Alta Roda nº807/157 – 23/10/2014
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Fernando Calmon |
Em
matéria de trânsito e especificamente nos temas ligados à segurança, fala-se
muito, tenta-se algum planejamento, mas a realidade expõe que nada ou quase
nada de prático realmente acontece. O governo federal até esboçou a política
nacional de trânsito em 2004 e a atualizou em 2010. Também se engajou na Década
de Ação pela Segurança no Trânsito, iniciativa da Organização das Nações Unidas
(ONU), que lançou o desafio da redução de até 50% no número de mortos e feridos
em especial nos países emergentes, entre 2011 e 2020.
Em novembro do próximo ano o Brasil sediará uma reunião interministerial da ONU
que mostrará um balanço da primeira metade daquela década. Tudo indica que o
nosso vexame rivalizará com o da derrota por 7 x 1 na Copa do Mundo de Futebol,
em julho último. Na realidade houve uma pequena redução do número de mortos,
porém o de feridos e inválidos continua a crescer com repercussões sérias na
sociedade e na economia do País.
O que esta Coluna sempre defende é o que fazer, além de lutar para reverter os
números negativos de hoje (mais de 50.000 mortos e 440.000 feridos por ano),
para salvar as próximas gerações de motoristas. Trata-se das mesmas
preocupações do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) que coordenou
o estudo Formação do Condutor – 2015, de 450 páginas, que está disponível para
leitura e análise em aqui.
ONSV faz uma pergunta, bem pertinente, sobre que tipo de condutor o Brasil
quer. E aponta o que os Centros de Formação de Condutores (CFC), termo atual
para as antigas autoescolas, deveriam garantir aos alunos: reconhecer a
informação do ambiente em que transitam, avaliar possibilidades de acidente e
reagir nas situações de risco com destreza e conhecimento provenientes do que
aprendeu durante sua formação. Em outras palavras, muito além de decorar o
código de trânsito ou apenas saber arrancar, frear e fazer curvas.
Segundo José Aurélio Ramalho, presidente do ONSV, 16,5 horas de aulas práticas
já se provaram insuficientes para formar um bom motorista. Para ele, “não há
uniformidade no País sobre conceitos repassados tanto por instrutores como
examinadores. Avaliação de riscos, tomada de decisões ao volante, direção
defensiva e outras ações precisam ser ensinadas de forma indistinta a qualquer
candidato à carteira de habilitação”.
O último dos imbróglios (mal resolvido) – aulas pré-práticas, ou seja, em
simuladores de direção – é só uma amostra do grau de improviso e incertezas que
ainda cerca o processo. Embora sem a veleidade de se transformar em “manual de
soluções”, como a própria entidade ressalva, o trabalho citado apresenta massa
crítica graças à sua formulação por uma equipe multidisciplinar de mais de 10
técnicos e especialistas no tema.
Se há desesperança em mudar o comportamento de muitos motoristas atuais, que
pelo menos os novos se preparem melhor.
RODA VIVA
HATCH com motor tricilíndrico de 1 L/85 cv e sedã com o de 1,5
L/110 cv do Ka e do Ka+, respectivamente, estão bem de acordo ao que se espera
de um compacto atual. Assentos dianteiros mais longos, direção eletroassistida
e câmbio de ótimo manuseio destacam-se. Comando elétrico dos retrovisores só na
concessionária. Para se diferenciar do Fiesta...
NOVIDADES do Salão do Automóvel, no próximo dia 30,
são aos poucos antecipadas, como costuma ocorrer. Citroën, Honda, Lifan, Subaru
e VW tomaram a iniciativa na semana passada. A marca francesa terá leve
reestilização do DS3, retoques na iluminação externa e três níveis de preços
(R$ 79.900 a R$ 92.000).
HONDA importa do Canadá o cupê Civic Si. Apelo visual
condizente com a proposta, por R$ 119.900. Carro de nicho (50 a 100
unidades/mês), impressiona pelo motor de 2,4 L/206 cv (suave até empolgantes
7.500 rpm), caixa de direção de resposta rápida, comportamento em curvas
exemplar e câmbio manual 6-marchas.
CHINESA Lifan traz do Uruguai (menos impostos) o sedã
compacto 530 para uma das faixas mais disputadas. Oferecido apenas em versões
completas (R$ 38.990 e 42.490), aposta no estilo atraente e no espaço interno,
em especial atrás (assoalho plano). Materiais de acabamento, câmbio e direção
precisam melhorar.
APESAR de só estar à venda em maio de 2015, a Subaru
confia no jeito esportivo dos sedãs WRX e WRX STI para atrair visitantes ao seu
estande no Anhembi. Seu visual é audacioso, embora tomada de ar sobre o capô
tenha perdido algo do apelo que já empolgou no passado. Mecanicamente se
destaca graças à tração 4x4 e ao motor boxer 4-cilindros turbo de 2,5 L e 305
cv.
ATUALIZAÇÃO estilística do Jetta e mais cinco
novidades da VW: SpaceFox e Space Cross seguem agora o padrão visual do Fox,
além de três series especiais (Fox Pepper com o novo motor 1,6L/120 cv, Amarok
Dark Label e volta da Saveiro Surf de cabine simples). Haverá ainda um sétimo
produto – Cross up! – guardado para o Salão, mas sempre previsto desde a
estreia do carro em fevereiro passado.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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