Autoclásica, uma aula de antigomobilismo
Clube de Automóviles Clásicos
de República Argentina organizou com brilho a 14ª. edição da Autoclásica, maior
exposição de veículos antigos da América do Sul. Festa imponente, sempre em
ascensão, neste ano criou novidades, como páreo entre cavalo puro sangue inglês
e alsaciano Bugatti de 1926, e volta de 15 Bacquets – carroceria esportiva
lembrando ou copiando os carros de corrida dos anos ’20 e ’30 – pelo circuito
hípico. E prêmio ao casal vestido mais adequadamente à década de seu veículo
exposto, uso dos veículos no circuito do Hipódromo de San Isidro, a 50 minutos
de Buenos Aires, onde é realizada.
600 automóveis e 300 motocicletas, segmento em expansão. E abriu o leque
expositivo com lanchas antigas – uma delas, com motor Maserati, foi premiada.
Nesta edição maior ênfase foi comemorar 100 anos da italiana Maserati,
com sóbria reunião destes esportivos, com os 250F e 4CLT utilizados por José
Froilán Gonzales e Juan Manuel Fangio, nomes estelares nas corridas dos anos
’50. Também, marcando os 50 anos do Mustang, meia centena destes.
Adicionalmente, resgate aos carros de competição dos anos ’70, com especial
atenção a seus construtores e mecânicos, visivelmente envolvidos ao ver seus
produtos resgatados e funcionando no hipódromo buenairense. Nos festejos,
aniversários dos clubes de Mercedes, de MG, e do Fusca, comemorados na
Autoclásica. É festa de clubes, componente de seu sucesso.
Tempo generoso, frio na sombra, quente ao sol. A chuva da metade da
semana secou o piso turfoso da rica e variada feira de peças – Autojumble, apropriado aos similares
norte-americanos e europeus -, da exposição dos veículos de produção argentina
– IAME Justicialista e Rastrojero, motos Puma, Auto Union, incluindo cupê
Fissore, aqui desconhecido, Borgward Isabella, Eniak Antique, ... Os
argentinos, finalmente, deram atenção aos automóveis de produção local. Neste
ponto o Brasil foi pioneiro.
Espetáculo visualmente rico e, em alguns casos, também com generosidade
auditiva, com as velhas máquinas a vapor tocando apitos, motores de competição
despertando provectos cavalos de força.
Bilheteria indicando 50 mil visitantes – destes, com certeza, uns 2.000
brasileiros e, no grupo, alguns levando nossos antigos rodando até lá.
Como todo evento sério, prêmios contidos em critérios universais, sem
concessões à originalidade, libertariamente aqui permitidas.
Eleito Best of the Show, raro Voisin V28 Chancellierie Berline de Voyage,
motor 6 cilindros, 3,5 litros, de 1936. Automóvel
francês, de indústria aeronáutica, insólito ao gosto de época, porém
incontroversamente criativo – e raro. Fato curioso, disputava com um Maserati A6
GTS carroceria Fantuzzi o prêmio maior, e pouco antes do julgamento final, a
família do designer Gustavo Fusco,
desaparecido bestamente neste ano, elegeu o Voisin como o melhor ante os
conceitos de Fusco. Ocorreu um aecismo
e a escolha virou a premiação para o Voisin, francês como a formação e o
emprego do designer – a Renault
Argentina. Premiação de duplo espectro: ao automóvel e ao reconhecido Fusco.
Sem trocadilho, Superior entre as motos – segmento em expansão,
incluindo área na feira de peças – foi inglesa Brough Superior SS 100, de 1928,
1.000 cm3, motor JAP curso longo, dois cilindros em V, caixa Sturmey Archer,
considerada o Rolls Royce das motocicletas. Era a moto do Lawrence of Arabia.
Uma premiação especial, pelos jornalistas credenciados, é o Germán
Sopeña, profissional da imprensa especializada e recém desaparecido. Identifica
o mais expressivo esportivo. No caso, um De Tomaso Pantera 1980, temperamental
como seu criador, o ítalo-argentino Alejandro De Tomaso, teve um chilique, não
rodou até a rampa de premiação.
