Coluna
5015 - 12.12.2015 - edita@rnasser.com.br
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A Era Nader. Vez do consumidor começou há 50 anos.
Nenhum previsor do futuro intuiu a mudança das relações
de consumo baseada no determinismo de apenas um homem, o norte americano Ralph
Nader, 81. Sempre advogado dos consumidores, deu base à grande mudança nas
relações de consumo a partir de exigências de segurança.
Se seu carro tem cintos de segurança, suspensões seguras,
almofadas de ar, ABS e outros itens de segurança, agradeça ao Nader.
Postura de cidadão, sua primeira ação questionando
sua Harvard School of Law do porquê de uso do inseticida DDD
em suas árvores, seu trabalho evoluiu, expandiu-se, deu frutos em ramos
diferentes como mudanças em veículos, tratamento de água, carnes, pesticidas.
As ações de Nader permearam mundo a fora. No tema da Coluna, comparados
os níveis de segurança dos veículos do final dos anos ’60 e os atuais,
incluindo os brasileiros, é de se reverenciar o filho de libaneses e sua vida
dedicada à cidadania.
Reverso
Curiosamente, quem construiu o pedestal para a fama foi a
poderosa General Motors. Era dela o Chevrolet Corvair, ponto de vista da marca
para combater o Fusca nos EUA. Nader fez artigo no jornal de Harvard mostrando
a insegurança do Chevrolet Corvair por sua suspensão traseira – como no Fusca
-, ao fazer o semi eixo mudar o ângulo de contato da roda com o chão por
buracos, inclinação das curvas, freadas fortes. Comportamento fazia perder
estabilidade, com risco de capotamento, danos materiais, ferimentos, mortes.
Um editor propôs-lhe escrever um livro – Unsafe
at any speed, algo como inseguro em qualquer velocidade -, e a GM, embotada
por magnitude, embriagada por empáfia, mostrou como as grandes corporações não
sabem tratar de crises e surpresas externas. Em vez de corrigir o produto,
mandou investigar a vida privada de Nader, violência inimaginada nos conceitos
de liberdade individual nos EUA. A divulgação do mal feito transformou o
desconhecido Nader em sucesso, e seu livro em Best Seller não-ficção, superando
Truman Capote e seu A Sangue Frio.
Respeitasse o oponente, analisasse seu perfil de filho de
imigrantes da frutífera Zahle, no vale do rio Bekah, Líbano, saberia, mais
honesto, mais barato, menos danoso, corrigir a característica do Corvair – como
fez no ano seguinte, quando a imagem do carro estava borrada. Desprezou o
denodo dos imigrantes bem sucedidos – seu pai fugira da diáspora que matara
mais de um milhão de pessoas e espalhara armênios, turcos, sírios e libaneses
mundo afora. Trabalhara na Maxwell, fábrica de automóveis depois Chrysler,
juntara dinheiro, fora ao Líbano, casara-se com a professora Rose e voltando
aos EUA montou o básico dos imigrantes: café/restaurante/empório.
Ali se debatiam temas de cidadania, influenciando a
carreira do autor, focada, cheia de graus, laudas universitárias, e o diploma
de Harvard sempre grande aval de qualidade individual.
A indução pela GM transformou-o em formador de advogados
do contribuinte e, no setor, fez criar a National Highway Safety
Administration, agência de segurança veicular dos EUA, e de similares e
regulamentos mundo a fora – e, no varejo, freios melhores, e direções
colapsíveis, frentes e grades frontais mais limpas, e adornos não agressivos,
como estrela da Mercedes e da estatueta da Rolls com molas para permitir flexão
– Jaguar não conseguiu e suprimiu o felino do capô de seus produtos.
Nader processou a GM, ganhou, à época, num acordo, US$
425 mil – valor de 200 Chevrolets Corvair Monza, o mais caro da lista - e não
mudou de vida, aplicando-os no projeto de difundir cidadania. James Roche,
presidente da GM, então a maior do mundo, foi renunciado.
Uma das consequências de seu trabalho é a redução de
mortes no trânsito. Pela regra norte americana de mortes x 100 mil milhas – 160
mil km rodados, o número de 1964 era 5. Em 2014, caiu para 1.
No âmbito das curiosidades, países árabes não produzem
veículos – exceto Turquia – mas dois descendentes traçam a linha de mudança
desenho e projeto dos veículos. Antes de Nader, outro de nome parecido, o
egípcio coronel Gamal Abdel Nasser, ao bloquear o Canal de Suez no inverno
europeu de 1957, fez mudar a morfologia em nome da redução de consumo. Nader
evoluiu no tema: instrumentou a defesa do consumidor, em todas as áreas.
Roda-a-Roda
Land Rover – Encerrando neste ano a produção do jipe
Defender, evolução do mítico produto com a imagem de Land Rover, empresa
resolveu re-editá-lo. Encomendou estudos e tem três pontos já definidos:
voltará em 2019; com cinco versões; nos EUA, onde o Defender não era vendido
desde 1997. Pretensiosa, quer vender 100 mil unidades/ano. Neste venderá 10
mil…
Dieselgate – Segundo fonte, holding Volkswagen
pode vender algumas de suas 12 marcas diferentes para fazer caixa às demandas
dos negócios e das confusões das emissões poluentes. Na relação citam a MAN, de
caminhões. Caso nacional inclui a VW de caminhões e ônibus, e automóveis
especiais.
