Wagner Gonzalez |
Vitória de
Vettel esquenta a disputa entre Ferrari e Mercedes
Eterno
favorito à vitória quando a F-1 se apresenta em Silverstone, Lewis Hamilton tentou
de tudo para conseguir sua sexta vitória no GP da Grã-Bretanha, mas logo na
largada uma batida entre ele e Kimi Räikkönen contribuiu para evitar o sucesso
da missão autodeterminada.
Frustrado, logo após a 1h27’29”784 necessárias para
Sebastian Vettel receber a bandeirada de chegada como vencedor, Hamilton
interagiu formalmente com o alemão e praticamente ignorou o finlandês na
ante-sala do pódio britânico. A decepção estava estampada em sua linguagem
corporal, consequência de Vettel vencer em Silverstone pela primeira vez quando
ele poderia estar celebrando sua sexta conquista no autódromo.
Não
demorou muito e o clima esquentou ainda mais quando pipocou um tuíte de Minttu
Räikkönen, esposa do piloto finlandês, com o texto “If you cry like a girl when
you lose, do ballet”, algo como “se você chora como uma menina quando perde,
vai dançar ballet” em tradução livre. Tudo porque surgiram rumores que o piloto
da Ferrari teria batido propositalmente no adversário da Mercedes, e nem mesmo
a punição de 10” amenizou o clima no box da equipe teutônica. Verdade que houve
uma retratação “diet”de Hamilton: “O Kimi pediu desculpas e eu aceitei. Não
passou de um acidente de corrida e pronto; de vez em quando a gente fala umas
besteiras e aprende desses erros.” Tudo isso poderia ter sido evitado caso o
inglês tivesse seguido o protocolo pós corrida, quando os três primeiros
classificados ficam na pista para entrevistas. Estivesse lá teria ouvido que
Kimi admitiu ter errado na primeira volta, quando acertou a traseira do
carro do adversário.
O motivo
de tanta disputa vai além de mais uma vitória para Hamilton: passa pela maneira
como os comissários desportivos exploraram o uso do safety-car e aponta para a
liderança no Campeonato Mundial de Construtores, resultado que traz implicações
diretas no orçamento das equipes. Por mais fleumáticos que sejam, no
automobilismo os ingleses não raramente tomam decisões que tendem a facilitar
seus pilotos; no domingo, o uso demorado do safety-car nos acidentes ocorridos
no final da prova foram prorrogados além do necessário. Em outras palavras, uma
forma de criar condições de Hamilton se aproximar e superar Vettel. Dessa vez
não deu certo.
Assunto
tratado com esquecimento virtualmente total é o possível desaparecimento de
Silverstone no calendário da F-1. Sem condições de arcar com os custos de
promover o GP, o British Racing Drivers Club (BRDC, ou Clube dos Pilotos de
Competição Britânicos) optou por não renovar o contrato para a temporada de
2020, algo que parece longe de ser dado como líquido e certo: exceto a Ferrari
(que tem sede em Maranello, na Itália), Sauber (Hinwill, Suíça) e Toro Rosso
(Faenza, Itália), todas as demais equipes tem bases próximas a Silverstone e
eliminar essa etapa teria um impacto negativo no sistema. Discute-se a
possibilidade de transfeir o GP para um circuito de montado no centor de Londres,
mas o custo da logística e de segurança contra possíveis ataques terroristas
parecem altos demais para a Liberty Media. O assunto ainda deve render boas
discussões até ser resolvido.
Após 10 etapas e metade do
campeonato disputado, o nome Ferrari aparece como carro do líder do Campeonato
Mundial de Pilotos e como líder do Campeonato Mundial de Construtores. Se o
título do primeiro tem impacto promocional maior, o segundo traz vantagens
diretas mais palpáveis: é por ele que os promotores da categoria dividem a
premiação da temporada. Isso quer dizer dezenas de milhões de dólares a mais ou
a menos no orçamento das equipes. Não bastasse isso, a corrida em
Northamptonshire mostrou o carro de Maranello bastante superior aos Flechas de
Prata, situação que em teoria deve se manter até a próxima etapa do campeonato,
dia 22, em Hockenheim, na Alemanha e na Hungria, uma semana depois.
O
resultado completo do GP da Grã-Bretanha você encontra aqui.
Pedro Piquet e a
GP3
Filho
mais jovem de Nelson Piquet, Pedro Piquet amargou duas temporadas de F-3 com
resultados pouco animadores e vários acidentes. A mudança para a categoria GP3
parece ter dado novo rumo em sua carreira: depois de um início moderado, nas
últimas seis corridas o caçula do tricampeão mundial pontuou em todas e obteve
três segundos lugares e, domingo passado, sua primeira vitória. Com esse
resultado ele subiu para quinto lugar na classificação do campeonato que tem
mais oito provas em quatro rodadas, a próxima delas dentro de três semanas, na
Hungria. O líder do campeonato é o francês Anthoine Hubert, que tem 100 pontos;
o brasileiro soma 71.
O jovem
Felipe Drugovich, na categoria Euroformula Open, e a dupla de veteranos Allam
Khodair e Marcelo Hahn, no campeonato GT Open, foram os vencedores na etapa
disputada no autódromo de Hungaroring, próximo de Budapeste, no último fim de
semana. Paranaense de Maringá, Drugovich é o grande nome da temporada de
Euroformula, onde lidera com 204 pontos, consequência das sete vitórias e um
segundo lugar conquistados nas quatro rodadas duplas disputadas este ano. O
segundo classificado é o holandês Bent Viscaal, que tem 111. Outro brasileiro,
Christian Hahn, ocupa a décima posição, com 17 pontos.
Khodair e Hahn venceram na
classificação geral da GT Open, em Hungaroring (GT Open)
Na GT Open, campeonato de carros GT que segue o
calendário da Euroformula, a liderança é do dinamarquês Mikked Mac, que soma 72
pontos, enquanto Marcelo Hahn soma 26, e ocupa a 12aposição. Allam
Khodair está em 15a(21 pontos), Nicolas Costa em 17o(21),
Daniel Serra em 19o(15) e Alan Hellmeister em 23o(5). A
próxima rodada acontece em Silverstone no primeiro fim de semana de agosto.
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