terça-feira, 5 de novembro de 2013

Conversa de pista com Wagner Gonzalez

Wagner Gonzalez




Studebakers dominaram a 26a. Carrera Panamericana Pérez e Rodríguez foram os vencedores na classificação geral





Mais uma vez os Studebaker Commander foram os bichos papões da Carrera Panamericana, uma das últimas provas de velocidade pura disputadas em estradas em todo o mundo. Misto de evento esportivo com happening familiar e uma grande festa o evento terminou na quinta feira passada em Zacatecas e em meio às festividades do "Dia de los Muertos" data que os mexicanos celebram com festas, oferendas e alegria. Isso inclui desfiles de "calaveras", como são chamadas as fantasias que lembram caveiras - as calaveras -, e fantasias de extremo bom gosto, conhecidas como Katrinas.

Na competição, porém, nem mesmo Porsches 911 super bem preparados ou um Datsun 280Z que parecia recém saído de fábrica mostraram-se capazes de roer o osso que o veterano vêoitão norte-americano se mostra a cada prova. Verdade que dos velhos sedans dos anos 1950 eles muito pouco: a carroceria é praticamente toda feita em fibra em fibra de vidro e apenas o formato aerodinâmico mantém-se fiel ao velho Commander. Duas edições atrás os carros de ponta chegaram a ser cronometrados a 315 km/h e como a situação ameaçava ficar tão caliente quanto a gastronomia famosa pelos calientes chillis, Lalo León (o promotor da Pana) resolveu adotar um sistema de ignição padrão e medidas de rodas e pneus de aro 16" como forma de reduzir a velocidade final e manter a situação mais ou menos sob controle. Mesmo assim o vencedor da edição desde ano "experimentou" pneus slick (Pirellis P7230/660 R), recurso proibido pelo regulamento. 

A opção mais comum para os concorrentes é o Toyo "street race", na verdade um slick com algumas ranhuras. Esta opção pode ser legal e garantir uma pegada mais forte no asfalto, mas nos trechos de montanha, especialmente e na subida dos Mil Cumbres, revelou-se demasiado arriscada: a região alta e de densa floresta é marcada por nevoeiros e alta umidade, o cria situações tão perigosas quanto complicadas. 

Em uma das passagens por esse trecho nada menos de seis carros ficaram pelo caminho devido a rodadas e saídas da estrada. A causa foram trechos semi alagados e um motor estourado, que pegou muita gente de surpresa, incluindo o belo Porsche 356 1956 de Renné Brinkerhoff, norte-americana mãe de quatro filhos que tornou-se a primeira mulher a vencer uma etapa da Carrera Panameriacana. Renné venceu não apenas uma, mas várias etapas da classe Sport Menor e só não levou o caneco para casa por causa dessa escapada que maculou a traseira do belo brinquedo.
Quem andou maculando para valer a carroceria do seu possante foi o astro Memo Rojas: ele acabou em segundo em sua estréia na Pana, mas até começar a pensar na sua participação no ano que vem terá que passar um bom tempo fazendo a funilaria do seu possante. Já os vencedores na classificação geral estão mais tranquilos. Foi a terceira conquista de Gabriel Pérez, que venceu em 2006 com Angélica Fuentes como navegadora, posto que Ignácio Rodriguez ocupou em 2012 e 2013 e isso certamente fez a diferença. 

Conhecedor do carro e dos segredos de manter a banheira - ou como diriam os puristas "aquela moderna carretera" - sempre em cima do asfalto, Pérez usou o chassi mais antigo dentre os cinco preparados por Efrain Vega e o único equipado com bloco Ford, cujo cárter mais baixo em relação ao Chevy exige uma instalação diferente e mais cuidado na condução. Depois de vencer as quatro primeiras etapas a dupla vencedora apenas administrou a vantagem nas últimas três, explorando muito bem os percalços de Hilaire Damiron e Liz Tejada, vencedores do prólogo e dos quinto e sétimo dias de prova. Conduzindo um carro finalizado pouco tempo antes da prova, porém, Damiron e Tejada pagaram o preço de conduzir o modelo mais sofisticado já fabricado pela oficina de Vega, o preparador mais vitorioso na história da Pana.

Em meio aos abraços e sorrisos que marcaram a festa de encerramento da 26a. Carrera Panamericana da era moderna já se ouviam planos para voltar em 2014. Planos que tinham várias cores, sotaques e conjuntos mecânicos: os norte americanos Taz Harvey e Steve Vadjak receberam consultas para construir três exemplares do belo Datsun Z 280 (11' na geral), o suíço Roger Furrer e o inglês Julian Pitts celebravam ter concluído a prova com o que certamente era o carro mais conservado, aliás muito bem conservado, de todos que iniciaram a prova e a dupla Douglas Hampson pai e filho comemorava ter se divertdio gasta do bem pouco: o velho Volvo que usaram para curtir cada minuto de oito dias de prova custou apenas U$ 5.000,00, ou seja, menos de 5% do preço de um carro de ponta. A felicidade de completar a Pana, porém, não tem preço. Veja o resultado completo da Carrera Panamericana de 2013 clicando aqui: http://www.lacarrerapanamericana.com.mx/images/contenidos/documentos/resultados/2013/total-acumulado-final.pdf)

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