Autoclásica é evento reconhecido pelo governo federal e cumpre agenda
social: parte da renda formada pelos 80 pesos como entrada (câmbio paralelo uns
R$ 16) e estacionamento, 50 pesos (uns R$ 10) é revertida a equipar hospital
infantil e a fundação de cursos profissionalizantes da área do automóvel
antigo.
Novas placas no Mercosul
Acordo entre Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela aprovou
modelo e operação para placa de licenciamento único no âmbito do Mercosul.
Brasil, mais adiantado no tema, pois dimensões das placas nacionais são
idênticas às de outro bloco econômico, a União Europeia. No visual, fundo
branco, letras pretas, combinação de quatro letras e três algarismos.
Em Argentina e Venezuela vige em 2015 – ambos estão no limite das
combinações alfa numéricas para licenciar a frota. Aqui, talvez em 2016,
aplicável a todos os novos veículos. Falta regulamentação pelo Denatran.
Legalmente serão aplicadas aos veículos licenciados a partir de sua vigência.
Entretanto, como os caminhões pesados tem ampla vida útil, a questão principal
é de caráter documental. A nova placa dispensará processos de pré inspeção,
hoje exigidos para comprovar que caminhões e ônibus nacionais atendem às exigências
dos países vizinhos. Novas placas dispensarão tal documento, com passagem mais
rápida pela fiscalização alfandegária.
Automóveis antigos, informa a Fundação Memória dos Transportes,
mantenedora do Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, estarão protegidos
pela regulamentação nacional. Manterão a placa preta, e símbolos alfa numéricos
diferenciados em cinza prata refletivo.
Roda-a-Roda
Negócio – Oportunidade a pequenos fornecedores
brasileiros: vender para a AutoVAZ, empresa russa controlada por
Renault-Nissan, mais conhecida como fabricante dos Lada. Bo Andersson, nº1 da
companhia quer abrir oportunidades a auto partistas fora da Rússia.
Competição – Em entrevista à alemã Automobilwhoche promete
três produtos novos em 2015. Conhece pouco do mercado brasileiro e na região
foca apenas em Peru e Nicarágua.
Blindagem – No grande programa de salvação,
reformulação interna, compra da Chrysler, visto entre o brilhante ou a loucura,
a família Agnelli, controladora da Fiat, baixou regra para votação nas
assembleias de acionistas: cota de fidelidade a detentores de ações por três
anos, a dois votos por ação. Houve um giro grande.
Resultado – A famiglia, por sua holding Exor,
ampliou o poder de voto a 46,6%, tornando difícil a tomada de controle por
qualquer movimento hostil. Vamos combinar, empresa familiar é empresa comandada
pela família, e o recente exemplo dos contemporâneos Peugeot, forçados a se
unir ao governo francês para ter maioria em sua empresa, mostrou o acerto da
regra.
Crescendo – Na lista das 100 Melhores Marcas
Globais, Kia continua crescendo e cravou a 74a posição. Foi 89a em
2012 e 85a em 2013. Um dos fatores de valorização da marca e
crescimento de vendas é atribuído à contratação do designer– e hoje
presidente - Peter Schreyer em 2007.
Brazuka – Motores produzidos por acordo entre a
chinesa JAC divisão de caminhões, e a holding norte americana
Navistar, é projeto de engenheiros da MWM Brasil. Eram montados e serão
produzidos à base de 200 mil/ ano.
Quais – Inicio com engenhos de 2,8; 3,2; e 4,8 litros, potência entre
88 KW (110 cv), 118 kW (147 cv) e 140 kW (175 cv). Motor maior, 7,2 litros em
2016.
Peculiaridade – Analistas do setor interpretam sinais do
mercado: compradores urbanos querem veículos pequenos – não exatamente baratos
– mas com diferenças visuais, de conteúdo, conforto e elegância. PSA, Peugeot
Citroën, interpretou na linha DS, agora transformada em marca.
Ajuste – Visão da Renault foi criar novo pacote de
decoração e conteúdo, o Initiale Paris. Aplicou-o ao Clio – o atual, francês,
duas edições mais novas relativamente à sul americana – custando quase 20%
mais.
Caminho – Aqui sabiamos disto. Basta ver os 1.0 topo de linha – e de preço.
