Wagner Gonzalez |
Erros da equipe Haas
desgaste dos pneus
marcaram o GP da Austrália de 2018
O Grande Prêmio da Austrália, disputado no fim de semana,
esteve longe de ser uma corrida emocionante, muito pelo contrário.
A prova de abertura da temporada disputada no circuito de Albert Park, em Melbourne, terminou com a vitória de Sebastian Vettel, da Ferrari, muitas perguntas e, para algumas imaginações férteis, uma pitada de bizarrice pela maneira como a equipe Haas se viu alijada do que poderia ser seu primeiro grande resultado. Mais, se Valteri Bottas decepcionou, a McLaren surpreendeu e a Williams confirmou que está cada vez mais próxima dos dias em que seu fundador decidiu disputar a categoria, em 1970.
A prova de abertura da temporada disputada no circuito de Albert Park, em Melbourne, terminou com a vitória de Sebastian Vettel, da Ferrari, muitas perguntas e, para algumas imaginações férteis, uma pitada de bizarrice pela maneira como a equipe Haas se viu alijada do que poderia ser seu primeiro grande resultado. Mais, se Valteri Bottas decepcionou, a McLaren surpreendeu e a Williams confirmou que está cada vez mais próxima dos dias em que seu fundador decidiu disputar a categoria, em 1970.
O fato de que 10 dos 15 carros que terminaram a prova
estavam rodando sobre pneus de composto macio mostra que a maioria das equipes
e pilotos ainda busca pela melhor maneira de aproveitar esse equipamento. Essa
clara demonstração de precaução fica patente quando se nota que a composição
dos 120 jogos disponibilizados (seis para cada piloto) indicou 22 sets de pneus
de composto macio (inscrições na banda lateral em amarelo), 22 de supermacios
(vermelho) e 76 de ultramacios (violeta).
Mais: nenhum piloto usou os amarelos nos treinos e na
corrida, curiosamente, apesar de menos aderente esta foi a opção que se mostrou
a mais eficiente: a melhor volta com os amarelos (Daniel Ricciardo, 1’25”945),
foi um segundo melhor que a melhor volta com os vermelhos (Stoffel Vandoorne, 1’26”958)
e 1”8 melhor que o giro mais rápido com os violetas (Hamilton, 1’27”753).
Detalhe importante: o inglês marcou 1’26”444 com pneus macios na fase final da
prova e Vandoorne conseguiu aquele resultado no final da prova, quando o carro
estava mais leve...
Valteri Bottas bateu forte no final do treino de sábado e
certamente os danos não se limitaram ao seu W09: em um campeonato onde Ferrari
e Red Bull parecem mais próximas dos flechas de prata, o finlandês está sob
pressão da equipe alemã e, pior, dele mesmo, para replicar o desempenho do seu
companheiro de equipe. Nem mesmo a estratégia de largar com pneus ultramacios e
passar para supermacios na segunda fase da corrida ajudou a fazer de Bottas um
protagonista da prova, muito pelo contrário, ele mal apareceu.
Como esperado, os protagonistas do espetáculo foram
Sebastian Vettel e Lewis Hamilton. O alemão largou em terceiro e contou com a
assistência do seu companheiro de equipe e a estratégia da Ferrari para assumir
a liderança quando os comissários desportivos acionaram o safety car virtual
para retirar o carro de Grosjean de uma posição perigosa. Numa rara conjunção
de baixa de guarda, Hamilton e sua equipe foram surpreendidos pelo pit stop da
Ferrari e não houve jeito de recuperar a liderança. Se a culpa disso deve ser
creditada à dificuldade de ultrapassar em Melbourne ou a um melhor desempenho
dos carros italianos, somente saberemos em duas semanas, quando o campeonato
prossegue no Bahrain.
Apesar da eficiência da logística e do sistema de
transporte empregado pela F-1, vai faltar tempo para que os mecânicos da equipe
Haas treinem o suficiente para evitar os erros que afastaram Kevin Magnussen e
Romain Grosjean da corrida australiana.
No espaço de duas voltas o dinamarquês e o franco-suíço
abandonaram a corrida por problemas de fixação rodas esquerdas traseira e
dianteira, respectivamente. Muito mais do que €10.000 de multa por liberar os
carros sem condições mínimas de segurança, pesou sobre a moral do time.
Em situações opostas a competitividade da McLaren e a
queda da Williams. No primeiro caso, uma recuperação notável após duas sessões
de treinos de pré-temporada onde os carros de Fernando Alonso e Stoffel
Vandoorne passaram mais tempo nos boxes do que no asfalto.
No segundo, a
confirmação de que a inexperiência de Lance Stroll e Sergey Sirotkin é apenas
um item em uma lista de problemas da equipe. Neste quadro impossível não
lembrar da escassa competitividade dos carros de terceira mão que Frank William
oferecia a pilotos sedentos de disputar um GP. Nas demais equipes, a boa
performance da Renault, o fracasso da Toro Rosso-Honda e uma Force India cada
vez mais envolta na penúria completam o retrospecto da prova australiana.
O resultado completo do GP da Austrália e as posições no
campeonato você encontra clicando aqui.
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