Coluna 2817 - 14.06.2017 edita@rnasser.com.br
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Mobi agrada e cresce em vendas
Usualmente lançamentos de produtos provocam compras iniciais turbinadas
pela emoção e após baixam à linha de normalidade, permitindo previsão de
consumo pelo mercado. O advérbio Usualmente é bem válido, e
por presunção ocorrerá com o Renault Kwid a ser apresentado ao início de
agosto. Mas há exceções, e o inusual ocorre com o concorrente Fiat Mobi, mais
recente delas. Não se localiza com precisão a causa de sua baixa demanda
inicial, mas com certeza resulta da soma de dois fatores: primeiro, o tíbio
retorno da imprensa especializada, mídia gratuita e primeiro passo em
lançamento de veículos, alguns textos contaminados pela má apresentação.
Segundo, à mostra nova direção da FCA insistiu em juntar públicos não
miscíveis: jornalistas especializados e novo segmento blogueiro. Este, dentro
de sua especialidade superficial, nos canais sociais cobriu o lançamento
exibindo fotos do tipo Eu e o Mobi, sem maiores informações quanto
ao produto. Como adição, na festa de lançamento no segundo grupo viu-se o
desconhecido, arrepios e abrasões. E pela aparente nova óptica suprimiu-se
explanação técnica – exigência básica da primeira categoria, óbvia
desnecessidade à segunda.
Outra parcela foi lançá-lo com o motor Fire 1,0 litro,
75 cv, quatro cilindros, em última evolução, fim de linha. Os dois eventos
não instigaram os consumidores e em junho de 2016 o Mobi foi comprado em poucas
2.822 unidades. Logo empresa aplicou como opção o novo motor Firefly 3
cilindros, também 1,0 litro, 06 válvulas, 72/77 cv e 10,4/10,9 mkgf de torque.
Medida soprou ar favorável sobre o carro, fazendo crescer a demanda,
sedimentando a consciência de ser adequado ao uso citatino, bem disposto, e até
o momento o mais econômico do país.
Mais recente incremento é combinar o sistema automatizador antes chamado
Dualogic e agora GSR, com aletas de acionamento apostas sob o volante, com
motor tri-cilíndrico. O sistema inclui adjutório para identificar pressão no
acelerador para ultrapassagens; busca marcha inferior e mantém o motor em alta
rotação. No pacote manteve a função Creeping, para manobrar sem
necessidade de premer o acelerador. Identifica a versão como Drive GSR,
e o conforto da desnecessidade de múltiplos acionamento do pedal da embreagem
no trânsito. Há versão com caixa de acionamento mecânico, 5 velocidades, com o
antigo motor Fire.
Na ascensão, um ano depois registrou mês passado 6.562 vendas a
varejo,
bem superando o VW up! até então a referência num segmento muito
particular do mercado, o dos sub-compactos. Aparentemente houve lento entender
do significado do produto, a consciência de não ser um Uno mais barato, apesar
do nome bem achado para exprimir Mobilidade Urbana. É para andar nas cidades,
parar nas vagas menores, cumprir agenda de solteiros ou famílias pequenas e com
filhos de pouca altura, porta malas para necessidades especificamente urbanas.
O motor Firefly de projeto novo é bem disposto, ávaro em consumo; freios bem
dimensionados; estabilidade e acertos de suspensão primorosos, como o são os da
marca; bom casamento entre motor e transmissão automatizada com passagem de
marchas sem trancos. É um carro urbano. Andar na estrada é concessão, não é
vocação.
Mais perto da autonomia
Audi apresentou em seu Audi Summit, uma reunião de tecnologia para
mostrar conquistas a público externo, o sedã A8, primeiro carro com Nível 3 de
automação produzido em série no mundo – o famoso andar sozinho é
o Nível 4.
