Coluna 0818 - 23.02.2018 edita@rnasser.com.br |
Fiat Cronos
quer ser o melhor
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ditado
popular antigo explica o surgimento do Cronos, novo sedã três volumes Fiat
inspirado no hatch Argo. Mandão é o mercado, onde automóveis
deste tipo representam 22% das vendas, e juízo é boa explicação para a marca,
sempre identificada com veículos de pequeno porte, dizer presente e aspirar
vendas para se re aproximar da liderança perdida após 13 anos.
Visualmente cumpre a mandatória função de mostrar-se desdobramento do
Argo, encerrando um ciclo de novidades: Fiats Toro, Mobi, Argo. Executa a
missão com brilho, exudando não ser um hatch com aposição de
porta-malas, mas desenho exclusivo e bem resolvido, com caráter e
personalidade. Como detalhe, para aumentar conforto interno não esticou a
plataforma, mas Claudio Demaria, tipo engenheiro-chefe, disse à apresentação do
produto ter optado pela gestão do espaço interno. De fato, há maior
habitabilidade e espaço para 525 litros no porta-malas comparativamente aos
produtos com os quais disputará vendas, o GM Prisma e o Hyundai HB 20S,
projetos envelhecidos.
Cuidado no desenho e seus detalhes; interior com bom conteúdo de itens
de conforto e eletrônicos, agregação de itens de segurança como controle de
tração, estabilidade, trava para subidas, sensores de chuva, crepuscular e
ofuscamento. Sensor de pressão em todas as versões e multimídia Uconnect em
quatro das cinco versões.
Duas opções de motorização, quatro cilindros frontal transversal, 1,3
litro, 109 cv e 1,8 litro, três de câmbio: mecânico 5 velocidades; GSR =
Dualogic, automatizado; automático Aisin, 6 velocidades.
Construtivamente o Cronos pesa pouco mais ante o Argo por conta do uso
de 70% em aços especiais, mais leves e resistentes. Mesmo percentual é de peças
específicas, e óbvios 30% são comuns. A personalização do carro como sedã
exibiu novas calibragens de suspensão e direção, incluindo aumento de bitola, e
novos faróis obtém 60% mais luz relativamente a Prisma e HB20.
Quanto
Empresa desenvolveu 5 variáveis: abrindo o leque no Cronos 1,3, mais
simples; indo até o 1,8 Precision com transmissão automática, revestimento em
couro.
Preços
de lançamento
versão
|
R$
|
Cronos 1.3
|
53.990
|
Cronos Drive 1.3
|
55.990
|
Cronos Drive 1.3 GSR
|
60.990
|
Cronos Precision 1.8
|
62.990
|
Cronos Precision 1.8 AT6
|
69.990
|
Divido
com os leitores o acerto na previsão de preços - Coluna 0718,
valores entre as versões Drive 1,3 e Precision 1,8 automática ficariam entre R$
50 mil e R$ 70 mil. Como o são.
Ao vivo
Andei no Rio de Janeiro, avenidas costeiras, aterro do Flamengo, ruas do
Jóquei, Jardim Botânico, Leblon. Uns 50 quilômetros. Carro de conjuntos
acertados, freios de bom dimensionamento e calibração; direção bem ajustada; grande
harmonia entre as relações de câmbio-motor-uso; extremamente silencioso, como
se fosse de categoria superior, e construtivamente o é, apesar de,
curiosamente, Fiat tratar do assunto ganho de qualidade com inexplicável
reserva.
O navegador de bordo não conversou com meu I Phone para ligar o guia
Waze, e é ausente um porta celular como item de série. No comportamento,
excepcional vedação de som, caracteriza o projeto como o de melhor conforto.
Ford deixará o Brasil?
Questão permeia assessorias especializadas em indústria automobilística
e empresas aconselhadoras de investimentos: o que acontece e acontecerá
com a Ford? Avaliação sinaliza sobrevivência por cortes gerais de custos e
investimentos, em especial nos mercados periféricos, como a América Latina. Em
tais praças, menor variedade em produtos, vendas, lucros, redução da rede de
revendedores, desinteressada pela redução da oferta de produtos.
No Continente medidas de varejo, a falta de investimento em novos
produtos impedirá substituir a linha Focus na Argentina, mantendo a modelia
atual em produção, importando o modelo novo para Argentina e Brasil. Mesmo
caminho, a não modernização do picape Ranger. Do México, outra subtração: por
pressão do Presidente Trump, empresa drenará a produção, incluindo acabar com o
Fusion – interrompendo exportação ao Brasil. Dado relevante, não há
investimentos previstos para renovação de produtos.
