Coluna 0518 - 03.02.2018 edita@rnasser.com.br |
Esquisito, tipo
cruza de triciclo com carroça, soluções mecânicas hoje risíveis, feito em
ferramentas primárias, este é o veículo auto móvel patenteado pelo engenheiro
Carl Friedrich Benz aos 29 de janeiro de 1886. Foi a primeira patente para um,
digamos com boa vontade, automóvel movido por combustível de nome e funções
estranhas, o Lidoin, derivado de petróleo empregado em limpeza doméstica.
Patente levou o
número 37.435, concedido à Fábrica de Motores a Gás Benz & Cia, nome
pomposo para pequeno negócio de sobrevivência familiar.
Benz não foi o
primeiro a fazer um veículo apto a mover-se por seus próprios meios, tocado por
um motor de combustão interna, mas o organizado técnico a buscar patenteá-lo.
Antes, Siegfried Markus, da Áustria, havia
produzido aparato idêntico e com aparência mais automobilística relativamente
ao triciclo Benz.
A organização de
Benz e a expedição da patente dão-lhe o merecido título de Criador do
Automóvel.
Questão básica era
o fato de os motores serem muito pesados relativamente à potência produzida,
comprometendo rendimento. Assim, outro alemão, ainda contemporâneo de Benz, um
certo Gottlieb Daimler, fazia-os para aplicações diversas, demorando a faze-lo
chegar a veículos leves, como um arremedo de motocicleta e a aplicação num
veículo de quatro rodas.
Outro fato era a
recenticidade da criação dos motores. Francês Etienne Lenoir fez um engenho com
tal DNA, orginalmente para consumir gás – como eram os motores com
aplicação industrial também produzidos por Benz, e um alemão, Nikolaus Otto deu
a diretriz ao alterar o ciclo operacional comprimindo o gás combustível,
obtendo rendimento muito superior – e traçando o rumo dos motores de combustão
interna, princípio vigente até hoje.
Curioso na
história, o invento de Benz foi visto com susto tanto pelo insólito da
proposta, quanto pela forma e, mais, pela ausência de escapamento, o
funcionamento com enormes ruídos, espantando animais. Foi sua mulher, Berta,
com os filhos mais velhos, em viagem até a casa de seus pais fez, sem saber o
primeiro teste, aferiu os pontos fracos, chamou enorme atenção, ganhou espaço
nos jornais, apresentou o produto e provocou vendas.
Como referência,
apesar de as empresas terem juntado conhecimento, meios, capitais, Daimler e
Benz não se conheceram.
Para ilustrar a
história, a Mercedes-Benz ainda produz, em pequenos lotes e de tempos em
tempos, unidades do Patent Wagen.
Rota 2030:
Toyota sai na frente
Em meio às
definições dos caminhos da indústria automobilística a ser traçados pelo
projeto Rota 2030 para os próximos 12 anos, a Toyota se adianta. Marca entende
as dificuldades dos órgãos do governo para se ajustar em torno de propostas
para assegurar crescimento, ganho de tecnologia construtiva, redução de consumo
e emissões, e definições para o futuro, incluindo apontar caminhos e soluções
para o uso de combustíveis renováveis.
Para assumir
posição de referência, tem argumento de peso, o crescimento de vendas de seu
híbrido elétrico Prius, de maiores vendas e estrutura no país. Saltou de 485
unidades em 2016 para 2.470 ano passado, graças a trabalho profissionalmente
dirigido: envolvimento da rede de concessionários, redução de preços,
situando-o pouco acima do Corolla. Cercou o consumidor com certezas de
manutenção, garantia e fez crescer o valor de revenda.
Nas definições
para os próximos anos, empresa, junto com outros interessados, conseguiram
sensibilizar o Ministro Marcos Jorge de Lima, do MDIC – Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços -, a adotar e antecipar medida incluída
na estrutura do Projeto Rota 2030: a aplicação de IPI idêntico à tributação dos
carros 1,0 – 7%. Com isto preços reduzir-se-ão e competitividade aumentará.
Medida tem
início de vigor previsto para março, coincidindo com efeito-demonstração ora em
aviamento pela Toyota, investindo para transformar o motor do Prius em flex,
apto a operar com álcool.
Segundo a
Toyota, no projeto de adequação do híbrido ao uso de etanol, combustível
renovável gerando eletricidade, carro será recordista no cumprimento aos
desejos dos órgãos federais, ao emitir a menor quantidade de CO2, enorme
conquista para o meio ambiente, uma evolução decisiva o Brasil, como enfatiza
Miguel Fonseca, Vice Presidente Executivo.
Roda-a-Roda
Mercado –
Para ajustar-se aos tempos de recuperação e preferências do mercado, BMW foca
nos SAV – Sport Activity Vehicles, classificação por ela criada – e
responsável por 55% de suas vendas no país.
