Motor com três cilindros combina agilidade com eficiência
Você saberia dizer quais modelos ou até mesmo,
fabricantes, oferecem aos seus consumidores motores 1.0 litro com apenas três cilindros?
Acredite. Desde 2011/2012 que o Hyundai HB20 e o Kia Picanto já utilizam esse
desenvolvimento, mas o consumidor brasileiro só agora começa a observar que
estamos seguindo num caminho sem volta pela busca da eficiência energética, mas
sem perder na agilidade da condução.
A perda de um cilindro e recursos tecnológicos inovadores
estão permitindo que a potência produzida de 48 cavalos no Mille em 1990,
alcance a marca de 85 cavalos nos motores atuais, e com média de consumo
próxima dos 20 km/l. Observamos motores mais potentes e econômicos atualmente
que os “antigos” quatro cilindros de 1.0 litro.
Ford, Volkswagen, Nissan, Peugeot, Citroën e mais
recentemente a Fiat disponibilizam a motorização que oferece muito mais por menos.
Renault e Chevrolet também estão próximas de apresentar suas soluções.
A Volkswagen é a marca que oferece a maior quantidade de
modelos com esse conceito de motorização no mercado nacional. Assim como toda a
linha up!, os modelos Novo Gol, Novo Voyage e Fox estão disponíveis no mercado
brasileiro com seu moderno motor aspirado EA211 1.0l R3 de três cilindros Flex.
Ao todo são cinco modelos: up!, cross up!, Novo Gol, Novo Voyage e Fox.
O motor EA211 1.0l R3 tem potência de 82 cv quando
abastecido com 100% de etanol e de 75 cv com 100% de gasolina no tanque. O torque
máximo é de 10,4 kgfm a 3.000 rpm com etanol e de 9,7 kgfm à mesma rotação,
quando abastecido com gasolina.
Já a partir de apenas 2.000 rpm 85% do torque máximo está
disponível, o que lhe confere grande agilidade no uso urbano e retomadas de
velocidade seguras na estrada. Possui bloco e cabeçote feitos de alumínio, o
que colabora para reduzir o peso do conjunto.
Com quatro válvulas por cilindro, sendo duas para
admissão e duas para escape, o cabeçote tem comando de admissão variável – a
variação é contínua, o que reduz consumo de combustível e emissões e melhora
sensivelmente a resposta do motor em baixos regimes de rotação.
O grupo PSA Peugeot Citroën também uma opção muito
interessante quando falamos de motorização com três cilindros. Na linha 2017 do
Novo 208, o modelo estreia o novíssimo Puretech 1.2 litro de três cilindros,
que já chega sendo o mais econômico do Brasil e ainda substitui o atual 1.5
litro com inúmeras vantagens:
Arquitetura de 3 cilindros permite dimensões compactas e
peso reduzido;
Redução de perdas mecânicas por atrito:
· Uso de materiais de baixa fricção nos pistões (DLC) e de tecnologias
adaptadas, como bomba de óleo controlada ou correia de distribuição banhada em
óleo;
· Dimensionamento otimizado de cada componente.
Tecnologia de combustão adaptada (otimização das
propriedades aerodinâmicas da câmara, ajuste variável da admissão e escape,
cabeça do cilindro com 4 válvulas por cilindro);
Injeção de combustível com aquecimento no bico injetor,
dispensando a utilização do tanque auxiliar de partida a frio;
Sistema GSI, que indica ao condutor o melhor momento da
mudança de marchas, visando a condição mais econômica de quanto ao consumo de
combustível. Uma seta indicadora localizada no painel de instrumentos mostrará
o melhor momento de o condutor mudar para a marcha superior ou inferior.
O propulsor de 3 cilindros passou por mais de 400 mil
quilômetros rodados para sua validação e adaptação ao veículo. Foram
necessárias também 5.400 horas de validação em bancada de teste (dinamômetro de
motor) e uma série de adaptações em relação ao motor europeu:
Sistema de ignição com aquecimento dos injetores, para
eliminação do reservatório de combustível de partida a frio;
Pistões reforçados para utilização de etanol;
Anéis de 1,2 mm de espessura que favorecem a redução de
atrito e, consequentemente, a redução do consumo de combustível;
Bloco com mancais reforçados e com sistema de
arrefecimento de pistões (jato de óleo no fundo dos pistões);
Bronzinas reforçadas;
Cabeçotes com sedes de válvulas reforçadas para
utilização de etanol;
Válvulas de admissão reforçadas;
Eletroválvula do canister adaptada para uso com etanol;
Chicote específico para o motor bicombustível, adaptado
para o sistema de partida a frio.
O novo motor produz 90 cavalos de potência máxima a 5.750
rpm, utilizando etanol (127 Nm de torque a 2.750 rpm). Na gasolina são 84
cavalos de potência máxima e 120 Nm de torque, nas mesmas rotações. Sempre
associado a um câmbio manual de cinco velocidades, o propulsor equipa as
versões iniciais do veículo.
Nova família global de motores FIREFLY - O novo Uno 2017
é o primeiro modelo em escala global da FCA a receber a nova família mundial de
motores FIREFLY. Ela foi desenvolvida para atender às mais rígidas normas e
padrões de eficiência energética, emissões e durabilidade em todo o mundo. Os
novos motores não só atendem às resoluções Euro 6 e Proconve L6 como já estão
preparados para as próximas etapas destes programas, e foram aprovados nos
rigorosos testes do mercado norte-americano, que prevê durabilidade mínima de
150 mil milhas ou 240 mil quilômetros.
