A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)
apresentou o balanço da indústria automobilística em agosto e no acumulado dos oito
primeiros meses do ano.
Produção - Para o setor de veículos, o resultado apontou para
uma alta de 1,1%, na comparação com junho, mesmo com um dia útil a menos em
agosto. Com isso, a marca de 2 milhões de unidades produzidas foi superada no
acumulado do ano. Na comparação com o mesmo período de 2018, a produção total
teve elevação de 2%. “Mais uma vez, o segmento de caminhões se destacou com uma
alta de 13,1% na produção acumulada, sinalizando a recuperação da atividade
econômica no Brasil”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. A
produção de caminhões e ônibus em agosto foi a maior desde dezembro de 2014.
Licenciamento - O mercado interno em alta é o que vem
mantendo positivos os números de produção, já que houve grande queda nas exportações
(37,9% no ano) em função da aguda crise argentina. No acumulado dos primeiros
oito meses, o crescimento é de 9,9% em relação a 2018. Foi o melhor agosto em
média diária de vendas desde 2014, com 11.045 unidades/dia, terceira melhor
média de 2019. Como agosto teve apenas 22 dias úteis, um a menos que em julho,
as vendas internas caíram 0,3%. O mesmo motivo fez o número de licenciamentos
ser 2,3% menor que em agosto do ano passado. “Temos razões para crer numa
melhora das vendas no último quadrimestre, em função do aumento de crédito com
juros menores, da injeção de recursos na economia, como FGTS e 13º salário, e
também pelos efeitos de uma série de lançamentos importantes de modelos líderes
de mercado”, apontou Moraes.
Além do balanço mensal, a Anfavea analisou o que
ocorreria caso a TEC (Tarifa Externa Comum), ou imposto de importação de
veículos, fosse reduzida, como vem sendo considerado pelo governo federal. Na
prática, para modelos importados da Europa, teríamos a antecipação em uma
década das tarifas anteriormente programadas – o acordo do Mercosul com a União
Europeia, em fase de análise pelos 32 países dos blocos, prevê um calendário de
15 anos de queda gradual das alíquotas. Produtos vindos de países sem acordos
bilaterais com o Brasil, como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e China,
também chegariam rapidamente com tarifas mais baixas.
“Queremos sim um mercado mais aberto, o que pode favorecer
nossas exportações e trocas comerciais, reduzindo a capacidade ociosa de nossas
fábricas. E nossa indústria vem investindo intensamente para ter produtos de
nível similar ao de países mais desenvolvidos. Mas a contrapartida do governo
deve vir na mesma velocidade dessa abertura, o que implica na drástica redução
do Custo Brasil”, afirmou o presidente da Anfavea, listando aspectos como
reforma tributária, ganhos logísticos, melhorias na infraestrutura e ataque aos
gargalos burocráticos, entre outros que encarecem os produtos feitos no Brasil.
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