No Brasil a empresa aposta nos produtos e versões sobre Fiesta e Ka, mas
segundo fonte Ford, em 2019 condensa-los-á num apenas, caminho mundial
determinado pela matriz. O substituto deve ser produzido na fábrica de Camaçari,
Bahia.
Tal ocorrência tornaria ociosa e improdutiva a pioneira instalação de
São Bernardo do Campo, SP, havida à Willys-Overland em 1967. Lá atualmente se
processa inusitada simbiose industrial na montagem de Fiesta e caminhões Cargo.
Mesclar produção de carros e caminhões, mesma fonte garante ser o primeiro
passo para minguar a operação com os veículos pesados. Próximo será perder a
independência como divisão, em indústria, marketing e comércio, resumindo-se a
ser apenas braço da operação automóveis.
Válido o raciocínio, espelhará a continuidade do corte de empregos. Ano
passado a empresa surpreendeu ao cortar 1.000 postos de trabalho na área
administrativa.
Nada pessoal
Não se trata de preconceito para operações abaixo do Equador, mas
reflexo da posição corajosa adotada pela matriz, colocando a condução executiva
em mãos exógenas ao setor, porém conhecidas como cortadoras de custos. A
empresa tenta sobreviver à crise mundial da indústria automobilística,
pressionada por custos, pela não expansão de mercados, pelos hábitos dos novos
consumidores, pelos torniquetes oficiais quanto a consumo, emissões e
segurança, e a tendência mundial de sobrevivência praticando economia sobre
elevada escala de produção, através de fusões, junções, alianças, como fizeram
mais recentemente PSA absorvendo à GM as operações Vauxhall e Opel, na
Inglaterra e Alemanha; Renault-Nissan+Mitsubishi; FCA somando italianos e
Chrysler.
Nos EUA acionistas se preocupam com a relação entre patrimônio e
dívidas; desvalorização das ações; prejuízos operacionais – como o mau passo
com os picapes F 150 com agregação de muito alumínio na carroceria e cabine. E
se preocupam com operações no vermelho do prejuízo: na América Latina empresa
tem perdido mais de US$ 1B/ano. Prejuízo da operação brasileira é em torno de
dois milhões de dólares/dia.
Há dois meses a agência econômica JP Morgan comunicou aos clientes
análise da Ford em se retirar da operação América Latina, ante cobrança de
acionistas e do próprio presidente mundial Jim Hackett quanto ao enorme
prejuízo acumulado nos últimos anos. A Ford repetiria ação encetada na
Austrália, retirando-se como indústria, tornando-se importadora.
Como fica ?
Consultada, Ford Brasil por seu vice presidente Rogélio Golfarb negou,
creditando as informações a especulação da imprensa, garantindo a continuidade
industrial nas velhas usinas da Argentina e de São Bernardo. Entretanto,
questionado, o executivo não calçou as afirmativas indicando os veículos a
substituir os atuais teoricamente em descenso e, sobre investimentos, disse ser
a não divulgação uma estratégia da empresa…
Futuro
Não deverá sair do país, mas adotadas as medidas especuladas, encolherá
substancialmente, deixando de ser a referência como quarto lugar em
participação no mercado, para ocupar posto distante. Jornalista Vicente Alessi,
filho, editor das publicações AutoData, experiente e bem informado, tem visão
positiva: A Ford pode estar antevendo o mercado e se preparando para
dar uma volta e liderar a mudança. Tal evento seria o se preparar para
a grande alteração de cenário para o uso dos automóveis, sua morfologia e
construção. A Ford estaria se adequando para nova geração de produtos
elétricos ou híbridos, e poderia sediar tal produção em São Bernardo ou na
Argentina – afinal, se Focus e Ranger não serão substituídos, óbvio
estar determinado seu fim, e a ociosidade para as instalações argentinas.
Aparentemente isto está há tempos no radar da matriz, pois a Ford Brasil
não tem investimentos desde 2015.
Em cima da hora
Ford é, como Fiat, BMW e Suzuki, empresa controlada pela família
fundadora. E destes acionistas majoritários teria partido a decisão acatada
pela diretoria e assinada por Jim Hackett, CEO. Em nota surpreendente, demite
sem informar razões, Raj Nair, 31 anos na companhia e seu presidente da marca
nos EUA. Fontes em Detroit e consultor norte-americano especializado em
indústrias, pessoas e gabinetes optam por vertente comum: em encontro com
acionistas e representantes, um deles, motivado pelos resultados econômicos da
companhia, teria perguntado o óbvio ao então presidente: qual o futuro
da Ford? E o executivo teria respondido também desejar
saber, deixando no ar a conclusão das incertezas.
