porquê de dedicar espaço desmesurado a uma simples
caixa de transmissão, coisa simples, uns 5% do valor de um automóvel barato.
Questão pertinente. Uma das grandes dificuldades nesta escultura semanal não
está no levantar informações, conferir fatos e fontes, entender razões e
consequências, coisas usuais à função dos jornalistas, mas no filtrar a enorme
massa de informações, de acordo com o variado interesse dos leitores – e
faze-las caber neste espaço.
Mas justifico.
Caixas automáticas – sejam automatizadas, hidráulicas ou por polias variáveis
-, são os equipamentos de maior demanda pela clientela brasileira,
independentemente de renda ou tamanho dos veículos. Acredite, no maior segmento
do mercado nacional, o de carros compactos, 40% de seus proprietários declaram,
no próximo terão tal adjutório. Em números tal exigência se sedimenta,
triplicando nos últimos 4 anos. Hoje 1/5 dos compactos vendidos portam tal
facilidade. Vox Populi, Vox Dei. Automaticus sera tamem.
Preste atenção
na Nissan. Marca japonesa aliada à Renault vem-se preparando para deixar os
erros do passado, a mudança sem freios de produtos e executivos, para oferecer
novidades e crescer de participação no mercado doméstico. Aplicar a transmissão
continuamente variável, dita CVT, cria diferença e versões, questão de
logística e acertos. Equipamento é japonês, de associada da Nissan, a Jatco.
Leva o charmoso nome de Xtronic CVT, sugerindo monitoramento eletrônico. Foi ajustada ao uso no Brasil, incluindo o
cuidado cálculo de preços – o limite máximo a ser pago pelo cliente antes de
comparar o total com o preço dos concorrentes.
Como é
Não utiliza
engrenagens, ou pressão hidráulica, mas princípio secular – sistema foi
desenhado pelo gênio Leonardo Da Vinci – e viabilizado em veículos pela DAF,
marca holandesa assumida pela Renault. Existiu no Brasil, com patente em nome
do Dr. Gurgel – o eng. João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, fabricante de
veículos com seu nome.
É coisa prática.
A grosso modo, dois cones ligados por uma correia. A abertura ou fechamento do
espaço entre eles muda a relação de transmissão. Coisa boa pelo funcionamento
não consumir energia – nem combustível, e oferecer relações de marcha em
abertura muito maior ante as outras transmissões. Arranca com relação muito
reduzida, 4,006:1 e se encerra com enorme multiplicação, 0,458:1. Carro
lançado, o motor gira em baixas rotações – 120 km/h e 2.000 rpm - e, com ótimos
níveis de consumo.
O câmbio porta
curioso Overdrive – as marchas
inferiores a 1:1. Mas funciona ao contrário. Em outros veículos ao se premer o
botão para tal função, ele alonga a transmissão. Nos Nissan, ao contrário,
reduzem. Um Underdrive.
Para carros 1,6
andam no padrão: 0 a 100 km/h em 10,6s – e mecânico 9,3s.
E?
Opção custa
caro: R$ 4.800, empurra o preço do March 1.6 CVT a R$ 53 mil e propele o do
Versa com a mesma motorização e decoração aprimorada a R$ 66 mil.
No pacote Nissan
aplicou mantas fono absorventes elevando o conforto de marcha, com mais
silêncio e sensação de distanciamento do meio ambiente equivalendo a veículos
de maior preço e distinção. A mim a aplicação parece ligada à necessidade de
reduzir a rumorosidade do motor e a sensação classificada como estranha por
motoristas sem preocupações mecânicas. Nos veículos com CVT o motor parece
desconectado da transmissão e com isto não tem picos de aceleração e queda de
rotações para engatar marchas. Ele gira e a transmissão que corra atrás para
acompanhá-lo. Como diz Josias Silveira no sítio Autoentusiastas: “a sensação
é que o motor vai, e o carro fica”.