E ? – Diretor da filial local da MAN não acredita na
possibilidade, ante a recente ajustada legal da área de transportes MAN, VWCO e
Scania. Mas não descarta a possibilidade de a MAN Diesel Turbo, especializada
em grandes motores – para geradores monumentais, navios, etccc, não atuante no
Brasil – seja opção.
Mais –
Caminho de transferir marcas de prestígio, parece ínvio, de pouca liquidez
vender a Bugatti, e caro fazê-lo com a Lamborghini, agora em projeto de
duplicar a produção. Ambos negócios a compradores muito personalistas.
Argentinidad – Colecionadores
argentinos de automóveis antigos fizeram carreata Auto Presidencial Argentino, partir de Luján, cidade histórica, berço da
resistência ao invasor inglês. Abriu-a com Ramblers Ambassador, sedãs então lá
produzidos e anteriormente destinados ao transporte presidencial.
Razão – Fundo
nacionalista: querem que Mauricio Macri, recém empossado na Presidência da
República abra mão dos importados Audi e use carro argentino.
Opções – No vizinho
país se produzem alguns exemplares com plataformas B: Citroën C4, Peugeot 408,
Ford Focus – mais votado em pesquisa -, Renault Fluence. Correndo por fora
Toyota SW4, Mercedes Vito. Macri é do ramo, tendo dirigido a Sevel, montadora
de Peugeots e Chevrolets.
Lembra um dos meus editores, o
atento Fábio Amorim, de Alagoas: A Pátria está metida no gosto da cobiça e da rudeza, de uma
austera, apagada e vil tristeza – Luis de Camões ...
2 – Não sei quem
ganhará o embate que se trava entre o Executivo e o Legislativo, com o
Judiciário se contorcendo. Sei quem perderá com a simples mudança de seis por
meia dúzia, de PT por seu aliado PMDB: Nós. Teremos perdido a oportunidade de
recomeçar o país.
Gasolina – Wall Street
Journal previu despecada no preço da gasolina. Hoje, na média norte americana,
US$ 2,02 por galão, 3,6 litros, a grosso modo em torno de R$ 2/litro. Previsão
é queda pela metade.
Aqui – Nossa gasolina é
calculada como se fosse comprada aos árabes, desprezando custos locais, como
não fossemos produtores. Espera-se a manutenção do critério com baixa de preço
ao consumidor.
Série – Fiat apresenta
edição especial do Novo Uno e Novo Palio: Blue Edition. Retoques
externos e internos, rodas em liga leve, detalhes azuis em faixas, parte da
grade, iluminação do painel, costura no couro do volante, maçanetas internas, e
mais amplo leque de itens. Cores externas em branco, prata e preto.
Vantagem – Cálculo entre
agregação dos itens e preço há vantagem média de 27,5%. Novo Uno Sporting a R$
46.550 e Novo Palio Sporting por R$ 55.140.
Personalização – Môpar, como pronunciam, área
de equipamentos da Fiat Chrysler Jeep, lançou programa especial: cliente
escolhe acessórios para seu veículo novo, e tal agregação é feita na fábrica. É
uma garantia total de serviço e qualidade, diz Norberto Klein, diretor da área.
Goiana - Vale para os FCA feitos na nova fábrica
norte pernambucano, como os Jeeps Renegade, sucesso em vendas, e os picapes
Toro, em produção mas com vendas em fevereiro. Depois, Betim, MG. Nos EUA opera
em nove fábricas à média mensal de 20 mil unidades.
Síntese – Corre solta a capacidade de rotular
veículos e criar classificações. Mais recentes, Subaru chama o Outback de CrosSuv,
mistura de um com outro. Renault ao apresentar o picape Oroch disse ter criado
nova classe, a Sport Utility Pick Up. Fiat, preparando lançamento
do picape Toro, nestes dias repetiu a classificação, requerendo criação de tal
rótulo.
Evolução - Fila anda e S Paulo terá área expositiva
à altura. O São Paulo Expo, o antigo Espaço Imigrantes, reformado. Boa notícia,
tem ar condicionado! Dois pavilhões, 90 mil m2 de área, centro de convenções
com 10 mil m2, 4.500 vagas cobertas. Maior novidade do Salão do Automóvel 2016
será falta de suor.
Festa –
Grupo de amigos formou o Autoentusiastas,
que virou blog e hoje evoluiu: é o mais denso e sólido portal para aficionados
em automóveis, com os leitores de ótima base de conhecimento e instigação pelo
tema. Ao atingir 500 mil acessos mensais, resolveu fazer festa para integrar
editores e leitores.
