Wagner Gonzalez |
Ferrari oferece R$ 400 milhões para Vettel
Sainz Jr já arruma as malas
Chineses na F1?
Por ser a Inglaterra o centro do automobilismo mundial e
reunir 70% , O Grande Prêmio da Grã-Bretanha disputado domingo (16) em
Silverstone rendeu um número excepcional de histórias sobre o futuro próximo da
F-1. A grande história do fim de semana envolve a oferta de um contrato
milionário oferecido para Sebastian Vettel - e por consequência disparar a
dança de cadeiras do mercado de pilotos -, enquanto outras passam pelo o que o
futuro reserva a Carlos Sainz Jr e da equipe Sauber. A continuidade da Honda na
categoria é outro tema recorrente, assim como o retorno do polonês Robert
Kubica.
Se € 120 milhões, alguma coisa próxima de R$ 400 milhões,
é uma quantia impressionante digerir de uma só vez, pense que a Ferrari está
disposta a dividir esse pagamento em 36 meses para garantir os serviços de
Sebastian Vettel para o período 2018-2020. A oferta teria sido feita durante o
fim de semana de Silverstone, na esteira da presença de Toto Wolff, o diretor
da Mercedes, na festa de aniversário do piloto. Claramente, Vettel também é
cobiçado pela equipe alemå, que poderia convencer Lewis Hamilton a aceitá-lo já
no ano que vem ou manter o alemão em banho maria por mais uma temporada e
esperar o fim do acordo atual com o piloto inglês. De uma forma ou de outra, a
escolha de Vettel sobre seu endereço comercial em 2018 é a pedra fundamental
para definir o ritmo do mercado de pilotos para o ano que vem.
Exceto para Sainz Jr. que há algumas semanas não
desperdiça oportunidade para deixar claro sua frustração de permanecer onde
está. Nada de exatamente novo: desde que Jos Verstappen foi escolhido para
preencher a vaga criada na equipe Red Bull pelo arrojo excessivo de Daniil
Kvyat o filho de Carlos advoga que ele deveria ter sido o escolhido. Se não há
argumentos para negar que os resultados do holandês superaram em muito os do
russo, o espanhol ainda padece de deixar claro seu real potencial. Certamente
ele tem um valor de mercado mais alto que o russo, caso contrário a Renault não
teria demonstrado interesse em seus serviços.
Já não há dúvidas que a permanência de Sainz Jr na Toro
Rosso deverá acabar antes do final do seu contrato, previsto para vencer no
final de 2018. O maior indício para tal veio de uma declaração de Cristian
Horner que derrubou o discurso praticado por Helmut Marko, braço direito de
Dietrich Mateschitz (proprietário da Red Bull) para a a F-1. Até então, o
espanhol era o típico jogador "invendável , insubstituível e imprestável”
mas, de acordo com Horner, “se alguém está disposto a fazer uma oferta (por
Sainz) nós vamos considerar”. Já se tem até uma ideia de preço: US$ 8 milhões.
Sainz Jr interessa à Renault porque o mercado espanhol é
onde ela tem presença considerável, tanto que não é a primeira vez que o nome
do piloto é ligado à equipe francesa. Além disso, por mais dúvidas que suas
atuações até certo ponto erráticas levantem sobre seu real valor, ele demonstra
ser mais rápido que Palmer. Para o britânico os rumores que envolvem Sainz são
apenas a ponta do iceberg.
Nos dias seguintes ao GP da Hungria serão realizadas
duas jornadas de testes e quem estará a postos é Robert Kubica. Apesar das
graves consequências que quase inutilizaram seu braço direito após um acidente
durante um rally na Itália o polonês já demonstrou que não abdicou do objetivo
de retornar à F1. Se isso acontecer será um caso semelhante ao do francês
Jean-Pierre Beltoise, que a exemplo do polonês, tinha severas limitações de
movimento de um dos braços, no seu caso específico, o esquerdo.
Outro nome que será acompanhado com atenção é o do
monegasco Charles Leclerc, líder inconteste da temporada da F2. Leclerc já
disputou quatro sessões de treinos livres com a equipe Haas nos GPs da
Alemanha, Brasil, Grã-Bretanha e, coincidentemente, Hungria de 2016. Para
adicionar mais tempero nesse molho, o outro piloto em ação pela Scuderia será
Kimi Räikkönen, cada vez mais acostumado a ser cobrado de melhores resultados
pelo todo poderoso Sergio Marchionne, o bambambam da FCA, Ferrari e do destino
de muitos sonhos Tanto que sua oferta para manter o finlandês na equipe teria
sido de “meros" € 5 milhões…
No departamento técnico a grande dúvida envolve o futuro
de Honda e Sauber. Os japoneses, sempre discretos, já surpreenderam uma vez ao
vender sua equipe de F1 a Ross Brawn por um preço simbólico. Se isso por si só
já significou um prejuízo financeiro, em termos técnicos a conta foi ainda mais
salgada: com motores Mercedes os carros de Brawn dominaram a temporada de
2009.Por isso mesmo a hipótese de a Honda deixar, mais uma vez, a F1, parece
menos provável, o que é um bom sinal para a Sauber.
Recapitulando o passado recente da equipe suíça,
finalmente a casa de Hinwill voltou a ter alguém para comandar sua equipe de F1
- a empresa também fatura com a venda de consultoria técnica e aluguel de seu túnel
de vento para terceiros. Trata-se do francês Frédéric Vasseur, cuja experiência
na F1 inclui uma passagem turbulenta pela Renault, onde perdeu uma queda de
braço interna frente a Cyril Abiteboul. Já é fato consumado que a primeira
missão de Vasseur é garantir que a Honda mantenha seu compromisso de fornecer
motores à Sauber em 2018, uma montanha a ser transposta semelhante à paisagem
que ele vê do seu novo escritório, próximo aos Alpes
Até mesmo final das operações da Sauber na F1 foi
ventilado nos últimos dias, o que abriria espaço para que a operação fosse
incorporada por um grupo chinês interessado em desembarcar na categoria. Antes
de achar essa possibilidade esdrúxula lembre-se de que o atual controlador do
time suíço é a Longbow Finance, uma butique financeira ligada ao banco Julius
Baer. Traduzindo em miúdos, executivos com conhecimento dos interesses e
ambições de grandes investidores internacionais. Para ser ainda mais claro, banqueiro
não é exatamente o tipo de profissional que gosta de perder dinheiro.
Wagner Gonzalez
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