Coluna 1017 - 10.03.2017
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Taxi VW e Picape Mercedes, novidades maiores do
Salão de Genebra
Mostra suiça, usualmente buscando temas como
ecologia, hibridismo ou segurança, nesta 87ª edição deixou rolar. O caminho da
redução de emissões está bem pavimentado por legislação e carros híbridos,
elétricos ou autonomos, em trilhas próprias, variando marca para marca.
Dentre estes Matthias Müller, o CEO mundial da
Volkswagen, fez declaração pontual ao apresentar o Sedric, novo autonômo como
proposta de taxi para 4 pessoas. O Grupo Volkswagen investe alguns bilhões de
dólares em seu projeto Together – Strategy 2025 - Juntos –
Estrategia 2025 -, pavimentando a via de combustíveis alternativos e autonomia.
O Sedric, frente e traseira iguais, sem pedais, volante ou instrumentos, atende
pelo toque de um botão à mão do interessado. Não entrará em produção mas será
referência de tecnologia para os próximos anos. Disse o executivo maior da
VW, o futuro começa hoje.
De Volkswagen novidade mais atrativa foi o Arteon,
seguindo o desenho atual de sedãs com perfil acupezado. Substitui o antigo
Passat CC, depois CC e, com o fim de produção do Phaeton será o maior da marca.
Exibido também SUV Tiguan 7 lugares, sobre plataforma MQB, mesma de Golf e
Audis A e Q3.
Importante para o Brasil será produzido no México e
importado sem impostos, com previsão de competitividade e vendas num mercado de
grande expansão neste segmento. David Powells, presidente da VW no Brasil
projeta, nosso mercado superará a média mundial de preferência por utilitários
esportivos, hoje em 25%.
Foi Salão de carros esportivos de alta performance,
alguns ultrapassando 1.000 cv de potência, e com presença de marcas conhecidas
Ferrari, Lambo, Maserati, e outras sem referências no mercado nacional: Pagani;
David Brown – nada a ver com Aston Martin; Koenniseg; Kahn; Italdesign, agora
marca da VW, pelo Rabel, exercício de estilo mesclando base mecânica
Lamborghini/Audi R8 e carroceria futurística, a ser feito em apenas 5 unidades;
novidadeira chinesa Techrules com projeto de estilo por Giorgetto Giugiaro,
insólito por usar turbina a jato como gerador de energia a seis motores
elétricos; Eadon Green em cupé Black Cullin inspirado nos anos ’30, confortável
e performático.
Brasil
De maior interesse ao mercado nacional havia o EF7
– iniciais de Emerson Fittipaldi, associado ao projeto, esportivo construído
pela HWA, conduzida por Hans-Werner Aufrecht, o A da antiga AMG, preparadora de
Mercedes. Monobloco e carroceria em fibra de carbono, motor V12 Mercedes, 1.000
kg e 600 cv. Iniciativa para 39 veículos – mesmo número das vitórias
internacionais do bi-campeão, carroceria Pininfarina. Preço estimado, ½ Mc
Laren, ou seja USD$ 1M.
De
referência sentimental, relançamento da marca francesa Alpine, controlada pela
Renault, muito próxima estilo ao modelo original A110, evolução do mítico A8
construído e vitorioso nas corridas nacionais na década de ’60.
Curiosidade ao mercado europeu, tipo atração
periférica, os picapes Mercedes X-Class e Renault Alascan. Ambas com mesma base
serão feitas sobre base idêntica pela Nissan na Argentina e exportadas ao
Brasil via Mercosul. Outra, picape feita pela Mitsubishi para a Fiat.
Novo Mercedes E coupé, belo em suas linhas fluídas
e Range Rover Velar, proposta sobre o Evoque, menos SUV e mais Crossover –
aparentemente a Land Rover se conduz em caminho em direção ao asfalto para um
sedã. Médio prazo e curiosidade para a marca surgida com jipes.
Papos de Salão
Conversas, estórias, certezas e dúvidas de
jornalistas internacionais no Salão.
up! terá versão forte
Markus Kleimann, diretor de desenvolvimento da VW
no Brasil disse em jantar restrito, ter pronto protótipo do up! TSI com o motor
também 1,0 litro3 cilindros,, turbo e injeção direta e os 125 cv atualmente
equipando o Golf em versão TSI. Será versão para ampliar as opções na linha – e
adicionalmente o 1,0 mais veloz do mundo. Nome em suspenso. Ou GT ou TSII.
Ex quase falida PSA compra Opel e Vauxhall
Notícia marcante do Salão foi a compra da alemã
Opel e sua subsidiária inglesa Vauxhall pela franco-chinesa PSA, controladora
de Peugeot, Citroën e DS. Opel e Vauxhall pertenciam à GM.
Negócio de 2,2B Euros – uns US$ 2,3B.
Justificativas para a transação variam diametralmente. Pela GM as marcas vinham
em prejuízos seguidos – sensíveis 9B Euros desde 2009 -, e o futuro não sinalizava
positivamente por conta e soma com fatores exógenos: saída do Reino Unido da
União Europeia, projetando aumento de custos do Vauxhall, no qual boa parte das
peças é importada; e o exercício de xenofiobia de Donald Trump, presidente dos
EUA, pressionando tradicionais produtores de veículos no país a cortar
investimentos no México e investir em fábricas e na produção norte
americana. Soma aponta prejuízo e necessidade de investimentos, conta
desbalanceada.