Ditadura PP – Parece, ares da democracia automobilista
arejam a Ditadura PP – a dos carros preto ou prata. Informa
portal WebMotors, pelos anúncios de carros usados com valor entre R$ 20 mil e
40 mil, os prata caíram 10,66%, enquanto azuis e brancos baixaram menos,
uns 8%.
Clima – Revenda Hyundai Rodobens comemorou vender
mil HB 20 em dez meses de operação. Fez festa em São José do Rio Preto, SP,
origem do poderoso grupo – banco, financeira, consórcio, corretora de
seguros, leasing, locação, 4.000 colaboradores e faturamento anual
de R$ 4B.
Ponte – Ducati, a Volkswagen em motos, novo plano
de financiamento: 30% de entrada, 23 meses para pagar e, na 24ª prestação, de
50% do valor inicial. Nessa ocasião, possibilidade de recompra garantida pela
revenda, servindo de entrada para exemplar dois anos mais novo.
Mercado - É fórmula de baixar o valor das prestações
– afinal, financia apenas 20% da moto; fomentar vendas, fidelizar clientes. Com
tantos fabricantes, moto grande se tornou segmento e deixou de ser nicho.
Comemoração – Bardhal, de aditivos e lubrificantes, inicia festejar seus 60 anos no
Brasil, e o faz pelo facebook Bardahl/Br. Exibirá peças publicitárias marcantes
da história e da evolução da marca.
Mais – Sede da empresa,
beiradas de S Paulo, em Cajamar, mantém centro de memória com detalhes de sua
história. Agendar visitas, 011.4698.8611.
Imprensa – Auto
Agora, programa especializado no setor automotivo, expandiu-se. Além do Blog
Autoagora.Blogspot.com, vai ao ar pela rádio Transamérica Light de Curitiba,
95,1 Mhz. Á frente o jornalista Edison Ragassi.
Antigomobilismo – Eugênio Leite, jeitoso,
interessado, sempre disponível às causas institucionais, tratado como o
Príncipe dos Advogados do Litoral Norte paulista, aposentou. Dedicar-se-á,
tempo quase integral, a seu rico acervo de veículos antigos, integrando o Museu
do Automóvel em Ubatuba.
VW Group deve ser líder mundial antes de 2018
O projeto mundial da empresa focava número
emblemático, 10 milhões de unidades, entendido bastante para assinalar superioridade
sobre os principais concorrentes, a GM e, acima, a Toyota.
Entretanto o projeto, inicialmente visto
apenas uma bandeira de marketing,
mostrou-se factível, verdadeiro, e tem-se sido favorável. O conglomerado de 12
marcas, de motocicletas a caminhões pesados, vistos os números conseguidos até
setembro, decorridos ¾ do ano, acredita atingir os 10 milhões de unidades ainda
neste 2014. No cenário de hoje a VW ultrapassou a GM, exibindo crescimento de
quase 6% sobre período idêntico ao do ano passado, enquanto a GM expandiu-se em
torno de 2%, e Toyota à volta de 2,5%.
Numericamente projeções indicam produção de
10.350.000 Toyotas; de estimados 10.165.000 VW; e calculados 9.844.000 GM. A VW
abriu espaço sobre a GM às voltas com seus problemas de re-call, e esta distância parece difícil de ser reduzida. Será a
primeira vez que uma montadora – no caso duas – venderão mais de 10 milhões de
unidades num ano.
A pretensão da empresa pode se viabilizar
antes do ano 2018. A distância percentual a separá-la da Toyota é de 1,65 ponto
e, em tradição recente a marca alemã tem crescimento superior à japonesa –
neste ano a diferença deve ser em torno de 3 a 3,5%. Em prática otimista
significa disputa renhida em 2015, com possibilidades de atingir a liderança
três anos antes.
A VW tem-se preparado com incremento técnico
em seus produtos, e ações de sedimentação nos mercados com vendas
desfavoráveis, como o continente americano. Ao norte a empresa quer implementar
sua presença industrial, e ao sul do continente, afina a linha de produtos,
motores e transmissões no Brasil e Argentina e focará nos demais mercados para
ampliar sua presença. Será a primeira vez que empresa nascida no pós Guerra
lidera ante as tradicionais.
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