É evolução de tecnologias já disponíveis, factíveis por 12 sensores
ultrassônicos, lendo placas de sinalização, faixas pintadas nas vias, tomando
informações do curso dos carros à frente e atrás, radares e um scanner a
laser. Se a ociosidade fizer o motorista dormir, um alarme o despertará; em
caso de situação de trânsito exigir sua atenção, dá alguns segundos para
assumir o comando. Caso contrário inicia diminuir a velocidade até parar no
acostamento. É capaz de seguir com autonomia até os 60 km/hora. Pelo celular,
de fora do carro, pode-se comandar seu estacionamento.
Sistema de varredura frontal adotado pelo Mercedes S há três anos foi
incorporado, permitindo identificar buracos e acertar a suspensão para
enfrentá-los e, como aprimoramento, radares identificam possibilidade de
colisão lateral, elevando o carro em 8 cm, oferecendo à colisão a parte mais
rígida da carroceria.
Mal e bem
Desgastado dito popular diz, há males que vem para o bem.
Parece o caso deste e de outros Volkswagen – Audi é empresa VW. Como
consequência do Dieselgate, o escândalo dos poluentes motores diesel da marca,
VW quer içar a bandeira da tecnologia disponível para reconquistar confiança.
Tesla inicia produção. Um novo tempo
Polêmico, o novo modelo Tesla 3 entrou em produção. É o primeiro
elétrico a reunir características especiais como bom desenho, conforto, boa
autonomia e bom preço - estimado em US$ 35 mil - equivalendo a R$ 112 mil.
Acima de tudo conta com um enorme aval: há 400.000 - quatrocentos mil - pedidos
sinalizados. O número é absolutamente invulgar na história da indústria
automobilística e demonstra o acerto do caminho tomado pelo líder da companhia
Elon Musk. É empresário vitorioso, dono do sistema de pagamentos internéticos
Paypal.
Promessa de Musk é fazer o modelo inicial para atingir grandes números e
grande massa de compradores, mudando o desenho dos usuários, ecologistas e
ex-hippies.. Produção se inicia com enormes pulos: 100 unidades em agosto;
1.500 setembro; 20.000 em dezembro e projetados 500.000 em 2018. Atualmente
Tesla tem pequena fabricação e preços elevados, operando dentro do figurino dos
outros concorrentes, como produto de nicho. Mas a instalação da nova fábrica
quer mudar o panorama.
Início da produção foi antecipada em duas semanas por razões
promo-sentimentais: a primeira unidade não foi separada para a garagem de Musk,
mas comprada por Ira Ehrenpreis, diretor da empresa - vai presenteá-lo a Musk à
data de seu aniversário, o 28 de julho marcando o lançamento do 3. O número não
é gracioso. A relação de produtos Tesla, do sedã maior ao modelo conversível,
todos tem traço de parte do time de design da BMW, contratado
para formatar o produto. O 3 indica ser concorrente para a faixa de mercado
onde estão BMW 3, Audis 3 e 4, Mercedes Série C, Jaguar F, e se afigura como
concorrente ao BMW Series 3 All-Electric.
Como adequado a procedimentos vanguardistas Musk fez, por si só, pré
apresentação: fotografou e mandou textos por tweeter. Pelas fotos foram
mantidas as linhas do protótipo apresentado como atração às vendas; terá tração
simples na série inicial; interior não revelado sabendo-se apenas de grande
tela no painel de instrumentos; dois porta-malas; ausência de grade no painel
frontal. Embora seja referência dos primórdios do automóvel, para caracterizar
a tomada de ar para refrigeração do motor, é totalmente desnecessária com a
nova arquitetura operacional. Lançamento formal ao final do mês.
Roda-a-Roda
Mais uma – Utilitários esportivos deixaram de ser mera opção de
carroceria transformando-se em moda de larga duração. Ao momento representam
nos maiores mercados ¼ das vendas totais no segmento de veículos leves.
Todas – Aston Martin, Bentley, Jaguar, Lamborghini, Rolls-Royce,
ícones de luxo e performance, características muito distantes do utilitarismo,
aderiram à oportunidade de mercado.