PSA tem outra visão – negócio Opel + Vauxhall é mal
administrado. Carlos Tavares, o ex-vice mundial da Renault e executivo maior da
PSA disse, em três anos tira-la-á do prejuízo; crescerá a margem de lucro
operacional para 2%; e a 6% em dez anos. Transação ampla, supera a atividade de
fazer carros e entra no aspecto financeiro e securitário com a venda pela GM da
unidade financeira. GM foi dona da Opel por 88 anos. PSA honrará o fornecimento
de peças pela
Opel para a minguante operação da Holden na
Austrália, para a Buick nos EUA, mantido o intercâmbio acionário e técnico para
desenvolver produtos e veículos.
Fevereiro Opel lançou o Crossland, SUV sobre
plataforma mecânica do Citroën C3 hatch.
Com o negócio PSA+Opel+Vauxhall será o segundo
grupo produtor de automóveis na Europa, ultrapassando a Renault, decrescendo em
vendas no Continente. Alemães e ingleses esperam Tsunami sino-francês para
cortar empregos e custos, afinar e compatibilizar métodos. Tais atitudes na PSA
mudaram os prejuízos de 2013 nos lucros de 2015 e reservas de 2,7B Euros.
Tenho visão adicional. Ex-poderoso na Renault, hoje
mais poderoso na PSA Tavares, homem do automóvel, sabe perfeitamente, carros
franceses tem má fama mundial. Assumir a Opel – e a Vauxhall é apenas um
apêndice – dar-lhe-á algum conhecimento quanto aos métodos alemães para apurar
qualidade e, muito mais, agregará a imagem da qualidade alemã aos seus
franceses. Compraram a marca para ficar com a fama.
Surpresa, o Peugeot 3008 Carro do Ano
Boa parte dos jornalistas presentes ao Salão de
Genebra sorriu amarelo ao anúncio do COTY – nada de perfume, mas Car of
The Year, Carro do Ano -, escolhido por juri internacional
de jornalistas especializado. Prêmio foi ao novo 3008 recém lançado – ainda não
chegou ao Brasil -, com design em pegada de SUV, adequada às
simpatias do mercado. Seguindo-o, Alfa Romeo Giulia, novo Citroën C3, Mercedes
Classe E, Nissan Micra, Toyota C-HR e Volvos S90/V90.
Critério de escolha considerou inovação,
segurança, design e custo x benefício.
Mais Porsches
Presente à apresentação do Porsche Panamera Sport
Turismo agora em versão
Crossover - ou hatch de quatro
portas – Matthias Brüch, diretor geral da marca no Brasil tem visão contida do
comportamento do mercado neste indefinível ano.
Entende, vendas no mercado interno deverão superar
levemente os 2 milhões de unidades. Quanto Porsche imagina pequeno ganho,
repetindo a performance de 2016, quando marca se elevou apesar da redução do
mercado. Opinião de outros executivos oscila: David Powells, da Volkswagen crê
em 2% de crescimento; Antonio Megal, presidente da Anfavea, associação dos
fabricantes, 6%; Carlos Zarlenga, condutor da GM, entusiasmados 10%.
O Sport Turismo pouco auxiliará no total, cujo
líder não é o mítico 911, mas o utilitário esportivo Macan. Mas terá referencia
como o station wagon, break, estate car, perua – leque de
denominações para este tipo de veículo com teto mais longo e porta malas se
comunicando com o habitáculo -, o preço: superará o milhão de reais.
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Audi esquenta
Marca de luxo deu ênfase a tecnologia e, em
veículos programados para exportação ao Brasil, aposta em performance. A parte
do conceito Q8, um SUV expondo soluções, mostrado em janeiro no Salão de
Detroit e já apresentando retoques, será produto marcante no setor. Conjuga
motor 3.0 TFSI – turbo e injeção direta -, mais sistema híbrido elétrico, mais
compressor elétrico, gera 476cv capazes de levá-lo esportivamente de 0 a 100 km
em surpreendentes 4,7s e conseguir velocidade final de 275 km/h reais. Outra
novidade, o RS 5 Coupé, lobo com cara de lobo usa motor 2,9 V6, bi turbo,
gerando 450 cv de potência e torque de 600 Nm. Na lista de potência, RS3
Sportback e o SQ5 TFSI. O primeiro se torna derradeiro usuário de motores de
cinco cilindros em linha, 0,5 litro/cilindro, 400 cv e 480 Nm de torque. Recém
apresentado, o SQ5 TFSI emprega motor V6, 3,0 litros e 354 cv e 500 Nm de
torque.
Novo Polo e Virtus, novidades VW para 2018
Encerrando especulações Volkswagen anunciou
resgatar no próximo ano nova e atualizada versão do Polo. Virá em
carrocerias hatch e sedã, como o fez na década de ’90, mas
separa-los-á por nomes. Hatch será o Novo Polo e Virtus a
versão três volumes sedã.
Há duas décadas, quando apresentado, era o mais
moderno e o melhor dos Volkswagen, imagem buscada pela empresa. Novo Polo não é
derivação ou desenvolvimento traçado sobre estrutura do Gol, mas produto
inteiramente novo, construído sobre a plataforma MQB, já utilizada no Brasil
para fazer Golf e Audis A e Q3. Será novo passo a um dos maiores desafios
impostos a um fabricante nacional: sair da atual 3ª posição de vendas e reassumir
a liderança
Dúvida no tema estava nas possibilidades veiculadas
por algumas publicações vendo o Polo europeu, a ser lançado ao final desse ano,
como inspirador do Gol. Pela informação da Volkswagen serão dois produtos. A
nova geração do Gol, com apresentação prevista para o próximo mês, e devendo diferenciar-se
do modelo atual por mudanças frontais em grade, para choques e grupo óptico,
maior preocupação com a interconectividade, mudanças internas.
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