Fernando Calmon |
Emissões de CO2: Brasil está bem na foto.
Um projeto de lei (PL) tramitava de forma lenta desde
2017 no Senado Federal, de autoria de Ciro Nogueira (PP-PI), mas passou pela
Comissão de Constituição e Justiça. Prevê, a partir de 2030, a proibição de
fabricar veículos com motores térmicos a gasolina e a diesel, embora ressalve
os movidos a etanol. E vai mais longe ao decretar que em 2040 nenhum automóvel
possa circular com combustíveis de origem fóssil.
Independentemente da ideia estapafúrdia, rejeitável em qualquer outra comissão
do Senado, reflete a evidente desinformação sobre o tema. Deve-se considerar,
entretanto, que alguns países europeus embarcaram nessa lenga-lenga
falso-ambientalista. Mesmo lá, poucas nações de população muito baixa e
altíssima renda ainda podem se dar ao luxo de impor restrições e prazos, pois
dispõem de muito dinheiro para tal. Os demais se arriscam a uma marcha à ré
próxima das datas autoimpostas de 2035 ou 2040.
É necessário saber que outras regiões do planeta preferiram não estabelecer
nenhum prazo para substituir motores térmicos por elétricos. Nem mesmo a China,
maior emissor de gás carbônico (CO2) do mundo, muito menos Estados Unidos e
Japão. Todos com gigantescas frotas de veículos. Na realidade, sem fortes
subsídios diretos na comercialização, poucos comprariam carros elétricos, em
grande escala, por motivos bem conhecidos.
De novo, o exemplo da China. O principal fabricante mundial de veículos e
também de elétricos decidiu cortar parte dos subsídios, mas teve de voltar
atrás porque as vendas caíram de imediato. Nessa balada ciclotímica será
difícil estabelecer regras e prazos até para cumprir o Acordo do Clima
referendado em Paris pelo gigante asiático.
Boa parte do mundo parece desprezar os riscos de aumento e não de diminuição de
emissão dos gases de efeito estufa, o principal deles o CO2. Tudo em razão da
matriz energética global de geração de eletricidade para recarregar baterias
ainda ser em torno de 65% dependente de fonte fóssil: carvão, óleo combustível,
óleo diesel e gás natural. Alternativas renováveis – entre elas, sol e vento –
avançam ainda com alguma dificuldade e o potencial hidroelétrico é limitado.
Porém, no caso específico do Brasil, a conta fica ainda mais difícil de fechar.
O País pouco prejudica o planeta em termos de emissões de gás carbônico.
Segundo o consultor Plínio Nastari, em 2018, a China é o maior emissor mundial
de CO2 em termos absolutos. Mas ao se calcular o valor per capita, o Canadá
aparece em primeiro com 15,5 toneladas por habitante/ano. Os Estados Unidos
estão em segundo com 14,9 t e o Japão em terceiro com 8,7 t. Nosso país está lá
atrás, no bom sentido, com apenas 2 t graças às usinas hidroelétricas,
principalmente.
O Brasil ainda deve contabilizar o etanol – em uso isolado ou em mistura de 27%
à gasolina – que ao ser produzido reduz em até 80% a emissão de CO2. Isso
ocorre em razão do ciclo de vida desde a sua produção (fotossíntese na
plantação absorve CO2 e devolve oxigênio à atmosfera) até o que sai pelo
escapamento, incluído consumo de diesel tanto no campo quanto no transporte por
caminhões. Em conclusão, o tal PL tem utilidade perto de zero para ajudar a
“salvar” a Terra.
ALTA RODA
ALTA de cotação do dólar se refletirá em reajustes
nos veículos fabricados no Brasil, ainda este ano. Entretanto, o porcentual de
repasse deve variar conforme o modelo. Produtos recentes, com vários
componentes novos de segurança e de entretenimento a bordo, quase todos
importados, serão mais afetados. Estes perderão competitividade ante outros.
EMBORA o Etios tenha sido descontinuado na Índia, a Toyota não pretende tomar a mesma iniciativa aqui. Aquele mercado, onde a Maruti Suzuki dá as cartas e a GM acabou de abandonar, é bem diferente do brasileiro. Embora haja certa superposição dos sedãs Etios e Yaris (mesmo entre-eixos, por exemplo), há diferença razoável de preços para justificar a coexistência.
HB20 hatch tem um ou outro pormenor de estilo discutível, mas traz um conjunto bastante harmônico. Em especial o motor turbo, 1-litro flex, de respostas rápidas e boa integração ao câmbio automático de seis marchas com seleção manual no volante. Na versão de topo, a frenagem autônoma emergencial é o maior destaque do Hyundai. Espaço interno e porta-malas estão na média dos concorrentes.
AUDI e a empresa de energia Engie investirão R$ 10 milhões para montar até 2022 uma rede de 200 estações de recarga rápida de baterias para veículos elétricos e híbridos. Potência de cada uma é de 22 kW, a maior disponível no mercado brasileiro atualmente, em locais públicos, com enfoque maior em zonas urbanas. Leva cerca de três horas para recarregar de zero a 100%.
JAPONESA Mazda acaba de entrar no restrito clube de marcas centenárias ativas. Fundada como Toyo Cork Kogyo, já foi comandada pela Ford, mas hoje sem ligações. Fabrica 1,5 milhão de unidades/ano e se mantém independente, não se sabe por quanto tempo. Existem 25 marcas com 100 anos ou mais no mundo. Inglesa Vauxhall, mais antiga, tem 163 anos.
EMBORA o Etios tenha sido descontinuado na Índia, a Toyota não pretende tomar a mesma iniciativa aqui. Aquele mercado, onde a Maruti Suzuki dá as cartas e a GM acabou de abandonar, é bem diferente do brasileiro. Embora haja certa superposição dos sedãs Etios e Yaris (mesmo entre-eixos, por exemplo), há diferença razoável de preços para justificar a coexistência.
HB20 hatch tem um ou outro pormenor de estilo discutível, mas traz um conjunto bastante harmônico. Em especial o motor turbo, 1-litro flex, de respostas rápidas e boa integração ao câmbio automático de seis marchas com seleção manual no volante. Na versão de topo, a frenagem autônoma emergencial é o maior destaque do Hyundai. Espaço interno e porta-malas estão na média dos concorrentes.
AUDI e a empresa de energia Engie investirão R$ 10 milhões para montar até 2022 uma rede de 200 estações de recarga rápida de baterias para veículos elétricos e híbridos. Potência de cada uma é de 22 kW, a maior disponível no mercado brasileiro atualmente, em locais públicos, com enfoque maior em zonas urbanas. Leva cerca de três horas para recarregar de zero a 100%.
JAPONESA Mazda acaba de entrar no restrito clube de marcas centenárias ativas. Fundada como Toyo Cork Kogyo, já foi comandada pela Ford, mas hoje sem ligações. Fabrica 1,5 milhão de unidades/ano e se mantém independente, não se sabe por quanto tempo. Existem 25 marcas com 100 anos ou mais no mundo. Inglesa Vauxhall, mais antiga, tem 163 anos.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em
assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua
coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma
rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no
Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
www.twitter.com/fernandocalmofernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
Nenhum comentário:
Postar um comentário