Aliás, - Lambo prepara o Urus, variação crossover para
ser modelo de sua maior produção. Fábrica nova, negociada, incentivada, entende
mercado do novo produto igual à soma dos demais modelos da marca ora em
produção.
Á bala - Ao lançamento do Ferrari GTC4Lusso, com tração nas 4
rodas, perguntaram a Sergio Marchionne, CEO da FCA e da Ferrari, quando teria
um SUV. Respondeu teatralmente: só se atirarem em mim.
Mudança – Parece, está comprando colete balístico. Revista
inglesa Car revelou código de novo produto Ferrari: F16X. Um
SUV. Divergiu da óbvia transformação do SUV Maserati Levante ou o Alfa Stelvio
num Ferrari – embora plataformas e mecânica sejam idênticas. Quer se
diferenciar por linhas e exclusivo motor V12.
Razão – Teria jeito acupezado, com ampla porta traseira
em vidro, como evolução do esteticamente inexplicável e fugaz C4Lusso. O SUV
deve substituí-lo em 2020. Porquê da mudança ? Simples.
Ferrari abriu capital, admitiu sócios - cobradores por mais lucros. É o
segmento maior potencial de crescimento.
Desafio – Land Rover vive provocação séria: retomar a produção do
Defender, seu modelo icônico, para trabalho, descontinuado em 2015 após seis
décadas. Empresa adotou linha de ser cada vez mais automóvel e menos jipe.
Dificuldade – Problema maior é fugir da tentação de maquiar o velho
Defender e, ao mesmo tempo provocar lembranças de compradores de mais idade e
compatibilizar com exigências de novos clientes, mantendo a diferença de comportamento
para não concorrer com a linha atual.
Opção – Fiat atravessa situação assemelhada: como mudar o
picape Strada, líder em seu segmento, sem que o preço atinja o seu também
picape Toro, o mais vendido do país? Protótipos tem sido construídos
para encontrar caminho viável – e de custos contidos. Um deles utiliza a parte
frontal do Mobi.
P'ra cima - Associação dos Fabricantes de Veículos revisou as
projeções para o ano, considerados os últimos números de vendas no mercado
externo e as exportações - caminho tomado pela empresas para evitar uma onda de
desempregos e prejuízos ainda maiores. Para estas imagina atingir 705 mil
unidades vendidas a outros países, expansão de 35%. Em termos de produção
acredita em 2,62 milhões de unidades no exercício, crescimento de 21,5%.
Segurança – Governo argentino quer pacote de segurança em todos os
veículos produzidos no país. Reunião no palácio governamental, a Casa Rosada,
acertou data de 1o de janeiro de 2018 para vigor. Dentre os
equipamentos, o controle de estabilidade, ESP ou ESC.
Barreira – Empresas solicitam adiamento. No Brasil, com quem faz
intenso troca-troca, tal obrigação vale apenas a partir de 2020. O lobby dos
fabricantes daqui é mais efetivo e rápido.
Ação - Fez autoridades de trânsito ignorar recomendação da
Organização Mundial de Saúde para adoção em todos os veículos produzidos
mundialmente.
Solução – Ministério da Saúde deveria fazer carga pela adoção, para
reduzir acidentes, danos físicos, e enormes custos bancados para recuperar
feridos.
Case – Campanha de lançamento do Renault Kwid baliza sucesso: mais de 40 mil
acessos diretos ao sítio da empresa; reservas com sinal superaram desconhecida
meta da empresa; e há as feitas diretamente nos revendedores. Problema
positivo, encomendas superam capacidade de produção.
Mercado – Dividirá mercado com VW up!, Fiat Mobi, Kia Picanto,
Chery QQ.
Fórmula – Para diferenciar-se em
consumo reduzido e maior rendimento, projeto focou na redução de peso. No
emagrecimento voltou-se à solução tradicional francesa, três parafusos por
roda. Aqui Dauphines, Gordinis e Ford Corcel, projetos Renault o utilizavam. E
mono limpador pantográfico do para brisas.
