Uma das invenções mais importantes em termos de proteção
passiva são os cintos de segurança. Além de seu relevante custo-benefício, já
salvou centenas de milhares de vidas desde que começou a aparecer nos automóveis,
nos anos 1960. Para ter ideia de sua eficiência, responde por 45% das mortes
evitadas dos ocupantes dos bancos dianteiros, em acidentes de potencial letal.
Dois airbags, sempre em conjunto com os cintos, aumentam esse potencial para
51%, a um custo bem superior.
Cintos são peças de aparência simples, mas se beneficiam
também de alta tecnologia. Os retratores por disparo pirotécnico (utilizam os
mesmos sensores dos airbags) eliminam a folga das fitas, em caso de acidente
grave. Para proteger a caixa torácica dos ocupantes existe o limitador de
esforço.
Mais recentemente, carros caros passaram a usar um pequeno
motor elétrico para retrair os cintos dianteiros na iminência de um acidente.
Se o acidente não ocorrer, voltam à posição normal. Se acontecer o pior,
ganham-se décimos de segundo preciosos até o disparo pirotécnico, além de corrigir
a postura dos usuários para máxima eficiência dos airbags.
Cintos, porém, têm “inimigos ocultos”: os viajantes do
veículo. Por preguiça ou um pequeno incômodo na sua utilização são muitas vezes
negligenciados, em especial no banco traseiro. Assim, tudo que estimula atar os
cintos, ajuda. É o caso do facilitador. Consiste em um pequeno braço, acoplado
ao regulador de altura na coluna B (central), que se estende até 30 cm,
automaticamente, toda vez que alguém se senta em um dos bancos dianteiros. Evita,
ainda, que as fitas se torçam com o uso descuidado, o que diminui bastante a
eficiência protetora dos cintos.
Tal desenvolvimento está previsto para 2016. Depende tanto
dos fabricantes de veículos, como dos cintos. Além de redução de preço,
torna-se necessário um cuidadoso estudo ergonômico. Será muito útil também para
pessoas idosas ou que sofram de restrições motoras.
Estimular e/ou facilitar o uso dos cintos no banco traseiro,
onde as pessoas mais relaxam, é outra batalha. Por esse motivo a Mercedes-Benz projetou
um dispositivo ativo que consiste em outro motor elétrico para encaixe da
fivela. Muitas vezes os ocupantes não conseguem achá-lo, afundado entre o
encosto e o assento. Além de iluminado por pequenos LEDs, o encaixe “viaja” por
até sete cm, logo que as portas se abrem. Depois de engatado, recua quatro cm. O
sistema faz parte do dispositivo de monitoramento de possível acidente, já
existente nos bancos dianteiros, estendendo a maior proteção igualmente a quem
fica atrás.
Minibolsas de ar embutidas nos cintos de segurança das
extremidades do banco traseiro é conquista recente. A Ford as lançou no SUV Explorer,
ano passado, nos EUA. Este ano, estreou na Europa, no sedã médio-grande Mondeo
(igual Fusion), apresentado no Salão do Automóvel de Paris.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br),
jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em
assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua
coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma
rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no
Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
www.twitter.com/fernandocalmon
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