terça-feira, 18 de julho de 2017

Wagner Gonzalez em Conversa de pista


Wagner Gonzalez
Ferrari oferece R$ 400 milhões para Vettel

Sainz Jr já arruma as malas

Chineses na F1?



Por ser a Inglaterra o centro do automobilismo mundial e reunir 70% , O Grande Prêmio da Grã-Bretanha disputado domingo (16) em Silverstone rendeu um número excepcional de histórias sobre o futuro próximo da F-1. A grande história do fim de semana envolve a oferta de um contrato milionário oferecido para Sebastian Vettel - e por consequência disparar a dança de cadeiras do mercado de pilotos -, enquanto outras passam pelo o que o futuro reserva a Carlos Sainz Jr e da equipe Sauber. A continuidade da Honda na categoria é outro tema recorrente, assim como o retorno do polonês Robert Kubica.

Se € 120 milhões, alguma coisa próxima de R$ 400 milhões, é uma quantia impressionante digerir de uma só vez, pense que a Ferrari está disposta a dividir esse pagamento em 36 meses para garantir os serviços de Sebastian Vettel para o período 2018-2020. A oferta teria sido feita durante o fim de semana de Silverstone, na esteira da presença de Toto Wolff, o diretor da Mercedes, na festa de aniversário do piloto. Claramente, Vettel também é cobiçado pela equipe alemå, que poderia convencer Lewis Hamilton a aceitá-lo já no ano que vem ou manter o alemão em banho maria por mais uma temporada e esperar o fim do acordo atual com o piloto inglês. De uma forma ou de outra, a escolha de Vettel sobre seu endereço comercial em 2018 é a pedra fundamental para definir o ritmo do mercado de pilotos para o ano que vem.

Exceto para Sainz Jr. que há algumas semanas não desperdiça oportunidade para deixar claro sua frustração de permanecer onde está. Nada de exatamente novo: desde que Jos Verstappen foi escolhido para preencher a vaga criada na equipe Red Bull pelo arrojo excessivo de Daniil Kvyat o filho de Carlos advoga que ele deveria ter sido o escolhido. Se não há argumentos para negar que os resultados do holandês superaram em muito os do russo, o espanhol ainda padece de deixar claro seu real potencial. Certamente ele tem um valor de mercado mais alto que o russo, caso contrário a Renault não teria demonstrado interesse em seus serviços.

Já não há dúvidas que a permanência de Sainz Jr na Toro Rosso deverá acabar antes do final do seu contrato, previsto para vencer no final de 2018. O maior indício para tal veio de uma declaração de Cristian Horner que derrubou o discurso praticado por Helmut Marko, braço direito de Dietrich Mateschitz (proprietário da Red Bull) para a a F-1. Até então, o espanhol era o típico jogador "invendável , insubstituível e imprestável” mas, de acordo com Horner, “se alguém está disposto a fazer uma oferta (por Sainz) nós vamos considerar”. Já se tem até uma ideia de preço: US$ 8 milhões.

Sainz Jr interessa à Renault porque o mercado espanhol é onde ela tem presença considerável, tanto que não é a primeira vez que o nome do piloto é ligado à equipe francesa. Além disso, por mais dúvidas que suas atuações até certo ponto erráticas levantem sobre seu real valor, ele demonstra ser mais rápido que Palmer. Para o britânico os rumores que envolvem Sainz são apenas a ponta do iceberg. 

Nos dias seguintes ao GP da Hungria serão realizadas duas jornadas de testes e quem estará a postos é Robert Kubica. Apesar das graves consequências que quase inutilizaram seu braço direito após um acidente durante um rally na Itália o polonês já demonstrou que não abdicou do objetivo de retornar à F1. Se isso acontecer será um caso semelhante ao do francês Jean-Pierre Beltoise, que a exemplo do polonês, tinha severas limitações de movimento de um dos braços, no seu caso específico, o esquerdo.

Outro nome que será acompanhado com atenção é o do monegasco Charles Leclerc, líder inconteste da temporada da F2. Leclerc já disputou quatro sessões de treinos livres com a equipe Haas nos GPs da Alemanha, Brasil, Grã-Bretanha e, coincidentemente, Hungria de 2016. Para adicionar mais tempero nesse molho, o outro piloto em ação pela Scuderia será Kimi Räikkönen, cada vez mais acostumado a ser cobrado de melhores resultados pelo todo poderoso Sergio Marchionne, o bambambam da FCA, Ferrari e do destino de muitos sonhos Tanto que sua oferta para manter o finlandês na equipe teria sido de “meros" € 5 milhões…

No departamento técnico a grande dúvida envolve o futuro de Honda e Sauber. Os japoneses, sempre discretos, já surpreenderam uma vez ao vender sua equipe de F1 a Ross Brawn por um preço simbólico. Se isso por si só já significou um prejuízo financeiro, em termos técnicos a conta foi ainda mais salgada: com motores Mercedes os carros de Brawn dominaram a temporada de 2009.Por isso mesmo a hipótese de a Honda deixar, mais uma vez, a F1, parece menos provável, o que é um bom sinal para a Sauber.

Recapitulando o passado recente da equipe suíça, finalmente a casa de Hinwill voltou a ter alguém para comandar sua equipe de F1 - a empresa também fatura com a venda de consultoria técnica e aluguel de seu túnel de vento para terceiros. Trata-se do francês Frédéric Vasseur, cuja experiência na F1 inclui uma passagem turbulenta pela Renault, onde perdeu uma queda de braço interna frente a Cyril Abiteboul. Já é fato consumado que a primeira missão de Vasseur é garantir que a Honda mantenha seu compromisso de fornecer motores à Sauber em 2018, uma montanha a ser transposta semelhante à paisagem que ele vê do seu novo escritório, próximo aos Alpes

Até mesmo final das operações da Sauber na F1 foi ventilado nos últimos dias, o que abriria espaço para que a operação fosse incorporada por um grupo chinês interessado em desembarcar na categoria. Antes de achar essa possibilidade esdrúxula lembre-se de que o atual controlador do time suíço é a Longbow Finance, uma butique financeira ligada ao banco Julius Baer. Traduzindo em miúdos, executivos com conhecimento dos interesses e ambições de grandes investidores internacionais. Para ser ainda mais claro, banqueiro não é exatamente o tipo de profissional que gosta de perder dinheiro.




Wagner Gonzalez
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