Entretanto
reduzidos usuários capazes de perceber tal mudança ou reclamar do limitado
freio motor não influenciarão vendas. No conjunto o March – e o Versa igual ao
usar a mesma arquitetura mecânica – agradam pela andadura confortável, o clima
de silêncio interpretado como qualidade - e serão poucos os usuários incomodados
com a operação motor/câmbio; o freio motor radical; ou as eventuais passarinhadas da direção elétrica. Passarinhar é termo antigo, do tempo de
muares e equinos como condução. Volta e meia, por razões aparentemente
desconhecidas, talvez por instinto alheio aos cavaleiros, os animais mudavam de
trilha, alteravam o passo. Cavaleiros experientes deixavam os animais resolver
como andar. Outros, corrigiam o curso com rédeas e/ou esporas. A direção
elétrica do March tem um pouco deste comportamento aleatório.
16 de junho,
data importante no cenário industrial e econômico brasileiro. Nele publicou-se
o Decreto 39.412 instituindo o Grupo Executivo para Implantação da Indústria
Automobilística Brasileira. Abria o país a novos fabricantes, traçava caminhos,
prazos, concedia facilidades como utilizar máquinas como capital, e adquirir
dólares pelo câmbio oficial nas importações de componentes. Moeda no mercado
paralelo custava 4 vezes mais.
O Brasil montava
veículos – caminhões Ford, GM, International, FNM, Jeep Willys. Automóveis,
poucos na Ford, GM e representação Chrysler, e Volkswagens. Coisa pouca e com
baixo índice de nacionalização. O GEIA visava trocar montagem por produção.
O governo JK
aproveitava as ideias do Comandante Lúcio Meira. Servindo no Gabinete Militar
do Presidente Getúlio Vargas, havia traçado conceitos e realizado uma primeira
viagem de co optação de indústrias à, como vista, aventura tropical. Mas
Getúlio se suicidou, o sucessor Café Filho exportou o Comandante Meira para uma
base marítima baiana, e a ideia de fazer veículos dormitou. Voltou com JK e sua
capacidade de envolver tudo em charme no programa mundial de melhores
resultados até os anos 1990.
Em seis décadas
anos produziu pouco mais de 79,2 milhões de veículos e desenvolveu invejável
capacidade de adaptá-los às condições nacionais, formando uma engenharia e
áreas de estilo com prêmios e reconhecimento mundiais. De tudo o feito, há
situação insólita: não tem única marca ou modelo nacional.
O primeiro
Controvérsias.
Algumas pessoas argumentam ter sido a camioneta Universal Auto Union,
construída pela Vemag em novembro de 1956 o primeiro veículo nacional. A Vemag
portava a autorização número 1 do Geia. Outros apostam no Romi-Isetta, micro
carro lançado dois meses antes, entretanto inviável por não se enquadrar no
gabarito do órgão normativo.
O Curador do
Museu Nacional do Automóvel tem outra visão: seria o Jeep Willys. Gozava do
maior índice de nacionalização, e produção superior aos demais. E era
construído aqui anteriormente às regras do GEIA.
Roda-a-Roda
BM – Com missão
de transformar-se em ícone e patamar de desejo, BMW importa o BMW M2 Coupé.
Combinação do motor forte, L6, 3,0 litros, bi turbo, 370 cv, com suspensão de
alumínio e aperfeiçoamentos pró performance, permitem ágil acelerar de O a 100
km/h em 4,3s. A R$ 379.950,00.
Mais um – Após
Mitsubishi admitir mascarar consumo de seus carros pequenos – os Kei Cars,
abaixo de 600 cm3 -, fato se repete com outro fabricante destes carrinhos, a
Suzuki.
Outros –
Problema na Mitsubishi fez cair valor das ações. Lucrativa, Nissan agiu rápido
comprando 34% delas, assumindo seu comando.