Os próximos dias serão febricitantes para a companhia responder à
questão do acionista, e a sobrevivência na América do Sul, importante para os
envolvidos nestas operações regionais, parece distante questão secundária ante
a magnitude do problema. (RN)
Roda-a-Roda
Fim – Porsche
suspendeu aplicar motores diesel em seus utilitários esportivos. Justificou de
forma prosaica, depois dos problemas com emissões acima do limite legal,
causando o processo conhecido como Dieselgate.
De costas – Declarou: Diesel
é assunto secundário na Porsche. Porsche não desenvolve ou constrói motores
diesel. Comercialmente a demanda por diesel vem caindo, ao contrario
da procura por híbridos ou gasolina. Os diesel eram fornecidos pela
controladora Volkswagen e o opcional durou 8 anos.
Salão – Volkswagen
dará um choque nos jornalistas convidados à sua VW Night, véspera da abertura
do Salão de Genebra, 8 a 18 de março: mostrará o I.D.Vizzion, carro conceito
elétrico do tipo bonito e prático; premium e automatizado. Quebrará paradigmas.
E anunciará produzir 20 veículos inteiramente elétricos até 2025.
CUV – Ford tentou
inovar na classificação morfológica da nova versão com ares de atrevimento do
Ka FreeStyle, rotulando-o CUV – Compact Utility Vehicle.
Coluna –
Coluna 0518 apontou a abreviatura de sonoridade ruim, geradora de óbvia saia
justa e desconforto no trato do tema entre as executivas envolvidas com o
produto.
CUV de fora – Coluna tocou
no assunto e a Companhia desincentivou o uso do impronunciável CUV, e o Ka
FreeStyle é agora tratado como utilitário compacto.
Tradição – Ford
não é muito boa para escolha de nomes no Brasil. Batizou as transmissões com
dupla embreagem de Power Shift. Tal a quantidade de problemas, antes de
retirá-la de produção – o processo se arrasta – viu-a apelidada pelo
escatológico Power Shit….
Tradução – Há
pouco a companhia mudou seu slogan, passando a Ford go
Further, algo do tipo Ford vai mais longe, como a Argentina traduziu. Aqui
manteve-se o original com tropeço de pronúncia gerando entendimento diverso.
Programa – Ministro
Marcos Jorge Lima, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços declarou, Decreto
institucionalizando o projeto Rota 2030 será assinado pelo Presidente da
República até o final do mês.
Sinal - O
2030 determina normas para indústria de veículos e auto peças, criando degraus
de redução de imposto contra ganhos tecnológicos. Plotará, também, o futuro dos
carros híbridos e elétricos e sua imposição tributária.
Consórcio –
Modalidade de auto financiamento ganhou espaço no mercado no ultimo mês.
Panorama da venda de veículos leves O Km indicou expansão de 2,7%; e valor médio
ascendeu 4,8%. Nos consórcios cenário melhor, expandindo 7% e com o tíquete
médio crescendo 10%. Dados da Disal.
No campo – New
Holland Agriculture fez acordo operacional com a produtora de vinhos E&J
Gallo Winery, na Califórnia. Cliente testará trator especial para vinhedos com
aparato permitindo uso autônomo, e de suas observações agronômicas desenvolverá
versão final para venda.
Antigos –
Demanda de proprietários de veículos antigos, óleo lubrificante com base
mineral, adequados a motores com com projetos erados, apareceu no mercado. É o
Total Moto 4 Cruise 20W-50.
Oba ! - Coluna indagou
à Mobil se o lubrificante para motos seria aplicável a tais engenhos e recebeu
confirmação. Um alento. Os antigos são desprezados no fornecimento de insumos
para sua manutenção, como os óleos e em especial pneus.
Mineirice – Quase
todos os estados do país isentam os veículos antigos do pagamento de IPVA.
Conquista do Museu Nacional do Automóvel
junto à Secretaria de Fazenda do DF, a lógica permeou - exceto para Minas e sua
herança cartorária.
Solução - O
AMA, clube mineiro, faz movimento com patrocínio do deputado estadual Duarte
Bechir para conseguir isenção. Audiência 2ª feira, 14h30 na Assembleia
Legislativa. Tens antigo ? Vá jogar o jogo democrático, fazer presença e
pressão.
Gente – Raj
Nair, engenheiro, 31 anos de Ford, presidente da empresa nos EUA,
demitido. OOOO Causas opacas ditas como
comportamento inaceitável. OOOO
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