O que -
Apresentou o X2, para vende-lo em maio, restante da família X: 1,2,3,4,5 e 6.
Destaque para o X5M. Letra indica os produtos com desenvolvimento especial da
marca bávara para aumento de performance.
Números –
Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi fechou o primeiro ano de agregação crescendo
6.5% e cravando 10,6M de veículos vendidos. Na prática, de cada nove veículos
comercializados no mundo, um é da Aliança: Renault, Nissan, Mitsubishi, Dacia,
Renault Samsung, Alpine, Lada, Infiniti, Venucia, Datsun, atuando em 200
países.
Pré venda –
Indefinida a imposição tributária sobre veículos importados, Volvo trouxe da
Suécia iniciais 200 unidades do novo XC40, todas vendidas. SUV, quatro
cilindros turbo, 2,0 litros, 190 cv, o mais potente do segmento.
Mais – Semi
autônomo, quer dele fazer a bandeira da marca. Fluxo normal de importações
previsto para julho, quando o Projeto Rota 2030, regulando o setor
automobilístico, estiver em vigor, permitindo encomendas.
Opção – Peugeot
importou novo lote de 500 unidades do SAV espanhol 3008. Mais acessórios,
inflando conteúdo para atender reclamos da clientela.
…. II –
Curiosamente optou aumentar vendas de produto importado, deixando de aplicar-se
ao re-lançamento do nacional 2008, de ótimas características, porém de pequena
e injusta participação no mercado.
Nova ? –
Proclama-se Nova Peugeot, rótulo curioso quando vistos seu mapa de
vendas, performance, presença, encolhidas no Centro Oeste – exceto Brasília -,
Norte e Nordeste. Talvez deva relançar-se, como Peugeot, de Novo…
Caminho –
Ford apresentou o Ka em versão Freestyle, esforço para fazer ponte entre
o hatch e a morfologia de SAV e SUV, anunciando-o como produto
mundial. Quer ser visto como um EcoSport pequeno.
Ajuste –
Plataforma e partes do Ka, implementos em conectividade, maior altura do solo e
promessas de Ford de habilidades para andar fora de estrada, apesar da tração
simples.
Classificação –
Enquadra-o como CUV – Compact Utility Vehicle. Nova categoria traz
desnecessário tropeço fonético.
Quase novo – Honda iniciará distribuir aos revendedores versão revista do
City, sedã construído sobre a plataforma do Fit. Mudanças, anteriormente
indicadas pela Coluna, não caracterizam novo modelo, mas
segunda parte do ciclo de vida.
Responsabilidade
– Primeira Câmara de Direito Civil, do Tribunal de Justiça de São Paulo
decidiu, a Prefeitura operadora do sistema de estacionamento urbano Zona Azul,
é responsável pelos danos ocorridos aos veículos nela estacionados. Por
enquanto vale para SP.
Melhor – Dunlop, marca ex inglesa, agora japonesa, com o sobrenome
do criador do pneu, implantou novo ciclo no Brasil. Esteve aqui ao início da
indústria automobilística e depois foi-se. Nova fase, no Paraná, marcada pela
conquista de grandes clientes, como Volkswagen, Fiat e Toyota, exibindo
capacidade de disputar preços.
Presença – Fez cinco milhões de unidades em 2017; quer crescer 20%
neste exercício; construir nova fábrica para pneus para carga. Curiosidade, os
Dunlop equipando o novo VW Virtus, apresentado semana passada, eram importados.
Negócio –
Início da retomada das vendas pela indústria automobilística mostrou o elo
fraco da corrente de produção, a de auto peças. Para evitar interrupção no
fornecimento de partes a Volkswagen aplica seu peso financeiro para facilitar
empréstimos de grandes bancos às menores empresas. As maiores foram
assumidas por multi nacionais.
MAN 900 –
Fábrica de caminhões e ônibus sucedendo tal atividade à Volkswagen, MAN
registra atingir a marca de 900 mil veículos produzidos no país. Do total, mais
de 750 mil construídos pelo inovador sistema Consórcio Modular, em Resende, RJ.
Liquidação – Motorrad, área de
motocicletas da BMW faz promoção para limpar o estoque dos modelos 2017.
Desconto de R$ 4.000 para as topo R 1200 Rallye, a R$ 71.900. Modelo R,
desconto menor, a R$ 62.900.
Pesquisa –
Para entender sua posição no mercado nacional, importadora da motocicleta Royal
Enfield conduz pesquisa entre formadores de opinião especializados no setor.
O que -
Marca, antes inglesa, agora é indiana mantendo desenho e conformação dos
modelos surgidos na década de ’50. Portam o saudosismo, preço menor, mas em uso
sofrem as consequências do projeto superado.
Índia –
Distante do nosso conceito de produtor de veículos, a Índia fornece ao Brasil
as Royal Enfield, as partes formadoras da moto BMW G 310 GS, e muitos
componentes do Renault Kwid.
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