Problemas – Na
Suzuki, problemas pessoais maiores. Osamu Suzuki, 86, CEO, com a marca tão
impregnada, adotou-a como sobrenome. A treta
mecânica deve apeá-lo e a outros diretores do poder – e mudar o desenho
societário.
FAC – Evento pode repetir o caso Mitsubishi,
mantida a oferta de tomada acionária pela FCA, interessada em aumentar
parcerias. Suzuki parece pequena no Japão, mas é líder no atrativo e peculiar
mercado indiano.
De Fora – Sobre
a notícia da Coluna passada, da nota
Zero atribuída ao Kia Picanto, em avaliação por impacto pela LatinNCAP,
representação nacional da marca informa não vender tal versão pelada no Brasil.
Aquecimento – Entre
idas e vindas FCA iniciará produzir em julho pré série do Projeto 551, o
Compass. Processo afina máquinas, montagem, encontra erros e sana-os antes da
produção seriada. Sobre a plataforma de Renegade e Toro.
Olimpíada –
5 de julho Nissan iniciará vender o Kicks, seu sav. Está entusiasmada. Com a pré apresentação acompanhando o
percurso da Tocha Olímpica, patrocinado pela marca, há interessados em comprar,
pagar, dar sinal – e não há valor definido. Começa com série especial, 1.000
unidades.
Correção – Após conjuntura desfavorável –
lançamento trocou jornalistas por blogueiros, selfie boys and girls, retorno gracioso pífio, e vendas baixas -,
Fiat foi ao Plano B: cria novidade com versão Way do Mobi.
E, ... – Maior altura livre do solo, amplia
aplicação em pisos ruins e clientes. E gera notícia para lembrar ao consumidor
a existência do produto. Agiu rápido.
Prensa –
Revendedores Troller afiam argumentos para cobrar à Ford, dona da marca,
cumprir promessas de lançamento de três versões do jipe – luxuosa Limited; com
transmissão automática de 6 velocidades aplicada ao picape Ranger -, e opção
mais simples, para trabalho. Ficou nos acenos.
Costumes – Moradores
do Lago Sul e condomínios sabem quando a Presidente afastada Dilma Roussef está
em Brasília. Por travar o trânsito. Manda fechar acesso às vias antes e após
saída do Palácio da Alvorada – e gera monumental engarrafamento a quem lhe paga
a cara ociosidade.
Lula – Sabe
quantos veículos utilizava o antecessor Lula? Não cinco como o fazia José
Sarney – havia um Landau de reserva pois a frota era inconfiável – ou quatro
como Fernando Henrique. Mas onze.
Sem Noção –
Ambulância ... fechava o desfile. Governos evocam Democracia, povo, trato
republicano, mas o Poder os distancia. Marechal Castelo Branco, primeiro
governante militar, era econômico com as benesses do poder: movia-se em
solitário Aero-Willys.
Democratas – É o
jeito petista de ser. Motociclistas do ex poderoso ministro da Casa Civil José
Dirceu fechavam a Esplanada dos Ministérios, para desfilar, solitário como
comissário supremo do proletariado desorientado, em seu negro automóvel, longe,
distante do povo – detinha o trânsito apenas por vaidade.
P’ra que – Art. 29 do Código
de Trânsito Brasileiro prioriza deslocamentos com batedores. Mas não os
caracteriza ou lista quem tem direito ao uso.
Trato – Também
curioso é o posto de ministro da Casa Civil, desempenhado pelo ora preso
Dirceu. No tempo do Imperador Pedro II, pagando as próprias viagens e tocava o
país com educação, cultura, higidez em administração e sobriedade, tal
atividade era do mordomo do Palácio.
Inversão – O vesgo exercício
do poder muda, até, significado das palavras. No corrente, Mordomia significa
confortos como ter um mordomo. Mas aos usufrutuários do poder, são os confortos
para o Mordomo...
Aliás - Ao
encerrar o ciclo petista, exceto Jaques Wagner, opções aos ex-ocupantes dos
cargos de neo-mordomos tem sido processo e/ou prisão.