Box 54 –
Foi nesta garagem elegante, à margem da Rodovia Castelo Branco, SP. Quase 200
participantes, viva integração, muita conversa, entrosamento, satisfação de
parte a parte, com automóvel e experiências automobilísticas perpassando o
ambiente. Grande festa. Renault e Hella fizeram pequeno apoio.
Leilão – Marco nos leilões de veículos antigos nos
EUA, o Arizona Auction Week, em Scottsdale, uma semana de correr do
martelo e mais de 1.000 unidades vendidas, inicia informar veículos à venda.
Muitos – Ilhas de Porsches em modelos raros, tipo
356 Carrera 2 GS Coupé, BMW 3.0 CSI, Mercedes 300 SL Roadster, Alfas,
Lamborghinis, Ferraris, Maserati, e o ex patinho feio, o Fiat Otto Vu, 8V, em
rara carroceria Zagato Elaborata, uma entre cinco unidades produzidas.
Mito – O Otto Vu era mágico em
formulação, construção quase artesanal por um braço da Fiat, carrocerias por
vários fornecedores, motor primoroso – V8, 2.000 cm3 e à época valorosos 127
cv. Era brutalmente estável e fazia viagens a 200 km/h, coisa pouco imaginável
ao início dos anos ’50.Tal engenho quase veio para o Brasil. Acabou com 114
unidades construídas. Era muito avançado para a época. Desprezado, agora
reapareceu como raridade a ser preservada.
Gente – Arturo Piñero, 49, executivo,
transferência. OOOO Da
presidência da BMW no Brasil para a filial de varejo da marca nos EUA. OOOO É um dos CEO deixando
o negócio, como a Coluna anunciou
edição passada. OOOO Helder Boavida,
português, 50, presidente da BMW México, no lugar. Fevereiro. OOOO Dr. Boavida vem com primeiro desafio:
retomar a posição perdida pela BMW. Era líder de mercado, fez fábrica, caiu
para terceira. OOOO Terá que esquecer o sobrenome e
trabalhar muito. OOOO Terry
Hill, 54, inglês, presidente da operação latino americana da Land Rover Jaguar,
mudança. OOOO Deixa a companhia onde está há 30
anos e tocará novo negócio na China. OOOO Marcondes Viana, 69, jornalista,
festa: 50 anos de coluna de automóveis – e outras. OOOO Sua revista CHIC, em primeira
década, comemorará o feito.OOOO Francisco
Javier Garcia-Sanz, espanhol, 58, diretor na matriz VW, desafio. 0000
Supervisor do Dieselgate, a questão da hiper emissão de poluentes pelos motores
diesel da marca. 0000
Dando exemplo, a Cooperárvore
da Fiat
Quando Iracema Salgado,
presidente da Cooperárvore, cooperativa de moda sustentável, parte do programa
social Árvore da Vida – desenvolvido pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA) em
Betim (MG) -, recebeu o prêmio Mulheres Notáveis,
como empreendedorismo social, pelo Conselho da Mulher Empreendedora da
Associação Comercial e Empresariam de Minas, eventuais e remotas dúvidas sobre
a efetividade do programa se dissiparam.
A Cooperárvore surgiu em
decorrência do trabalho de investimento nos residentes no Jardim Teresópolis,
bairro de baixa renda e altos problemas surgido em frente à imponente
montadora. Em 2004 Marco Antônio Lage, diretor corporativo da Fiat resolveu
concentrar os projetos sociais em algo com princípio, meio e fim. E que não se
resumisse a ajudar pontual e fugazmente, mas apoio, referência, corrigir o
curso, oferecer perspectivas de futuro, convivência familiar, em especial
motivando os jovens a trabalho, tirando-os do risco de vender o breve futuro ao
tráfico de drogas.
Projeto vencedor ao ter
influenciado mais de 20 mil pessoas, viu na formação da cooperativa forma de
associar as residentes em torno de trabalho e renda com moda, a partir de aparas
de cintos de segurança e tecidos automotivos.
Premiada Iracema Pereira
Costa Salgado é exemplo vivo. Foi aluna de corte e costura da primeira turma do
programa Árvore da Vida, em 2004. Dois anos depois participou da formação da
Cooperárvore, e em 2007 retomou um curso supletivo, e fez outros: relações
humanas, cooperativismo, informática, empreendedorismo, oferecidos em parceria
com o Sebrae. Em seu desenvolvimento em 2011 foi uma das cooperadas escolhidas
a ir e expor os produtos da Cooperárvore no encontro para amizade entre os
povos, em Rimini, Itália. Seu exemplo foi fundamental para a formação de seus
três filhos, participando de oficinas, cursos e aprendizagem industrial.
Interessantemente, apesar da breve existência, o Árvore da Vida atinge a segunda
geração.
Nova linha de acessórios de
moda e decoração, a Vista-se de Flores,
é feita artesanalmente por pessoas da comunidade do Jardim Teresópolis, em
Betim (MG). Em sua existência já vender 233 mil peças, como bolsas, malas,
mochilas, almofadas, bandejas de pipoca, entre outros, e preços de R$ 8 a R$
95. Comprar? www.cooperarvore.com.br e tel (31) 3591-5896
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