Pimenta – Volkswagen apresentará versão
Pepper em todas as suas linhas. Baseia-se em homônimo Fox. Pintados em branco, preto
ou vermelho realça acessórios. Não há alteração mecânica. Marca a volta de
Gustavo Schmidt à empresa, agora como Vice Presidente comercial. Agosto.
Caminho – Há cinco anos quem imaginaria
o Brasil comprando auto peças ou conjuntos completos da Índia. Pois o
inimaginável ganhou forma: preço baixo permite BMW importar a moto 300R
desmontada; Renault traz partes para o novo Kwid; motor 1,5, 3 cilindros Ford
vem para equipar o novo Ford EcoSport.
Promoção – Adensar relacionamento,
insuflar paixão e fidelidade à marca, vender produtos de moda ou motos novas. É
o leque aberto pela Harley-Davidson em seu Garage Week, fim de semana de 14 e
15.julho em todas suas revendas, com food trucks, bandas de rock,
barbearias, estúdio de tatuagem.
Ocasião - Como negócio, itens moda/moto
e modelos Roadster, Fat Boy e Softail De Luxe aceitando usadas sobre
valorizadas em R$ 5 mil. Até o fim do mês.
Foco - Governo Federal agregou Itaipu nos grupos de
trabalho encarregados de formatar a Rota 2030, nova política industrial a ser
adotada ao final do ano. Criou sub grupo para veículos elétricos. Itaipu é uma
pequena montadora de tais produtos.
Velhos – Resolução 661/17 do Contran
define procedimentos para fazer baixa cadastral em veículos. Com mais de 10
anos de não licenciamento e 25 de produção serão rotulados Frota
Desatualizada.
Situação - Proprietário sem tomar
providências verá seu veículo baixado e sem registro no Renavam, ou seja,
proibido de circular. Se o fizer, infração gravíssima, sete pontos a mais e R$
293,47 a menos na Carteira.
Caixa – Medida tem caráter
administrativo interno e agrada aos estados. Sensível percentual da frota deixa
de recolher taxas de manutenção de cadastro – exceto MG onde o IPVA é cobrado
sobre frota antiga -, rodando à margem das regras.
TAM – Passados 10 anos do acidente com o Airbus da TAM, saindo da
pista em Congonhas, SP, e explodindo em chamas, matando 199 pessoas, não há
sentença condenatória, apenas exceções pontuais.
Aéreo – Com a definição de cobrar malas despachadas, consequência
nos aviões tem sido aumento de malinhas e sacolas como bagagem de mão –
tornando insuficientes os bagageiros de bordo.
Soluções? - Reorganize – ou ocupe os primeiros lugares nas filas de
embarque. Reclame. Transporte concedido nunca traz vantagem ao consumidor/contribuinte.
Só a concedente e concessionário – vide as prisões dos operadores de ônibus no
RJ.
Sentimental – Ex-dona tenta achar seu antigo Lada Niva. Estava em S
Paulo, é grená, ano 1993/94 e placas LAB 7090. Sabe dele ? Informe à Coluna.
Aplicação – Após disparada de preço dos veículos colecionáveis
no mercado dos EUA, resultados chegaram à Europa. No Índice de
Investimentos de Luxo Knight Frank especializado em ativos de valor,
cresceu 457%. Imóveis 20%.
Visão – Andrew Shirley, consultor da empresa, ante visão
distorcida de ganhos com ferros velhos, aconselha cautelas:
1. Nem todo modelo terá a mesma valorização;
2. Há custos significativos de armazenagem, proteção, seguros;
3. Compre o que gostará de possuir;
4. Veja o ganho de valor como um bônus.
Gente – Marco Antônio Lage, diretor da FCA, 245 na Fiat,
resignou. OOOO Incompatibilidade entre o formulador de políticas de
comunicação social, relações corporativas, sustentabilidade, e superior com
visão teuto cartesiana. OOOO Mercado perde o melhor profissional do
ramo, hábil a voos maiores, tipo Vale, Petrobrás, governo Temer. OOOO João
Ciaco, diretor de publicidade, temporariamente duplicará funções. OOOO
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