Mundo muda –
Após o Uber Taxi, o UberCOPTER. Empresa testa por um mês em S Paulo, junção de
automóvel com helicóptero em cinco helipontos na cidade e quatro aeroportos.
Preço? Hotel Blue Tree Faria Lima/Guarulhos, R$ 271; Hotel Transamerica/Blue
Tree Faria Lima, RS$ 80. Valor por assento.
Força Bruta –
MWM fabricante de motores diesel, lança produto destinado ao segmento de
energia. É o série 12, L6, 7,2 litros de deslocamento, potencias entre 330 e
415 cv a baixas 1.800 rpm. Manutenção simplificada por cabeçotes individuais e
camisas úmidas – permite reparar apenas o cilindro defeituoso.
Kombi –
Conhecido utilitário passou inúmeros usos em 63 anos de produção no Brasil, e
ser carro de corridas será mais recente façanha no King-Kombi, 2 e 3 de julho, Kartódromo de Barra Bonita, SP.
Organizadores do Pé na Tábua, corrida para carros antigos, querem juntar maior
quantidade de anos, modelos e versões. A fim? www.penatabua.com
Antigos – Mais uma edição, a XV, do Encontro AVA de
veículos antigos. Juiz de Fora, MG, 02 e 03 de julho. Previsão de 800
participantes. Marca característica, ser grande arrecadadora de alimentos para
entidades beneficentes. Mais? avahotstreet@yahoo.com.br
Gente – David
Powels, sul africano, presidente da VW do Brasil, missão: liderar a marca
regionalmente. OOOO Assumiu o controle para América Latina e Caribe,
seguindo novo modelo gestor da matriz. OOOO Thomas
Owsianki, diretor da Skoda e de vendas na China será seu vice presidente. OOOO
Jorge Pontual, VP de vendas no Brasil chegou a ser cogitado ao posto, mas os
bons resultados de relacionamento com a rede de revendedores mantiveram seu
foco. OOOO Projeto de Powels, em equipe
incluindo Portugal, é reassumir liderança de mercado até 2018. OOOO
Itens de reposição, kits, reparos, acessórios, enfim,
partes para veículos leves da Mercedes estão sendo vendidos pelo sítio www.peçasclassicasmercedes.com.br.
Integra ação da empresa em manter a frota usada operando com segurança, oferecendo peças de estoque com até 75% de desconto sobre preço, possibilidades de financiamento em até 10 vezes, frete grátis até o concessionário indicado para retirada. As linhas consideradas clássicas englobam caminhões antigos e as linhas MB 180D e Sprinter. Brevemente incluirá os ônibus.
Integra ação da empresa em manter a frota usada operando com segurança, oferecendo peças de estoque com até 75% de desconto sobre preço, possibilidades de financiamento em até 10 vezes, frete grátis até o concessionário indicado para retirada. As linhas consideradas clássicas englobam caminhões antigos e as linhas MB 180D e Sprinter. Brevemente incluirá os ônibus.
Negócio atende a necessidades da fábrica, dos
concessionários e de clientes, a parte de garantia de fábrica não foi esquecida
e os componentes, e a operação montada pela Mercedes oferece peças originais
aos preços praticados para componentes usados.
Na parceria a Mercedes-Benz administra o sítio e fornece
as peças. A rede de concessionários faz as vendas, entregas e busca resultado
paralelo, fazer voltar aos seus espaços os clientes afastados pelo
envelhecimento dos veículos, fim da garantia. Será oportunidade para novos
contatos e negócios.
A iniciativa de dar atenção a veículos antigos integra os
esforços da Mercedes
em se aproximar da clientela. Num programa rotulado “As estradas falam, a Mercedes ouve”,
indica a preocupação, até, em modificar os produtos de acordo com as opiniões e
demandas dos usuários. Caso do sítio para peças a veículos antigos, se inclui
na mesma pauta: ter solução para todas as necessidades dos clientes Mercedes.
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