O Brasil tem boas
possibilidades de sediar a etapa final do International Classic Grand Prix
(ICGP), campeonato de motociclismo que reúne as máquinas utilizadas nas décadas
de 1970 e 1980 no Mundial de Motovelocidade. Os circuitos de Goiânia (GO) e
Curvelo (MG) estão sendo considerados para o encerramento da temporada de 2016,
em outubro. A competição tem um brasileiro: Bob Keller, terceiro colocado na
classe 250 cm³ em 2015, ao guidão de uma Yamaha TZ.
Para Keller, cada autódromo tem seu atrativo.
"Goiânia sediou GPs do Mundial de Motovelocidade na década de 1980, o que
tem tudo a ver com o caráter histórico da categoria. Curvelo será inaugurado em
2016 e já nasce seguindo padrões de segurança modernos para a
motovelocidade", analisa. Além de Goiânia e Curvelo, a data de outubro
está sendo disputada pelo circuito de Aragon, na Espanha.
A programação da etapa brasileira inclui o resgate
de uma parte da história do motociclismo no Brasil. Além da rodada dupla do
ICGP, está prevista uma homenagem aos pilotos brasileiros que disputaram provas
oficiais com Yamaha TZ, a moto mais importante do Mundial de Motovelocidade nas
décadas de 1970 e 1980. Exposições de motos clássicas e caravanas de
motociclistas também poderão acontecer. "O motociclismo tem uma história
muito rica no Brasil. Queremos aproveitar esta prova para torná-la mais
conhecida", explica Keller.
Além de piloto, Keller tem no currículo a
estruturação do Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, campeonato que em 2015
completou dez anos de existência. No ICGP, Keller compete com uma Yamaha TZ
250. Seu melhor campeonato foi justamente o de 2015, em que terminou em
terceiro lugar após as dez corridas realizadas em Paul Ricard, Estoril, Jerez
de la Frontera, Mallory Park e Cadwell Park. A cerimônia de premiação aconteceu
no início de dezembro e Keller recebeu seu troféu das mãos de Jacques Bolle,
presidente da Federação Francesa de Motociclismo. Bolle, ex-piloto do Mundial
de Motovelocidade, venceu o GP da Inglaterra de 1983 na categoria 250 cm³.
Aberto a motos de Grand Prix das categorias 250 e
350 cm³ fabricadas entre janeiro de 1974 e dezembro de 1984, o ICGP teve sua
primeira prova realizada em 1999 no circuito de Paul Ricard, na França. O
criador do campeonato é o francês Eric Saul, vencedor de dois GPs das
categorias 250 e 350 em 1981 e 1982 e também participante do ICGP.
Cada temporada tem entre cinco e oito etapas, cada
uma com rodada dupla. A temporada de 2016 começará em Paul Ricard nos dias 15 a
17 de abril. Depois, passará por Assen (Holanda), Spa-Francorchamps (Bélgica),
Rijeka (Croácia), Mugello (Itália) e Hockenheim (Alemanha) antes de chegar à
última etapa, que poderá acontecer em Goiânia, Curvelo ou Aragon.
Cerca de 40 motos alinham em cada corrida, havendo
classificação e pontuação em separado para as duas categorias (350 cm³ e 250
cm³). Todas devem ser máquinas de GP originais - réplicas e motos de rua não
são permitidas. As Yamaha TZ predominam, mas têm forte concorrência das
Kawasaki KR, Chevallier, Rotax, Bimota, Egli, Harris e Spondon. Nenhum piloto
do ICGP pode ter participado de campeonatos com motos modernas nos últimos três
anos.
Além das motos, o International Classic Grand Prix
tem vários "pilotos clássicos", como o francês Guy Bertin, vice-campeão
mundial da categoria 125 cm³ em 1980, vencedor das 24 Horas de Bol d’Or (1983)
e Le Mans (1985) e vice-campeão do ICGP em 2015 na categoria 350 cm³. Outros
nomes familiares para os conhecedores da história do Mundial de Motovelocidade
são os do suíço Bruno Kneubuhler (três vezes vice-campeão mundial nas
categorias 50 e 125, entre 1973 e 1983), do francês Bernard Fau (participante
das categorias 500 e 250 entre 1975 e 1983) e do escocês Ian Simpson (vencedor
do Tourist Trophy na Ilha de Man). Os campeões de 2015 foram os ingleses George
Hogton-Rusling (Yamaha TZ, categoria 350 cm³), Colin Sleigh (Yamaha TZ,
categoria 250 cm³) e Guy Bertin (Kawasaki KR, categoria Master).
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