Os inéditos motores 1.0 três cilindros e 1.3 quatro
cilindros que equipam o Uno 2017 adotam a arquitetura de 2 válvulas por
cilindro com geometria do conjunto otimizada – pela primeira vez usada em
motores 1.0 três cilindros. Essa arquitetura resulta em potência elevada, o
maior torque em baixas rotações de suas respectivas categorias e baixo consumo
de combustível.
O avançado sistema de combustão dos novos motores Flex
permite maior eficiência tanto com etanol quanto com gasolina, representando o
novo estado-da-arte para motores de duas válvulas por cilindro: o 1.0 alcança
potência de 72 cv e torque de 10,4 kgfm (gasolina) e 77 cv e 10,9 kgfm
(etanol), enquanto o 1.3 chega a 101 cv e 13,7 kgfm (gasolina) e 109 cv e 14,2
kgfm (etanol).
De construção modular, com bloco em alumínio, esta nova
família engloba variantes de três e quatro cilindros com uma única dimensão de
pistão e de cilindro nos dois casos. Essa concepção permite que vários
componentes sejam compartilhados, racionalizando a produção e facilitando a
manutenção, pois um mesmo componente pode servir aos dois motores, 1.0 e 1.3.
Seu desenvolvimento foi pautado por dois conceitos
primordiais para sua categoria:
Eficiência: ser referência em baixo consumo aliada a
excelente desempenho.
Confiabilidade: construção sólida e robusta, resultando
em alta durabilidade.
A moderna concepção da nova família também deu a estes
motores a maior taxa de compressão da categoria (13,2:1), acima da maioria dos
motores com quatro válvulas por cilindro e injeção direta existentes no mercado
global.
Turbo - O HB20 1.0 litro Turbo veio para ocupar uma faixa
de mercado entre o HB20 1.0 litro aspirado e o HB20 1.6, tanto em custo quanto
em performance. O motor é novo, diferente do atual 1.0. Desenvolve 105 CV @6000
RPM e 15,0 kgfm @1550 RPM quando abastecido com etanol.
Mantém a arquitetura de 3 cilindros com novo bloco,
cabeçote e pistões todos redesenhados e reforçados para receber a carga a que
serão expostos. O motor e sua calibração foram desenvolvidos na Coréia do Sul e
conta com uma turbina de 1,9 bar da Honeywell, intercooler ar/ar, injeção
indireta de combustível com pressão de trabalho de 3.8 bar e taxa de compressão
de 9,5:1. Ele é diferente do modelo Europeu que é equipado com injeção direta e
tem potência na faixa dos 120 CV (com gasolina).
O up! TSI foi lançado no Brasil em julho de 2015,
trazendo o novo motor 1.0 TSI Total Flex. O modelo chegou para revolucionar o
mercado brasileiro em termos de desempenho, economia de combustível e prazer ao
dirigir.
O novo motor 1.0 TSI Total Flex é o mais avançado da
Volkswagen no Brasil e o primeiro motor com injeção direta, turbocompressor e
tecnologia flexível produzido no País.
O mercado brasileiro é o primeiro no mundo a oferecer o
up! com o novo motor 1.0 TSI Total Flex, que está disponível exclusivamente com
a carroceria de quatro portas, nas versões move up!, high up!, black up!, red
up!, white up!, cross up! e speed up!.
Produzido na fábrica da Volkswagen em São Carlos (SP),
esse motor tem potência máxima de 101 cv (74 kW) a 5.000 rpm, quando abastecido
com gasolina, e de 105 cv (77 kW) à mesma rotação, com etanol.
Seu torque máximo é de excelentes 16,8 kgfm, com gasolina
ou etanol, disponíveis já a partir de apenas 1.500 rpm. O valor é próximo do
entregue por motores maiores.
Tecnologia EcoBoost – Disponível com potência de 100 cv,
125 cv e 140 cv, até 180 cv no Ford Fiesta R2 de rali, o EcoBoost 1.0 está
disponível em 72 países do mundo. Para o Brasil, a versão definida foi a de 125
cv, potência superior à de muitos 1.6 e com grande economia de combustível.
Na versão de 140 cv, por exemplo, ele entrega uma
potência por litro maior que um Bugatti Veyron. Um Fórmula Ford legalizado para
as ruas com uma versão de 205 cv completou o famoso circuito de Nürburgring, na
Alemanha, em 7 minutos e 22 segundos, desempenho que o colocou à frente de
supercarros como Lamborghini Aventador, Ferrari Enzo e Pagani Zonda, com mais
de 600 cv.
Onze modelos estão disponíveis na Europa com o premiado
motor, incluindo Fiesta, EcoSport, Focus e Mondeo, além de B-Max, C-Max, Grand
C-Max e Transit. Um em cada cinco carros da Ford vendidos na Europa em 2015 foi
equipado com o EcoBoost 1.0, e o dobro disso na linha Fiesta.
PERFIL
Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica, além
de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista, desenvolve
o site Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br)
que apresenta o único centro de treinamento online sobre mecânica na internet (www.cursosmecanicaonline.com.br),
uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os
automóveis cada vez mais eficientes.
Coluna Mecânica Online® - Aborda aspectos de manutenção,
tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. Menção honrosa na
categoria internet do 7º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela
Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Distribuída gratuitamente todos os dias
10, 20 e 30 do mês.
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